Entenda como Quiser So Nao me Julgue
Balanço
Um dia se aprende a achar
No outro sabe como é perder
Um dia o silêncio põe a falar
No outro como é escolher
É o fado nos ensinando a caminhar
Nos fazendo dar e receber
E a entender que o que vale é amar...
No balanço do nosso viver!
Luciano Spagnol
Coração de renda
Nos sonhos me perdi
Aqui no cerrado goiano
Como pás de moenda
Britei sertão e oceano
Da sorte tive oferenda
Do destino está opção
Se a solidão abriu fenda
O amor coseu emoção
Num coração de renda
SEGUNDO DIA
O segundo dia
Da nova semana, depois
Do primeiro dia do ano
Tudo continua, como dantes, pois
O dia a dia no seu plano
Caminha igual
Ao último dia do ano passado
E neste ano renovado
Da graça de Deus
Que tenha chegado
A lua o sol a terra e os seus
Giram o segundo dia
Como o primeiro girou
E nesta trilha ininterrupta
O que ficou, se expirou
Agora nas lembranças
E nesta nova captura
De novos tempos
O passado passou
O presente em novos momentos
Choros e risos
Em pleno voo
Seguros ou indecisos
O acaso vai, eu vou
É nestes tantos imprecisos
Amanhece o segundo dia do ano
Que a cada segundo
Minutos, no relógio vai badalando
Até o último dia do ano
Num vicioso ciclo se formando...
O fado a vida devorando!
É o segundo dia do ano...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
02/01/2015, 05’05”
Cerrado goiano
Nostalgia
Como quisesse amado ser, deixando
O coração sonhador, espaço em fora
A paixão, sem olhares e sem demora
Vestir tua quimera e partir em bando
Excêntrico senso, tonto, malversando
O tempo e a hora, sem valia: e, agora
Que passou, sente a solidão, e chora
E implora, a aura antiga recordando...
E, o agrado rebelando compungido
Atrás, volta carente de convivência
Do abraço com calor e de amante
E assim, nos versos andei perdido
- Já! pranteio a dor em reverência
Murmurando o amor daqui distante
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
REI VERÃO
O teu mandar verão!... Está cheio
Cheio de suor e alta temperatura
Como arde o sol na sua quentura
Que calor estroina e sem receio...
Como brilha o dia sem algum freio
Sob o reflexo do ardor, árida figura
De pé, no cerrado, flagra em fartura
Como um cálido fumoso no enseio
Que abrasador fogo no céu ardente
Morre o desejo, outro almejo roga
Em febre, teima o chão recendente
Reino de suspiros!... incandescente
Reino esbraseante! de picante toga
Sossega este calor, vil e indecente!...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
02 de janeiro de 2019
Cerrado goiano
O AMANHÃ
Nunca, devemos dizer jamais
O dia vai como tem que ir
A brisa nos leva,
Onde quer que estais
E nos põe a partir
Vais... vais... vais...
Mesmo que o medo te faça fingir
Não olhe para traz
Ouça do teu coração, a voz
Ele lhe dirá em linhas gerais
Um sonho. Arranque o teu poder feroz
Nunca atroz, vá mais e mais
Não olhe para traz
Quando o amor leva nossos sonhos
Tudo é capaz
Até mesmo chorar...
Enxugue tuas lágrimas, tudo é fugaz
O que importa é amar
Não olhe para traz, siga teu olhar
A brisa nos leva
Onde quer que estais
E nos põe a partir
Vais... vais... vais...
O amanhã é um talvez
Não acredite na sua ilusão
Pegue a ti, e a tua nudez
Da alma, e busque a paixão
Acredite em ti, de uma vez
Coloque tuas asas e vá voar
As nuvens são macias, ao tocá-las
Cada passo dado vira passado, sem pesar
Pois, você está vivendo, vá voar...
A brisa nos leva
Onde quer que estais
E nos põe a partir
Vais... vais... vais...
O amanhã é um talvez
Vá de vez, e não olhe para traz
O hoje é fugaz, e a vida uma só vez
Então deixe a brisa te levar
Tenha lucidez... Vorás é o tempo!
As vezes não terá outro talvez
Quando o amor leva nossos sonhos
Tudo é capaz
Até mesmo chorar...
Não olhe para traz
Vais... vais... vais, o que importa é amar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/12/2019, cerrado goiano
MASMORRA (soneto)
A vida expira assim como os ventos
Tal a dor e alegria do pensamento:
Fugaz, vagos clarões, sentimentos
Nas venturas, ausentes, eu invento
Vidas que não tem vida, lamentos
De pó, para o pó somos momento
Em vantagens e em detrimentos
Num sopro espalhado a portento
Mas, as sensações sem ter vida
Desengana, extermina e alucina
São almas vazias, e com rancor
Calam as quimeras, põe de saída
A ilusão, numa inércia assassina
Expropriando o coração do amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/01/2020, 09’35” – Cerrado goiano
Olavobilaquiando
NOITE AFORA (soneto)
Como a secura no cerrado, sombria
A saudade, arde no peito desolado
Que dói, corrói, num olhar maculado
De agonia, e sentimento em romaria
Tão horrenda é a ausência de alegria
A luz do dia, neste silêncio privado
Ecoa em brado, no coração fechado
Causando ilusão enganosa e fantasia
Assim, entre as tristuras, essa poesia
De canção queixosa, chora e tão cheia
De espera, na insônia pela noite afora
Palpita melancolia, repleta de ousadia
Na lembrança que devasta, incendeia
Equivocando o sono, perdido na hora
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/02/2020, 04’52” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
ILUSÕES PARALELAS
Ó, como está saudade é de rotina
Mora no hábito, é dor no clamor
No entanto, um dia mandou flor
E o prazer era presença matutina
Como por ti me apaixonei, Amor!
