Desabafo de um bom Marido

Em certas circunstâncias o silêncio de poucos é culpa ou delito de muitos.

O governo é como toda as coisas deste mundo: para o conservarmos temos de o amar.

Não há coisa mais fácil que vencer os outros homens, nem mais difícil que vencer-nos a nós mesmos.

A ciência dos projectos consiste em prever as dificuldades de execução.

Somos tão responsáveis por amar sempre como o somos por nunca amar.

Quando se envelhece, as irritações transformam-se em tristeza.

Disse algum mal de ti? Não o digas tu dele, quanto mais não seja para que a ele não te assemelhes, imitando-o.

A religião amansa os bravos e alenta os fracos.

O dever dos juízes é fazer justiça; a sua profissão, a de deferi-la. Alguns conhecem o próprio dever e exercem a profissão.

A experiência que não dói pouco aproveita.

Os ricos pretendem não se admirar com nada, e reconhecem, à primeira vista, numa obra bela o defeito que os dispensará da admiração, um sentimento vulgar.

Os abusos, como os dentes, nunca se arrancam sem dores.

A criatividade de uma nação está ligada à capacidade de pensar e teorizar, o que requer uma boa educação e, daí, partir para o inventar e, depois, ir até as últimas consequências no fazer.

Na verdade, o cuidado e a despesa dos nossos pais visam apenas enriquecer as nossas cabeças com ciência; quanto ao juízo e à virtude, as novidades são poucas.

O remorso é no moral o que a dor é no físico da nossa individualidade: advertência de desordens que se devem reparar.

A vaidade de muita ciência é prova de pouco saber.

Censuram-se severamente defeitos à virtude, ao passo que se não poupa indulgência para as qualidades do vício.

A mais útil e honrosa ciência e ocupação da mulher é a ciência dos cuidados domésticos.

O homem que cala e ouve não dissipa o que sabe, e aprende o que ignora.

Os grandes pensamentos vêm do coração.