Cuidando do meu Jardim

Cerca de 127941 frases e pensamentos: Cuidando do meu Jardim

SONETO EM SILÊNCIO

Este é o azarado malfeito no amor
Que os sonhos afoga na garganta
E, solitariamente, vive no dissabor
Aos olhares outros nunca encanta

Deixado, no escuro e sem assessor
Vaga. E, ao cabo de solidão tanta
No desejo pouco coexistiu amador
E com o tempo o vazio só agiganta

Coração deserto, lágrimas e pranto
O silêncio no peito é um pesar tonto
E aos lábios frios a carência acaricia

Num beijo sem calor e sem manto
Onde está sensação é sem pesponto
E a emoção sem apaixonada poesia

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/03/2020, 06’45” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SINO DOS PASSOS (soneto)

No sertão do cerrado um sino canta
15 horas, um sino num dobre triste
Canta... evocando os Passos aluíste
Do Senhor. Reclinai-vos é hora santa

Um sino canta... A alma no crer levanta
E ao vento soando em um dobre insiste
O canto solitário, que no tempo resiste
Em prece e o testemunho que encanta

Ao longe, num ar sombrio, arde o sino
Chora, e agradece com seus compassos
E o céu se cobre com o repicar em hino

E nesta hora de fé, ao chão os fracassos
Nossos, e o perdão ao nosso Pai Divino
No campanário, soa o sino dos Passos!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/03/2020, 15’20” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

NÃO CHORE O AMOR

Não chore nunca o amor perdido
No silêncio sombrio da sofreguidão
Deixai ir, à solta, o luto da emoção
Na dor de o afeto vão adormecido

E quando, à noite, o vazio, for valido
Abrolhai, no peito, a doce recordação
Pura, e feliz, das horas em comunhão
De outrora, e na história de ter vivido

Lembrai-vos dos enganosos, dos idos
Das sensações com haveres divididos
E das maquinas que te fez quiçá doer

E, ao considerar, então, a tua perca
Vereis, talvez, como é frágil a cerca
Da divisão. E que é possível esquecer!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 10’41” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O AMADOR (soneto)

Ser-se amante é ser-se abundante
(- ou mais do que generoso talvez)
É doar-se em lealdade tão gigante
E pôr-se ao total dispor na validez

É olhar com um afeto importante
Ciente de ser mais que uma vez
Ao qual cada beijo é sussurrante
E o amor, então, cheio de vividez

É saber que o ardor nos consome
A sede, do querer, saciada no bem
Rir, cantar, e ter o escolhido nome

É acertar no que não nos faz refém
Que nos detém! e ter do outro fome
Porque a gente ama, e quer ir além...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 14’01” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CANÇÃO À AUSENTE (soneto)

Pra te esquecer ensaiei minha saudade
Deixei então de pronunciar o teu nome
Me escondi no silêncio que me consome
Pra te esquecer ensaiei a minha vaidade

Pra te omitir ensaiei diverso pronome
Busquei na poesia uma profundidade
E na maldade do verso tu me invade
Pra te omitir ensaiei não ter de ti fome

Pra te esquecer ensaiei a minha razão
E no vão árduo o pensamento chorou
Para te omitir ensaiei o meu coração

Pra te esquecer e te omitir só sobrou
Um prazer agridoce e amarga ilusão
Para te omitir, esqueci.... acabou!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 19’10” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Simplicidade (soneto)

Como eu gostaria
Ter a simplicidade
Olhar sem maldade
Queria.... eu queria

Ser igual as emas
Rudes e elegantes
Assim fascinantes
Ser sem dilemas...

Ser, simplesmente:
- Igual uma poesia
- Igual uma pureza

E constantemente:
Ah! gostaria, queria
A vida em singeleza!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 07’01” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CERRADO “IN CONCERT”

Versei-te? Sim. Doidamente!
Admirei-te com admiração
No seu irregular da retidão
Do rubro luzidio sol poente

À beira de ti: - barbatimão
Ipê e buriti, sim, presente!
Esquecer-te, nunca, tente!
É diversidade em dimensão

Então, como não poetar-te?
Se nos teus galhos retorcidos
Que se tem a variegada arte!