E vê: que na memória contamina
O suspiro, que aos olhos neblina
Enche o dia de tristura, ao dispor
Ah, que falta faz o do teu olhar
Ah, os teus abraços a me ocupar
As coisas belas que não disseste
Tantas e tantas, que seriam elas
Nesta solidão, ilusões paralelas
Para emoção sair deste agreste
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro
Relacionamento bom é aquele
em que os dois regam juntos.
Onde um cuida do outro
como quem cuida do jardim:
com tempo, com afeto, com constância.
Não é sobre perfeição,
é sobre presença,
paciência
e vontade de fazer dar certo todos os dias.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
Vá com cuidado naquilo que se apresenta com certa facilidade como um prenúncio de vitória, afinal ele poderá até se transformar numa grande dor de cabeça.
Paixão
A paixão
É irracional
Aprisiona
Aquece
Assusta
É fogo ardente
Ilusão desmedida
Como um tufão
Influência sentida
Escraviza a razão
É feliz por um dia
Tristeza garantida
Audácia caríssima
Tolice infinita
É pesadelo
Tortura
Sem lógica
Sonho que não dura
Tem vida curta
Busca intriga
Fica indiferente
Queima como palha
Esquece a gente
E a boca seca
Deixa-nos órfão
Quase não se repete
Mas fica na memória
Leituras
Um livro é como uma linda janela,
Abrindo-o viaja a lugares distantes,
Observando o encanto da aquarela,
Através de literaturas interessantes!
Leia um livro, diálogos incessantes...
Com o personagem que é a estrela.
Um livro é como uma linda janela,
Abrindo-o viaja a lugares distantes.
O livro fala na alma como sentinela,
E deixa seus leitores mais elegantes.
Leiam livros de qualidades, não balela.
Assim serão bem menos arrogantes,
Um livro é como uma linda janela.
Dois momentos
Como você vê seu mundo hoje,
Tudo mudou depois dos quarenta?
Como você via antes dos vinte?
Sentia-se muito mais feliz apenas.
Os amigos estavam sempre presente,
Hoje você quase não os vê mais...
Estão todos muito ausentes,
A vida mudou para todos demais...
Os segredos ficaram lá no passado,
Perderam toda importância agora.
Os curiosos não fazem mais questões,
A vida sufocou todo charme de outrora!
O retrovisor simboliza a passada vida,
É olhar com olhos da nostalgia e seguir.
Na frente tem vida para ser desbravada!
O passado é história para ser contada.
A semente plantada deve ser colhida,
Alguns colheram o mal precocemente!
Você que fez o bem com sabedoria,
Tem tudo para viver alegremente!
É bastante interessante ver como os mais velhos insistem em cobrar dos mais novos uma postura madura em situações que os levaram a quase loucura quando jovens. Não entendem que a vida é assim mesmo, as cenas se repetem e o que muda mesmo são os personagens. Daí, eu acredito que ter juízo na juventude é saber fazer as coisas erradas ou certas, mas nas horas certas.
Um adolescente vivendo no automático.
Viver no automático é como estar em um veículo sem condutor, seguindo uma rota pré-determinada, sem saber para onde se dirige ou por qual motivo. É como estar em um sonho, sem consciência, sem emoção, sem vontade. É como estar morto, mas ainda respirando.
Eu sei disso porque eu vivo no automático há muito tempo. Desde que eu era criança, eu sempre fiz o que me ordenava, sem questionar, sem protestar, sem escolher. Eu estudei o que me instruíram, trabalhei no que me propuseram. Eu nunca tive um sonho, um objetivo, um propósito. Eu nunca tive uma paixão, um amor, uma alegria. Eu nunca tive uma vida.
Eu não sei como eu cheguei a esse ponto. Talvez eu tenha sido influenciado pela sociedade, pela família, pelos amigos. Talvez eu tenha sido vítima de um sistema, de uma cultura, de uma ideologia. Talvez eu tenha sido covarde, conformista, medroso. Talvez eu tenha sido tudo isso e mais.
Mas eu sei que eu não quero continuar assim. Eu sei que eu preciso mudar. Eu sei que eu preciso realmente viver de verdade e não só existir.
Por isso, eu escrevo este texto como um desabafo, como um grito, como um apelo que faço a mim mesmo. Eu escrevo para me expressar, para me libertar, para me encontrar. Eu escrevo para me dar uma oportunidade de mudar.
Viver no automático não é viver. É apenas existir. E eu não quero mais existir. Eu quero viver.
Mas falar é fácil o difícil é eu criar coragem para tentar fazer essa mudança. O medo da mudança é algo assustador, só que isso é assunto para outro desabafo. Fiquem com Deus e cuidem da sua saúde mental.
A tarefa do filósofo nunca foi e nunca será salvar a humanidade. Mas sim salvar os justos; tal como foi Noé. Para a beleza da grande alma não se afogar na lama da hipocrisia do senso-comum.
Os conceitos surgem tão naturalmente nos pensamentos dos filósofos, como a fofoca que vem na boca do vulgo.
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