Despedida de um Namorado q Faleceu

O pessimista é um otimista com experiência.

Quantos mais motivos de interesse um homem tem, mais ocasiões tem também de ser feliz e menos está à mercê do destino, pois se perder um pode recorrer logo a outro.

A amizade é um navio suficientemente grande para levar duas pessoas com tempo bom, mas apenas uma com tempo mau.

É mais fácil para a imaginação compor um inferno com a dor que um paraíso com o prazer.

Quando a ordem é injusta, a desordem é já um princípio de justiça.

Num voo de pombas brancas, um corvo negro junta-lhe um acréscimo de beleza que a candura de um cisne não traria.

A esperança é um empréstimo que se pede à felicidade.

Erudição é a poeira sacudida de um livro para dentro de um crânio vazio.

Um livro é um grande cemitério onde, sobre a maioria dos túmulos, não se podem mais ler os nomes apagados.

É assim que o mundo termina,
não com um estrondo, mas com uma choradeira.

O homem corrupto é um indivíduo fraco que perdeu as qualidades do homem equilibrado e justo.

Sei que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
Que não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.

Donde pode nascer o amor? Talvez de uma súbita falha do universo, talvez de um erro, nunca de um ato de vontade.

Amar é ver-se como um outro ser nos vê, é estar apaixonado pela nossa imagem deformada e sublimada.

Há um meio de se conseguir e de se ficar sendo por muito tempo mulher em evidência. Esse meio sempre surtiu efeito: é ser ajuizada com má reputação.

O orgulho é como um íman apontado constantemente para um objecto; a personalidade; porém, ao contrário do íman - ela não possui polo atractivo - repele em todas as direcções.

Um beijo legítimo nunca vale tanto como um beijo furtado.

Uma das funções principais de um amigo consiste em sofrer, sob uma forma mais doce e simbólica, os castigos que desejaríamos e não podemos infligir aos nossos inimigos.

A melhor maneira de responder a um mau argumento é deixá-lo continuar.

Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incumum isso na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é estúpida. O leitor que julgue. Acho que quem ofende os outros é o jornalismo em cima do muro, que não quer contestar coisa alguma. Meu tom às vezes é sarcástico. Pode ser desagradável. Mas é, insisto, uma forma de respeito, ou, até, se quiserem, a irritação do amante rejeitado.