Cronicas de Pedro Bial para Despidida
Eu tinha conhecido uma garota maravilhosa
Ela era a poesia em pessoas
De sua boca saiam notas ao invés de letras
E seu corpo era comparado a mais bela arte
A parte que mais me encantava
Era que ela pensava o mesmo ao meu respeito
E repetia que minha arte tinha uma coloração mais bela que qualquer arco-íris
É lógico que levou pouco tempo
Pro meu coração se entregar a ela
Esse que vivia recluso no reino das insondáveis trevas
Mas essa entrega
Como todas as quais me submeti
Era unilateral
Afinal ela estava ao lado
De um príncipe encantado
Esse é um dos pontos que me assemelho
Muito a Bukowski
Faço questão de escolher
Pessoas que sei que vão
Fuder totalmente com a minha vida
No fim de tudo isso
De companhia só me resta
Uma taça de vinho junto dos
Fantasmas de vários poetas mortos.
Não dá para esperar de todos, habilidades que só alguns possuem.
Temos que nos contentar com a mediocridade da maioria e não nos escandalizar e sofrer com o mínimo que nos é concedido de sua vida vis. Entretanto, valorizar e regozijar com aqueles que fogem do ordinário e buscam extrair de si e de tudo o melhor que se possa destilar.
Empatia
Devo respeitar o próximo de todas as maneiras, na medida do possível, respeitando e obedecendo a Deus.
Devo entender que cada um tem seu tempo, seu jeito e limitações, que cada um está passando por um momento particular na vida, seja ele de alegria ou tristeza, conquistas ou derrotas, gerando vida ou passando por luto, próspero ou falido. Enfim, estamos aprendendo a todo instante, e preciso respeitar as limitações do próximo, cada um responde de uma maneira diferente a cada circunstância da vida. Porém o sábio e temente a Deus aprende e se aproxima mais de Deus independente da situação.
O fato é que não devo tratar a outra pessoa, como se ela fosse eu, antes, devo escuta-la e tentar compreende-la antes de aconselha-la, pois o concelho ou consolo pode ferir ao invés de ajudar. Somos particularmente únicos e cada um tem um jeito diferente. Tem os fracos e os fortes, o abaláveis por qualquer coisa e os inabaláveis, os versáteis e os obstinados, alegres e tristes, sábios e ímpios.
Cada um tem seu tempo. E com cada um temos uma maneira de tratar diferente, uns temos que ser mais minuciosos e outros nem tanto, com uns delicados e outros nem tanto, com uns mais formais e outros nem tanto. Enfim, cada pessoa é única e tem um dom em alguma coisa, basta garimpar.
Que tenhamos empatia
As pessoas tem o temor na doença mas não tem o temor de Deus
As pessoas são cegas. Só enchergam o que vêem, não enchergam o Deus do infinito e sua majestade.
Tem preguiça de buscar a Palavra de Deus. Dá trabalho estudar e se dedicar, é mais fácil seguir líderes religiosos, tradições, mitos, contos e fábulas do que procurar a Verdade. Falo isso por experiência própria, já fui assim e vejo isso em muita gente, não estou generalizando, mas vejo muita gente agindo assim.
Quanto mais conheço as pessoas, mais me calo e só observo, só abrirei minha boca para falar quando for realmente necessário, falarei sempre de Deus, do Senhor Jesus Cristo, isso sim devemos falar sempre.
E realmente vale a pena, ...buscai pois em primeiro lugar o reino e sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.
Somente o estudo liberta, somente o conhecimento liberta. Em primeiro lugar o estudo e busca do conhecimento da Palavra de Deus, pois, conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará. E depois o estudo e busca pelo conhecimento das outras coisas, pois não serás mais um iludido, alienado, analfabeto funcional e massa de manobra, terás conhecimento o suficiente, terás cultura o suficiente para não ser manipulado.
P.S. O conhecimento e estudo não te impedirás de sofrer, muito pelo contrário.
Humanização
Escrever sobre as experiências individuais sensíveis, espirituais, intelectuais, emocionais; escrever sobre as angústias, as decepções, as alegrias, as conquistas, é dar voz a muitos que passam de algum modo pelas mesmas situações.
Se exprimir e destilar os acontecimentos através de palavras, de letras, de poemas, de prosas, enfim de poesia é consolar pessoas que estão passando pelas mesmas situações, é dar-lhes um sentimento que não estão sozinhas, de que outros também passam pelas mesmas circunstâncias, e que isto é uma característica do ser humano, de ser um humano, aproximando-o novamente da humanidade.
P.S. Humanização
substantivo feminino
ato ou efeito de humanizar(-se), de tornar(-se) benévolo ou mais sociável.
