Dedicatória dos Pais para uma Filha

Cerca de 8227 dedicatoria Dedicatória dos Pais para uma Filha

Gênesis 34

Dina e Siquem

1 Certa vez, Diná, a filha que Lia dera a Jacó, saiu para conhecer as mulheres daquela terra.
2 Si­quém, filho de Hamor, o heveu, gover­nador daquela região, viu-a, agarrou-a e a violentou.
3 Mas o seu cora­ção foi atraído por Diná, filha de Jacó, e ele amou a moça e falou-lhe com ternura.
4 Por isso Siquém foi dizer a Hamor, seu pai: "Consiga-me aquela moça para que seja minha mulher".5 Quando Jacó soube que sua filha Diná tinha sido desonrada, seus filhos estavam no campo, com os rebanhos; por isso esperou cala­do até que ­regressassem.
6 Então Hamor, pai de Siquém, foi conver­sar com Jacó.
7 Quando os filhos de Jacó volta­ram do campo e souberam ­de tudo, ficaram pro­fundamente entristecidos e irados, porque Si­quém tinha cometido um ato vergonhoso em Israel, ao deitar-se com a filha de Jacó - coisa que não se faz.
8 Mas Hamor lhes disse: "Meu filho Si­quém apaixonou-se pela filha de vocês. Por fa­vor, entreguem-na a ele para que seja sua mu­lher.
9 Casem-se entre nós; deem-nos suas fi­lhas e tomem para vocês as nossas.
10 Estabeleçam-se entre nós. A terra está aberta para vocês: habitem-na, façam comércio nela e adquiram propriedades".
11 Então Siquém disse ao pai e aos irmãos de Diná: "Concedam-me este favor, ­e eu lhes darei o que me pedirem.
12 Aumentem quan­to quiserem o preço e o presente pela noiva, e pa­garei o que me pedi­rem. Tão somente me deem a moça por mulher".
13 Os filhos de Jacó, porém, respon­deram com falsidade a Siquém e a seu pai, Hamor, por ter Siquém desonrado Diná, a irmã deles.
14 Dis­seram: "Não podemos fazer isso; jamais entrega­remos nossa irmã a um homem que não seja circuncidado. Seria uma vergonha para nós.
15 Da­remos nosso consentimento a vocês com uma condição: que vocês se tornem como nós, circuncidando todos os do sexo masculino.
16 Só então lhes daremos as nossas filhas e poderemos casar-nos com as suas. Nós nos estabeleceremos entre vocês e seremos um só povo.
17 Mas, se não aceitarem circuncidar-se, tomaremos nossa irmã e partire­mos".
18 A proposta deles pareceu boa a Hamor e a seu filho Si­quém.
19 O jovem, que era o mais respeitado de todos os da casa de seu pai, não demorou em cumprir o que pediram, porque realmente gostava da filha de Jacó.
20 Assim Hamor e seu filho Siquém dirigiram-se à porta da cidade para conversar com os seus concidadãos. E disseram:
21 "Esses homens são de paz. Permitam que eles habitem em nossa terra e façam comércio entre nós; a terra tem bastante lugar para eles. Poderemos casar com as suas filhas, e eles com as nossas.
22 Mas eles só consentirão em viver conosco co­mo um só povo sob a condi­ção de que todos os nossos homens sejam circuncidados, como eles.
23 Lembrem-se de que os seus rebanhos, os seus bens e todos os seus outros animais passarão a ser nossos. Aceitemos então a condição para que se estabeleçam em nosso meio".
24 Todos os que saíram para reunir-se à porta da cidade concordaram com Hamor e com seu filho Siquém, e todos os homens e meninos da cidade foram circuncidados.
25 Três dias depois, quando ainda sofriam do­res, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, pegaram suas espadas e atacaram a cidade despreven­ida, matando todos os ho­mens.
26 Mataram ao fio da espada Hamor e seu filho Siquém, tiraram Diná da casa de Siquém e parti­ram.
27 Vieram então os outros filhos de Jacó e, passando pelos corpos, saquearam a cidade onde sua irmã tinha sido deson­rada.
28 Apoderaram-se das ovelhas, dos bois e dos jumentos, e de tudo o que havia na cidade e no campo.
29 Le­varam as mulhe­res e as cri­anças, e saquearam todos os bens e tudo o que havia nas casas.
30 Então Jacó disse a Simeão e a Levi: "Vo­cês me puseram em grandes apuros, atrain­do sobre mim o ódio dos cananeus e dos fere­zeus, habitantes desta terra. Somos poucos, e, se eles juntarem suas forças e nos atacarem, eu e a minha família seremos des­truídos".
31 Mas eles responderam: "Está certo ele tratar nossa irmã como uma prostituta?"

A higiene é filha de podridões seculares.

Machado de Assis
Quincas Borba (1891).

Paixão é ruína, minha filha!

Bom dia, flor do dia, mas deve haver modos menos agourentos de se despertar que com uma filha choramingando à cabeceira. E pelo visto, mais uma vez você veio sem os meus cigarros, que dirá os charutos. Que é proibido fumar aqui dentro eu sei, mas dá-se um jeito, também não estou lhe pedindo para entrar no hospital com cocaína.

As amoras

O meu país sabe às amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

Eugénio de Andrade
O Outro Nome da Terra

Todo o país escravizado por outro ou outros países, tem na mão, enquanto souber ou puder conservar a própria língua, a chave da prisão onde jaz.

Depois da liberdade desaparecer, resta um país, mas já não há pátria.

Mais um ano que acaba.
Como esconderei dos meus pais
o cabelo grisalho?

Como se há-de governar um país que tem 246 variedades de queijo?

Existem pais estranhos, dos quais a vida inteira não parece ocupada senão em preparar razões para os filhos se consolarem pela morte deles.

A literatura num país sem liberdade pública é a única tribuna do alto da qual se pode fazer ouvir o grito da sua indignação e da sua consciência.

Assim, meus caros Americanos: Não exijam o que o vosso país pode fazer por vós - exijam o que vocês podem fazer pelo vosso país.

Meus caros cidadãos do mundo: não exijam o que a América irá fazer por vós, mas sim o que, juntos, poderemos fazer pela liberdade do homem.

John F. Kennedy

Nota: Versão de trecho do Discurso de posse

Ama os teus pais, se são justos e honestos: caso contrário, suporta-os.

Os filhos seriam, talvez, mais caros a seus pais e, reciprocamente, os pais aos filhos, sem o título de herdeiros.

Quem serve bem o seu país não precisa de antepassados.

Disse um dos nossos estadistas: «A maldição deste país são as pessoas eloquentes».

Quando se viaja de passagem, tomam-se os abusos pelas leis do país.

O embaraço parece ser a única possibilidade de compreensão entre pais e filhos.

Na verdade, o cuidado e a despesa dos nossos pais visam apenas enriquecer as nossas cabeças com ciência; quanto ao juízo e à virtude, as novidades são poucas.

Quando se muda de país, nem sempre o pudor vai atrás.