Entenda como Quiser So Nao me Julgue

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Superar é aprender a dançar com a dor, transformando-a em sabedoria e usando cada queda como um impulso para o próximo voo.

Eu penso na vida e a vida pensa em mim, como um fogo que acende e mantém a chama. A vida o que é, senão dias que se repetem? Acontecimentos triviais, alegrias e tristezas. E sem saber o porquê estou eu aqui caminhando nesse solo, que é o solo de todos. O que sou? Uma causalidade biológica? O encontro fugidio de dois corpos? E eu me prosto a Deus, sabendo que minha fé é tão pequena, que precisa de livros que a traduzam. Eu admito ser menor do que mim mesma. Um corpo robusto e uma mente famigerada de perguntas. Livros e mais livros. E se leio é mais por vaidade do que interesse genuíno. Quem ousaria expor assim sua própria fraqueza? Educada sim, eu sou. Mas é uma educação polida, construída socialmente. Eu te trato bem, porque é bonito para mim. E então a vaidade novamente fala por mim. Não nego que tenho afeto genuíno, por pessoas que cabem nos dedos de uma mão. Os demais são uma massa amorfa que aumentam as filas no supermercado. Não sou rica, mas também não sou pobre. Mas sou pobre o suficiente para me achar rica. Eu me isolo, para as pessoas se culparem por ter me abandonado. Sim, atrás da minha voz doce há crueldade inimaginável. E o grande paradoxo: eu sou mesquinha, vaidosa e egoísta. Mas escolho a gentileza como filosofia de vida. Eu posso ser má, mas eu escolhi a bondade para viver nesse mundo. Sou porto seguro e um ombro amigo e sincero para todos os momentos. Eis a minha humanidade."

William Contraponto: poesia como exercício de lucidez


William Contraponto ocupa um lugar deliberadamente desconfortável no campo literário contemporâneo. Sua escrita não busca conciliação nem ornamento; antes, insiste na fricção. Poeta‑filósofo, sua obra se constrói no intervalo tenso entre o lirismo e a reflexão crítica, recusando tanto o sentimentalismo fácil quanto a abstração estéril. Ler Contraponto é aceitar um pacto exigente: o de não ser conduzido ao conforto, mas à lucidez.


A poesia de William Contraponto nasce de uma desconfiança radical. Desconfiança dos discursos prontos, das verdades herdadas, das instituições que se apresentam como naturais e incontestáveis. Seus poemas operam como instrumentos de exame: interrogam a linguagem, o poder, a fé, a moral, o progresso e o próprio sujeito. Não há promessa de redenção, nem apelo transcendental. O mundo aparece tal como é vivido — contraditório, desigual, atravessado por violências visíveis e silenciosas.


Formalmente, sua escrita é marcada pela contenção. O verso é seco, preciso, avesso ao excesso ornamental. Cada palavra parece escolhida por necessidade, não por efeito. Essa economia não empobrece o poema; ao contrário, concentra sua força. O silêncio tem papel estrutural em sua obra: aquilo que não é dito pesa tanto quanto o que se afirma. Contraponto escreve como quem remove camadas, não como quem adiciona adornos.


A dimensão filosófica de sua poesia é evidente, mas nunca didática. O diálogo com o existencialismo, a crítica ao dogma religioso e a atenção às estruturas sociais não se manifestam como tese, e sim como tensão poética. Seus versos não explicam o mundo — expõem suas fraturas. Há, em sua obra, uma recusa consciente da função consoladora da poesia. Em vez de abrigo, o poema oferece espelho; em vez de resposta, devolve a pergunta em estado bruto.


Do ponto de vista ético e político, William Contraponto se posiciona de forma clara, ainda que sem panfleto. Sua poesia revela compromisso com a dignidade humana, com a crítica às hierarquias naturalizadas e com a denúncia das engrenagens que produzem exclusão e conformismo. O socialismo que atravessa sua visão de mundo não surge como slogan, mas como sensibilidade: um olhar atento às assimetrias, à mercantilização da vida e à redução do humano a função.


Outro traço fundamental de sua obra é a recusa do misticismo. Ateu, Contraponto não substitui a religião por um vazio cínico, mas por uma ética da responsabilidade. Se não há instância superior que garanta sentido ou justiça, resta ao humano assumir o peso de suas escolhas. Essa perspectiva confere à sua poesia um caráter profundamente adulto: não há amparo metafísico, apenas consciência e ação possível.


