E o Tempo da Travessia e se Nao Ousamos Faze-La
O tempo é como uma ponte, posto que nos permite fazer a travessia para o outro lado, percorrer novas estradas, buscar novos horizontes, talvez esse tempo nos permita voltar, talvez jamais voltemos, mas o certo é que se tivermos medo da travessia, acabamos morrendo sem saber o que tem do outro lado...
Quando o Meu Amor Vem Ter Comigo
quando o meu amor vem ter comigo é
um pouco como música,um
pouco mais como uma cor curvando-se(por exemplo
laranja)
contra o silêncio,ou a escuridão....
a vinda do meu amor emite
um maravilhoso odor no meu pensamento,
devias ver quando a encontro
como a minha menor pulsação se torna menos.
E então toda a beleza dela é um torno
cujos quietos lábios me assassinam subitamente,
mas do meu cadáver a ferramenta o sorriso dela faz algo
subitamente luminoso e preciso
—e então somos Eu e Ela....
o que é isso que o realejo toca
agora ar é ar e coisa é coisa: traço
nenhum da terra celestial seduz
nossos olhos sem ênfase onde luz
a verdade magnífica do espaço.
montanhas são montanhas; céus são céus -
e uma tal liberdade nos aquece
que é como se o universo uno, sem véus,
total, de nós(somente nós) viesse
- sim; como se, despertas do torpor
do verão, nossas almas mergulhassem
no branco sono onde se irá depor
toda a curiosidade deste mundo
(com júbilo de amor) imortal e a coragem
de receber do tempo o sonho mais profundo
Um Simples olhar teu facilmente me desabrocha
Embora me feche como os dedos da mão.
Tu sempre abres pétala por pétala meu ser
Como a primavera quando toca cuidadosa e misteriosamente
sua primeira rosa.
Eu não sei o que existe em ti
que me libera e prende.
Somente uma coisa em mim compreende,
que a linguagem dos teus olhos é mais
profunda que todas as rosas.
Ninguém, nem mesmo a chuva.
Tem mãos tão pequeninas.
Quando acreditamos em nós mesmos, podemos arriscar a curiosidade, a admiração, o prazer espontâneo ou qualquer experiência que revele o espírito humano.
somewhere i have never travelled,gladly beyond
any experience,your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near
your slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully,mysteriously)her first rose
or if your wish be to close me, i and
my life will shut very beautifully ,suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;
nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility:whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing
(i do not know what it is about you that closes
and opens;only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody,not even the rain,has such small hands
Oh, onde esta Romeu?...Quieto, perdi eu mesmo, não estou aqui e não sou Romeu. (Ato I, Scena I)" “Romeu, Romeu? Por que és Romeu? Renega teu pai e abdica de teu nome; ou se não o quiseres, jura me amar e não serei mais um Capuleto (...) Teu nome apenas é meu inimigo. Tu não és um Montecchio, és tu mesmo (...) Ó! Sê algum outro nome! O que há num nome? O que chamamos uma rosa teria o mesmo perfume sob outro nome (...). Romeu, renuncia a teu nome; e em lugar deste nome, que não faz parte de ti, toma-me toda!
Não tenho, nem nunca tive a intenção de chocar, o que não consigo é abdicar de dizer o que penso, mesmo que por vezes não sejam as coisas mais agradáveis, ou de deixar de lado as minhas dissertações escritas porque não sei viver sem elas.
Acho piada quando ouço dizer que não compreendem, ou até mesmo que acabo por ser excluída de um determinado circulo, precisamente por dizer o que penso, ou por rabiscar por aqui historias e experiências de vida.
E é por isso que hoje tenho a necessidade de fazer uma pequena correcção.
Não são as minhas palavras ou os meus riscos e rabiscos que fazem com que me excluam, sou eu que me auto-excluo de determinado círculo, porque na verdade prefiro rodear-me de pessoas que tenham a capacidade de domar a sua autonomia, e conquista-la sem que para isso seja necessário aparentar ser uma pessoa que não se é.
