Cuidando do meu Jardim

Cerca de 127628 frases e pensamentos: Cuidando do meu Jardim

EXÍLIO

A saudade que suspira, separada
Do teu cheiro, nos olhos a chorar
Me vejo, com a dor ali estocada
De um coração sufocado a gritar

Não basta saber que pude amar
Nem só a paixão ter sido alada
As amarguras tomaram o lugar
Dos gestos, a alma está talhada

Na ausência, de teus beijos, dor
As desventuras que fazem sofrer
Me consomem neste torto poetar

É um exílio cheio de amargo clamor
Em ter a emoção distante pra valer
Neste silêncio de não poder te tocar.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
18 de maio, de 2018
05’30”, Cerrado goiano.

Inserida por LucianoSpagnol

Eu conto

Cá na minha poesia eu conto contos
Eu conto nas entrelinhas desencontros
Nos sub textos a ficção de reencontros
Eu conto várias buscas de encontros
Conto as dores sem ter descontos
Eu conto os devaneios e confrontos
Faustos atos, reticências e pontos
Os sonhos em forma a serem prontos
Tricotados no amor em prespontos
Cá só não conto segredos de contrapontos
Particulares, os que deixam tontos
Estes só a mim mesmo... Eu conto!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
11'04", 11 de junho, 2012
Rio de Janeiro

Inserida por LucianoSpagnol

Instante

A cada instante do futuro,
Já maduro,
Como viver?
Intensamente,
Consciente,
Ou loucamente.
Seria fácil,
Se não fosse a cobrança,
Sonhos, esperança,
Deste querer sutil,
Que provoca duvidas mil,
Até mesmo assombros,
De cruel responsabilidade,
Que pousada nos ombros,
Nos da finalidade,
Na estrada de perdas e ganhos,
Nos projetando ao derradeiro final,
Já esperado,
Indesejado,
Mas de inevitável realidade,
De transparente verdade.
Só nos resta um caminho,
De lucidez,
Que é sonhar mais uma vez,
Em vestir-se de valor,
Do invólucro o AMOR.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Rio de Janeiro
19/11/2007

Inserida por LucianoSpagnol

Em Você

Encontrei tranqüilidade e calma,
Consolo para a minha solidão,
Acalento aos desejos da alma,
Verdade nas palavras do coração.
Em você...
Os dias amanhecem em euforia,
As tardes são cheias de alegria,
As noites já não são mais frias.
Encontrei você...
Com luz de sonhos e vitalidade,
Com oferta de amor nas mãos,
Com um sorriso que traz realidade,
Com um olhar de candura de uma flor,
Com o corpo cheio de abrasador calor.
Encontrei em você...
A possibilidade de então ter
Deste amor poder viver
Para sempre a ti pertencer
Em você encontrei...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
13/11/2007

Inserida por LucianoSpagnol

Assim é e assim será

Se eu pudesse andar descalço
Na terra, pra voltar neste paladar
Teria evitado algum percalço
Pois na falta, pede-se mais amar

E neste fio de tal equilíbrio
Morre a noite e morre o dia
Pra poder nascer sem ludíbrio
A vida, na diversidade em parceria

Assim é e assim será
Entre pedregulhos e relva
A nossa também findará
É a continuidade desta selva

Pois o amanhecer é mágico
e mágica a noite que fica...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Paráfrase Alberto de Campos
cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O grito

A angústia morde os lábios
Árido de tanta perturbação
A alma gretada cata os sábios
Fundamentos do terno coração
Ardendo o pedido de socorro
Sufocados no amorfo pulmão
Onde a erudição se faz forro
E manta das quedas do coração
O corpo chora as agonias
E o alarido estridente uivo aflito
Tentando cuspir arrelias
Das entranhas num seco grito

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/08/2012, 18’58”
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Regresso I

Lá vou eu com a saudade na mão
Sendo levado ao sabor do fado
Respingando as lembranças pelo chão
Triste tormento este suspiro calado

Pobre dor esvaída
Roja no afeto como tudo
No pesar lhe dando vida
E no sonho uivo agudo

Agora jaz na direção
Do fado em seu acato
Parte comigo na emoção

O me dar ( ao pai) que me alimenta
De gratidão e esperança numa volta
Vou embora. Regressar me acalenta

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
05/08/2012, 05’59”
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Cardoça na roça

Na roça se vai de carroça
O burro puxando a joça
A moça ao lado da choça
Se protege da cardoça
Que na palhoça cai
Numa estridente coça
E dali ninguém sai
Com tanta cardoça
E poça no terreiro, ai... ai...
Pois de carroça se volta da roça

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Palavras

Conjunto de sons articulados
Quando de gestos de amor
Ao coração tem significados
Quando de brilho no olhar
Ao espírito vem acariciar
Quando redige sorriso
Aquece a alma, tira o griso
Quando repleta de emoção
Denota histórias de paixão
Quando de lágrima furtiva
Vem da operação acusativa
Quando sem sensibilidade
Ao medo traz autoridade
Quando nos da liberdade
Dá asas, sonhos, finalidade
Sempre expressando a nós
Diversidade. Desatando os nos
Que deixa o nosso viver calado
Aí então grifa elocução ao fado...
Palavras, sentimento ortografado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Vestimentas, cosméticos, perfumes e adereços ornamentam a matéria.
Porém, são ineficazes quando se trata de realçar as belezas do espírito.

