Emmanuel Marinho Pao Velho
Viver sem você, eu só lamento
Pois viver assim não me contento
Você é o pão do meu sustento
Você é o amor que eu invento.
Meu saber vem com o tempo
Pois plantei conhecimento
Se o pão da vida é alimento
Só de amor me sustento.
Crescer em graça está intrinsecamente ligado à compartilhar, não só o pão, mas as angústias, dores e dificuldades.
Se um dia
Se um dia faltar luz
Ou pão pro meu estômago
Voltarei ao candeeiro
E farei outra receita
Se um dia faltar juízo
E um pouco de sal
Vou buscar outro louco
E salgarei tudo do mar
Se um dia faltar limite
E um pouco de euforia
Voarei todos os meus sonhos
E buscarei algum estímulo
Só não me venha com a besteira
De um dia me tirar o amor
Sem esse eu não vivo, nem a pulso
Por ele troco luz, pão, limite e euforia
Pelo amor eu vou além
Com amor eu sou alguém
Dia
No tempo chega cada dia.
O pão de cada dia, na manhã daquele dia.
Todo dia espera outro dia. A loucura de cada dia.
Na fartura de horas, tem o segundo a mesma espera cada dia.
Morre o dia por todos os motivos de se morrer de cada dia.
O passado é hoje o que foi um dia. E hoje é mais uma vez novo dia.
POEMAS LEVEDADOS
Faço poemas
Como se faz pão caseiro:
A massa tem de ser misturada,
Atritada, homogeneizada, levedada.
Os ingredientes que formam
A “massa” de meus poemas
São: meus pensamentos, minha emoções,
E minhas sensações.
Dois “recipientes” básicos são usados
Na preparação de meus poemas:
Minha mente e meu coração.
O processo de levedura
- Como no pão caseiro –
Às vezes é demorado,
Depende das “condições climáticas”:
Quanto mais quente melhor.
Só escrevo poema
Sob pressão e calor.
A mente e o coração
Têm de estar em ebulição.
Às vezes, como no pão caseiro,
Meus poemas saem meio puxados
No “sal e/ou no açúcar”;
É que, já me disseram,
Sou um tanto quanto exagerado
Ao expressar meus sentimentos.
A relutância míope não tão cega, pouco vista.
Aparentemente organizada na fila do pão, entre eu, meus olhos e o mundo.
Entre linhas cegas e surdas, faladas e escritas.
Embasam a pouca nitidez que tenho da realidade
Que adormece embriagada retraindo sons, falsos altos.
Adormeço sem saber se ali estou, viva-morta, tédio cego. Reto, quase infinito.
Percebo que tão pouco morta-viva, apenas existindo.Resistindo.
PRECE DOS DESESPERADOS
Pão nosso do dia sim dia não. Não nosso de cada dia. Na busca do que é nosso, esse desespero de cada pão. Mãos nossas que apertam nossas cabeças na fome de cada passo. Dor nossa de cada soco da polícia, morte nossa de cada dia entre as grades. Quando não das cadeias, de realidades mais amargas ainda.
Emprego de cada placa de não há vaga. Vaga de cada emprego reservado a outro. Desemprego nosso de cada chance negada por faltar currículo... Currículo insuficiente nosso, por educação escassa. Escola sofrível de cada dia, pois o dia a dia do poder o assusta, mostrando como seria um país bem educado.
Pai nosso de cada prece que já perde a fé. Prece de cada laivo do instinto que busca um deus inútil. Igreja nossa de cada culto que distorce a vida e leva o quase nada que nos resta. Restos nossos de uma dignidade roubada por todos os lados, numa sociedade cercada por quadrilhas legais.
Destino! Por favor, caro destino! Tira-nos da margem desta sociedade marginal por natureza! Orienta-nos a mudar o mundo a partir dos nossos filhos! Cura em nós as mordidas desta vida cadela e nos mostra o caminho do pão, da educação, da cultura e da saúde física, emocional e psíquica! Queremos de volta nossa cidadania!
As vezes eu prefiro comprar um CD do que um Pão, pois a comida não afasta a minha tristeza, já a música além de me deixar alegre, alivia a minha fome.
Réu confesso: Amo mergulhar o pão com manteiga no café com leite.
Minha vovó fazia, eu achava nojento... Mas é uma delícia.
A espera
Quanto tempo das nossas vidas passamos esperando?
Esperando pão de queijo ficar pronto, enquanto o cheiro delicioso toma a casa toda.
Esperando o Natal, o Ano novo, o seu aniverário, para então comemorar.
Esperando a ligação, o e-mail ou a carta.
Esperando o final de semana chegar para então descansar.
Esperando a sua chance.
Esperando a sua vez para fazer o pedido...
Esperando a sua vez pra falar...
Esperando o elevador...
Eserando a noite chegar pra descansar..
Esperando as férias...
Esperando na fila do cinema, da festa, do show...
Esperando o dia de receber o salário...
Esperando o resultado de um exame...
Esperando alguém chegar...
Esperando uma resposta...
Esperamos algo que sabemos que vai chegar... Esperamos porque sabemos que o tempo, é necessário, assim como um bolo precisa ficar por minutos no forno para ficar pronto. A espera é o tempo da natureza, um ciclo natural...Assim como as flores passam por um processo pra então desabrochar.. Assim como as estações... Tudo na vida acontece no seu tempo... O tempo, ah o tempo...
Vamos então comemorar antes, comemorar o tempo de espera, comemorar a chegada no nosso aniversário todos os dias, até ele chegar... Vamos curtir o natal todos os dias do ano, e fazer do natal um dia mais feliz ainda... Viver este tempo intensamente... Vamos fazer desta espera uma grande portunidade de sermos ainda mais felizes... Vamos aproveitar cada segundo de nossas vidas intensamente, pois quando chegar aquilo que tanto queremos, vai ter sido válido cada segundinho de espera. Vamos aproveitar a fila do cinema, quem sabe é sua chance de fazer mais amigos. Vamos aproveitar mais o dia, e gastar mais energia ainda, pra sonhar tranquilamente a noite. Vamos aproveitar cada segundinho, cada minuto, de qualquer espera de nossas vidas... Porque em cada segundinho, pode estar uma grande chance de diminuir esta espera, pode ter grandes oportunidades escondidas em um instante mágico e qndo se aproveita bem melhor o tempo, quando vê ele já passou... E o tão esperado, já chegou!!!
SOU EU
Sou o resto do pão.
Sou a lama que atola ilusões.
Sou a onda que vai e não volta.
Sou o último suspiro da flor que feneceu.
Sou a folha que cai da árvore.
Sou uma vida,
Sem vida,
Sem identidade.
Sou o mendigo que geme na sua porta.
Sou o mar sem ondas.
E o vento que não sopra.
Sou o sol que não aquece.
Sou a lua que não ilumina.
Sou a sua sobra.
Sou o que penso ser.
Sou um ser pensante.
Sou um ser errante.
a dor que te enlouquece.
Sou um pensamento
dentro da cabeça,
um erro,
um acerto,
o amor,
a dor,
o pudor despudorado.
Também sou o rancor.
Sou eu mesma
e mais ninguém.
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