Educadores
Se colocarmos na mesa teólogos, educadores, moralistas, psicólogos, historiadores, cientistas e ateístas, para saberem se a Bíblia tem razão, o mínimo que podemos esperar é que todos acreditem em um só Deus, o qual julgará os propósitos, as intenções e os segredos de todos os corações, logo após o espírito subir ao Tribunal de Cristo, julgamento este previsto para cada ser humano.
O que precisa mudar na educação é a forma de governo: valorizar educadores, formar, reconhecer e encaminhar alunos responsáveis.
Pais educadores devem sempre procurar conhecer todas as reações, dificuldades, medos, desejos e sonhos de seus filhos, no sentido de diverti-los, desafiá-los à criatividade, à comunicação e à diversidade de bons relacionamentos e, despertar neles as suas percepções, o senso de informações, o valor da educação, da gratidão em servir e cooperar, sem recompensas e da busca de conhecimentos acerca dos propósitos da vida para que façam as melhores escolhas e cooperem uns com o outros dentro da mesma família, igreja, sociedade e nação.
Se espera que haja formação de educadores capazes de abordar de forma sensível e respeitosa as questões religiosas.
PROCESSO EDUCATIVO
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Educar não é um ato, como sentenciam educadores modernos. É, na verdade, quase um processo judicial. A depender de como educamos, podemos salvar ou condenar uma vida.
PROFESSORES X FUTEBOL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quando nós, educadores, protestamos pura e simplesmente conta o sucesso financeiro dos atletas, em especial dos jogadores de futebol, depomos contra nós mesmos ao demonstrarmos desprezo pelo talento. Da mesma forma contradizemos nossos discursos contra exclusão; desigualdade; falta de oportunidades para os mais simples.
Aquelas pessoas que neste momento de suas vidas ganham milhões, são quase todas de origem bastante humilde. Filhos de pedreiros, serventes, lavradores, balconistas e afins, todos visionários e atentos aos sinais de que seus filhos têm algo especial: talento. Esses pais atentos apostam; dispõem de todos ou quase todos os seus poucos recursos, até marcarem o gol definitivo, acertando em cheio na grande chance dos filhos. No futuro com que nunca sonharam para si próprios.
Nas salas de aula, falamos quase o tempo inteiro em talento; no entanto, somos elitistas: não aprovamos o talento dessa gente humilde que de uma hora para outra pode ser detentora de uma fortuna que nos dá inveja, sem terem passado por ensino médio, faculdade, às vezes nem mesmo pelo ensino fundamental completo.
Mas esses atletas não chegam lá sem esforço. E muito esforço. Sacrifício. Renúncia. Ainda bem novos deixam famílias, brincadeiras, amigos de infância, e vão trabalhar duro: fazer muitas horas diárias de preparação física, treinos com e sem bolas, educação alimentar e outros cuidados criteriosos com saúde, o que inclui não ter vícios, vida sedentária ou promíscua. Tudo isso, além de aprenderem regras rígidas de convivência. Coleguismo. Ética desportiva. Recolhimento. Meditação. Autocontrole. Respeito por quem está do outro lado. Uma verdadeira universidade que os prepara para viver dignamente, como cidadãos que quase sempre não sabem falar, mas sabem agir. Sabem ser quem são. E quase nunca renegam suas origens.
Temos preconceito desses atletas, porque não foram nossos colegas de faculdade; porque venceram pelo talento sem aprender gramática e raiz quadrada. Porque não foram modelados pela educação formal. Porque ganham mais do que nós, que não percebemos o quanto eles geram em recursos, movimentação financeira, patrocínios de produtos e marcas que eles fazem vender, somados às vendas de ingressos, audiências de rádio, televisão e web, circulação de impressos e influência nas bolsas de valores.
Os milhões que esses jogadores ganham honesta e merecidamente são centavos diante das fortunas dos seus patrocinadores e o sistema que os cerca. Esses, nunca são alvos de nossos protestos, a não ser no aspecto político-partidário, que de nossa parte é sempre questionável: Temos, invariavelmente, uma bandeira partidária que tentamos substituir pela que está no poder.
Quanto ao mais, não conheço nada, além da educação formal, que seja mais educativo do que o esporte. O esporte educa bem mais do que a própria arte, se compararmos o exemplo pessoal obrigatório do esportista com o do artista. O artista, por exemplo, se for sedentário, fumante, promíscuo, viciado em droga ou álcool, continuará artista. O atleta, não. Se ele quiser ser e permanecer atleta, não poderá jamais, ser um exemplo negativo em nenhum destes aspectos. E uma criança ou um adolescente, quando imita uma pessoa que admira, o faz na sua totalidade.
Quem está com o dinheiro do professor na sua conta pessoal não é o jogador de futebol. É o político corrupto deste país, em especial, que desconhece os políticos honestos. Quem nos rouba todos os dias não é o Neymar nem o Thiago Silva. Também não é o jogador de futebol que decide as alíquotas de impostos. Ele pode estar dentro deste sistema, como todos nós que compramos, vendemos e vivemos, mas não é ele quem decide.
Nós, educadores, merecemos ser muito mais valorizados; ter salários muito melhores; ter condições muito mais humanas, dignas e honestas de trabalho, mas nosso grito de basta e de protesto tem que ser por nós. Não contra o outro. Temos que lutar pelo que é nosso, sabedores de que esse tesouro é usurpado pelo poder público e pelos poderes econômicos que mandam neste pais e estão muito acima dos jogadores de futebol. Quero ter mais, sem desejar que nenhum deles tenha menos, pois isto seria possível se os poderes constituídos não estivessem inchados de corrupção e os grandes grupos econômicos não estivessem fechados com os tais poderes.
Porém, se mesmo assim queremos protestar contra os esportes, que tal se fôssemos menos elitistas e voltássemos nossos protestos contra a fórmula 1, o golfe e outros esportes de ricos que sempre foram ricos e cujas riquezas não sabemos de onde vieram?
Sabemos das dificuldades enfrentadas pela educação em nosso país, mas também reconhecemos que nós educadores somos responsáveis por refletir e buscar soluções diante das mudanças e dos desafios diários de nossa profissão.
Olhar para o espelho será sempre olhar para o passado. Entender o passado é fundamental para olhar para o futuro, se não pararmos ali. O risco é entrarmos no dilema de narciso, se admirando e achando que o que vê é suficiente. Uma metamorfose ambulante, de transformação não somente estética, mas também de conceito, a de se não só o diferente, mas o processo de transformação constante em algo comum.
Os professores, guardiões do saber, merecem uma valorização que transcenda a retórica, pois cada profissional que alça voo rumo às alturas de suas realizações, o faz impulsionado pelo farol do conhecimento emanado por seus mestres. Expressar essa verdade é comum, porém, questionamo-nos: como transformar esse cenário em algo palpável? Em minha busca, escolho a pena como minha aliada, desejando, assim, contribuir e harmonizar as melodias do aprendizado.