Cronicas de Marta Medeiros Felicidade
CADA DIA MAIS DISTANTE
Cada dia sinto você mais distante
E isso me maltrata, é uma tortura infindável dentro de mim
Me perco em minhas lembranças e meus pensamentos
E sofro como não pensei em sofrer
Subitamente você desapareceu
Como a lua por trás das nuvens
E tudo escureceu, minha vida, meus dias
E quando menos esperava, meu tudo se perdeu
Olho para as ruas e não vejo ninguém
E se não há mais ninguém,
é porque você não está comigo
Não sou mais seu melhor amigo
Você de mim se escondeu, se perdeu
Não mais me quis, se foi, me deixou
Imaginei então porque você partiu
Com mil disfarces me iludiu
Você é o paraíso que quero agora
Sem espera, sem demora
É o jardim que quero florir com o carinho meu
Aproveitar a tua essência e te seguir ao apogeu
E por fim encontrar meus momentos felizes
Olhando teu sorriso tolo ao olhar meus olhos
E ouvir teus comentários de louco prazer
Quando toco teu corpo e te faço entorpecer.
EXALTAÇÃO A MULHER BRASILEIRA 24/11/2005
O mundo fica mais lindo
Quando estou com você
Tudo perde o sentido
Eu pago só pra ver
A tua beleza mais pura
O teu doce amor
Carrossel de ternura
Carnaval de esplendor
Vejo a menina que passa
Linda, chama a atenção
Sinto na boca a cachaça
Que queima o coração
Sou amante latino
Don Juan, sedutor
Um anjo, um menino
Coberto de amor
Vejo teu charme, tua graça
Desfilando emoção,
Brasileira nata
Não és problema, és solução
Futebol não tem outra
É paixão nacional
Mas você minha princesa
É desejo mundial
Quando ela olha sorrindo
Fico ébrio de paixão
Pari passú tenho medo
De perder a razão
Sonho em beijar tua boca
Teus lábios cor de mel
Se te amar for pecado
Juro não vou mais pro céu.
Quando escuto tua voz
Aveludada de flor
Sob a batuta dos pássaros
Um coral de amor
Sinto que estou mais feliz
Livre posso voar
E só então percebi
Que nasci só pra te amar.
A qualquer canto que eu for
Sei que não vou encontrar
Um outro ser tão perfeito
Pra que eu possa exaltar
E esses versos que faço
Saem do meu coração
Por você mulher brasileira
Que é minha inspiração.
(0:37)
Adoro ouvir a canção Chop Suey do SOAD principalmente na parte que o Serj Diz:
"Por que você me abandonou?
Em seus olhos me abandonou
Em seus pensamentos me abandonou
Em seu coração, me abandonou, oh"
Foi assim que me senti quando descobrir a verdade sobre a religião,sempre enganado por uma ideia confortável e idiota
Meu querer
Eu quero o repousar tranquilo da sombra das árvores. O som transmitido pelo vento, batendo levemente nos galhos altos. Quero o gosto do orvalho daquelas manhãs distantes. Quero abraçar a lembrança da estrada empoeirada, o sol que nasce por traz da montanha e chega a tocar meu rosto.
Meu querer não está tão distante, está no campo onde aprendi a amar e respeitar a natureza. A dividir a alegria com os pássaros, a cantar junto deles e ouvir seu canto. Observar o correr das águas límpidas dos rios. O toque da brisa nos meus cabelos. O perfume das flores colhidas na primavera e dos plantios do inverno.
Quero até mesmo o som da trovoada. Da chuva forte na janela, causando certo arrepio. Quero a mesma casinha às margens do caminho. A mesma estrada de pedra, construída com muito esforço, todas as manhãs, logo ao raiar do sol. Quero o calor das fogueiras nas noites de São João, com minha família ao redor do fogo, contando adivinhações. Quero sentir o cheiro da saudade de quem ia nos visitar.
Hoje, eu sei que, eu quero até mesmo o gosto amargo que ficava depois das despedidas. A solidão que se espalhava nos cantos da casa. O som da fala daquelas pessoas ficava dias ecoados na minha memória. Eram dias de saudades, vendo a solidão espalhadas em meio aos pastos verdes no inverno e secos no verão. Mas, no fim eram lembranças boas, acolhedora.
