Cronicas de Pedro Bial para Despidida
Vício
Num chute, a realidade dispersava-se na nublada ilusão. No espaço entre o sentir e o pensar, eram línguas de fogo queimando-me as entranhas.
Meus topázios vidrados se fechavam, e a ávida ânsia de tirar-te pra dançar apagava-se.
“Mais um chute, só mais um” desejava eu.
No canto do vasto salão permaneci imóvel, enquanto a música e a vida, lentamente abandonavam-me.
Silencie seu mundo
Se leve mais a sério
Vá mais fundo
Resolva seu mistério
Se ame mais
Deixe de ser refém
Viva na sua paz
Aprenda a ser ninguém
Viva sua vida
Tenha sua fé
Vá ao lugar certo
Não seja ralé
Faz morada pra felicidade
Seja sempre uma bondade
Crie sua criatividade
Tente voltar pra cidade
A vida é uma só
Tem alguém pra você não ficar só
Ande, não pare
Guarde, não fale
Você dá mais certo consigo mesmo
E claro, com aquele que acredita
Lembra que tem alguém que pagou o preço
E vem de encontro, guarde suas fitas
Saudade
Saudade,
É bigorna forjada
No canto da aorta.
É âncora enferrujada;
Veleiro à deriva
Nas brumas do passado.
É cílio empedernido
Na frente da córnea.
Cisco no olho,
Adaga no peito;
É lamento de guitarra
Que chora, quando tocada.
Ausência do que já foi,
Crepúsculo de um dia ensolarado.
Saudade, é o que restou.
É o que sinto de mim,
É o que sinto de nós!
Ilha
Na rebentação em fúria
Lembranças antigas despertam
Em ciclones e tormentas.
Maré alta, noite inteira
Clama ventos, que a norte chegam
Bramindo desassossegos
Protestos por Selena ausente,
Em édredons, escondida
Eu e a ilha, somos um só
Fustigados num inferno
Em tempestades de inverno
Estrondos retumbantes
De memórias que chagam mentes
Na calada dos silêncios
Até que Selena apareça
Para que o vento se acalme
E, enfim, eu adormeça.
Eu e a ilha, somos um só!
A maior conquista é a viagem.
O prazer da vida, não pode estar apenas na conquista das nossas metas, mas sim no caminho até lá. Caso contrário o individuo estará condenado a longas, infelizes e intermináveis jornadas, para uma curta, breve e fugaz realização na chegada.
A vida é o maior viagem, e a morte a última chegada, então...
Viva os caminhos, não as chegadas!
Olhando-me no espelho
Olhando-me no espelho entendo
que muito mais que ver uma face
é abrir as portas da alma
e olhar ela nos olhos.
É sair de mim pra mim
resvalando nas linhas do rosto
abrindo-me feito um livro
sendo eu o leitor de mim mesmo.
Olhando-me no espelho entendo
que sendo nada fui o tudo
quando tive de me ser.
É aceitar-me branco ou negro
cinza, prata, cobre, ferro
e ali, naquele reflexo
ver-me por inteiro.
Não um recorte de quem fui!
Olhando-me no espelho entendo
que a vida aconteceu.
Que passou por mim feito vento
num vendaval de intempéries
e que sendo eu barro,
até fui moldado
mas nunca perdi o rastro
da terra que sou.
Olhando-me no espelho entendo
que nunca fui mais que ninguém
só tentei ser o mundo
para quem tatuei no peito
assinados como os meus.
TEMPO
Há no tempo do tempo um tempo
em que o tempo conspira.
Passa ligeiro num sorriso.
Passa manso em agonia.
Aflito para.
Ansioso não anda.
É tristeza que não avança.
Há no tempo do tempo um tempo
em que o tempo é mistério.
Mestre de ocasião oportuna.
Ensejo de pergunta.
Dono de certezas.
Soberano de passados e futuros.
Regente de presentes gaiatos.
Concubino do universo,
é algoz da minha saudade.
Vaga que traz, onda que leva.
Há no tempo do tempo
Um tempo que é mágoa,
dor e olvido.
Tempo de luto.
Tempo de cura.
Insónia
Na tua ausência, amor,
tem dias que nem um vento se sente. É como se a aragem entrasse pelas ventas do mundo, e no vão entre mim e ele, restasse um vazio. Um nada.
Na insípida madrugada, o desconcertante censo de vazio.
Acordado, fecho os olhos, e dentro de mim vou tateando na escuridão, lembranças que esbarram no peito.
Serenatas longínquas que o vento traz, embalando a insónia, feito ondas de um Atlântico.
Bailado de vida, vai vem de memórias e sentidos.
Na hora em que o mundo adormece, é quando o silêncio grita mais alto na saudade de um tempo que foi e não volta.
Constante, é este condensar o pensar nesta forma estranha de estar.
Vivi no teu peito, e na despedida de um beijo, morri.
