Cronicas de Marta Medeiros Felicidade

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PRISÃO

nasci nesta prisão
e não sei o que há lá fora
há muito, vivo na clausura
com a visão do mundo afora

no cárcere deste tempo
tento a improvável fuga
salvo a ruga, não há saída
com a vida, não há liberdade

hei de morrer nessa prisão
assim como todos, é verdade
como todos que aqui estão

Inserida por EvertonThoughts

"Tanto a fazer...
Fazer, fazer, fazer
Será que se nasce pra fazer?
Quanto mais se faz
Mais teremos a fazer
O tempo passa
O dia passa
A vida passa
E o fazer é sempre constante
Em cada dia... Em cada ser
Fazer porque tem que fazer,
Fazer por querer,
Fazer pra se manter,
Fazer por puro e simples prazer.
Tem dias que muito se faz
Outros, nada se quer fazer
Mas se viver já é fatigante
Por que precisa de mais fazer?
Fazer pra ser feliz
Ser feliz sem nada fazer
Mesmo sem querer
Não se para de fazer.
Mesmo sem nada fazer
Não se para de viver."

Inserida por evaniamedeiros

O ARREPENDIMENTO

Tive um pequeno apartamento que vendi mobiliado, mas me aconselharam a retirar ao menos o lustre, já que era uma peça que parecia rara. Então lá fui eu retirar do teto um lustre enorme e empoeirado, e até hoje ele anda pra lá e pra cá no bagageiro do meu carro, pois não encontro tempo para ir a um antiquário. Cada vez que abro o porta-malas, onde costumo transportar as sacolas do supermercado, me deparo com o espaço ocupado pelo lustre e me pergunto: por que não o deixei para o novo morador? Ganância, senhores.

Essa é uma pequena história sobre arrependimento. Igual a essa, tenho dezenas, todas tão desimportantes quanto. Convites que não deveria ter aceitado, desabafos que eu não precisava ter feito, e-mails escritos depois de três cálices de vinho, esse tipo de coisa, bobeiras contumazes que não estragam nossa vida, apenas fazem com que a gente se envergonhe por uns dias e acabe aprendendo mais sobre si mesmo. Os poucos remorsos sérios têm a ver com relações afetivas e familiares (a velha culpa: onde eu estava que não vi isso, não percebi aquilo?), mas, ainda, tudo dentro da cota permitida de vacilos.

Arrependimentos nos amadurecem e nos ajudam na correção de rota. Só se tornam um problema quando a rota terminou, quando falta apenas meia-dúzia de curvas para a estrada chegar ao fim.

Ninguém simpatiza com a velhice avançada e motivos não faltam: doenças, falta de memória, perda da autossuficiência e outros enguiços comuns a quem rodou bastante. Ainda assim, doloroso mesmo é chegar tão longe e descobrir que entre os arrependimentos há um, ou dois, ou vários que não foram desimportantes, e sim cruciais.

Excetuando as pessoas que confiam na vida eterna, para todas as outras, que acreditam apenas na vida antes da morte, nada pode ser mais triste do que, no balanço final, descobrir que abriu mão de um amor por causa de conveniências, que não foi amigo dos filhos porque só pensava em si mesmo, que não realizou projetos pessoais por causa de preguiça, que nunca arriscou uma guinada por causa de medos que agora parecem sem sentido, que gastou seu tempo com gente idiota e hábitos herdados de uma sociedade fútil, que não se permitiu conviver com pessoas diferentes por preconceito. Esse é o arrependimento que não é uma bobeira contumaz, pois resulta numa secreta tragédia pessoal: o desperdício de uma vida que poderia ter sido mais bem preenchida, mais estimulante e com mais oportunidades de expansão.

Tem boa notícia no final do texto? Tem. É sobre aquela meia dúzia de curvas que restam. Pode parecer pouco, mas é o que se tem para hoje, e hoje é tudo o que importa.

Inserida por lubaffa

O DIFERENTE

este mundo não me compreende
e não me aceita
pois
lá no fundo
ninguém também se entende
quando o diferente
sempre alguém rejeita
contudo
quem é este ente?
decerto
não é quem cala e consente
quiçá
quem segue a própria mente
consciente que este mundo
lá no fundo
é diferente

Inserida por EvertonThoughts

HOSPÍCIO

vivo num concreto espaço
e fujo da besta draconiana
tão besta quanto insana
ela degrada pelo cansaço
a fraca mente humana
aqui, neste louco hospício
neste pouco espaço
isolo-me do homem demente e mal-encarado
imundo, mas bem-humorado
vejo-me são num mundo deturpado
para além daquela porta
reina a insanidade, a vida de ilusão
mas aquém da vida torta
apenas eu, e meu mundo são
neste cubículo
tão concreto como abstrato
eu vejo o meu retrato
e nele percebo
o quanto sou ingrato
já vivi lá fora
e um dia fui um louco
agora, eu tenho um grande amigo
o médico do inimigo
hoje me chamou, sorriu e escancarou:
- lamento, meu amigo, mas a inês é morta.
lamento pela Inês.

