Mensagens de despedida para alunos que deixam saudade
Play na semana do "pega pa capá estudantil". Que é aquela semana em que os alunos ficam eufóricos, pegando conteúdo de prova com os coleguinhas, fazendo resumos, dividindo em tópicos, não come, não dorme, se rasga, lembra que Deus existe e canta "Boa Sorte" de Vanessa da Mata chorando feito o ex governador Garotinho.
Na escola, quem ensina não tem o respeito e a referência dos alunos, mas o punidor. Atitude esta do coordenador e aquela do professor.
Com a mesma facilidade que a escola passa os alunos sem mérito, os pais inteligentes os tiram de lá.
Quando os alunos colam nas provas, é porque os valores das notas do sistema escolar tem mais valor do que o que os estudantes estão aprendendo.
''O que os educadores não sabem é que muitos dos alunos continuam querendo uma ultrapassagem cultural de seu mundo e não apenas uma pequena melhoria econômica. Fui um desses pardais que sonhavam com alturas e não com migalhas caídas no chão. E o lugar onde pude exercer esse projeto foi na biblioteca pública. Nela, não havia conteúdos predefinidos, nem o desejo de me moldar.
( ... ) Podia eleger o tipo de leitura, e fiz isso sem nenhum método, porque a biblioteca me permitia ser sujeito de minhas escolhas, mesmo que elas recaíssem sobre livros de autores errados. Nunca me senti tão independente como dentro de uma biblioteca pública, percorrendo ao acaso prateleiras e descobrindo livros sobre os quais não tinha nenhuma informação. Se o saber escolar chegava formatado (refletindo preconceitos didáticos), a biblioteca era o espaço livre e não solicitante. Muitas vezes, eu apenas caminhava entre os livros, vendo capas e deixando passar o tempo.''
Temos péssimos alunos ou não somos bons professores? Se vamos colocar em questão a qualidade de nossos alunos, que não nos esqueçamos de refletir sobre a nossa qualidade.
Meus alunos, não me tenham como ameaça, este momento era o que eu chamava de meu futuro, meu ponto final, portanto é o seu presente. Pois também, não os tenho como ameaça, porque quando forem alguém na vida (se forem), eu já não serei mais nada ( se é que fui alguma coisa na vida).
Os alunos tolos devem ser envergonhados, eles não sabem ouvir, querem falar, imitando os Octo-processadores sem ter um banco de dados sortido à disposição.
Fico impressionado como alunos de 8º ano não se intimidam diante do professor academicamente superior. Não se pode dar-lhes uma aula expositiva sequer, eles falam demais, interrompendo a todo instante para mostrar que sabem mais, e não precisam de nada: Aliás só de nota.
Há dentro de minhas classes de língua portuguesa alunos que não assistiram a nenhuma aula e conseguiram atrapalhar todos os dias. Pagará por isso quem os mantém ali. Enquanto isso não acontecer, eles estão se mantando: tragédia escolar.
Os alunos me perguntam todos os dias: — por que o senhor veio hoje? Na sala dos professores, os colegas ficam torcendo pela falta de um, todos querendo sair mais cedo. Adoecer ou morrer não importa se dá folga para outros.
Professor burro tolhe o êxito dos alunos, com vetos vãos, atrasando seu próprio sucesso. O sucesso do aluno também é nosso.
Os Alunos modernos nem sabem que curso querem fazer na faculdade, é o que a nota do Enem lhes permitir.
Ora, se os alunos sabem que serão aprovados automaticamente, ou melhor, no grito, vão se importar com mais uma tarefa no quadro, valendo pontinhos.
Observei também que no quarto bimestre aumentam as denúncias de pais e alunos sobre os professores com as acusações mais banais, mexem até na família do professor. É uma competição desleal. Todos querem a aprovação deles.
No início do ano, os professores reafirmam o voto:—"vamos aprovar só os alunos dedicados e estudiosos, sejamos rígidos, nossa escola é séria!" Mas no conselho de classe do terceiro e quarto bimestres, se não atingiu o índice de aprovação, já se resolve tudo no jeitinho brasileiro.
Somos os supostos ladrões de nota de alunos ruins, eles nos acusam! E como os "moinhos de vento" espadados, continuamos lá, fazendo nosso antitrabalho, rasgados; despedaçados: Até quando?