O tempo voa
As horas passam tão rápido !
O dia amanhece e o poente se apresenta...
Os dias correm velozmente, imperceptível aos nossos olhos
Se despedem sem delongas
As semanas sete dias
Ao notar sete de novo
Doze meses são um ano que nos pegam de surpresa
Nos escorrem pelos dedos, tão distante já chegou
Qual é o valor ?
Inestimável, pois é Amor
Te amo minha flor
Tu és presente do Senhor
Não tenho em mente o valor
Inestimável, é Amor
Eu sinto o teu sabor
Teu cheiro teu calor
Causa alegria até tremor
Nos sentidos não tem dor
Te perder me dá pavor
Agonia e dissabor
Não ver mais seu esplendor
Me consome o interior
Oro sempre ao Salvador
Nos conceda seu favor
Nos dê dias de amor
Te darei sempre louvor
Na vida fazemos vários laços
E amizade é sobre isso.
É como um jardim de afeto e calor,
um tesouro guardado no mais puro amor.
Amigos são estrelas que brilham no céu
nas noites escuras, são luz no papel.
Compartilhamos risos, abraços e dores,
caminhando juntos, em todas as cores.
Ser cristão é uma história de superação
Superar a si mesmo
Superar nossa incapacidade
Superar a mais doce incredulidade
No que se trata de ser puro falhamos constantemente
A depender de nós somente as más escolhas prevalecerão
A nossa mente fria e escura, incrivelmente só nos leva à escuridão
Mas algo me deixa demasiadamente extasiado
Deus não precisa de alguém ajoelhado
Mas os ajoelhados tomados pelo senso de sua incapacidade e necessidade de Deus chamam a sua atenção
Não precisamos de muita coisa! Talvez de uma, mas que são três, e de um pouquinho de atenção dessa maravilha.
Soneto das Lágrimas e Feridas
Quando busquei afeto, em dia tão cruel,
Recebi palavras duras, frias, sem alento,
Críticas cortantes, frias como o vento,
Ferindo a alma, amargando o papel.
Coração magoado, lágrimas quentes, mãos frias,
Boa noite num visor, gelado e distante,
Em prantos queimei velas, num clamor constante,
Soluçando à lua, em noites vazias.
Calei-me para dar-te voz, cedi aos teus caprichos,
Quis fazer parte, mas só encontrei distância,
Fechei os olhos aos teus deslizes, em relutância.
Perdi-me, murchei-me, dividi-me em fragmentos,
Deixei de lado meus desejos, apaguei-me no escuro,
Enquanto eu era um vulcão, eras apenas um fósforo
Soneto do Coração Ferido
Em meio às sombras, meu coração se parte,
Ecoam os gritos de um amor desfeito,
Cada lembrança crava, em mim, seu jeito,
E a dor se espalha, como fria arte.
Cicatrizes profundas, marcas que não somem,
Vozes do passado sussurram meu tormento,
Em lágrimas que vertem, meu desalento,
Revelam o silêncio que os sonhos consomem.
O peito dilacerado clama por paz,
Enquanto a saudade aperta, sem compaixão,
Sinto-me perdido, sem rumo, sem cais.
No abismo da dor, sigo a rastejar,
Sem saber se um dia haverá salvação,
Neste mar de tristeza, aprendo a lidar.
Soneto da Dor e Superação
Cansado de chorar, vago por migalhas de afeto,
Ajoelhado ao destino, em prantos e rezas, eu clamei,
Queimei velas aos deuses, por teu amor implorei,
Desfiei a lua em lágrimas, num gesto incerto.
Nas estrelas lancei a dor, por teu amor,
Desfiz-me em vários eus, para teu bem-estar,
Machucado em mil, pra te engrandecer, te elevar,
Feri-me, para poupar-te, ocultando meu temor.
Sorrisos camuflando tristezas, dei-te aos montes,
Desfiz-me para ganhar teus elogios e carinho,
Deixei de ser eu, tentando ser nós, montes.
Tantas vezes oprimindo a dor, busquei ser amado,
Encontrei desprezo onde esperava abrigo,
Das cinzas renasço, em mim mesmo, reencontrado.
AUSÊNCIA
Às vezes sinto que me falto,
Na Curitiba que os fracos não perdoa,
Onde o corpo vaga pelas ruas,
Mas a alma, essa, destoa.
O vento gelado corta a pele,
E a neblina envolve a cidade,
Mas é dentro de mim que sinto
A mais profunda saudade.
As praças e os parques perfeitos,
Mas não aquecem meu coração,
Que busca em cada esquina
Um sinal de reconciliação.
