Despedida de uma Pessoa Querida

A razão prevalece na velhice porque as paixões também envelhecem.

O erro máximo dos filósofos foi pretender sempre que os povos filosofassem.

A dissimulação algumas vezes denota prudência, mas ordinariamente fraqueza.

A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.

Um homem que acaba de arranjar um emprego já não faz uso do espírito e da razão para regrar a sua conduta e as suas atitudes perante os outros: toma de empréstimo a regra do seu posto e da sua situação; donde o esquecimento, a altivez, a arrogância, a dureza e a ingratidão.

Desprezos há, e de pessoas tais, que honram muito os desprezados.

Se a pobreza é a mãe dos crimes, a falta de espírito é o seu pai.

A memória dos velhos é menos pronta, porque o seu arquivo é muito extenso.

As crenças religiosas fixam as opiniões dos homens, as teorias filosóficas perturbam-nas e confundem.

Podemos estrangular os clamores, mas como vingarmo-nos do silêncio?.

O nascer não se escolhe e não é culpa nascer do ruim, e sim imitá-lo; e é culpa maior nascer do bom e não imitá-lo.

Quem está ausente, teme e tem todos os males.

Os erros de uns são lições para outros; estes acertam porque aqueles erraram.

Nunca melhora o seu estado quem muda só de lugar mas não de vida e hábitos.

Nas mulheres, a resolução é difícil, a execução é fácil.

Há grandeza mais verdadeira numa boa ação do que num bom poema ou numa grande vitória.

O medo faz mais tiranos que a ambição.

Tememos a velhice, à qual não temos a certeza de poder chegar.

Ser-se livre não é nada fazer, é ser-se o único árbitro daquilo que se faz ou daquilo que se não faz.

O homem de palavra é aquele que menos fala.