Cuidando do meu Jardim
Meu ciúmes por ti é uma tempestade incontrolável no meu coração,
Queima como um vulcão em erupção, com força intensa.
Sinto inveja de quem tem acesso ao teu sorriso,
E me sinto cheio de ciúmes por todos os momentos compartilhados.
Mas como posso enfrentar a insegurança e a dúvida que afligem a minha alma?
Como posso controlar esse turbilhão de emoções em meu coração?
Parece que estou afogando na escuridão do medo e da tristeza,
Será que o tempo pode ser a minha cura?
Eu queria poder libertar-te do meu coração,
E apagar-te de todos os meus pensamentos.
Meu pai me ensinou quanto mais doce são as palavras de um homem, maiores são as chances do que está oculto seja amargo.
Se você quer compreender o tamanho do meu amor por você, tente medir apenas uma pequena fração, como 1% do infinito, e então perceberá o quanto ainda há por descobrir.
Sinto meu coração dançando de expectativa, como um cometa que ruma em direção ao seu calor, irresistivelmente puxado por sua gravidade.
Em meu interior, um turbilhão de sensações se agita, como as ondas que beijam a praia em uma noite de lua cheia. Anseio por sentir a sua presença, como a terra anseia pelo toque gentil da chuva após uma seca interminável.
Meu coração, uma guitarra elétrica loucamente ressonante, clama pelo seu toque, como uma torrente de lava que busca o seu caminho pelas encostas íntimas do desejo. Cada pensamento meu é uma chama ardente, e você é o único capaz de apagar esse fogo em mim.
Somos como o fogo e a pólvora, uma mistura explosiva de paixão que ilumina o céu da noite com a nossa entrega apaixonada. Cada beijo é uma faísca que incendeia nossas almas, e cada toque é um terremoto que abala nossos sentidos.
Venha a mim como uma tempestade vulcânica, desencadeando a fúria de nossos desejos incontidos. Seremos como lava incandescente, moldando um terreno inexplorado de paixão selvagem.
Na condição em que mais necessitavas, meu amor, fui impedida de estar presente, segurando tua mão e acalmando teu coração. Dois anos já se passaram e a saudade ainda ecoa intensamente. Recordo suas palavras, quando dizias que somente a morte seria capaz de nos separar, e ela decidiu nos visitar precocemente.
Ensina-me a partir, pois não desejo mais ficar.
Este lugar nunca foi meu, e bem sabes disso.
Por que me aprisionas, confundes o que não entendo?
Manipulas minhas ações, punes e castigas impiedosamente.
Retira a venda que cobre meus olhos, desfaz os nós em minhas mãos.
Quebra as correntes que aprisionam minha mente e meu coração.
Mostra-me, através de tua voz, a verdadeira melodia do teu coração.
Quero despertar dessa ilusão, não mais ser refém deste cativeiro.
Por que me encontraste?
Após uma longa jornada para curar minhas feridas, unir os pedaços quebrados e remendar o que estava descosturado,
Tu chegas sem compaixão e me desmontas, apenas por causa do teu ego?
Ou me punes pelos desamores que outros te causaram?
Sinto que descontas em mim todas as mágoas acumuladas.
Deixa-me ir, mostra-me o caminho para partir.
Rasguei meu coração na tentativa de estancar o sangramento do seu. Quando estava quase cicatrizando, voltou ao passado, àquela que te causou tanto sofrimento.
Deixando o meu ainda mais ferido do que antes, antes de ti, existiu outro coração de dragão que cuspiu fogo, abriu feridas sem dó e compaixão. Você veio numa versão ainda mais cruel.
Você me faz sentir como uma borboleta que saiu do casulo. É o fogo que aquece meu corpo, a chama da minha cama.
Meu ser de um mundo desconhecido e frio,
Em sua cabeça fios de ouro,
Sotaque forte, risadas engraçadas,
dono das piadas que me animam
Chegaste num dia nevoado,
Um ser misterioso que
Meus batimentos cardíacos acelerou
Minha respiração ofegante, um misto de medo e fascínio.
Serias um anjo enviado para me proteger,
Ou um inimigo disfarçado, pronto para me ferir?
Não, não, tu és exatamente como a minha "borboleta branca de seda",
Aquela que sabe causar tempestades.
Mas também és capaz de acalmar a tempestade em mim.
Você deixou as sementes de propósito caírem,
E naquele momento, meu coração se angustiou,
Pois suas sementes eram venenosas,
E sei o quanto sou uma terra fértil.
Assim, inevitavelmente, elas cresceram,
Te trazendo para perto como plantas carnívoras,
Fazendo você sentir um pouco dos seus próprios sentimentos,
Para entender e saber que não era só ir embora.
Pois assim, elas cresceriam ainda mais,
Se multiplicariam e frutificariam,
Permiti que elas chegassem ao auge da sua loucura,
E que se devorassem diante dos teus olhos.
Para que sentisses o impacto das tuas sementes,
Como são poderosas e autodestrutivas,
Mas para que não sobrasse nenhuma,
Te enrolei em algumas delas.