E, quando nos teus alaridos
Das seriemas, tudo é parte
Dos poéticos aqui permitidos...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/03/2020, 10’29” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Estou triste, minh’alma chora...

Hoje vou te dizer o que sinto
Coração magoado, abandonado
Pela mentira que me fez absinto
O dolo que se fez amargurado

Deixo as lágrimas correrem
Lembrando os beijos, a paixão
Que agora fazem-me abaterem
No gosto salgado da desilusão

Sinto no peito a dor a apertar
Na saudade o sonho a lamentar
Na melancolia o adeus desabafar
No desrespeito a traição falar

Doeu... Dói... Está a doer
É o amor que está a morrer
São os planos a ir embora.
Estou triste, min’alma chora.

(Nada é pior para uma alma que tornar triste a outra alma.)

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de setembro de 2009, 05’08” – Rio de Janeiro

Inserida por LucianoSpagnol

TEIMA (soneto)

Ó agonia! À alva, quando, sem teu cheiro
Eu vagueio ermo, pelos becos do cerrado
O chão cascalhado, o sentimento alado
E o vento perturbado me levando ligeiro

Toda a saudade é pesar no peito magoado
A lua, fria, pesa n’alma e da tinta do tinteiro
Da dor, trova a sofrência, assim, por inteiro
E nas mãos vazias, continuas sem o agrado

E na minha insônia a hora é de vil lerdeza
Sofrente é o silêncio na escura madrugada
O desespero escorre dos dedos pela mesa

Ó solidão! Cadê toda a emoção camarada
Ninguém me ouve, ninguém, só despreza:
E a tíbia madrugada continua apaixonada!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/03/2020, 05’08” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

IDENTIDADE (soneto)

Não sou assim nem assado, sou!
É o que tenho no fado, por agora
E, às vezes, tão poético vou afora
Que eu nem chego a ser.… estou!

Não sou isto ou aquilo! Eu vou!
Todavia, tento fazer de toda hora
Brandura, esquecendo o outrora
E das dúvidas um agradável voo...

Se acabou, passou, o que importa
Quero abrir no estro outra porta
E assim, então, eu decorro vendo...

A vida, que é curta, na sua temporada
Tento de estar igual em cada morada
E, ao poeta os devaneios pra ir sendo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/03/2020, 09’34” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

REALIDADE (soneto)

A dor foi longe demais, para voltar
Nos canteiros onde havia só flores
Hoje a erva daninha tomou o lugar
O que era voz prazerosa, há dores

Em nós, vazio ficou o falante olhar
Aos antigos sensos, outros amores
E na saudade do amor, um silenciar
Com os esboços com outras cores

Valores? Há um, a doce lembrança
Que ficou no outrora, ali a de estar
Uma vez já bailada, outra a seresta

Quebramos tudo, toda a esperança
O que era para ser, se perdeu no ar
E a poesia dedicada, não mais nesta!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/03/2020, 12’07” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Hoje, a saudade de ti. Veio. Donde viera?
Dum vazio? Ou do silêncio que profetisa
Rima de dor. Ou do amor, quem me dera
Tua lembrança me veio como acre brisa

Vi-te primeiro o sorriso tal a primavera
Em flor. Depois me veio o que divisa
Tua alma da tua tão especial quimera
E de novo me encantei a graça concisa


© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/03/2020 – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

JULGA (soneto)

Ah.... o poeta procura
A alma em cada verso
Rimar o olhar disperso
Num canto de ternura

Porém, tem senso averso
Também, na sua estrutura
E de tal jura, na sua leitura
Que faz do leitor submerso

E, de momento a momento
Que varia o sintoma diverso
Levando-o na ilusão ter fuga

E, é em vão só o sentimento:
Se é alegre ou se é perverso.
Pois, ao poeta não cabe julga!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/03/2020, 17’14” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Ironia

De tanto pensar na desilusão
Mais de cem vezes desiludi
De tanto chamar a solidão
A solidão chamou-me a si

Deu-me dor e a contramão
E muito deste revés, senti
Ferindo o crédulo coração
Eu chorei, ri, e assim segui

Escrevi emoção e loucura
Nos devaneios da euforia
Cheios de teimosia, eu vi!

