Entenda como Quiser So Nao me Julgue
O amor é a cicatriz mais bonita que carrego. As marcas do amor permanecem como ornamento da alma, elas embelezam pela verdade que revelam.
Muitas vezes, me sinto afogado em minhas próprias mágoas, como se cada lembrança fosse uma âncora disfarçada de suspiro, e o silêncio, um oceano que me acolhe e me consome. Não há remos, nem pressa, apenas o flutuar das horas e o cansaço manso de quem já se acostumou à tempestade. Talvez esse seja meu fim, ou apenas um recomeço em outra maré, onde a dor aprende a repousar, e eu, enfim, aprendo a respirar dentro do que me afoga.
O amor incondicional é a única linguagem que o universo reconhece como prova de autenticidade, ele se manifesta na súplica desarmada de quem prefere a dor da ausência à vista da destruição do ser amado. É um instinto primitivo e divino que transcende a lógica da posse e a vaidade do direito, ensinando que a conexão verdadeira não se rompe, mesmo quando o objeto do afeto está em outras mãos. Essa é a essência doadora que sustenta o mundo e que devemos buscar replicar em nossas relações. Olhe para sua vida: quem ou o que você ama o suficiente para abrir mão?
Quando o mundo desaba em ruínas ao meu redor, a Sua presença se impõe como um telhado de aço, blindado e que não vaza.
Olhe para a vida como um campo de oportunidades para praticar a sabedoria: escolha a vida em vez do direito.
O maior poder é aquele que se manifesta na ternura e na capacidade de chorar a dor do outro como sua.
É como se fosse um escombro sobre meus ombros sinto pesado, porque as ruínas do nosso passado nos pesam mais que o presente.
Assim como o orvalho gélido de uma manhã de inverno, a dúvida se instalou em meu coração, fria, silenciosa e com o poder sutil de congelar toda a esperança. O cristal, que parecia belo e puro à primeira vista, era, na verdade, a evidência de uma noite rigorosa que ainda não havia chegado ao fim. Não era um prelúdio de sol, mas a prova de que a vida, por vezes, se detém em sua forma mais dura e intocável.
Eu estava preso em um labirinto de números e razões, tentando desvendar a dor como um enigma matemático, mas a verdade é que o amor não se resolve, ele se vive. Agora, paro de correr em círculos e aceito o passado, a maior superação é reconhecer que a felicidade não está na lógica, mas na ousadia de amar novamente.
Carrego dentro de mim batalhas que ninguém viu, mas cada uma delas moldou meu peito como ferro aquecido, não pedi para ser forte, fui obrigado pela vida, e mesmo assim aprendi a amar no intervalo das dores, sou testemunha da minha própria ressurreição diária.
A esperança renasce em mim como uma chama teimosa, mesmo quando o vento da vida sopra para apagá-la, eu a protejo com as mãos feridas e calejadas, porque sei o quanto ela já me salvou, e continuarei acendendo-a até o fim dos meus dias.
Acordo com a pleura aberta para o dia, como quem mantém janelas quebradas por coragem. A dor assenta à mesa e pede licença para ficar. Eu respondo com silêncio, porque o silêncio é o único remédio que conheço. E ainda assim, sorrio, não por esquecer, mas por aceitar o corte.
As perguntas que me fiz há anos retornam como visitas. Algumas trazem presentes, outras, cobranças. Recebo-as com a mesa posta e um chá forte. Pergunto de volta, sem medo de parecer rude. Porque diálogo com o passado é a maneira honesta de crescer.
Há palavras que têm o peso de pedras e outras, a leveza do lenço. Escolho as que abraço como lenços, para limpar, não para ferir. Dizer pode ser armas ou remédio, prefiro a medicina. Meu vocabulário tem dias de luta e dias de trégua. Aprendo a calibrar a voz como quem regula uma balança.