Esse é um querer sincero, vem das raízes do coração. Vem da vontade de voltar alguns anos atrás e abraçar aqueles instantes que eu não sabia que um dia iria se transformar nesta saudade cortante, neste querer louco de retornar e viver tudo de novo. Mas, como isso é impossível eu fico aqui, apenas remexendo velhas recordações que meu coração jamais esquecerá.
Solidão
A solidão é algo que nos faz refletir sobre a importância de um abraço numa manhã fria. É uma dor que não se pode disfarçar, pois, escorre pelos olhos. É um espelho que nos mostra o que nos fere e faz sangrar por dentro.Por diversas vezes ela me fez ressuscitar velhas lembranças, que pensei não fazer mais sentindo algum. Mas, que continuam bem guardadas dentro de mim.
São momentos assim, que eu me vejo negando para meu próprio coração, sentimentos que se apossam de mim com uma velocidade impressionante. E quando percebo já é tarde demais para fugir. Mas, a solidão que estou falando não é somente a de está sozinha em um lugar qualquer. É a escassez de sentimentos bons, que me façam amar sem receio algum.
Eu sinto um medo terrível de acabar com essa solidão e perceber que meu mundo era mais seguro, quando ela fazia parte de mim. Por isso, muitas vezes quando ela chega forte demais, eu me afogo em velhas recordações, desbotadas, escondidas no meu mundo interior. Tentando fugir de uma realidade feliz que depois poderá se transformar em agonia, numa mágoa profunda.
Espero um dia me livrar dela para sempre. Pois, às vezes, perdemos a chance de vivermos algo novo, pelo simples fato de nos acostumarmos a sermos felizes por completo e depois percebermos que era tudo uma ilusão. Afogando-nos novamente no abismo mórbido da solidão.
Nossa Mãe
Muitas vezes nós brincamos
Aos abraços e carinhos
Um detalhado caminho
Redescobrimos e sonhamos
Algumas vezes choramos
Vivemos intensamente
Importante quanto presente
Amamos também sofremos
Nos sonhos nós estaremos
Ao teu lado eternamente.
Se a dor foi imensa
Aos poucos confortaria
Uma paz de força intensa
Dos momentos de alegria
Ainda sinto a tua presença
Deus me deu a recompensa
Em receber sua companhia.
O Silêncio que Fala Mais Alto
Sempre achei curioso o fascínio moderno pelos podcasts. Milhares de vozes, todos os dias, despejando pensamentos, opiniões e experiências em um fluxo infinito de conversa. É como se a humanidade tivesse descoberto, finalmente, o jeito de falar sem parar — e, mais do que isso, sem ser interrompida. Há quem chame de revolução na comunicação; eu vejo como a consagração de um instinto antigo: o de falar mais do que ouvir.
Não me entenda mal. Há podcasts brilhantes, daqueles que parecem uma extensão da alma, que abrem portas para mundos desconhecidos. Mas, na maioria das vezes, percebo que o objetivo não é compartilhar, e sim existir pelo som da própria voz. É um palco portátil, onde cada um pode ser mestre de si mesmo, declamando certezas como quem ergue bandeiras. Falar se tornou uma forma de respirar. Ou talvez, para alguns, seja a única maneira de não se afogar.
Eu, no entanto, nunca tive essa ânsia. Prefiro estar na plateia invisível, nos cantos da sala, com o fone no ouvido, deixando que as vozes alheias se acomodem na minha mente. Não porque eu me ache menor, mas porque sei que é no silêncio que colho mais frutos. Quem fala está ocupado demais afirmando o que já sabe; quem ouve, se abre para o que não conhece.
A ironia é que, nos podcasts, mesmo quando se convida alguém “para ouvir”, na prática, é para esperar a vez de falar. O diálogo cede espaço ao monólogo de duas cabeças. É um jogo de pingue-pongue onde a bola, às vezes, nem precisa voltar — basta continuar girando dentro da própria mão.
Vivo me perguntando se a arte de ouvir não está se tornando uma espécie em extinção. Talvez, no futuro, surjam podcasts silenciosos, onde se transmitam apenas pausas, respirações e o som do mundo acontecendo. Quem sabe aí a gente descubra que, muitas vezes, o que mais precisamos não é dizer algo, mas escutar o que o silêncio já vem dizendo há muito tempo.
E eu estarei lá, ouvindo. Sempre ouvindo.
- Eduardo Medeiros -
NUM CAFÉ, O TEMPO PAROU...
