Durma bem meu Anjo
Cerrado
À sombra do pequizeiro
Delirei a vida a sonhar
No uivo do guará faceiro
Chora o meu recordar
Nos galhos tortuosos
Brotam as saudades
De cheiros maravilhosos
De infância, alacridades
Tem gosto de gabiroba
Aridez do sol a rachar
Vigor doce de mangaba
Buritis a nos sombrear
Constrói o João de barro
Nostalgias em todo lugar
O vaga-lume tão bizarro
Ilumina o meu poetar
O horizonte é sem fim
Onde põe a lua a repousar
Lobeiras talham o jardim
Das savanas a enfeitar
A arapuá em sua cabaça
Ornam o beiral do passado
Ipês em flor pura graça
Desenham o meu cerrado...
Rio, 22/03/2011,
17’07”
Poema ateu
Escondido no breu
Da madrugada
No fundo do meu eu
O corpo cala
Dormente acende o seu
Espírito, na lembrança que fala
Que um dia sofreu
Sofre, e ainda a nostalgia embala
Na noite, de um poema ateu
Que disfarça, clandestino
A saudade que um dia valeu
E hoje apenas brado peregrino
Lírica poesia
Musicando o meu pensamento
Em ritmo de doçura e alegria
Escorre pelas bordas da inspiração
O amor é sua magia
Essência que invade a afeição
E a alma acaricia
Fonte de fecunda imaginação
Nutrindo a alquimia
Da fantasia e da emoção
Compondo lírica poesia...
Ao coração
O seu amor me disse que é passado
O meu amor no seu tornou-se calado
Tudo foi errado...
Deixa pra lá!
Amor com saudade
Nas reticências da vida perdi o meu amor
No evo. Privando nossa convivência a dois
Agora são caminhos difíceis de transpor
De lembranças. Que as deixo para depois
Se as procurei nas esquinas todas do destino
Foi pela urgência de querer sair da saudade
E assim, me vi em um oriundo peregrino
De olhar a olhar, em uma cabula eternidade
Quando na verdade só queria o seu sorriso
Gravados no seu desvelo, no seu carinho
Pois os meus foram seus, os seus ainda preciso
Neles pude aninhar, e agora privado, sozinho
E como lhe dar com está tão inopina nostalgia
Que me invade e me arrasta para um cantinho
Da dilação. Difícil é essa travessia...
Quando estiveres lendo este poema
Na rima o meu doce amor pressinta
Composto de apaixonado teorema
Não fale nada. Leia. Somente sinta
À DISTÂNCIA
De longe vela meu amor
Engavetado no peito a soluçar
Que zela avidez e esplendor
Na tua nova via para triunfar
Se a tua ternura me fascinou
A solidão escreve tua ausência
Longe ou perto assim eu vou
Na recordação de tua existência
Nesta aquarela de sentimentos
Pincela admiração e importância
Num adeus que chora tormentos
Deste afeto que é só consonância
Aqui há quem de ti terá escassez
Na distância desenhada pelo fado
Se sentires lamentos em total nudez
De amor, és minha saudade ao teu lado
(Suspirando lágrimas de mais um talvez...)
Lágrima vertida
versejava,
quando uma lágrima caiu
na poesia que eu forjava
o meu poetar quem sentiu
e viu,
que era o amor que chorava
de uma saudade que partiu...
Maio, 08, 2016
Cerrado goiano
Sou um incorrigível romântico
A poesia é a lira do meu coração
Com ela alinhavo um cântico
Para embalar-te na emoção
Da rima de verso semântico
Desbravada da iluminação
Ensaios
Nos ensaios de ausentar-me de ti
O meu poetar só falou desta dor
Chorou nas rimas e assim escrevi
Poemas que só falam deste amor
É amor que se compara com flor
Não se esquece do teu perfume
Uma vez cheirado vira o teu odor
Aromatizando a paixão em lume
Às vezes no silêncio eu te ouço
Então aí vejo como é difícil lutar
Pra que eu saia deste calabouço
Olho o retrato, lembro o teu sabor
E a saudade de te me põe louco
Adoçados nestes versos de amor
Luciano Spagnol
20 de maio, 2016
Cerrado goiano
Quando eu for no meu fim
Sentiram saudade de mim:
o cerrado, o Joca, o jardim
Bagatelas
Nem dou trelas
Velarei sem velas
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Maio, 2016
Sorte
Nos sulcados do cerrado
Deslizam linhas do meu fado
Enrugadas, ressequidas
Nos devaneios perdidas
E de tão solitários dias
Mastigando os fardos,
em poesias.
São trilhas tão plangentes
De passos tão descrentes.
E desde então, caminho
Poetando, descalço e sozinho...
Luciano Spagnol
23/05/2016, 22'46"
Cerrado goiano
Até depois se Deus assim permitir
Eu vou, pois lá é o meu lugar
Oh, cerrado! Devo ir
Te gosto mas pra beira mar vou voltar
O fado é quem determinou
Despeço de ti com gratidão
Se vim agora vou
Pois o meu poetar aqui sente solidão
Pode até ser
Que vá saber
Do teu amor
O dia que for
Que foi impar
No meu amar
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
Não desdiga o meu afeto de predileção
Pois no meu amor só se tem um aclamo
E é singular a minha poesia ao coração
Cada rima, garbosa, só há um eu te amo
E na constância dos versos, una inspiração.
Luciano Spagnol
Final de maio, 2016
Cerrado goiano
E.mail
Escrevo-te este e.mail simples, amor meu
Porque hoje acordei com saudades tuas
Nas entrelinhas um pouco do poeta plebeu
E muito de minha alma em versos ingênuos
Para dizer-te de emoção
Cantar-te o quão forte continuas
Na minha vida, no meu coração
Que queria ouvir de ti novamente:
-meu bem
Mesmo que por ligação
Pois você é amor que detém
Que domina a razão
Só você faz o meu poetar ir além
Portanto seja novamente parte desta canção.
Assinado, este que do teu amor é refém.
Soneto do meu eu
Em busca do meu eu, muito errei
Noite a dentro, adentrava em prece
Tolo fui eu, pois a vida acontece
E por muito querer, muito eu andei
Neste dilema o silêncio foi solitário
Achei areia e cascalho sob os pés
E nas procuras tive prazer e revés
Mas sempre nostálgico no itinerário
Fechei os olhos, e ao amor poetei
Pois a poesia tornou-me alicerce
E nos vários temores me encontrei
Tive fala de saudade no meu diário
A cada por do sol tentei ir através
Mas fui operário no meu eu arbitrário
Luciano Spagnol
01/06/2016, 03'16"
Cerrado goiano
Encantamento
O tempo cá no cerrado
me fez um bom aprendizado
tudo veloz passava
no meu eu versado
assim, pude apreciar onde estava
e na saudade fui encantado.
E eu nem imaginava...
Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
SONETO AFETIVO
O meu amor é para que seja amado
Gentil, e na composição seja ditoso
Tanto quanto na vida tão precioso
E nos sentimentos oferta e agrado
A nós mortais nunca seja enganoso
Torne ao olhar um prazer dourado
O abraço no abraço bem enlaçado
E aos carinhos suave verso mimoso
Vinde amor, sempre, fruto consagrado
Que seja na alma zéfiro bem gostoso
Airando os lábios com uivo adornado
Ah, amor meu, ser amado é saudoso
Se se os delírios ao outro é alcançado
E derramado da emoção licor vigoroso
Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
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