Dever de Sonhar

Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, nem querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espetáculo que posso. Assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, palco falso, cenário antigo, sonho criado entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis.

Só engrandecemos o nosso direito à vida cumprindo o nosso dever de cidadãos do mundo.

O dever é uma coisa muito pessoal; decorre da necessidade de se entrar em ação, e não da necessidade de insistir com os outros para que façam qualquer coisa.

O orgulho não quer dever e o amor-próprio não quer pagar.

A liberdade é o direito de fazer o próprio dever.

Um ser humano só cumpre o seu dever quando tenta aperfeiçoar os dotes que a natureza lhe deu.

Por vezes é penoso cumprir o dever, mas nunca é tão penoso como não cumpri-lo.

Comandar não significa dominar, mas cumprir um dever.

O dever: gostar daquilo que prescrevemos a nós próprios.

Nenhum homem tem o dever de ser rico ou grande ou sábio: mas todos têm o dever de serem honrados.

Quando a paixão nos domina esquecemos o dever.

Quando um estúpido faz algo de que se envergonha, diz sempre que esse é o seu dever.

Apenas há um dever, o de sermos felizes.

Em épocas de grande agitação, o dever do intelectual é manter-se calado, pois nessas ocasiões é preciso mentir e o intelectual não tem esse direito.

Qual é o primeiro dever do homem? A resposta é breve: ser ele próprio.

Dever-se-ia pensar mais em fazer o bem do que em estar bem: e assim também se acabaria por estar melhor.

O dever é aquilo que exigimos dos outros.

O meu sonho é dever muito, não ter nada e, o resto, deixar para os pobres.

O primeiro dever do historiador é não trair a verdade, não calar a verdade, não ser suspeito de parcialidades ou rancores.

Todas as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas numa só palavra: liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança.