Crônicas

Cerca de 775 crônicas

⁠A vida como um café

Ao ler o livro A Pirâmide da Sabedoria: Alimentando sua Alma em Meio à Pós-Verdade, me dei conta de como a vida pode nos ensinar por meio das pequenas coisas. Tome o simples ato de fazer café, por exemplo.

"Quando tomo café (que coisa de Deus!), não posso deixar de louvar a Ele por criar criaturas à sua imagem, com a capacidade de sonhar com uma bebida tão magistral por meio do bizarro processo de torrar grãos, moê-los e filtrar água quente através deles. Que maravilha!" (p. 165).

Inspirado por essa passagem, fui pesquisar mais sobre o processo de se fazer café. Se, como eu, você é leigo nesse assunto, saiba que há um cuidado minucioso envolvido até o café chegar às nossas casas. Tudo começa com a escolha criteriosa das sementes, que são cultivadas em viveiros até estarem prontas para o plantio. A partir daí, há todo um processo: irrigação, adubação, controle de pragas, até chegar à colheita. Depois disso, os grãos são classificados, torrados e moídos para que possamos desfrutar de uma simples xícara.

Essa jornada do grão até o café pronto é, na verdade, uma metáfora para a vida. Nada de valor se torna bom sem passar por um processo – e esse processo, muitas vezes, pode ser doloroso. Assim como o grão de café precisa ser quebrado e torrado para revelar seu sabor, nós também passamos por momentos difíceis que nos moldam e nos preparam para algo maior.

Essa reflexão me lembrou de um ensinamento bíblico que sempre me impactou. A Bíblia, em sua sabedoria, nos incentiva a aprender com o que nos rodeia. Um exemplo que sempre gosto de citar são as formigas, mencionadas em Provérbios 6:6-9: "Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio." Observando a diligência das formigas ou o zelo com que cada etapa do processo do café é conduzida, percebemos que o sucesso, a maturidade e a realização são resultados de disciplina e paciência.

Essa jornada de aprendizado tem me tornado mais humilde. A Bíblia tem me ensinado a observar mais, a escutar com atenção, seja o que as pessoas, os animais ou mesmo o mundo ao nosso redor têm a nos dizer. E o mais fascinante é que esse aprendizado nem sempre vem de outros humanos. Ao prestar atenção aos detalhes da criação, percebemos o quanto podemos aprender com as pequenas coisas – mesmo algo tão simples quanto uma xícara de café.

Assim como cada grão passa pelo fogo para revelar seu verdadeiro sabor, somos moldados pelas experiências que enfrentamos. E quando aprendemos a apreciar esse processo, mesmo nos momentos difíceis, a vida se torna mais leve, mais rica.

Depois de toda essa reflexão, só me resta celebrar. Que tal um café para brindar as maravilhas de Deus?

Inserida por JamisGomesJr

⁠"O chuva"
Acordei de manhã e me deparando com um céu mais infeliz que eu já vi! Não só o céu que estava infeliz, o dia estava completamente a solidão, sem cantos de passarinhos, sem alegria da vizinhança toda, o dia estava assustador...

Será que isso foi uma pausa pro tempo? Ou um tipo de castigo para nós? Isso pode parecer um drama demais, mas como pode ser o dia tá infeliz assim?

Tempos depois começou a chover parecia que um anjo estava chorando de tanta solidão só em um dia! Isso parece ser um deja-vu meu? Ou é um deja-vu....

Enquanto chovia, olhei meu VASO de flor lá fora e vi ele alegremente feliz com a presença de chuva, cada gota que caia mais alegre ele ficava. E parei pra pensar...

As vezes não é o dia que é ruim ou cheio de solidão, na verdade é a gente que não conseguimos lidar com esses tipos de coisas! O dia estava ótimo, para todo mundo ou talvez, para quase todo mundo.

Só agradeço por ter dias ruins ou bons! Porque mesmo tendo esses dias. Eu tenho uma vida! O que importa mais que um simples dia!