MINHA FUTURA NAMORADA
Oh, meu amor
Venha depressa
Quero sentir teu calor
Só de imaginar meu coração acelera
Quero sentar lá fora
Apreciar contigo as estrelas e a lua
Viver contigo intensamente o agora
De forma que vivi como nunca
Vou te abraçar
No fundo de teus olhos olhar
Lentamente irei te beijar
E então saberei que para sempre irei te amar
Posso prometer
Mas preciso de você aqui
Meu desejo é te ter
Para nunca mais sozinho me sentir
Farei-te de poesia
Quero sentir teu amor
Irei te querer em minha única vida
E nos curar de toda a dor
Venha ser a minha estrela
E eu serei o teu céu
Criaremos uma constelação inteira
Tudo tão doce quanto o mel
A Deus pedirei
Nosso amor irá se unir
Em suas mãos segurarei
E com você meus caminhos quero seguir
Por favor
Venha depressa
Estou a sua espera.
Tudo começa com o temor de Deus, temos que temer a Deus em primeiro lugar e ter humildade, esse é o caminho: O temor de Deus e a humildade.
Isso nos transforma e nos faz chegarmos perto do Pai e a lugares que nunca chegaríamos.
Deus se agradará de nós e nos abençoará e teremos a simpatia das pessoas e boa reputação. O temor a Deus é em primeiro lugar e depois a humildade, pois não somos nada nessa vida, não passamos de pó da terra, de neblina que logo se dissipa e some, de orvalho que seca, portanto nos comportemos assim, e não sejamos orgulhosos e arrogantes pois não sabemos de nada.
“O silêncio da fotografia”
Hoje apenas suas fotos!
Em cada uma delas, registrado o silêncio da fotografia!
Tento captar na imagem, os numerosos momentos, os numerosos sentimentos, as numerosas imagens, pessoas, paladares, sabores e sensações ali confinados.
As imagens gritam, as imagens se movimentam, nos mostram em seu silêncio o quanto somente ela pode demonstrar!
A cada imagem, minha mente busca no mais profundo do consciente, meio que inconsciente, minhas memórias sensoriais, olfativas, auditivas e passo a reviver sua companhia!
A importância de uma simples imagem confinada no silêncio fotografia.
E é o que não tem perdão que mata. Quem é amado não tem o direito de fazer o imperdoável. Amar é grande demais para aguentar uma pequenez assim. «Esquece que me odeias e ama-me até ao fim», ouço, o peito molhado por dentro, uma mão inteira a espremer-me as entranhas.
Amo-te tanto que não te consigo perdoar.
"Antes de tudo se sentir um homem,
daqueles que fazem da fala um punhal,
do verso o memorial,
sem hesitar em morrer por um ideal.
Sem fraquejar por ser leal
ou até pelo que se diz,
sem esvair-se a hombridade,
vê-la evaporar bem abaixo do nariz"
- Trecho do poema "Modéstia", do livro "Ruas & Rosas".
"Você é minha eterna rebelde intelectual,
passando junto do café o aroma jovial.
Se a eternidade para você não for possibilidade,
não, não mudo meu verso.
Afinal, minha rima é um espelho do meu tempo,
memoriza um momento,
redesenha o universo,
inviabiliza o final".
- Trecho de "Fotografia de carteira", do livro "Ruas & Rosas".
"Já exercitei tantos flertes
que prefiro roubar-te só uma réstia.
Ladrão de sorrisos
que por elogios leva tua modéstia.
Um par de cortejos
para um milhão de incógnitas.
Quatro olhos vazios
preenchendo-se na repetição das notas".
- Trecho de "Outro dia de chuva", do livro "Ruas & Rosas".
"Por um beijo que não promete ficar,
por um riso que chega de manhã.
De um poeta que não quer calcular
a pergunta que virou campeã.
Atraído por uma paz pagã,
adversando uma guerra santa.
Minha retina hoje é tão guardiã
dessa presença que tanto encanta".
Trecho de "Hipotenusa", do livro "Ruas & Rosas".
"Tudo vem mudando,
a vaidade, a poesia, o requinte.
Vejo o tempo passando
e só quero fazer do erro passado meu acerto seguinte.
Eu não falo português,
poetizo em brasileiro.
Vivo pra que consiga
me querer por inteiro".
- Trecho de "Use sua ilusão", do livro "Ruas & Rosas".
"Se perfumam memórias,
já voa estático ao seu assento.
A expressão conta histórias,
o olhar segue atento.
O caráter é marginal,
as frases são românticas.
O bardo constrói seu astral,
afia palavras como se fossem lâminas".
- Trecho de "Asfalto", do livro "Ruas & Rosas".
"Uma guerra sem vencedor,
um próprio submundo.
A tortura sem anistia,
um soldado nascendo a cada segundo.
Também se romantiza a periferia,
o lugar que Deus esqueceu.
Casas amontoadas, sustentadas pela revolta,
construídas na abolição que nunca aconteceu".
- Trecho de "Ordem e Progresso" do livro "Ruas & Rosas".
"Que eu acompanhe justamente
a mudança que
também
nos acompanha...
... sem o direito de escolher.
Ir dormir sabendo que pro dia seguinte
a minha companhia não vai ser necessária,
mas que mesmo assim...
... você vai preferir ter".
"Uma carta que não entreguei à ela", do livro "Ruas & Rosas".
Você já teve aquela sensação de “era isso que eu precisava ouvir hoje”?
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