Sou um andarilho solitário,
Pelas ruas de pedra e frio,
Procurando no horizonte cinzento
O pedaço de mim que partiu.
E assim sigo, meio ausente,
Nessa Curitiba de inverno sem fim,
Esperando que um dia, quem sabe,
Eu me encontre dentro de mim.
Confesso
Eu confesso, tudo mais e muito além,
Pelo que fiz, falei, calei,
Sim, eu me omiti, deixei pra lá,
Fiz de conta
que não era da minha conta.
Mas enfim, não tenho culpa,
ninguém tem culpa,
Todo mundo faz só o que pode.
Eu não fui diferente,
não sou super-homem,
Avante e além,
já ouvi isso, não sei de quem.
E agora que só falta um pouco, pra chegar ao fim,
Me consolo com as pequenas banalidades que fiz na vida.
E vou caminhando, até quando?
Até quando não sei, mas vou.
INDIFERENÇA
No véu da noite, em silêncio, eu confesso,
Que às vezes tento a dor não mais sentir,
Deixar o mundo e suas mágoas regredir,
E na indiferença, encontrar meu endereço.
Mas eis que o sofrer é um laço que apresso,
Na ingratidão, uma lâmina a ferir,
Cada desdém, um golpe a insistir,
Que o coração, ao se importar, paga o preço.
Clamo então aos céus, em súplica ardente,
Por um bálsamo que cure esta ferida,
A indiferença, doce e tão clemente.
Que ela venha, como brisa esquecida,
E me ensine a ser, enfim, indiferente,
Na receita da paz, a vida agradecida.
TEMPO PERDIDO
Sempre me levei a sério, talvez sério demais,
não faltava a compromissos, chegava antes do horário
os atrasos e a espera que me faziam passar eram normais
Nas antessalas de clientes, de médicos, passei muitas horas,
se somadas poderiam ser dias, talvez semanas, talvez mais
Mas o que eu teria feito com este tempo de vida que perdi?
O tempo sempre se usou de mim,
e eu o obedeci sem questionar.
E agora o meu tempo vai contando ao contrário,
tento imaginar quando tempo ainda tenho,
e quanto deste tempo ainda terei discernimento
para tomar conta de mim mesmo...
não tenho respostas, só dúvidas...
espero que o tempo deixe de ser tão cruel
e a esta altura, me seja benfazejo e breve
“Ser Feliz”
É possível ser feliz aqui e agora?
A pergunta ecoa, persistente,
Enquanto a esperança nos persegue,
E a busca se torna urgente.
Afinal, a felicidade é a causa final,
O objetivo que nos move, que nos guia,
Mas, às vezes, nos perdemos no caminho,
Como folhas levadas pelo vento, sem valia.
E não são apenas as grandes tragédias do mundo,
As guerras, a fome, a dor, os crimes a luz do dia,
Que roubam nossa paz e a alegria,
Mas também os momentos de aparente satisfação.
Passamos nos exames, conquistamos empregos,
Encontramos amores correspondidos,
E, ainda assim, algo nos falta,
Uma sabedoria que não se ensina nos livros.
O desejo, esse intrincado labirinto,
Nos leva a buscar o que não temos,
Mas quando alcançamos, o desejo se desfaz,
E logo ansiamos por algo novo, mais plenos.
Confundimos desejo com esperança,
Como se fossem sinônimos, irmãos,
Mas a esperança transcende o ego,
Não depende apenas das nossas mãos.
Talvez a felicidade esteja em direcionar
Nossos desejos para o que já possuímos,
Para o presente, onde ela floresce,
Sem preocupações com o futuro, sem enganos.
Assim, aprendemos a viver,
Apreciando cada pequeno instante,
Como regatos que seguem seu curso,
Como árvores que se erguem, constantes.
A felicidade, afinal, é como um raio de sol,
Que ilumina o agora, o momento presente,
E, quando nos entregamos a ele,
Descobrimos que ser feliz é simplesmente ser!
O GATO DE ALICE
A deriva e sem destino,
Assim passamos a vida,
Como Alice que perdida,
Pergunta ao gato felino.
Qual o caminho a seguir?
- Se não se sabe onde ir,
- Qualquer estrada é saída,
- Qualquer rota é guarida.
Mas o caminho é escolha,
É traço, é linha, é trilha,
É a busca que se compartilha,
É a vida que se recolha.
E na dúvida do traçado,
No enigma do destino,
Segue o passo, peregrino,
Que o caminho é revelado.
Cada curva é descoberta,
Cada passo, uma lição,
Na jornada, a direção,
É a vida que desperta!
(livremente inspirado em Alice
no País das Maravilhas de Lewis Carroll)