Inserida por NathaliSofiaprw

⁠Eu sou próprio girassol

Estava caminhando, e avistei um nascer do sol mais único que já vi! Não só o nascer do sol, mas também diversos girassóis, que brilhavam muito ao nascer do sol.

Eu não tinha nada para fotografar esse momento, mas só tinha eu naquela experiência! Foi incrível!
Logo depois que o sol nasceu eu percebi um único girassol que estava sozinho, que a luz do sol não pegava nele... Sendo um pobre girassol sozinho...

Ele era o único que não estava sendo acompanhado pelo sol -"o pobre girassol, porque eis muito sozinho?"
-perguntei a ele, analisei, que não só os girassóis são sozinhos ou não sigam a luz do sol, mas também, a gente! As Vezes não somos sozinhos porque a gente quer, porque as pessoas se aproximam de você porque sabem que tem uma ótima vida! Ninguém conseguiu ajudar aquele girassol, porque sabem que não ganharia nada com isso.

Lembre-se, olhe com quem você anda ou com quem você compartilha a vida, porque às vezes não é porque gostam de você, às vezes são interesses, ou... USADORES!

Inserida por NathaliSofiaprw

⁠minhas quatro vidas

Minha primeira vida foi o próprio caos...pessoas de um lado e do outro, deboche surreal! Nunca me senti tão incomodado assim... Bullying mais bullying mais bullying... Como a primeira vida pode ser tão cruel assim? Ou... São as pessoas que são cruéis!

A segunda vida, eu nunca vi uma vida tão perfeita! Ver o pôr do sol mais único, aquele cheiro insano de mar, gaivotas alegremente com seus cantos... O vida única! Pena que não durou muito tempo.

Confesso que minha terceira vida foi a mais radical, é a mais insana! Aquele barulho de skate raspando sobre o chão os muros todos pichados, mas como outra vez não durou muito tempo...

Então, minha quarta vida... Eu acho que minha vida foi a própria timidez, sofri muito por causa disso...
Por ser tão tímida não conseguia nem conversar com as pessoas direito e por isso me prejudicou muito no meu aprendizadio... Não conseguia saber se eu estava certa ou errada! mas enfim.

Com isso, aprendi que mesmo tendo momentos difíceis o bons na minha vida nunca devemos desistir de tudo! Se você tem uma vida ruim aproveite cada momento, porque sabemos que tem pessoas que gostariam de ter sua vida nesse exato momento, pessoas que não resistiram e não conseguiram nem aproveitar a sua vida! aproveite cada momento! Respire o ar de todos os seus momentos felizes. Viva!

Inserida por NathaliSofiaprw

⁠Batimentos, bons!

Nem sempre um coração pode ser por amor! Sinto que meu coração está quebrado aos poucos O coitado está completamente destruído! Isso por causa das palavras ou especificamente do ser humano!


Chorar é bom nesses tipos de momentos, porque as lágrimas limpam o nosso coração mesmo sendo o coração mais destruído!

Um coração significa muito para nós, porque é a sua vida em andamento que vale muito mais que mansões, lanches, ou o dinheiro do mundo todo! Porque ninguém vai conseguir ter a mesma coisa que você!

Inserida por NathaliSofiaprw

⁠Surfando auto

Acordei de manhã com um céu maravilhoso, em seguida peguei minha prancha para surfar um pouco na praia e achar a ilha mais bonita, comecei a surfar e encontrei a ilha mais bonita que já vi!

Então decidi que ira lá, vi que eu teria que passar por diversos obstáculos pela frente, pois a ilha estava cercada de enormes ondas! Mas não desisti, fui em frente e não desisti.

Enfrentei diversas ondas enormes, até que uma onda me engoliu! Mas levantei como nada estivesse acontecido e segui em frente passando por vários obstáculos. Estava pisando na minha fobia de mar!
E em fim, conseguir chegar.

Não deixem te derrubar! Siga em frente porque você cada vez vai mais longe e mais alto!
Mesmo tendo muitos obstáculos pela frente, por isso não desista! E encare todos os seus tipos de medos!

