Cultivar Bons Sentimentos dentro de Mim
Mesmo fazendo tudo errado, eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que eu sou, se você não estiver por perto.
Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto...
Nota: Esse pensamento vem sendo repassado como sendo de diversos autores, entre eles Oscar Wilde ou Marcos Lara Resende. No entanto trata-se de um trecho adaptado do texto “Crônica para os Amigos” de Sérgio Antunes de Freitas, publicado em 23 de setembro de 2003.
...MaisQuero cuidar de você da melhor forma possível, poder encostar sua cabeça no meu colo e fazer cafuné no seu cabelo, mostrar tudo que eu tenho e que eu posso lhe oferecer, quero poder te dar um beijo quando você diz que está com frio, te dar todo meu eu quando você precisar de alguém ao seu lado. Desejo sair contigo, dar as mãos na praia e dizer: vamos correr? E assim correr... Você deita na areia e
eu deito ao seu lado e observamos as nuvens, como são belas e passageiras.
Nuvens passageiras como os sonhos que tenho contigo, nos quais não quero me apegar, quero sua realidade, teu toque, seus beijos, seus abraços, mas quero tanto poder ouvir tua voz suave dizer ao meu ouvido bem devagar que é ao meu lado que você quer passar o resto dia. Porque você não diz ''fica'', quando estou me despedindo? Deixe-me olhar seu rosto molhado com a água do mar, teus cabelos secando ao sentir o vento e teus olhos brilharem ao ver que estou indo ao seu encontro.
Saiba que eu quando você canta aquela música eu a ouço em várias vezes quando você não está presente, pois é uma parte de você que vai ficar nela. Eu recordo cada detalhe do teu corpo, cada sinal... Quero poder ouvir você dizendo pra eu te tocar, pra eu te beijar e te sentir. Vem que desejo sentir seu corpo molhado junto ao meu, quero sentir o seu perfume e o perfume de teu corpo e guardar pra mim em recordações cada momento, para poder suprir com memórias os pequenos momentos em que você não estará presente. Com você o pecado parece mais simples, mais atraente; vejo todo esse mundo em seu olhar de espelho que é tão profundo que me enxergo através dele.
O Haver
Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...
Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.
Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.
Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.
Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história.
Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e o mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.
Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.
Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.
Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante
E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.
Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.
Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.
Quando estás cansada e desalentada
porque não sabes o que dizer e fazer,
Deus sabe que tu tentaste, te esforçaste
para fazer o melhor possível à luz do teu entendimento.
Quando choraste por longos tempos e
com um coração de criança assustada
tentaste ser melhor e entender ,
Deus contou as tuas lágrimas,
uma por uma, nenhuma se perdeu.
Quando te sentes só,
porque não te sabes com quem identificar,
e caminhas pela vida como uma criança perdida
Deus está caminhando de mãos dadas contigo.
Quando algo te tras alegria
e sentes conforto e bondade,
Deus está a sorrir para ti.
Onde queres que estejas,
faças o que faças, erres ou acertes,
mesmo que ninguém mais saiba,
Deus está contigo,
porque sempre esteve e estará, ele nunca se ausenta de ti.
Unidade
Eu quero mapear o teu corpo;
Eu quero matar minha fome dos teus carinhos;
Eu quero invadir tua mente e ocupar o vazio do teu coração, sem pedir licença;
Eu quero tua alma escrava da minha.
Uma pipa no céu...
A vida exige leveza, assim como a viagem. A estrada fica mais bonita quando podemos olhá-la sem o peso de malas nas mãos.
Seguir leve é desafio. Há paradas que nos motivam compras, suplementos que julgamos precisar num tempo que ainda não nos pertence, e que nem sabemos se o teremos.
Temos a pretensão de preparar o futuro. Eu tenho. Talvez você tenha também. É bom que a gente se ocupe de coisas futuras, mas tenho receio que a ocupação seja demasiada. Temo que na honesta tentativa de me projetar, eu me esqueça de ficar no hoje da vida.
Os pesos nascem desta articulação. Coisas do passado, do presente e do futuro. Tudo num tempo só.
Há uma cena que me ensina sobre tudo isso. Vejo o menino e sua pipa que não sobe ao céu. Eu o observo de longe. Ele faz de tudo. Mexe na estrutura, diminui o tamanho da rabiola, e nada. O pequeno recorte de papel colorido, preso na estrutura de alguns feixes de bambú retorcidos se recusa a conhecer as alturas.
