Desenvolvimento Urbano
Carta de Agosto - Carta ao infinito
Agosto vem com o gosto do infinito...
Infinito...Feito os sonhos...
Sonhos...De novas lutas...
Lutas...E novas vitorias...
Vitorias...Com os pés na realidade...
Realidade...Em ter liberdade...
Liberdade...É acreditar na esperança...
Esperança...E fé na vida...
Vida...É olhar o infinito...
"Infinito é lembrar teu olhar...
Olhando o infinito nos meus olhos..."
Saudade II
Saudade esta contido na perda... Quem não sente saudade de alguém que já se foi...
Esta cravada na poesia...Quantos poetas já escreveram movidos pela saudade... "Eu sou um deles..."
Também esta na música...Em todas as notas musicais... Pois, pessoas são como a música...
Na falta de alguém...A falta de um olhar... Do cheiro... Do sabor de uma boca...
Na distância...Que separam dois corações...
Saudade esta no amor...Fechar os olhos... E assim imaginar o desenho daquela boca... Que deixou saudade dos beijos perdidos que nunca foram dados...
Saudade é isto...
Um sentimento...
Mostra que você...
Esta vivo...
A Flor da Meia-noite
Na calada da noite...
Ela floresce...
Tímida se esconde dos olhares alheios...
Na calada da Noite...
Ela seduz pelo seu perfume...
Na calada da noite...
Ela hipnotiza pela sua beleza única...
Na calada da noite...
Floresce a Flor da meia-noite...
Na calada da noite...
Ela rouba o branco da Lua...
Timidez...
Sedução...
Leveza...
Um furto delicioso para os olhos poéticos...
Na calada da noite...
O meu coração sente a tua falta...
Na calada da noite...
Você me tortura em um sonho...
Onde posso sentir o teu beijo...
Tocar a tua face...
Mas, ao raiar do Sol...
Vejo que era apenas um sonho...
E volto a realidade...
Das minhas linhas tristes e sem brilho...
Na calada da noite...
Sinto você... Sempre depois da meia-noite...
Igual a esta flor...
Que tímida... Só floresce...
No silêncio e na escuridão...
Na calada da noite...
A flor se abre para a vida...
E eu sonho com você...
Liberdade II
Ler... Para... Aprender, conseguir, realizar, obter, ser, receber, conhecer, sonhar, libertar...
Insistir... Para... Conseguir, realizar, obter, ser, receber, conhecer, sonhar, libertar...
Brigar... Para... Realizar, obter, ser, receber, conhecer, sonhar, libertar...
Estudar... Para... Obter, ser, receber, conhecer, sonhar, libertar...
Respeitar... Para... Ser, receber, conhecer, sonhar, libertar...
Doar... Para... Receber, conhecer, sonhar, libertar...
Amar... Para... Conhecer, sonhar, libertar...
Dormir... Para... Sonhar, libertar...
Esperança... Para... Libertar...E Ter liberdade...
O Amor - 6° Ato - A Solidão
A solidão é necessária...
Quando não se tem o coração liberto...
Não é apenas uma relação de estar só porque quer...
É estar só por necessidade...
Quando no interior de um coração existe alguém...
Fica impossível olhar outros olhos...
Beijar outras bocas...
Seria indigno a este poeta... Indigno a este homem...
Jurar um sentimento que não posso dar...
Prefiro a solidão...
Do que magoar um coração alheio...
Alheio a minha história...
Alheio ao meu caminhar...
O Amor - 7º Ato - Os Expert's
Ah... Como o mundo está infestado de expert's no amor...
Que vivem a rotular o amor com frase piegas...
Mas...
Não passam de criaturas tristes e amargas...
Desistiram do amor... E com isso perderam o brilho...
Não sabem o real e verdadeiro significado desta bendita palavra...
Divirto-me com os expert's... E suas fórmulas mirabolantes...
São geniais...Verdadeiros milagres... "Amor é atitude, Amor é iniciativa, Amor é pegada, blá blá blá, blá blá blá..."
Um apelo poético aos expert's...
Deitem seus escudos... Adocem seus paladares...
Saiam dos casulos protetores... Vivam...
Sintam o perfume das rosas...
O cantar dos pássaros... O sorriso puro das crianças...
A alegria contida nos olhos de nossos mais puros amigos...
Já passei por todas essas fases... E garanto a vocês...
Que no final... Deste jogo que chamamos de vida...
Vocês irão entender a real plenitude deste sentimento que chamamos de... Amor...
Aí sim... Você entenderá... Que neste quesito...