Inserida por NathaliSofiaprw

⁠DISCORDÃNCIA seguia calmamente o seu caminho. Com algumas divagações infiltradas em sua mente na esperança de dar de cara com EXAGERADO. DISCORDÃNCIA sabia que EXAGERADO sempre tinha algo para contar.

E ao atravessar a esquina dos DESOCUPADOS avistou EXAGERADO de conversa com SABE TUDO. E foi assim que DISCORDÃNCIA começou a se sentir recompensada. Afinal, assunto para o dia é o que não faltava - logo pensou!

Bom dia EXAGERADO... Bom dia SABE TUDO! Vou logo dizendo que... E de repente, surge a dona CHEGA DE CONVERSA.

DISCORDÃNCIA com receio de ser interpelada, saiu depressa e um tanto envergonhada. E... foi nessa correria que passa por ela CONCLUSÃO, com uma borracha na mão. Para por fim... a história talvez mal contada, do dia em que o poeta teve que fazer uma redação.

Nivaldo Duarte

Inserida por nilduarte

⁠Como posso te amar?
Não posso.
Mas amo?
Acho que não. Espero que não.
Não é medo, é incerteza.
Compatibilidade de almas, incompatibilidade de corpos.
Não é uma miragem vivida,
é apenas uma realidade estendida—
como se o tempo fosse o mesmo para nós.
Mas não é.
Há uma vida de distância.
Talvez mais do que uma.
O que devo fazer em meio a essa realidade assustadora?
Nunca cheguei nessa parte.
Não sei ao certo pelo que me apaixonei,
se é que me apaixonei.
Seria seu riso doce, seu olhar de abrigo,
seu tom de intimidade, sua escuta ativa?
Talvez eu tenha me apaixonado pela forma
como me vi pelos teus olhos—
como se meu coração pudesse bater
e, pela primeira vez,
não houvesse nada de errado nisso.
Mesmo que não seja platônico,
preciso que seja!
Preciso ser como a Branca de Neve,
mas sem o príncipe.
Que ele nunca me beije.
Que eu nunca acorde.
Que isso fique aqui, onde é seguro:
dentro do meu próprio sonho.

Inserida por Riber

Todas as coisas que segurei


Dentro de mim, segurei tantas coisas…Abstratas, pequenas, grandes, confortantes.
Desenvolvi barreiras para guardar todas essas coisas que segurei, constantemente, estava ali comigo, independente do que houvesse, elas haviam se tornado atemporais, o tempo não transcorria, nada poderia apagá-las na nitidez em que se mantinham firme dentro de mim.
Um desejo incansável de controlar o incontrolável e por ego, não reconhecer a beleza da liberdade. Havia tanto em mim, que pesou. Pesou nas profundezas do interior que já nem era mais meu, entretanto, estava se tornando propriedade daquilo que eu guardava em mim e estava me moldando aos poucos.
No nascer do dia e no fim dele, percebo repetidamente que a vida são fases, ciclos, estações. E tudo de intenso que há no meu peito jamais transformaria-se em concreto eternamente. Não posso guardar, tocar, manter sempre dentro de mim. É preciso soltar, libertar, encontrar o equilíbrio, pois tudo o que realmente nos pertence, jamais vai embora, apenas ressurge em sensações melhores.

Inserida por Moniellyribeir0

⁠SAUDADE

Saudade é essa presença silenciosa que ocupa o espaço deixado por quem partiu, um vazio que não se desfaz, mas se preenche de memórias, como se fossem pedaços de luz que aquecem a escuridão. É uma palavra que, sozinha, carrega em si um mundo inteiro de lembranças, afetos e sorrisos guardados. Quando a saudade aperta o peito, não é só pela ausência de quem já não está; é também pelo amor que deixou, que se esconde e, ao mesmo tempo, nos abraça invisivelmente.

Ela tem o poder de transformar o vazio em conforto e a dor em um carinho delicado, feito vento suave que passa e sussurra as lembranças de tempos que foram belos e significativos. A saudade não é apenas dor; é, paradoxalmente, também a cura, porque cada pontada que sentimos no peito nos faz recordar momentos únicos, como uma música que toca só para nós, evocando risos, toques, conversas – tudo aquilo que, de algum modo, ainda vive e nos ensina o valor de amar e de sentir.

