Dupla Personalidade
As vezes sou insegura , as vezes segura demais
Sou durona porém muito chorona
Sensível e fofa , mas não deixe esse meu jeito te enganar
Sou vingativa e manipuladora
Indecisa nem se fale as vezes quero depois não quero mais , quero de novo
Mil emoções em um segundo.
Amo depois odeio
Faço as coisas depois me arrependo
Bipolaridade é meu nome
As vezes to muito feliz ,
Um segundo depois to triste ,
Depois to com raiva
Isso tudo em um dia só
Não gosto de barraco, mas to sempre causando confusão
Palavras que me descreve : complicada , bipolar e imprevisível .
Pra me entender só se eu deixar .
O meu lado sombrio
Não sei exatamente como e quando, mas, a partir de um determinado momento ele resolveu aparecer, dar as caras... O meu monstro despertou, o passageiro sombrio, aquele que tomou conta da metade de mim.
Lembro vagamente de quando ele ainda não existia, ou ficava apenas esquecido em meio aos momentos de alegria, dos momentos de paz, mas, não sei certamente se são verdadeiras essas lembranças ou se é apenas mais uma criação de minha mente.
Vejo obstáculos em minha vida que são difíceis de vencer, juntamente com os obstáculos da sociedade que sou incapaz de superar. Armadilhas criadas para me auto sabotar. Acredito que isso desperta esse lado sombrio (que talvez seja uma defesa), esse ser que vive nas sombras e que parece sempre estar desejando o proibido, o oculto. Alimentando-se de doses cavalares de adrenalina, impulsividade e medo. Sempre me mostrando o tempo, como numa ampulheta onde a areia cai desenfreadamente. Penso continuamente em derrubar a ampulheta, pois quando se quebrar, não verei mais a areia cair e estarei finalmente, livre....
Essa metade de mim, aos poucos vai deixando de ser metade para se tornar inteiro. Nesse momento, o mundo vai conhecendo o monstro, o meu monstro. Daí tenho que lutar muito contra ele (E LUTO, EU JURO... POR FAVOR ACREDITEM) para que não vença e se torne inteiro, pois acredito que não haverá mais volta. É muito desgastante e fico exausto, embora talvez eu ainda esteja com um sorriso no rosto.
Não acredito muito mais nos antigos moldes, modelos e percursos para nada.Tudo e todos que por teimosia permaneceram vivos se reinventaram dentro de si mesmo. A renovação e a reafirmação existencial da vida, das sociedades e do individuo gerou uma mutação involuntária dos valores, das cores, dos sabores e dos sentimentos. A sexualidade fica ambígua homens femininos e mulheres masculinas quase na unidade limítrofe da androginia. O Deus da morte reassume seu papel diante da ancestral equivocada manipulação das igrejas como o Senhor da vida em nome da abundancia. O amor fica amargo, covarde, salgado de endorfina, egoísta exclusivista , viciante, torpe e dolorido. Precisa de cada vez mais coragem e loucura para verdadeiramente, simplesmente, se soltar sem direção certa e garantia de sobrevivência no infinito mar, amar. Tudo não passa de uma moeda de troca disfarçadas para interesse de poucos nas modernas sociedades.O Holos aproxima se do inteiro mas bloqueia e marginaliza todas as impurezas das docilidades, palavras com rima, poesias e fragilidades da alma em busca dos sonhos pouco práticos, perdidos, sem matemáticos objetivos, mágicos da alma e artísticos sem sentido.O concretismo, o geométrico e o abstracionismo vence pela perda da capacidade do conhecimento das anatomias dos vivos e a imperícia do desenho. A aglomeração das cores vencem as formas dentro de uma visão cada vez mais plana e bipolar observada amplamente por quantificações de megapixels por olhos digitais quadrados. A invenção da roda, a esfera, a rotação, a lei do retorno do colher do que plantou, foi abandonado e ultrapassado pelo que se quer, agora e o que é neste exato momento de existência e preferencia, sem depois.
Um caos baseado em uma antítese. Quente, frio. Coragem, medo. A cada dia que acordava viva mais morta se sentia. Sentada no chão do chuveiro, sentindo a água gélida queimar contra toda a extensão de seu corpo frágil, apenas queria paralisar o sangue que corria fervente em suas veias. As lágrimas invadiram seus olhos junto com uma queimação nas bochechas. Quanto mais seus olhos vazavam, mais vazia ela se sentia, como se estivesse pondo para fora tudo o que a fazia completa, toda a sua essência. Chorou. Chorou até seus olhos incharem e seu rosto todo ficar vermelho, até suas cavidades nasais entupirem, não mais deixando o ar passar. Então ela sorriu. Era isso o que queria, não era? Mesmo que por um segundo, ela apenas queria parar de respirar.