Hoje, ainda insiste na procura
O versar. Por essa tal poesia
Do que ainda não sofri... (Oxi!)

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/03/2020 – Cerrado goiano
*paráfrase Pedro Homem de Mello

Inserida por LucianoSpagnol

Humanizar

Dizem que o amor é pra sorte
Na vida, talvez!
Por isto que tento ser forte
E creio que todos têm a sua vez...
Quero encharcar o meu coração
Cada vez mais com solidez
E mais... e mais paixão
Tanto o pranto como a lucidez
Tem o seu sentido
Afinal, só terá validez
Se o afeto estiver contido

Ama e ame pela fome de amar
Por tudo que tem direito
Por todos que possa estar
E sentir a sensação no peito
Deixar ralar sem medo de chorar
Apenas sinta
E se ofereça para ficar
E precinta
Como é bom gostar!
Por emoção ou prazer...
Acredito no homem que sabe sonhar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/03/2020, 02’11” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PEDI UM SONHO (soneto)

Fui pedir um sonho para a doce poesia
Quis pedi-lo, ao desdém, me disse não
Os desamores não sabem, lá onde estão
A inspiração que criam o carinho no dia

A poesia suspira... é cheia de ousadia
Quando o amor é rima com a emoção
E se tem a paixão, ah! é de total razão
Então, quis arrancar-lhe tudo que podia

Aí os afagos raros, vieram ao meu lado
Nos dedos escorreram o afeto intacto
Aonde pude me ver, assim, denodado

E o trovar apaixonado, surgiu em flor
Perfume dos cravos, rosas, num pacto
Que o sonho seria a firmeza do amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/03/2020, 10’36” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O POETA (soneto)

O poeta busca
Em cada verso
O senso diverso
E o estro rebusca

Porém, perverso
Na sua enfusca
D’Alma, sarrafusca
O destino imerso

De instante a instante
Muda do riso à mágoa
Se alegra e, entristece

Do segredo sussurrante:
Da terra, fogo, ar e água
Causa a toda a sua messe...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/03/2020, 19’40” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NU

Ando nu, apenas enroupado
Da poesia pura dos sentidos
Tal nuvens no céu do cerrado
Tinos inocentes e retorcidos

Em que o tormento é tirado
Do peito de amores sofridos
Que no ermo é tão chorado
E com os pesares divididos

Nunca para vigar as dores
Apenas choro, choro contido
Que escorrem pelo soneto

Que com frases sem cores
Poisam no escrito esvaído
Encomiando o revés preto

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 de março de 2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

JUVENTUDE (soneto)

Lembras-te, poesia, quando, era só alegria
Ao fim do dia, o pôr do sol mais que luzidio
Era arrepio na alma, e a satisfação persistia
E em teus versos canto de juventude no cio

Tudo era ingênuo, melodioso e de fantasia
Felizes, ambos, íamos trovando o desafio
Fio a fio, nas venturas com a boa teimosia
Ecoando em nós o inato recato de ter brio

Tudo era longo, e o agora mais duradouro
O azul do céu num infinito da imaginação
E o amanhã no amanhã, um novo tesouro

E em nosso olhar, aquela tão mágica visão
De que tudo é possível no sonhar vindouro
E o mundo seguia mundo sem preocupação

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/03/2020, 14’27” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AMOR DE POETA

De um lado, o sentimento, do outro lado
O fado, pelado, cru, desnudo de fantasia
O sonho no beiral do lampejo debruçado
Na alva, na lua, e no entardecer do dia

Se fala de afetos, lasso fica o seu agrado
É que a paixão o cega, e o pranto o guia
Nas sofrências que tatuam o seu passado
Cada verso dilacerado, senhora a poesia

Intenso. Emoção vaza em cada trova sua
Sem defesa, intacta, e de total entrega
Do silêncio, a ternura no estro profundo

Em frente as sensações, a tua alma nua
Onde a mais ingênua imaginação navega
O árduo amor, dos Poetas deste mundo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01/04/2020, 07’12” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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