A saudade, que transborda em lágrimas, é como um rio que corre dos olhos para aliviar a dor silenciosa que a falta nos deixa. Essas lágrimas, ao caírem, são um jeito de libertar o peso do vazio, de esvaziar o peito da dor que, de outra forma, ficaria ali, abafada, apertando cada canto da alma. No silêncio das noites, a cama que antes acolhia aquele que amamos se torna um lugar sagrado, cheio de memórias; o lençol intocado e o espaço ao lado nos lembram que, embora o corpo se ausente, o amor permanece.

A mesa, com um lugar vago, conta histórias que só nós ouvimos, e até aquele sabor que nunca mais experimentaremos fica guardado na lembrança, como uma ferida que, embora não cicatrize, nos desafia a seguir adiante. Cada lembrança é como um bálsamo suave para essa ferida que carregamos, uma forma de cuidarmos dela, com ternura, em vez de sufocá-la. Porque, no fim, essa saudade é um tributo a quem amamos e à profundidade de tudo o que vivemos juntos. Ela nos ensina a acolher nossas dores e a perceber que, mesmo com a ausência, ainda carregamos aqueles que partiram em cada detalhe da vida, na esperança de que as lembranças, um dia, tragam mais conforto do que dor.

Assim, a saudade nos torna mais humanos, mais inteiros. É um abraço que damos em nossa própria história, aceitando que o que foi vivido jamais se perde. Ela transforma a falta em um legado que não se apaga, que atravessa o tempo e nos guia. A presença de quem se foi fica eternizada nos pequenos detalhes – em um perfume que passa, em uma canção ao acaso, em um pôr do sol que lembra outro tempo.

E, mesmo que a saudade traga uma pontada de dor, ela é o testemunho do quanto valeu a pena. É a marca de uma vida vivida em profundidade, onde quem amamos permanece para sempre guardado em nosso coração, como uma parte de nós mesmos.

Inserida por trombinibauru

Ser Cruel
Por: amauri valim

As coisas não podem ser explicadas facilmente.
Diagnosticar e dar resposta rápida não são prudentes,
é crueldade.
Ser avaliado por um único instrumento é crueldade.
É desumano idealizar alguém para as próprias satisfações,
é crueldade.
Tudo o que é humano é grotesco e cruel.

Inserida por amaurivalim

As Guerras
Por: amauri valim

Sempre houve dois tipos de guerras:
guerra por ideologia religiosa; guerra por poder político.
As guerras são os experimentos, são os próprios treinamentos
dos poderes bélicos governamentais e dos poderes espirituais
das divindades, que também condenam e matam para as salvações.
As promoções das guerras são camufladas muitas vezes pelos
estigmas da religiosidade, aonde se promovem as guerras e os
experimentos espirituais. Tudo é comércio da guerra, desde a guerra
entre a maçã e a cobra; entre a dor e o remédio; entre Deus e o diabo;
Deus e o Diabo são os mentores desse plano divino e diabólico.
A plebe, sem poderes divinos, nem poderes diabólicos ou bélicos,
entra com a cara a levar chumbo. Todos saem perdendo,
entre membros decepados e vestes estraçalhadas restam às
lágrimas desesperadas dos que ainda podem chorar,
e nos poderes palacianos as glórias e as impunidades.

Inserida por amaurivalim

Os Homens do lixo e os da Fome
Por: amauri valim

De fome ou de sede são todos vítimas da ignorância e dos
poderes dos soberbos; povoam os pátios, tanto quanto os
próprios lixos. Assim como os ratos as moscas por poder
de sobrevivência.
Os lixos que saciam a sede e a fome desses seres vêm
dos grandes pátios dos poderes políticos, dos anciões soberbos
vestidos de homens. Para os homens de poder de influência “lixo é lixo”,
restam aos homens de ignorância cultivada os lixos como alimentos.
A voracidade da fome dos homens não distingue o paladar nem o torna
rejeitável esse lixo como alimento; pois suas necessidades são superadas
e saciadas. Por Deus! O que se pode esperar do bicho homem?
O homem prostra-se diante dos altares da salvação por fome e sede,
mas, o que o homem pode esperar de Deus? São os homens as vítimas
dos víeis das etnias, dos poderes das políticas e dos anciões.
Salvem-se deles! Se puderem.
Mesmo sendo os lixos, alimentam estômagos e cérebros,
o estupefazem na fé e na esperança por um novo lixo no próximo dia.