Eu estou perdida entre versões de mim.
Irreais.
Um dia fria, o outro louca.
Quem garante que eu só mudo de roupa?
De pessoas.
Fragmentos perdidos no caminho.
Mudo de cara,
mudo alma,
mudo de mim,
mudo a minha calma.
Um dia você me conhece sim e o outro não.
Quem sou eu?
Essa é a questão.
Aquele pedaço escuro de mim.
Guardado na caixa da superação.
Perdida entre personalidades,
eu vivo assim.
Uma eterna batalha de eu contra mim.
Avistei a versão Sorriso Frouxo,
aquela despretensiosa.
Que, por vezes, emudece em mim.
Encarei a versão Autenticidade,
aquela espontaneidade, naturalidade.
Que, por vezes, foge de mim.
Trombei na versão Coragem,
aquela destemida, determinada.
Que, por vezes, suprime em mim.
Topei com a versão Silêncio,
aquela da reflexão.
Que, por vezes, exila em mim.
Esbarrei na versão Gratidão,
aquela do reconhecimento.
Que, por vezes, desbota em mim.
Tropiquei na versão Solidária,
aquela da empatia.
Que, por vezes, cala em mim.
Disparei na versão Criança,
Aquela ingênua, inexperiente.
Que, por vezes, esquece de mim.
Tropecei na versão Jovem,
aquela dos sonhos, descobertas.
Que, por vezes, machuca em mim.
Travei na versão Adulta,
aquela da responsabilidade e escolhas.
Que, por vezes, penaliza em mim.
Colidi com a versão Espiritualizada,
aquela da harmonia, da fé.
Que, por vezes, apaga em mim.
Encontrei a versão Amor,
Aquela que acolhe, perdoa.
Que, por vezes, mascara em mim.
Versões que se completam.
Algumas já não cabem remendos.
Outras são necessárias carregar.
E tem as que requerem leitura.
Versões lapidadas pelo tempo.
Vinculadas nas lembranças.
Equilibradas na essência.
Amo o pensamento de Friedrich Nietzsche quanto sua opinião sobre a existência. O filósofo (dizem ser bipolar) não acreditava que éramos alguma coisa, mas que estávamos em constante transformação. O verbo ser então não cabia para designar a existência, não somos bonitos ou feios, tristes ou felizes, doentes ou saudáveis, apenas estamos de algum jeito em relação a um determinado momento.
Dilema de um autossabotador:
"A melhor forma que encontro para preencher um vazio é ocupando ele com outro buraco"
A mesma esquisitice de sempre:
Alegre, porém melancólica,
Triste, mas feliz.
Mistério exacerbado de sentimentos,
Sentidos turvos,
Uma tempestade de paradoxos.
Sou o patinho feio do mundo,
O mais bonito do qual já se ouviu falar,
Audaciosa,modesta.
Escrevo isto sem rir!
Conto piadas que não me afetam,
Mas fazem surtar quem as escuta.
Talvez psicopata,
Amante da luz boa —
A que cala o mal,
Abraça o bem
E retém a escuridão para si.
Fumada, bebida e comida —
Eu sou tudo e nada!
Só estouro com moderação
E pondero com demasias.
Gosto dos ruídos produzidos pelos flagelos do coração.
"A esquizofrenia não me limita, é só um desafio a mais pra alcançar os objetivos Mariah (Equilibrarte)
"Esquizofrenia, não sei bem o que é, mas me parece ser como a vida, cheia de ondas altas e baixas em um mundo particular. Há que se adaptar" Norma (Equilibrarte)
Sentada na janela, em meio a fumaça que solta de seus pulmões, algo nada saudável pra uma garota tão jovem, ela olha pro céu e vê um infinito de possibilidades, naquele momento suas feridas parecem curadas, mas é mera ilusão, lá no fundo de sua alma ainda existem dores.
Mas ela está anestesiada pela onda de emoções que percorrem o seu corpo, ela descobriu um mundo igual ao seu, ela não é a única a vivenciar experiências tão incomuns. Ela sente vontade de gritar o seu silêncio, ela sente o vento batendo em seus cabelos crespos e quentes como o sol, ela corre na busca incessante de uma felicidade que não sabe se existe, seu peito queima e ela encontra coragem em meio a covardia da dor que transcende do seu passado, ela dança com os braços pra cima, eufórica como em uma balada ensurdecedora, mas ela está ali sozinha, não há uma multidão em sua volta e mesmo assim ela se sente completa, que feitiço é esse que pairou sobre ela ? Não se sabe, o que se tem convicção mesmo é que ela está aprendendo a mudar e lidar com seus demônios. Aah menina, você fica tão mais linda com toda essa confiança. Se soubesse o poder que tem, jamais teria chorado tanto.