Inserida por EvertonThoughts

ELA!

Ela é segura e decidida
nunca teme o que vier
é feliz, de bem com a vida
sempre sabe o que quer
linda, forte e resolvida
um exemplo de mulher.

De ética e extrema bondade
elegante, doce e vistosa
que destila a felicidade
na essência de uma rosa
mãe, amiga de verdade,
direta, firme e corajosa.

É por demais essencial
quanto orgulho temos dela
no trabalho é profissional
uma esposa leal e bela
talvez exista outra igual,
mas não tem melhor que ela.

Inserida por GVM

As nuvens andam,
O sol parece que não.
Tudo isto gira...
Sem eu ter uma razão.

Brilha forte, o sol,
E este me ilumina,
Questiono-me porquê.
Se calhar é cedo,
A vida é uma menina.

O tempo passa a voar,
E eu vou ficando atrasado.
As nuvens começam a descarregar,
Para que eu fique constipado.

Pareço uma nuvem que satura,
E dos poemas faço a precipitação.
Contudo, sou apenas um Homem que atura
Sem ter uma razão.

Enfim...
Gostava de viver!
Mas sobreviver é única opção.
Gostava de viver da razão,
Sobreviver é com o coração.

Inserida por VitorMedeiros

PARECER BEM NÃO SIGNIFICA ESTAR BEM

Quando alguém fala sobre problemas de saúde, em especial sobre algum doente, o interlocutor rapida e inconscientemente constrói em sua preconceituosa mente a imagem de uma pessoa debilitada, pálida, descabelada, com olheiras e olhar triste, esquálida, mal vestida, etc. Para a mencionada mente, parece não haver sentido um doente estar bem vestido, com um sorriso no rosto e, aparentemente, munido de felicidade e bem disposto.

Em se tratando de uma mulher vaidosa, que gosta de sair de casa maquiada e perfumada, toda arrumada e de salto alto, há um pensamento, machista talvez, que leva seu portador a acreditar que a doença daquela mulher é invenção ou exagero, e que se resolve com uma simples convalescença.

Por que será que as pessoas imaginam que as doenças devem ser mostradas pelo corpo, ou estampadas na face, daqueles que bravamente as suportam?

Alguém que tenha algum problema de saúde, crônico ou não, grave ou não, não tem o direito de parecer bem, de trazer da alma um sorriso para o rosto, apesar de todo o sofrimento solitário e o particular desgosto que carrega?

Por que supor, em contraposição àquele doente que aparentemente está "morrendo", que outra pessoa, também doente, mas bem vestida, bem humorada e com um sorriso nos lábios, está bem de saúde ao não mostrar sua doença? Não é razoável pensar que aquele que exibe seu sofrimento se entrega à enfermidade, enquanto o outro não? A aparência de saúde e o sorriso no rosto não seriam sinais de força descomunais?

Quando virem algum jovem, aparentemente saudável, sentado num banco para PNE, num ônibus ou em qualquer outro lugar imaginável, pensem que aquele jovem PODE ter uma doença grave, talvez terminal, mas invisível aos nossos olhos, que não o permita ficar em pé. Ele pode necessitar daquele banco mais do que um PNE com uma visível deficiência. Temos que ter em mente que a aparência não mostra necessariamente a essência.

Admirem quem tem forças para parecer bem mesmo estando mal, e não julguem pelo primeiro olhar, pois nossos olhos veem muito aquém do que aquilo que os outros têm!

Inserida por EvertonThoughts

O POETA MORREU

o poeta enfim morreu
quando a firme mão amoleceu
e a mente sã assim enlouqueceu
não está claro quando o claro escureceu
quando o olho viu somente o breu
mas toda a dor de mim esvaneceu
tanto quanto o amor que pereceu
se o sentimento vivo, por fim morreu
o poeta, que parecia, desapareceu

Inserida por EvertonThoughts

DESSA TERRA SEI!

Falo do nordeste por que conheço
aqui nasci, cresci e fui criado
no chão seco, sofrido e abandonado
sem nunca desistir desse endereço
o amor que eu sinto não tem preço
por essa terra que Deus me fez vivente
no sossego da sombra ou no sol quente
continuo o caminho em meu destino
por aí com meu sotaque nordestino
sentindo orgulho de falar o meu oxente.

Inserida por GVM

INDIFERENTE.

Respeite o negro e o nordestino
o Índio, o mulato e o estrangeiro
o albino, o anão e o romeiro
o rico, o pobre e o granfino
o mendigo, o crente, o peregrino
o gay, o drag queen e o vidente
o irmão, o patrão e a patente
o imigrante a procura de um leito
respeite pois apenas o respeito
faz do normal, ser igual ou diferente.