Que chamamos de vida...
Seremos eternamente...
Aprendiz... (Ou aprendizes)
A Bailarina
Lá esta ela...Linda e bela...
A bailarina...
Que encanta...Ao bailar feito fada...
Que Encanta... Com a sua beleza... Escondida na escuridão...
Encanta pela leveza...Ao brincar na solidão...
Lá está ela...A bailarina bela...
Que linda encanta...
E baila só... Em meio a escuridão...
Lá está ela... A bela bailarina...
Poema sem Nome
Um homem que não sonha...É mais um... Em meio a muitos...
Um amor quando é único... Vira sonho...transforma-se em poesia...
Um poeta que não sonha...Deixa de ser poeta...
E passa a ser um pobre e triste mortal... Desencantado por não sonhar...
Passa a não olhar o céu... Perde o encanto pelas estrelas...
Passa a caminhar só... Sem rumo... Em meio a escuridão das noites sem estrelas...
Das noites sem o brilho e o encanto da Lua...
Lua dos sonhos... Das poesias... Que diferenciam este poeta no meio de muitos...
Poemas que não permitem a este homem... Desencantar de seus sonhos...
E mantém ele imortal em meio ao mundo mortal e caótico...
É difícil falar de amor, em meio a tantos desamores
É difícil reconhecer o amor, em meio a tantos olhos perdidos
É difícil receber amor, de quem não sabe o que ele é...
Da dor se faz poesia
E da poesia se faz a canção
E da canção se faz alegria
E da alegria se faz o viver...
Para a linda moça de Sevilha
Ei!!!
Linda moça de Sevilha
Cadê o sorriso?
Cadê seus lindos poemas.
Você com cara de zangada encanta
Mas sorridente faz este pobre poeta sorrir.
Além Umbigo
Quando aprendemos que:
O Sol não gira em torno da Terra...
É a Terra e seus irmãos que giram ao entorno dele...
Quando aprendemos que:
Possuímos cinco dedos em cada mão...
E cada um deles, são diferentes e tem suas utilidades exclusivas e únicas...
Passamos a entender o que chamamos de sociedade e suas diferenças...
Quando aprendemos que:
O dia possui 24 horas e você, querendo ou não, terá que encaixar sua vida nessas 24 horas...
Terá que encaixar o acordar, sorrir, chorar, ficar com raiva, etc, etc... Cada qual em seu momento...
Ninguém é só sorriso... Ninguém é só raiva ou só choro...
Passamos a entender que tudo é ao seu tempo... Tudo tem o momento exato de acontecer e ser...
Quando aprendemos que:
O termo boca fechada é o melhor do que uma boca cheia de mosquitos...
Passamos a entender que o universo é além...
Além de nossos umbigos... Além de nossas vontades...
Além de tudo que lutamos e desejamos...
Quando aprendemos que:
Somos pequeninos em relação á Terra... A Terra é pequenina em relação ao Sol... E o Sol é pequenino em relação ao universo ao todo...
Aprendemos que:
"Para Viver... É preciso saber Viver"
Sacra constituição
Cravei com Deus
Umas novas leis
Pros meus sonhos
Ai ele me deixa sonhar,
Do jeito certo
Funciona assim
Eu sou só pele
E pra flutuar
O que tenho por dentro
É o que pensam almas notívagas
Delas me vem um tanto de malícia
Que atravessa e respinga paixão
Ai vou longe sobre o urbano e o rural
E nada de sentir dentes caindo
Ou o susto de cair de um arranha-céu no colchão
Assim furto de todo o resto pra ir te visitando!
Gosto de levantar bem cedo para caminhar, pois assim nunca me esquecerei de como a cidade fica calma ao amanhecer.
Postes Laranja
Avenida barulhenta
Se cala na sarjeta
Postes Laranja
Na beira da falência
Gasolina fedorenta
Poluição da grande empresa
Postes Laranja
Ignoram sua presença
Cidades isoladas
Vidas isoladas
Postes Laranja
Invadem nossa mata
Progresso é o que se diz
E escreve com um giz
Postes Laranja
Se espalham como chafariz
Está ficando estrelado
Está ficando clareado
Postes Laranja
Apagam o estrelato
Eu preciso ficar calmo
Fugir do urbano no marasmo
Postes Laranja
Me perseguem por todo lado
Postes Laranja
Postes Laranja
Postes Laranja
Postes Laranja
Por onde eu vou não tem mais vermelho
Verde, azul, amarelo
Roxo, branco, preto,
Cinza, marrom ou caramelo
Tudo o que vejo na distância
São apenas Postes Laranja
“Não é apenas o DNA de seus ancestrais que estão em você, a coragem, alegria e dor também estão. Quando você desisti de lutar, você desonra seu povo que morreu lutando.”