O menino se empenha. Sabe muito bem que uma pipa só tem sentido se for feita para voar. Ele acredita no que ouviu. Alguém o ensinou o que é uma pipa, e para que serve. Ele acredita no que viu. Alguém já empinou uma pipa ao seu lado. O que ele agora precisa é repetir o gesto. Ele tenta, mas a pipa está momentaneamente impossibilitada de cumprir a função que possui.
Sem desistir do projeto, o menino continua o seu empenho. Busca soluções. Olha para os amigos que estão ao lado e pede ajuda. Aos poucos eles se juntam e realizam gestos de intervenção...
Por fim, ele tenta mais uma vez. O milagre acontece. Obedecendo ao destino dos ventos, a pipa vai se desprendendo das mãos do menino. A linha que até então estava solta vai se esticando. O que antes estava preso ao chão, aos poucos, bem aos poucos, vai ganhando a imensidão do céu.
O rosto do menino se desprende no mesmo momento em que a pipa inicia a sua subida. O sorriso nasceu, floresceu leve, sem querer futuro, sem querer passado. Sorriso de querer só o presente. As linhas nas mãos. A pipa no céu...
Quando ela se sentou no sofá, eu pulei para ficar com ela e apoiei minha cabeça no colo dela. Senti parte da tensão e da tristeza dela irem embora. Eu estava dando conforto à minha mãe. Isso era mais importante do que sair para passear ou ajudar a alimentar os gatos. Era o meu trabalho mais importante. Eu sabia que devia ficar sentada ao lado da minha mãe durante o tempo que ela precisasse.
Com os Mortos
Os que amei, onde estão? Idos, dispersos,
arrastados no giro dos tufões,
Levados, como em sonho, entre visões,
Na fuga, no ruir dos universos...
E eu mesmo, com os pés também imersos
Na corrente e à mercê dos turbilhões,
Só vejo espuma lívida, em cachões,
E entre ela, aqui e ali, vultos submersos...
Mas se paro um momento, se consigo
Fechar os olhos, sinto-os a meu lado
De novo, esses que amei vivem comigo,
Vejo-os, ouço-os e ouvem-me também,
Juntos no antigo amor, no amor sagrado,
Na comunhão ideal do eterno Bem.
O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina. É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte. Mais se agiganta na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder quanto mais se irradia. Nunca perece, porque não se entibia nem se enfraquece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida. (extraído do livro: Amor, imbatível amor)
Já desprezei muita gente importante na minha vida porque acreditei demais no que sentia. E mesmo que meu sentimento não correspondesse ao que eu conhecia da realidade, eu o elegia como minha verdade. Por razões mesquinhas e vergonhosas, permiti que o sentimento do momento me fizesse esquecer o que eu realmente sabia sobre o outro. Desprezei por motivos pequenos pessoas que eu já havia reconhecido grande. A razão? Elegi a ira do momento como verdade absoluta. Permiti que o desapontamento momentâneo prevalecesse sobre as historias bonitas que já havia experimentado ao lado daquela pessoa.
A prevalência do sentimento sobre o conhecimento me fez perder muita gente interessante. Tenho tentado mudar. Ainda que a duras penas, preciso assimilas essa sabedoria. Nem tudo o que sinto é verdadeiro. A vida não pode brotar semente de minhas sensações. Preciso equalizar o que sinto com o que sei. É uma questão de Humanidade...
Não vou falar dessa tristeza, não vou desacatar a esperança de um momento maior de luz. Só estou desassossegada e me sinto só em meio às mudanças bruscas que a vida impôs. Tudo foi se afunilando, mas eu já havia pressentido e nada fiz. Não posso reclamar do que me assusta, só posso agradecer porque o dia é feito de 24h e de hoje em hoje tanta coisa pode acontecer. Não vou enaltecer essa coisa doendo na garganta, é apenas um instante estranho, uma tristeza de domingo chuvoso. Nem posso reclamar do que vou perder, eu que ganhei tanta coisa quando nem precisava. talvez seja tão melhor o que vem pela frente. Talvez eu esteja recusando aceitar uma alegria imensa. Por isso, não vou falar dessa tristeza que só por hoje me arranhou o sorriso, embargou minha voz, abaixou minha cabeça, inchou meus olhos de água salgada. A tristeza não é nada para quem tem a favor de si, tanto amor, algum afago, um esboço de poesia… Essa é só uma fase rasurada, uma dor que não acabou de doer. E mais nada.
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