Enchergar a Frente do seu Tempo Audacia
ENTURVAR NO CERRADO
Esmorece as caliandras no enturvar
É o dia que se despede em partida
Com seu pôr do sol em um versejar
Cá no cerrado, escuridão incontida
Galhos retorcidos, mal desenhados
Sombreiam o chão na cor garrida
Traçando uns detalhes encarnados
O céu estrelado, graça, desmedida
O horizonte com laivos cinzentos
Melancólicos, pardando o sertão
É a noite imbuída no seu manto
Pia a coruja: canto com lamentos
Ritmando o noturno com sensação
Dando ao olhar, o encanto, tanto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 outubro, 2022, 18’56” – Araguari, MG
MÃOS-POSTAS
Poéticas sem norte, leva-me pra sintonia
Das emoções plenas, quiméricos cantos
Asas da imaginação, os encantos, magia
Ou me perca, a devanear, sonhos tantos
Poéticas sem norte, leva-me para a urgia
Das ilusões, cuida dos meus juízos santos
Ou não. Traga-me cânticos com melodia
Quando, suas cadências, são quebrantos
Sentimentos, sensações, em liberdade
Que põe liberto o destinto pro criador
Tendo narrativa e emotiva descoberta
Ah! poética sem norte! Tende piedade!
Inunda a alma do poeta com o que for
Contanto que não seja poesia incerta!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 outubro, 2022, 16’08” – Araguari, MG
ORGULHO
Meus são os versos do chão cerrado
Poética acre, puro céu e denso mato
No galho tortuoso o poema trançado
Escrafunchado de um singular recato
Eu entendo o sentimento acentuado
O luar que prosa inspiração e trato
E ao meu versar, o versar fascinado
Com um perfume ao sensível olfato
Nas minhas mãos, a poesia orgulhosa
Se te poeto, sertão, na sua imensidão
É com a imaginação e tons especiais
E, então, pressintam a quão formosa
Natureza, que suspira, pulsa, é paixão
Neste imenso dom de poder ser mais!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 novembro, 2022, 17’37” – Araguari, MG
INDECISÃO
Possa lá prosseguir amargurado!
Andar com uma sensação poente
Se uma apertura atroz e sofrente
Enche de bruma o verso poetado
Se o sentimento cá tanto povoado
Que tenta impor está dor ardente
Logo este pesar assombra a gente
Tão pungente e tão determinado
Seja a poesia doce ou então salina
Sempre há aquela inspiração afim
Sempre há rumo em cada esquina
Sei lá qual dos versos é razão, enfim,
Se é o perdão ou é a justiça divina...
Ou se é a sedução dizendo que sim!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 novembro, 2022, 14’24” – Araguari, MG
Asas
Porque a cidade me prende com laços de asas onde os pássaros moram
O rural me despe de cintos dourados e me enche de música
É no silencio do rio na turbulencia do mar
Que as raizes de formosas arvores me alimentam as palavras
Seiva da juventude em taças de corolas
Flores de campos coloridos que me invadem
Senta-se a cidade a meu lado
Inquietação no ajuste da escolha entre a pedra e a terra
O bulício e a quietude na pele que se quer sentida
E afago o olhar nas marés de trigo e choro a selva urbana onde moram os pássaros sem asas
03/11/2022
Não chove para sempre
Lava-se a calçada de noites mal dormidas
Sob a chuva dolente num cair gemido
Num choro longo e diligente
Zelosa de angústias e desassossegos
Mas cresce no peito o novo dia
No cinzento da claridade escorregadia
Faz-se sol na vontade dos campos
Onde brilha ainda o trigo loiro
E vestem-se de gratidão os bagos da vida
Frementes de desejos impossíveis
Cálido e sagaz o fruto da abastança
Das águas correntes que banham as margens
Esquece-se a noite que foi claro dia
Sacode-se o caminho do pó da melancolia
E recorre-se à loucura do mundo para enfrentar
Todas as intempéries com ousadia
CHAMO
Sou eu! Não me ouves, poesia? Piedade
Sinta está sensação que pulsa no pranto
Olha este sentimento que me pesa tanto
Que brada, dói, que me faz pela metade
Pois, não vês a poética que traz saudade
E meus versos com versos sem encanto
E que o canto traz tristura no seu canto
Portanto, ouça-me, e não seja maldade
Quero prosa e agrado, não de centavos
Quero bravos, ver o verso maravilhado
E em cada versar um versar com ardor
Eu tenho mais que somente os agravos
Tenho o ritmo na alma tão cadenciado
E no coração a exatidão doce do amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 novembro, 2022, 17’20” – Araguari, MG
Vou anotar o número do meu telefone aqui e entregá-lo para você. O que fará com ele, sabe, será decisão sua, mas espero que talvez, só talvez, você me ligue.
Estou procurando por algo um pouco… menos romântico e mais pé no chão. Sabe, com pessoas que não foram feitas uma para a outra, mas que estão dispostas a se arriscarem, mesmo se não tiverem chance alguma.
Flores Murchas
Desmaiadas na vida
Pálidas desabrochadas
As cores de partida
As pétalas cansadas
Ainda com viço
Afadigadas...
Murchas flores
Flores murchas
Tristes louvores
Versadas...
De perfume postiço
E as forças exiladas
Feitiço
Da existência traçadas
Do fado mortiço
De inevitáveis jornadas
Murchas flores
Flores murchas
Tristes louvores
Desenganadas...
Perfazendo o curso
Revoadas
Incurso...
Flores murchas
Murchas flores
Tristes louvores
Encantadas!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 dezembro, 2022, 18’52” – Araguari, MG
Versão musical para o poema “Flores Murchas”
COVARDE
Se, assim, bater de novo à minha porta
Ah saudade! deixai quieta a minha dor
Não mais me traga sensação que corta
Que açoita a emoção com aflitivo ardor
Do pouco o tudo na recordação importa
E nada comporta um gesto tão opressor
Pois bem, cada lágrima pesar transporta
Então, dar-me-ás suspiro pra lhe transpor
Mas, aí! no peito bate forte está aflição
Sussurra em voz alta, em árduo alarde
Avidando um aperto no sisudo coração
Tremo... Sôfrego... E doloroso... sufocado,
... me deixo bater a saudade como covarde
E me ponho a sofrer como um apaixonado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 dezembro, 2022, 11’42” – Araguari, MG
CONVICÇÃO
Por saber que não mais de te versarei
Permita que entre nós só a recordação
Deixada nos versos cheios de sensação
Que existiu um dia, agora, não mais irei
Não que eu quiz, e que ingrato serei
Saiba que te amei em cada emoção
Loucamente, na minha maior paixão
Entendo, que poesia tivemos, eu sei!
Não que a escrita te apagou, narrativo
Vive a saudade, num maçante motivo
Em uma poética evidente e tão picuinha
Mas, neste perseverar em ser presente
Um tormento parece-me tão unicamente
E, sabes que não mais será prosa minha!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 novembro, 2022, 21’00” – Araguari, MG
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