Trago comigo um amor em segredo,
que tem morada na minha ilusão;
amor sem nome, sem culpa, sem medo,
que veio do fundo da solidão!
Pintei seu rosto na tela da mente,
onde o amor, em silêncio, florescia;
a cor do afeto — sutil e envolvente —
tingiu de ternura a melancolia.
Vaguei nas ruas da perseverança,
em busca de algo que nunca se achou;
no rastro fugaz de parca esperança,
o amor calado mais fundo ecoou!
Um dia o vi — por acaso ou bruxedo —,
num café, e então minha alma se avia;
surgiu qual fosse um feitiço de enredo,
e pensei: “Será ela? Quem diria!”
O tempo parou — tremi de surpresa —
não era a mesma, mas lembrava tanto,
que meu olhar se perdeu na incerteza,
e até busquei conservar o encanto!
Mas, sem defesa, rendido à realidade,
voltei à vida, ao mundo real!
E então, sentindo uma estranha saudade,
amei — de novo — um amor sem final!
Nelson de Medeiros.
ENTRE O SONO E O DESEJO
No limiar da noite, ela surgia,
e vinha envolta em véus de claridade;
seus olhos, dois abismos de saudade,
tinham a cor da dor que não se esfria!
Jamais tocada, sempre se esvaía,
na dança lenta da minha ansiedade;
mas sumia, ao toque da verdade,
como a bruma que o sol desfaz ao dia!
Então, já no fim da madrugada, volta
e me sussurra um verso derradeiro:
“— O amor é sonho imortal e constante”!
Então desperto só, mas sem revolta,
com seu perfume preso ao travesseiro,
cheio de esperança daquele instante!
Nelson de Medeiros
08/03/2023, no auge da pandemia.
HORA TRISTE
O momento transcende a fim de mundo;
o bardo se aconchega à solidão,
e, prenhe de um pesar cruel, profundo,
chora a angústia de atroz desilusão!
Na penumbra da alma, o céu é profundo,
e o pranto inunda toda a escuridão;
então um verso nasce, e num segundo,
canta a mágoa que habita o coração!
Mas mesmo em meio à sombra que consome,
o bardo insiste em seu cantar dolente,
buscando luz no abismo da saudade!
O tempo passa, lento e indiferente,
e cria, então, a estrofe com seu nome,
na rima rica da felicidade!
Nelson de Medeiros
Médiuns
Médium, não te envaideças pelas vozes que recebes, nem temas as sombras que se aproximam. Tua missão é de humildade e vigilância. Estuda sempre, ora muito e age com caridade. Lembra-te: os espíritos de luz jamais te pedirão espetáculo, nem te prometerão milagres em troca de teu ego. A verdadeira mediunidade é aquela que silencia os aplausos do mundo para escutar os sussurros do céu. Confia em Deus, protege-te com a prece e caminha, pois até os passos mais solitários entre os dois mundos são guiados por Suas mãos.
“Ó Romeu, Romeu! Por que és tu Romeu?
Renega teu pai e recusa teu nome;
Ou, se não quiseres, jura que me amas,
E deixarei de ser uma Capuleto.
Só o teu nome é meu inimigo;
Tu és tu mesmo — não um Montecchio.
Que é Montecchio? Não é mão, nem pé,
Nem braço, nem rosto, nem parte alguma
Pertencente a um homem.
Ah, sê algum outro nome!
Que há num nome? O que chamamos rosa,
Com qualquer outro nome teria igual perfume.
Assim, Romeu, mesmo que não se chamasse Romeu,
Conservaria essa querida perfeição
Que possui sem esse título.
Romeu, larga teu nome,
E, em troca desse nome,
Que não é parte de ti,
Recebe-me inteira.”
🌱 Reflexão inspiradora: A vida é uma escola constante. Cada desafio que enfrentamos traz uma lição disfarçada, pronta para nos tornar mais fortes. As cicatrizes que carregamos não são sinais de derrota, mas provas de que conseguimos nos levantar mesmo após quedas dolorosas. A verdadeira sabedoria não está apenas em saber, mas em compreender que cada erro é uma chance de evolução.
💡 Exemplo prático:
Quando algo não sai como planejado, em vez de se prender ao fracasso, pergunte: “O que posso aprender com isso?”
Essa mudança de perspectiva transforma dificuldades em combustível para amadurecimento.