Inserida por GVM

Na maturidade, não tem ninguém esperando no portão pra nos levar pra casa, mas tem uma caminhada excitante rumo a um prazer que só quem se arrisca, conhece. O prazer da independência. O prazer de ter a sua assinatura avalizando cada uma de suas conquistas.
Já quem se falsificou num adulto que parece que é, mas não é, desperdiçou a chance de ter uma vida autêntica porque se assustou com a poeira no horizonte, previu que seria uma luta perdida, que não daria conta. Mas daria. O gigante, em qualquer circunstância, somos nós.
Martha Medeiros

Inserida por Marecel

Os que nos ultrajam
Não vêem quão tolos são
Até que Deus decida
Abrir-lhes a mente

Até lá, nós
Descompostos de nosso orgulho
nos curvamos
nos despimos de nosso brio
e agarramos firmes
contemos nossas pérolas
desperdiçá-las para que?

Cavamos fundo
bem fundo a nossa confiança
Em busca daquele pouquinho a mais
Suficiente para alcançar
Favor aos olhos do Pai
Cada padecimento
Cada amargor
Cada gemido,
Torna-nos mais resistentes
no Caminho

Inserida por LeiaMedeiros

Não deixe morrer o passado.
Tire tempo para relembrar
Coisas vividas em outras épocas
Até mesmo as ruins
São para serem lembradas
Para mais valorizar o presente

Tire tempo para olhar fotografias
Lembrar as datas
Os acontecimentos
Revisitar lugares
Ouvir novamente as músicas
Experimentar novamente as comidas

E os perfumes?
Ah, os perfumes!
marcam os tempos
Deixam impregnada
Na alma a essência

(,..em construção até que eu esqueça novamente o passado)

Inserida por LeiaMedeiros

Nem todo ser sensível é sensitivo
Mas todo ser sensitivo é sensível
Ambos tem suas limitações, qualidades e defeitos.
Há quem sofra por ser sensível
Há quem sofra por ser sensitivo
Se eu pudesse escolher
Nenhum dos dois eu seria
Ou aceito essa condição
Ou não transito no inconsciente alheio
Ou fico inerte fingindo nada saber
Ou leio aquela palavra omitida,
Aquele olhar desprezivo
Aquela atitude hipócrita
Aquele sentimento de narciso
Ou...
Ninguém entenderá a minha capacidade de perceber detalhes, pensamentos e silêncios atribuídos a mim, sim, sem modéstias...
Eu vejo muito além das aparências, contraditória ou não...
Posso aparentar cegueira, mas não só enxergo, sinto tudo aquilo que passa despercebido no meio da multidão, sem nenhum esforço.
E não me culpo se o intuito se transforma em infortúnio fortuito.
É apenas uma condição do ser, do eu...

Vigília

Estou há horas nisso
Sempre a mudar de lado,
De manhã tenho compromisso
Chego outra vez atrasado.

O tempo passa a correr
E eu só penso no avolecer.
Amanhã não aguento
O estado sonolento

Ao escrever isso distraí-me
E dei por mim,
A noite já tinha chegado ao fim.
Todos os dias é sempre a mesma cerimónia...
E se desaparecesses, insónia?

Inserida por VitorMedeiros

(Re)encontro

Minha flor que eu cheirei,
E mal toquei.
Minha flor que eu reguei
E não te vi quando voltei,
Talvez porque já era tarde quando te procurei.

Flor só há uma por isso a cuida,
Porque quando ela se for embora,
Quando te perderes na hora
Não haverá ninguém que te acuda.

E nisto tudo só sugirá um sentimento,
O arrependimento
E se ao menos pudesse mudar algo daqui pra a frente...

Mais uma vez a vida ensinou-me,
Mas não ensaiou-me;

Inserida por VitorMedeiros

Oh água o que me trouxestes?
ainda tento esvaziar meus pulmões.
Me inundastes,
me fizestes ignorar o que o fogo me deu,
deixei de lado as visões;
fechei meus olhos enquanto me partias,
mergulhei, me afoguei,
vendavais, terremotos e furacões;
e quando abri os olhos já me preenchias
e aquela paisagem eu não mais reconhecia
Eras fria...
e eu?
Pertenço e pertencia
as águas dos vulcões.

Inserida por PetrosM

O que o vento trouxe só o vento há de levar,
as chamas já perderam o controle,
nem mesmo a água pode as parar;
a água que congelava agora ferve
em meio a essa luta solitária que empata e logo perde
e essas mãos trêmulas que se esforçam para se segurar;
uma mente em delírio se encontra e se perde
em conjunto a essas asas que lutam para não mais falhar.
Traga me o espelho da alma,
traga me paz,
traga me calma,
pois essas asas, ainda encharcadas pela água
são pequenas demais para voar.

Inserida por PetrosM

Mais um poema inacabado,
mais um domingo nublado,
terá fim um dia essa tempestade?
indaga amargurado o sol que iluminava a cidade.
O silêncio grita as palavras não ditas
que sangram e rasgam
na pele daquele que suplica,
que pede por calor
mesmo sem saber se ainda acredita;
que fala de amor
sem mesmo ser capaz de segurar as próprias mãos,
que pulou, voou e arriscou
mesmo temendo o que encontraria quando chegasse ao chão
e após a queda ainda lutou
mesmo não ouvindo mais seus próprios conselhos
e agora ele não mais se encontra nos vulcões,
pois passou a pertencer aos céus vermelhos.

Inserida por PetrosM

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