Não quero me casar só por casar. Não consigo pensar em solidão maior do que passar o restante da minha vida com alguém com quem não possa conversar ou, pior, com quem não possa ficar em silêncio.
Já não faz diferença, sua indiferença pairando no ar
arranjo outro caminho pois junto e sozinho, assim não vou ficar!
Eu tô caindo fora e tô abrindo as portas do meu coração
O seu lugar tá vago, eu já tô liberado pra uma nova paixão!
Cansei das frases feitas...
Cansei da tua ausência...
E já não me respeita, foge e não aceita o amor que eu tenho pra te dar
E agora nem adianta, você me procurar
Agora quem não quer sou eu, amor!
A fila tem que andar!
Um herói não pode triunfar o tempo todo. Às vezes ele será derrotado, e a forma como ele encara a derrota é um teste de seu caráter.
TEU CORPO
O teu corpo muda
Independente de ti
não te pergunta
se deve engordar.
É um ser estranho
que tem o teu rosto
ri em teu riso
e goza com teu sexo.
Lhe dás de comer
e ele fica quieto.
Penteias-lhe os cabelos
como se fossem teus.
Num relance, achas
que apenas estás
nesse corpo.
Mas como, se nele
nasceste e sem ele
não és?
Ao que tudo indica
tu és esse corpo
-que a cada dia
mais difere de ti.
E até já tens medo
De olhar no espelho:
Lento como nuvem
o rosto que eras
vai virando outro.
E a erupção no queixo?
Vai sumir? Alastrar-se
feito impingem, câncer?
Poderás detê-la
com Dermobenzol?
Ou terás que chamar
o corpo de bombeiros?
Tocas o joelho:
Tu és esse osso.
Olhas a mão.
A forma sentada
de bruços na mesa
és tu.
Mas quem morre?
Quem diz ao teu corpo – morre –
quem diz a ele – envelhece –
se não o desejas,
se queres continuar vivo e jovem
por infinitas manhãs?
"Há um tempo em que é preciso fazer a travessia, pegar o que nos restou dos longos anos de nossa vida e colocar tudo numa bagagem e decidirmos um caminho a seguir.
Parece que dentro de nós vive um desejo incontrolável de apego ao passado, às vezes guardamos na nossa bagagem tantas dores, dúvidas e tristezas.
É triste quando se percebe que teremos que fazer a travessia entre o passado e o tempo presente.
Optamos pelo passado se ele nos trás boas lembranças e rejeitamos o presente quando só há batalhas acompanhadas de tristezas, e dentro de nós se tem a ilusão de querer retornar.
Mas se engana quem pensa que vive do passado e foge do presente, temos o desejo compulsivo de querer carregar dentro de nossa bagagem apenas o que nos foi bom, e abandonar pelo caminho o que nos fez sofrer.
Muitas vezes recordando apenas o passado esquecemos de guardar na nossa bagagem tantas coisas atuais, e que o presente é o que temos no momento.
São tantas momentos vividos, tantas pessoas que passaram em nossas vidas, inúmeras saudades e incontáveis tentativas de querer reviver velhas memórias guardadas no coração.
Queremos atravessar o tempo levando conosco tudo que nos fez feliz, mas é impossível manter apenas bons momentos vividos, seremos em muitas vez surpreendidos por memórias ruins que teimam em ficar.
Estou sempre disponível para as travessias da vida, arrumo e desarrumo minha bagagem quase sempre, e vejo que esqueci algo ou acrescentei demais outras coisas, mas não tenho medo das reviravoltas da vida, só temo que um dia chegar e eu não ter nada pra colocar na minha bagagem."
-Roseane Rodrigues
O que realmente importa na vida é o que se faz com o tempo que nos é dado.
Nota: Adaptação livre de trecho de O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel (2001): Link
Mas o tempo pode ser uma coisa bem voraz, às vezes se apodera de todos os detalhes só para si mesmo.