📖 Outras lições de vida inspiradoras:
“Quanto mais a gente amadurece, mais a opinião dos outros se torna irrelevante.” — lembrando que viver de acordo com seus valores é mais importante do que agradar a todos.
Histórias como a de Nick Vujicic, que nasceu sem braços e pernas mas superou limites e inspira milhões, mostram que limitações não definem o valor da vida.
A coragem de Malala Yousafzai, que enfrentou ameaças para defender o direito à educação, ensina que defender aquilo em que acreditamos pode mudar o mundo.
✨ Em resumo: a vida nos ensina a cada dia que resiliência, coragem e autenticidade são os maiores tesouros que podemos cultivar.
Quer que eu monte uma lista curta de 5 lições de vida essenciais para você usar como lembretes diários?
Às vezes, a vida parece correr tão rápido que esquecemos de olhar para dentro. Cada conquista, cada tropeço, cada silêncio carrega um aprendizado. O que hoje parece dor pode ser amanhã força; o que hoje parece pequeno pode ser o início de algo grandioso.
Respire fundo, valorize os instantes simples e lembre-se: o tempo não volta, mas sempre nos dá a chance de recomeçar. 🌿
A vida é feita de ciclos: alguns se fecham, outros se abrem diante de nós. O segredo está em aceitar o que termina e confiar no que começa. Cada despedida carrega sementes de novos encontros, e cada silêncio guarda a chance de ouvir melhor a si mesmo.
Não tenha medo do desconhecido — é nele que moram as maiores descobertas. 🌱
Que a noite seja um abraço de calma depois de um dia cheio de pensamentos. O sono é como um rio silencioso que leva embora as preocupações e devolve a paz. Permita-se descansar, porque até os sonhos precisam de espaço para florescer.
Durma com a certeza de que amanhã é uma nova página, pronta para ser escrita com esperança e serenidade. ✨
Na vida, há sempre um recomeço.
Demorou, mas, finalmente eu consegui destruí o velho sobrado dos medos que havia dentro de mim, os escombros caíram todos pesadamente aos meus pés. Observei as lágrimas escoarem-se sem presa, as dores partidas ao chão, os sonhos que foram apagados, as mágoas envelhecidas, mas, que ainda machucavam. Era terrível saber que aquilo tudo estava dentro de mim.
Agora é hora de esquecer e construir um lar arejado, com alicerce feito com amor, com a janela da alma de frente para o jardim dos sonhos renovados. Neste novo lar quero guardar somente o que me faz bem, as pessoas amadas, os desejos futuros, o amor divino.
Nunca mais eu irei abrigar pessoas que só fazem machucar, que transformam tudo em ruínas, num mundo apagado, pois, o coração é a moradia mais bela que alguém pode habitar. Mas infelizmente, muitos não dão valor e acabam destruindo tudo e depois é tão difícil reconstruir.
É tão difícil acreditar num recomeço, como se o sofrimento nunca tivesse morado aqui dentro de mim. Mas, estou reconstruindo a vida, os sonhos, meu lar. Aqui dentro tá ficando tudo lindo outra vez, exatamente como era antes do terremoto de decepções. E ficará ainda mais luminoso. Pode acreditar! Nem tudo foi destruído, principalmente a força que tenho para recomeçar.
Acalmando o lago das emoções.
Cada um de nós tem um lago desconhecido dentro de si. Em alguns momentos ele apresenta-se profundo e assustador, principalmente nos momentos de fúria, parece que ele vai transbordar e invadir tudo ao redor.
E, o que fazer para que ele permaneça sereno? Quando percebo que ele está começando a ficar agitado, eu costumo passar alguns minutos em silêncio, escutando unicamente o canto dos pássaros que sempre pousam bem próximo a janela do meu quarto. Aquela sinfonia tem o dom de abrandar as águas agitadas de qualquer lago em movimento.
Sempre que me vejo inquieta por causa do mundo louco em que vivemos que é o que faz as águas transbordarem, eu simplesmente fico alguns minutos off-line. Às vezes, chego até a desligar o celular, para que nada me incomode. Fico comigo mesma, escutando o que se passa por dentro.
Mas, o que mais me deixa calma e totalmente em paz é a natureza. Acho magníficas as nuances do sol no fim do dia, colorindo a cidade, enquanto as nuvens se perdem naquele mar de cores. O diferencial dos verdes dos galhos das árvores, as flores nascendo preguiçosas banhadas pelo orvalho matinal. A brisa de um dia chuvoso, as gotinhas banhando o meu rosto, o cheirinho de terra molhada...
