Eça de Queiros

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Eça de Queirós (1845-1900) foi um escritor português, autor dos romances “O Crime do Padre Amaro”, “O Primo Basílio” e os “Maias”. Obras que compõem um panorama da sociedade portuguesa de sua época e que inauguram o romance realista em Portugal.

A arte é um resumo da natureza feito pela imaginação.

Eça de Queirós
A Correspondência de Fradique Mendes

É o coração que faz o caráter.

Quando não se tem aquilo que se gosta é necessário gostar-se daquilo que se tem.

Pensar e fumar são duas operações idênticas que consistem em atirar pequenas nuvens ao vento.

Eça de Queirós
A Correspondência de Fradique Mendes

Os sentimentos mais genuinamente humanos logo se desumanizam na cidade.

Eça de Queirós
A Cidade e as Serras

É o comer que faz a fome.

Nas nossas democracias a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as ações - mesmo as boas.

O jornal exerce todas as funções do defunto Satanás, de quem herdou a ubiquidade; e é não só o pai da mentira, mas o pai da discórdia.

O apreço exterior pela arte é a sobrecasaca da inteligência.

Eça de Queirós
Ecos de Paris

Para aparecerem no jornal, há assassinos que assassinam.

O amor eterno é o amor impossível. Os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam.

Curiosidade: instinto que leva alguns a olhar pelo buraco da fechadura, e outros a descobrir a América.

Eça de Queirós

Nota: Versão adaptada de Link

O Primo Basílio

... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!

Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho.

Eça de Queirós
O Primo Basílio

É que o amor é essencialmente perecível, e na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há então um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois! Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir?

Eça de Queirós
O Primo Basílio

Que mérito há em amar os que nos amam?

Eça de Queirós
QUEIROZ, E. "Prosas Bárbaras". Porto: Lello & Irmão Editores, 1903.

Nota: Trecho de "A Morte de Jesus", texto originalmente publicado no jornal 'A Revolução de Setembro' (1870). A frase é uma referência clara à Bíblia: Link

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Nos amores deste mundo, desde Eva, há sempre um que ama e outro que se deixa amar.

Eça de Queirós
Eça de Queirós entre os seus: cartas íntimas

Quem não conhece o poder da oração,
é porque não viveu as amarguras da vida!

Os políticos e a as fraldas são semelhantes, possuem o mesmo conteúdo.

Eça de Queirós

Nota: Versão de Link

Não haveria o direito de vencer se não houvesse o direito de perdoar.

O maior espetáculo para o homem será sempre o próprio homem.