<<A Lenda do Chapelão>>
Pelas duras estradas de terra do bairro Copacabana do passado, tocando sua boiada em meio à solidão de tais caminhos seguia firme o arauto, desbravando a mata virgem para dar de comer ao seu gado, pisando o barro da estrada encharcada para por o que de comer sobre a mesa de sua própria casa, enquanto caminhava descobrindo e ou construindo novos caminhos por onde seguir... “Ôh Marruh”! “Bora Sergipe”! “Boi bandido”.
Seguia pelos caminhos, sozinho, com a força típica dos homens valentes do campo, que tocam as boiadas no comando firme de suas vozes imperativas, e que apesar da doçura e mansidão de gente que de tão sofrida tem a paz estampada no olhar, seguia em frente fazendo a sua própria história fazendo a infância da gente ser grande, gostosa de ser vivida de ser lembrada. Fazendo a infância das gentes, todas, terem aquele gostinho de terra pequena, fazendo-nos todos, nostalgicamente, lembrarmo-nos da roça ou vivenciar uma experiência aproximada com o que há de ser de fato a vida no campo, mesmo para aqueles que nasceram e cresceram nas cidades já imensas e cheias de todo tipo de confusão e que jamais pisou o pé no mato de uma roça qualquer. Lembrança de quando tudo o que se tinha por aqui era ainda o que estava por ser conquistado e do mato rude que perfazia todos os caminhos fazendo capoeira para as brincadeiras das crianças à época.
Quando passava a boiada assombrada pela ligeireza do chicote do vaqueiro hábil torneando o seguir dos bois, ditando o ritmo do caminhar (tanto do gado quanto das pessoas a observar o movimento) agitava-se toda a molecada pelos caminhos de terra vermelha, de barro preto dos brejos encharcados pelas inúmeras minas d’água existentes (hoje extintas), e ou pela argila cintilante das encostas de barrancos que serviam de arquibancada pra fugir das possíveis chifradas dos bois desembestados às vezes. Ao ver aquele mundaréu de boi seguindo no rumo comandado pelo vaqueiro de chapelão de palha ou de feltro marrom na cabeça e estaca de madeira e chicote de couro às mãos e berrante uivando repertório vasto e requintado o mundo pequeno que era o de quem observava, agigantava-se, tornando-os expectadores do evento: - “Bois passando, cuidado”! E por fim, quando já lá longe ia o último boi gritava de cá a criançada animada: Vai com Deus Chapelão! Vai com Deus. E todo mundo tinha um boi preferido dentre os bois do rebanho, só que de tanto medo de ser chifrado, ninguém ousava chegar perto.
Particularmente, lembro-me com muito carinho das “benzeções” e das “rezas” carregadas de fé, que curavam mesmo, qualquer tipo de problema. Certa vez, minha mãe achando-me aguado, levou-me e deixou-me aos cuidados dele. Depois de colher alguns ramos de uma planta qualquer no mato e embeber-lhe em água benzida (benta) saraivaram sobre mim umas duas ou três ramadas, na hora ri, mas doeu de verdade. Depois lavou meu corpo todo na bica que escorria ao pé da mina d’água que corria perto de sua casa, nos arredores da Rua Argentina, com um incômodo banho de leite de cabra, ordenhado naquele exato momento, para tal finalidade. Enquanto minha mãe me espreitava com uma galha lavrada de goiabeira na mão, por medo de eu reagir negativamente me recusando ao tratamento ou por medo de eu tentar fugir por vergonha da azaração dos meus amigos e desconhecidos da mesma idade que aguardavam por ali. No auge da minha ingenuidade infantil achei fantástico tão espetáculo de alegoria irreparável. Apenas fiquei com medo das rezas estranhas e com vergonha das risadas das outras crianças na fila para serem benzidas (bentas) também. Não há de minha época uma criança sequer, fosse da religião que fosse que não tenha vivenciado experiência parecida. Lembro-me até hoje, com nostalgia, de tal procedimento e sinto-me honrado todos os dias por isso. Hoje, me sinto um pouco órfão dessa época e desse tipo de ser humano que aos poucos vai deixando de existir no bairro Copacabana.
>>> OBS: Homenagem ao grande Srº Chapelão, morador do bairro Copacabana, BH, MG. Com toda a minha deferência.