Existem muitas outras coisas que me acalma, mas, não irei citar todas, pois, não gosto de escrever textos enormes, mas, deixo aqui a pergunta: O que te deixa em paz e com o lago das emoções bem tranquilo?
Acorda, o mundo não é um conto de fadas.
Ei, acorda garota! A vida não é um conto de fadas, você não vive em um castelo intocável. Nem tão pouco um príncipe irá te resgatar da bruxa malvada. Será que você não percebe como o mundo é de verdade, sem essa capa de ilusão que você teima em usar para se esconder da realidade.
Você é feita de carne e osso, não é uma bonequinha de cristal, com sapatinhos de princesa, não há súditos para te obedecer. O mundo que tu vives é o mesmo que um mendigo vive, embora, você prefere acreditar que Deus criou um mundo para cada um de nós e o seu é perfeito, pois, todos fazem suas vontades e você nunca se machucou.
Mas, acredite, um dia o seu vestido lindo irá se rasgar, o teu sapatinho perfeito poderá se perder e desta vez não será como nos contos, não haverá um príncipe a sua procura. Pois, o mundo real é feito para nos machucarmos, para cairmos e depois levantarmos mais fortes. E com você não será diferente. Por isso, acorda menina! Antes que a queda seja maior.
Amore in Venezia.
Manhã romântica de primavera, eu estava sozinha na linda Praça São Marcos, esperando a minha irmã. Eu deveria ter ido com ela, mas, meus pés já estavam cansados demais. Naquele instante eu pensei que Veneza é mais atraente para passarmos uma lua de mel e não para fazermos pesquisa de trabalho. Sei que muitos gostariam de está no meu lugar e ver os pombos voando, os casais apaixonados fazendo juras eternas, o sol pairando no azul das águas que se confundem com o brilho do céu. Mas, tudo o que desejava naquele momento era estar na minha casa no Rio de Janeiro.
Depois de quase uma hora, eu fui surpreendida por um belo jovem veneziano, de olhos verdes, com sorriso e olhar um tanto conquistador. Ele se aproximou lentamente e lançou algumas palavras:
- Oi senhorita, como está? – Confesso que o achei um pouco atrevido e ao mesmo tempo atraente e educado. Por isso fui bastante educada.
- Estou bem, só um pouco cansada.
Nesse dia conversamos pouco. Apenas nos apresentamos, ele disse se chamar Luigi, e quando eu disse que me chamava Carolina, ele achou lindo.
Passaram-se alguns dias sem que nos víssemos, até que houve um romântico baile para comemorar a primavera. Foi nesta noite mágica que o reencontrei. Ele estava lindo, com um sorriso inebriante, seus olhos pareciam um lago banhado de amor. Depois do baile saímos para passear sobre a nevoar daquela noite quase irreal. Tive sorte, pois, minha irmã voltou cedo para o hotel e eu fiquei na doce companhia do jovem veneziano.
Caminhamos silenciosamente pelas ruas enfeitadas de flores, com cheiro de jasmins cobrindo toda a cidade. Parecíamos sem destino algum, como se não houvesse o futuro e logo eu tivesse que retornar para a realidade do meu lar. Fomos guiados pelas batidas dos nossos corações.
Quando a madrugada deu lugar a uma luminosa e preguiçosa manhã, pois, a cidade inteira ainda dormia. Abraçamo-nos sobre a Ponte de Rialto, ele me presenteou com um beijo apaixonado, típico de um veneziano e me fez juras de amor. Namoramos ao balanço das gôndolas naqueles canais apaixonantes. Mas, eu sabia que na tarde daquele mesmo dia eu teria que partir.
Por alguns instantes senti vontade de largar tudo no Brasil e viver aquele sonho de amor. Comprar uma casinha com flores na janela, de frente para as águas solitárias, que já viram amores nascer e depois partir. Infelizmente, eu precisava voltar para o meu mundo real, menos colorido, mas, que me fazia sentir com os pés firmes no chão.
No fim da tarde, eu me despedi daquele que foi o meu amor por uma única noite e permanecerá dentro de mim a vida inteira. Talvez na próxima primavera, ou, quem sabe em um dia qualquer eu torne a encontra-lo. Afinal, a vida sempre pode nos surpreender.