Inserida por amaurivalim

Crianças são pequenos seres a desafiarem
As grandezas por suas complexidades.
Esses pequenos seres colocam pedras nos caminhos
Para ensinarem adultos a caminhar.
Enfrentam todos os tipos de desentendimentos.
Pois, adultos deviam olhar com olhos diferentes,
E terem percepções para formar e entender
Mentes diferentes e não corpos de cavalos de corrida.

Inserida por amaurivalim

POUCA FÉ - POR CAFÉ.
Quero deixar para pagar os pecados no inferno, com a religião ou sem ela as pessoas continuam fazendo o bem e o mal. Assim também o perdão dos pecados não deveria existir, por estarem cometendo sempre os mesmos. O que deveria existir é uma forma de pagamento, mas sem essa de que vão pagar quando for ao inferno. Sendo assim fica mais fácil de pagar, inferno não existe mesmo. Às vezes até pagamos por um por outro pecadinho que cometemos, mas, aqui sabemos que tem sempre alguém defendendo alguém de todo tipo de pecado. Já esses outros pecados que não são condenáveis aqui na terra são bons de cometerem devido a mais uma incerteza da punição, até mesmo no céu pelo fato das religiões não terem nada certo sobre a formação da equipe de julgadores. Ó céus! Da me paciência já que não da nenhum entendimento sobre esse julgamento final. Já encontrei muita gente com uma ou outra forma de explicação tentando me convencer de suas pregações e das operações das maravilhas da fé. Talvez meu maior êxtase seja meu menor pecado, já embutido no sangue da criação supostamente divina. Já ouvi uma justificativa de que a fé não move montanhas e sim a palavra é que move, mas, ainda não sei que palavras e nem quantas palavras serão necessárias. Então eu poderia estar numa profunda escuridão, o que também não me convenceu. Ainda acho que orar em jejum é um grande pecado contra o corpo e a quem cometer deveria ser punido, Jejum é Jejum, Fé é Fé, pecado é Pecado. Café é Café. Creio que devemos abrir o coração não fechar a boca nem baixar cabeça. Outra coisa intrigante é a bíblia, já que para toda explicação dizem que as explicações encontram lá. Não entendo porque para todas as salvações e para todos os poderes só exista um livro chamado bíblia. Mas entendo porque é fácil de acreditar em contos e mitos, porque há sempre uma carinha boa de coitado, feliz, empático mostrando os caminhos e isso vem sendo contado na nossa mente desprotegida desde a concepção. Que para um bom entendedor meia palavra basta, mas, o problema é que mesmo com uma palavra inteira ainda não estou convencido das maldições divinas, nem das bondades dos demônios. Se eu mantiver meu cérebro protegido e deslavado certamente minha mente não me condena por um medo de demônio ou dos castigos dos deuses, aliás, quem mesmo castiga é Deus ou o demônio. Sendo assim já que nada me convence continuo pagando meus impostos a Cezar. Cezar sim é um cobrador de impostos. De a Cezar o que é de Cezar e nem queira saber a quem Cezar dará, para não cometer mais um pecadinho. É justo que cada um se defenda desses demônios supostamente ditos e encontrados invisivelmente atrás das cortinas de medo impostos em seu quarto obscuro. (A. Valim)

Inserida por amaurivalim

A solidão da praça
Como todas as praças há um busto de olhar sério com ar de tristeza. Quase ninguém percebe sua biografia. Aquele busto respingado de fezes de pombo no centro da praça deserta pode parecer triste, porque a praça já não encanta tanto como antes. E os jovens das jovens tardes de domingo, e os beijos roubados os beijos de namorados no coreto. O coreto já não abriga mais o recital das poesias a fala teatral nem é mais palanque de protesto. O coreto também está mais triste, nele só há respingado de fezes de pombo. Por conta de umas redes sociais e de jogos mortais, não se abraçam, não se ouve vozes, nem se vêm, nem sentem calor humano. As crianças já não brincam que triste fim da grama e da areia da praça que ficou tão alheio.