(Maria do Socorro Domingos)

Inserida por mariadosocorrodoming

⁠Agradeça tanto a ponto de esquecer seus problemas

Inserida por JVAS

⁠Todas as reuniões secretas acontecem na sala chique.

Inserida por pensador

⁠Meus amigos perceberam as mudanças de humor, os desejos incomuns (...) E às vezes tenho essa vontade de esquartejar meu colega de quarto (...) Sim, se tornou bem claro pra mim que estou me tornando uma vampira.

Inserida por pensador

SONETO MALFERIDO

Foste a quimera maior da minha vida
ou talvez a irreal... Evidente e ausente
contigo o amor foi no ter vorazmente
contigo, também, a alma foi repartida

Partiste, e a trova não mais te ouvida:
arde-me a inspiração, lota o presente
no cerrado agoniado fica o sol poete
num amargor da memória malferida

Amor extremo, minha perda e ganho
penitência e regozijo, dor sussurrante
um anacoreta de sentimento estranho

Sinto-me vazio, e na noite te escuto
delirante anseio, sentir sem tamanho
na vastidão do suspiro de um minuto...

© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 08 de dezembro, 2019

Inserida por LucianoSpagnol

A palavra nos diz que Deus escolheu para ele antes da fundação do mundo um povo. Esta escolha não era por méritos ou algo bom, ele escolheu única e exclusivamente por sua soberana escolha.

Inserida por MaxSalgado

SONETO PERDIDO

Eis-me aqui no silêncio do cerrado
Longe de mim mesmo, na dúvida
Extraviado na incerteza da partida
Sem amparo, com o olhar calado

A solidão me assiste, tão doída
Pouco me ouve, pouco civilizado
Tão tumultuado, vazio, nublado
São rostos sem nenhuma torcida

Dá-me clareza de que não existo
Numa transparência de ser misto
No amor e dor no mesmo coração

Como um roteiro no imprevisto
Sem saber como se livrar disto
Velo por aqui sentado no chão...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BORBOLETA (soneto)

À flor de lobeira do cerrado, azulada
Voa a borboleta erradia lentamente
De asas tal multicor do sol poente
Num dueto de um balé na estrada

É tão imponente e é tão refulgente
No horizonte rubro, em uma toada
Que hipnotiza o ver e mais nada
Doidejando o encanto da gente

Só a flor, o que importa, a ela atada
Somente! E ao seu redor indiferente
Onde ali, a vida se faz multiplicada

Neste valsar vaporoso e inocente
Do diverso do cerrado camarada
Borboleta em voo, é o belo ingente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A NOITE ACORDADA

Pelo cerrado a me conduzir
ia eu pela noite sozinho
sem sono pra dormir

Ia eu pela noite sem dormir
solitário e tão quietinho
sem sono e a refletir

Eu ia sem sono sem concluir
pela noite sem caminho
sozinho e tentando sorrir

E se ao sono tento aderir
a noite comigo juntinho
caminha tentando coibir

Eu sozinho pela noite a ir
sem caminho, pintainho
e sem sono para dormir...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VOEJAR (soneto)

Como deve ser bom voar, no céu planar
Asas ao vento no cerrado, solto ao léu
Tal periquitos, e sobre corcel no tropel
Fechar os olhos e sentir o paladar do ar

Ir acima dos buritis, ipês, num carrocel
Resvalar nas estrelas, na nuvem pairar
Revoar como as aves, e assim delirar
Em quimeras, qual estórias de cordel

Deve ser uma rara sensação ímpar
Pros sem asas uma falta bem cruel
Que só na ilusão, possível esvoaçar

Só queria voar! Ter asas de papel
Poder ao sonho de Ícaro ocupar
E com ele então: voejar... voejar!...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FRIO (soneto)

Arrefece o cerrado dentro do frio
E cada bafejo é o frio no caixilho
Da ventana, escorrendo no ladrilho
Mais frio, n'alma causando arrepio

Me encolho neste frio chorrilho
Que ascende o inverno em feitio
Ouvindo em anexo um assobio
Do vento, eriçando até o fundilho

E lá fora é frio que atulha o vazio
Cá dentro o gelado em trocadilho
Em coro com o friasco tão bravio

Sinto chiar na vidraça num gatilho
De frio, sombrio este tal tão vadio
Aquentado com o chá e sequilho

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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