William Contraponto também ocupa uma posição singular no circuito literário. Seu reconhecimento se dá majoritariamente fora dos espaços tradicionais, o que o coloca numa zona liminar entre marginalidade e circulação alternativa. Longe de ser limitação, essa posição reforça a coerência de sua obra: um poeta que questiona a mercadoria dificilmente se moldaria às exigências do mercado. Sua escrita não busca agradar; busca permanecer fiel à inquietação que a originou.


Em síntese, William Contraponto escreve para quem não se satisfaz com respostas fáceis. Sua poesia exige leitura atenta, disposição para o desconforto e coragem intelectual. É uma obra que não pretende salvar o leitor, mas despertá‑lo. Num tempo marcado pela velocidade, pelo ruído e pela superficialidade, sua escrita insiste na pausa, na dúvida e no pensamento. E talvez seja justamente aí que reside sua maior força: lembrar que a lucidez, embora incômoda, ainda é uma forma de resistência.


Neno Machado Marques

Como seria ?




No véu da razão o ciclo da saudade entoa sua melodia,


Nas lembranças a nostalgia,


Nas lágrimas, autonomia,


Na cumplicidade da inocência, a curiosidade de como seria se...

Assim como a terra árida se estende em silêncio, implorando pelo alívio de algumas gotas de água, também eu me prostro diante da memória das antigas promessas que um dia me foram feitas. Elas ainda cintilam dentro de mim, frágeis e leves como plumas, como dentes de leão que o vento leva para sempre, belas como enganos. E, no entanto, é delas que me alimento, como quem bebe a própria sede, como quem encontra no vazio a única forma de sustento.

Lá fora está frio e chuvoso e as ruas se encharcam de silêncio. As gotas escorrem nas janelas como se fossem lágrimas antigas que o céu já não consegue conter.

Caminho por campos nebulosos, com a escuridão sendo a companhia silenciosa, que me acompanha e como eu, caminha sem destino certo, usando como guia, o fraco e longínquo brilho das estrelas, que em outrora, brilhavam sintilantes.

Às vezes me vejo como Daniel na cova dos leões, porém, em vez de temer, transformo cada fera em testemunha da minha fé.

Ultimamente, sinto-me no automático, como se minha existência estivesse programada para repetir incessantemente as mesmas tarefas diárias. Cumpro cada gesto sem reclamar, contendo pensamentos inquietantes que ousam emergir, pois sei que, aos olhos da sociedade, questionar ou sentir demais é rotulado como rebeldia. Ironia cruel: a conformidade, esse silêncio interno imposto, revelou-se a verdadeira prisão, mais implacável do que qualquer algema visível.

A vida é como estar em um barco em alto mar, sem remos, sem motor, âncora e sem água... Sobreviver só depende de você.

Diariamente me deparo com a intolerância ao desfavorecido, como se a responsabilidade por uma sociedade enferma não fosse também nossa. A desigualdade não nasce do acaso, ela persiste porque, em algum momento, alguém escolheu rejeitar, excluir, negar humanidade ao outro. E, assim, sustentamos um ciclo em que a indiferença se transforma em norma, esquecendo que toda injustiça social é também um reflexo de nossas próprias escolhas."

Quero ser como o menino Davi: cuidar das ovelhas com paciência, cantar louvores com sua pequena harpa, e sonhar com o dia em que serei digno da coroa dos céus, podendo enfim estar na presença do Rei dos Exércitos, em um louvor eterno que transcende todo sofrimento.

O paradoxo do vazio que me habita é como um quarto com janelas abertas para o nada, ali encontro solidão e liberdade, medo e um estranho alívio que me sussurra para ficar.

Elegantemente, vou ignorando tudo e todos, um gesto contido que guarda meu silêncio como quem preserva um relicário.

Assim como as lindas sonatas de Beethoven, que ao serem dedilhadas no piano choroso derramam lamentos que se tornam luz, cada acorde abre uma fresta onde cabe a saudade e é por essas frestas que deixo entrar a verdade dos meus pensamentos.

O silêncio da alma grita como trovão, é o rugido calado de quem sobreviveu ao impossível.

Caminhamos entre doações de afeto, suor e esperança, como quem deposita moedas num cofre alheio sem chave. Não cabe esperar reciprocidade, pois o coração humano é falho em devolver o que recebe. E quase sempre, como um reflexo cruel, a decepção retorna com o mesmo peso daquilo que oferecemos.

O silêncio cresce em minha mente como uma floresta de ossos. Cada palavra que escrevo é uma ave de vidro, tentando voar sem quebrar.

Aquilo que um dia te reduziu ao chão, hoje te ergue como um testemunho vivo do poder da superação.

Se sua alma foi testada no fogo, saiba que você saiu dele como brasa viva, ardendo em fé e resistência.