Uma segurou tua pele, teus olhos,
Outra foi em teu coração e mente, na tua fraqueza,
Para que tomasse a decisão de matá-las pelas raízes,
Até ao solo, e nada sobrasse além das imagens de algo que teve vida.
Agora restaram apenas rastros secos de alguma vida,
E tu podes partir, e eu voltar para mim.
Enterrei-te vivo, nas profundezas do meu ser,
Amordacei-te dentro de mim, amarrado sem direito a fuga,
Mas posso ouvir o barulho devastador do desespero,
Se contorcendo e revirando tudo na busca de escapar e renascer.
Teu lar em mim é na câmara fria do meu coração,
Na escuridão da minha alma, onde encontras morada,
Meu silêncio em relação a ti é absoluto,
Talvez, um dia, possas emergir, mas será apenas um oi até nunca mais.
Pois o que um dia foi amor, hoje é uma sombra silenciosa,
Um eco distante do que fomos um dia,
Uma presença que se desvaneceu no tempo,
E agora paira como uma memória vazia e melancólica.
Peço que ouças o meu coração, para que saibas ler o teu silêncio. Mas não te puxarei se você não quiser vir.
Alma em Chamas
No labirinto do meu ser, onde o horizonte se perde,
Um caminho que desafia o alcance da mente.
Arde em mim um amor de força ímpar,
Como magma fervente, fazendo o coração disparar.
Em um mundo implacável, onde o afeto é desprezado,
Sou golpeado, ferido, pelo peso desolado.
Mas a chama do amor dentro de mim persiste,
Uma força imortal que jamais desiste.
Seu amor, como um farol de felicidade,
Nunca me permite parar de amar, com intensidade.
Perdido entre sombras, mas guiado pela esperança,
Busco a luz do amor que em mim se alcança.
Com bravura e fé, avanço sem vacilar,
Em busca da felicidade que me fará amar.
Ainda carrego um sonho no peito.
Não é apenas meu — é nosso.
É feito de fé, de cicatrizes e de passos firmes, mesmo em estradas incertas.
Com essa fé, seguimos transformando a dor em força,
cortando da rocha bruta do desespero
uma pedra que nos sustente:
esperança.
Com ela, aprendemos que a união fala mais alto
do que qualquer ruído de ódio.
Que podemos caminhar juntos,
orar, lutar, resistir…
E, um dia, sermos verdadeiramente livres —
não só no corpo, mas na alma.
Meu irmão, minha irmã,
nossa vida é feita de escolhas.
Cada caminho nos ensina,
cada queda nos molda,
cada sonho nos empurra pra frente.
Que a base da nossa caminhada
seja o amor que espalhamos,
a fé que nos levanta
e os sonhos que nos mantêm vivos.
Com meu nariz franzido
e um torto lábio apertado,
não acredito nem vendo
e nem caminhando ao meu lado.
CONTO DO MEIO
Quando pequeno, eu estava no aniversário de um amiguinho
e pus meu dedo no bolo.
Não coloquei e tirei. Não passei o dedo.
Apenas enfiei a ponta do indicador naquela parte branca.
O dedo permaneceu lá, parado, enfiado, intacto.
Todas as mamães me deram um sorriso falso.
Os papais estavam bêbados no quintal.
O único homem ali perto era o tio Carlos.
Tio Carlos se escondia atrás dos óculos e da câmera fotográfica.
Era bobo, agitado e gorducho.
Quase sempre sorrindo.
Tinha poucas, raras, nenhuma namorada.
Tio Carlos atrás dos óculos, da câmera e de namorada.
Meu braço esticado era a Golden Gate.
Uma conexão entre minha consciência
e aquele montante de açúcar.
A ponta do dedo imóvel, conectada, penetrada no creme branco.
Uma das mamães resolveu liderar a alcateia
e me pediu para tirar o dedo.
Pra que tanta coragem, perguntou meu coração.
Porém meu dedo,
afundou um pouco mais.
Olhei-a nos olhos sem docilidade.
Meu corpo imóvel.
O dela recuou.
Minha mamãe, sem graça,
falou que isso passa.
Eu atravancava, ria e dizia:
- Vocês passarão, eu... - estendia a aporia.
Eu era a Criação de Adão na Sistina.
Era mais que Michelângelo,
Era Adão no Bolo,
Era Bolo em Deus.
Mamães desconcertadas. Olhando umas para as outras.
O silêncio reinava,
o reino era meu.
Mamães desorientadas. Olhando para mim.
Tio Carlos com a câmera fotográfica
olhava para as mamães.
Acho que ele era apaixonado por umas três mamães,
ou mais,
ou todas.
Esperei um não.
Esperei um pare.
Ninguém era páreo
para um rei.
Tirei.
Perguntam meu nome querendo dizer Pedro.
A data do meu aniversário, pedindo presente.
Qual a minha opinião sobre patos, bigodes, bolsas e crentes?
A rachadura na parede ouve, nitidamente, meu quack-quack, nãoseioquelá, deuses.
Já Pedro pedreiro, penseiro
só esperando seu trem
que só vai
que só vai
que só vai
E eu aqui,
já desisti de me empolgar,
só vejo um bife desfocado a tagarelar.
