Eles se Acham Santos
Era abrasador, faiscas subiam pelos nossos recantos escondidos e mais alto o crepitar se dava, em se falando do amanhã.
Era o amor da minha vida, mas não era o amor pra minha vida. Ficou nos sonhos, nas mais doces lembranças e no mais profundo golpe latejante.
Se cristalizou, no tempo: Quando, será, já, amanhã. Eternizou-se com a poesia.
O breu da noite anuncia que o sol foi fincar raizes em outros mundos. Que a lua está escondida numa fase, e as estrelas bailam em revoada por trás do véu cinzento. Resta-nos usufruir da luz de dentro.
A noite cai e se faz vigília, na luz densa da espera procura-se um trovador, que afine um violão, que emita algum som ou desafine que seja, mas que venha e se apresente nesta ância a este ser.
Um que fale de amor, num verso ou numa moda, uma história antiga, pois o moderno adoeceu. Talvez uma cantiga ou uma prosa, desde que tenha sido alcançado, vivido, que foi lindo.
Que nos inspire a lutar e a acreditar que o amor não é fantasia, magia nem letras pra se comercializar. Um trovador que viveu e encorajado a passar a experiência do clássico ou do plebeu e na audácia de perpetuar possa acordar ou creditar corações ateus.
Coração ancorado na estada neutra desse porto se aninha audáz, no alívio de sentimentos frívolos.
Se sofrera por quem nunca mereceu amor, respeito e atenção, agora alavanca tamanha felicidade, na maré mansa dos dias ao sol dourado da espera ao som das gaivotas sem rumo.
Nesta estadia sem relógios, gargalha ter amado o desprezível.
No seio da noite fios de luz se debruçam na lembrança de sentimentos frios, outrora quentes e afiados quando achei que tinha perdido o gosto na jornada, quando pensei que havia levado meu coração. Pensei que não havia mais mar alto a navegar, nada a explorar, nem mar, nem amar.
Mas meu coração está aqui, palpita ainda o dia que te conheci, atrelado a âncora, costeiro sonhando com mar alto. Você na verdade só conhece de orla, só se move pelas beiras, avistando a olho nú o litoral. Coragem pra desbravar novos mares nunca tiveste, quantas veses se viu encalhado? Nunca soube o que é perder a praia de vista, nem sentir o vento veloz no rosto, fica escondido na câmara.
Seus povoados íngremes desabam à falta de caráter, seus rios poluídos decompõe até as guéuras dos peixes, seu mapa de vida empobrecido e deserto, nada de amor, também não possui bússola, nem rota.
Mas você me deixou um legado, sim. Porque das duas colunas, uma é a amizade. Me disse que havia no caminho uma flor plantada, me falaste tanto dela. Então eu a procurei entre risadas e lágrimas nos damos conta que nada se perde quando se ganha e na amizade verdadeira eu posso de perto senti a fragrância.
A amizade é atemporal. Leonice Santos.
O respeito á natureza é patriarca, é carro chefe, é amor singular que protagoniza a vida. Sem ele não não existe outros respeitos.
Dia encerrado, dia vivido. Alegre talvez doído.
Se degusta ou embota o sorriso de quem se escoa ou se eterniza através do tempo.
Se a lua é de sangue, se é cheia, se é lua de morango ou super lua; depende da chave que abre a trancadura de cada apresentação.
Ao poeta, rangido de fechadura basta.
Mas Deus não está na capela, quando a noite arrasta para si as vigílias, as estrelas piscam mais lentamente no sono da noite e o breu se avança nas horas de silêncio.
A resolução desta equação está na luz, que ressurge na força de Deus, que estabelece um novo amanhecer, que abre nossos pupilos para ver, porque Deus habita em nós o "q" da equação.
Eu queria ter só um pedacinho da força desse mar de hoje. O impulso que não desiste, na coragem que cativa a maresia da vida, alta, baixa e na calmaria.
Preciso atracar meu barco no remanso dos justos.
Já? Mas tão cedo!...
Sim. Porque esse coração se desvia da quietude e revoa lembranças frívolas.
Preciso elevar a mente ao Alto e descansar um pouco no aconchego da Paz.
Toda a dor passa pelo fogo do sofrimento,
depois de amassada no regaço da tristeza e regada com lágrimas de uma saudade que tem raizes profundas.
Quando uma nuvem fica escura, e suas bordas pesadas, sobre um ar quente de lembranças, é que vai chorar de saudades.
As dores da alma sabem expressar nobres palavras, impregandas se aninham entranhosamente entre a vida e a morte.
Silêncio alado também faz poesia.
Em certos campos de batalha, Deus nos leva somente para lutar, observar, ter experiências e nos tornar fortes. Levantar trofeu seria como sujar a alma de lama.
Porções generosas de luz distribuídas na imensa escuridão, sem palavras; encaminham iluminam e salvam.
O ano coroado de estações quebra rotinas e a vida arranja os dias ofuscado dos mortais. Em total benevolência, a terra dar o seu ouro , o mar dar as pérolas e o jardim as flores.
A noite engordou e a lua em dieta se fez anel...
Um murmúrio da ourora se ouve ao longe...
Mirando o céu eu...
Seria algum pisquim as estrelas mais ditosas picando para mim?
