Desculpas Amor Nao Correspondido
Quero dizer, foi você quem me ensinou o sinônimo de amar e todos os antônimos de odiar: querer, gostar, venerar.
Todos os dias de manhã quando eu acordava com o cabelo mais bagunçado que os sentimentos no meu peito, e você dizia como eu estava linda, tão linda quanto meus olhos naquela tarde de domingo quando me conheceu. Eu sorria, envergonhada. ''está maluco por falta de cafeina.'' Eu disse uma vez, e você com toda graça e maestria recitou pelos próximo vinte segundos uma ideia contra aquela. Sempre foi teimoso demais...como quando estávamos naquela biblioteca uma vez, e teimou em dizer que Fernando Pessoa não era tão bom quanto Carlos Drummond. Me emburrei. Bati o pé e disse o quão insano era por pensar aquilo, todavia sua citação aniquilou o meu argumento em menos de um segundo: Entre a dor e o nada o que você escolhe?
E eu que sempre tive uma resposta na ponta da língua me vi sem ela. O que você escolhe? As palavras rondavam em minha mente, como aquele vinil gasto e velho que costumávamos colocar para tocar.
Seus cabelos estavam caídos para o lado naquele dia, sua barba por fazer, usava o suéter xadrez que eu costumava roubar toda a madrugada, apenas pra sentir o seu perfume amadeirado. Sorri. Suas iris castanhas me observavam com atenção e céus, naquele momento eu soube... eu enfim soube o porque de vir ao mundo chorando, o porque de ter tantas cicatrizes causadas por amores rasos, rasos demais que me causavam dores por mergulhar de cabeça, o porque de ter caminhado por um longo tempo na estrada chamada vida, até um lugar denominado pela geografia de Rio de Janeiro.
Tudo em prol de conhecer você, naquela avenida movimentada e calejada do centro, com comerciantes gritando e pessoas apressadas para os seus trabalhos. Leite e mel pingaram dos meus olhos antes de dizer:
Eu escolho a dor. Se ela tiver o seu nome, sobrenome e endereço.
A vida nunca cansa de nos surpreender. De repente, você se pega sentindo falta de coisas que achou que jamais sentiria um dia. Sente falta daquele amigo enchendo o saco, sente falta da última casa que viveu, da última cidade que passou, da última viagem para a praia que se tornou sua preferida em menos de cinco minutos, sente falta do sorriso escandaloso da sua ex melhor amiga, do livro inacabado encostado na sua cabeceira, do emprego chato que jurou que aquilo não seria permanente, do sentimento de satisfação ao descobrir que a escrita era o seu lugar. No final das coisas, são as pequenas coisas que nos fazem seguir, no final das contas é a sensação de que tudo valeu a pena, de que tudo acontece exatamente quando e porque deve acontecer. É a esperança na humanidade, é a esperança em dias melhores. São os sorrisos das pessoas que você ama, é o abraço apertado deles que você não pode sentir fisicamente mas ao fechar os olhos, é como se estivessem ali. É a sua fé que te faz permanecer de pé enquanto o mundo desaba.
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