Inserida por amaurivalim

⁠O Encontro no Ônibus

Estava eu, mais uma vez, indo para a casa de minha avó. Para tanto, preciso pegar dois ônibus ou ir a pé até o ponto do segundo. Com muita cautela, vou. Passo atenciosamente de rua em rua, esquivando-me das esquinas como quem evita lembranças indesejadas.

Decido ir a pé. Chego ao segundo ponto um pouco cansado, o corpo denunciando a caminhada, e logo vejo meu ônibus se aproximar. Entro, pago e me assento. Como em qualquer outro dia, encaro a janela como uma tela em branco, onde os cenários passam rápido demais para serem compreendidos. Imagino tudo, porém nada de importância.

Um bairro se passou quando sinto um toque no braço, leve como o roçar de um galho ao vento. Vinha de alguém que se assentava do meu lado direito. Penso que foi apenas um esbarro casual e volto ao meu devaneio, mas novamente sinto. Dessa vez, decido me virar e entender o que estava acontecendo.

Era uma senhora, pequena e franzina, de mãos trêmulas e olhar perdido. Tentava, com delicadeza, chamar minha atenção. Algo havia de diferente em seu olhar — um brilho úmido que parecia conter todo o peso do mundo. O marejar de seus olhos já me inundava, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ela segurou minha mão com firmeza, como quem busca âncora na tempestade.

Sem dizer uma palavra, ela apenas suspirou fundo, como se aquele gesto contivesse anos de histórias acumuladas. Seus dedos enrugados e frágeis envolviam minha mão como se segurassem um último pedaço de esperança. Por um instante, o mundo se reduziu àquele toque, e o barulho do ônibus se tornou um murmúrio distante.

Aos poucos, seus lábios se abriram, e num sussurro quase inaudível, ela disse:
— Você se parece com meu filho...

Houve um silêncio denso, como se o universo contivesse o fôlego. Não sabia o que responder, e talvez ela nem esperasse uma resposta. Apenas segurava minha mão, fixando o olhar num ponto indefinido do corredor.

— Ele partiu faz tanto tempo... — murmurou, com a voz quebrada pela saudade.
Um nó se formou na minha garganta. Respirei fundo, sentindo o peso daquele instante. Então, num gesto instintivo, apertei a mão dela com carinho e disse:
— Eu estou aqui... Pode me contar sobre ele, se quiser.

Ela pareceu surpresa, como se aquela simples oferta fosse um presente inesperado. Seus olhos marejados se voltaram para mim, e um sorriso tímido despontou, como um raio de sol por entre nuvens carregadas.
— Ele tinha esse jeito quieto... sempre olhava pela janela, pensativo. Gostava de imaginar histórias. E quando eu estava triste, ele só segurava minha mão, como você está fazendo agora.

Senti meu coração pulsar mais forte. Eu não era apenas eu — naquele instante, eu era um fragmento de memória viva. Ela continuou falando, e a cada palavra seu rosto se iluminava, como se a lembrança trouxesse o calor de um reencontro.

— Ele dizia que as nuvens eram mapas de terras mágicas — disse ela, sorrindo leve.
— Sempre acreditava que, se prestássemos atenção, descobriríamos um caminho que só os sonhadores enxergam.

Sorri também, e sem perceber, comecei a compartilhar minhas próprias memórias de viagens e pensamentos perdidos olhando pela janela. Ela escutava atenta, como quem encontra companhia na dor e na saudade.

Quando o ônibus freou bruscamente, ela soltou minha mão com delicadeza, como se devolvesse à realidade o que fora apenas um breve consolo. Antes de descer, olhou para mim com um sorriso pequeno, mas sincero, carregado de um agradecimento mudo.
— Obrigada... Você me fez lembrar que o amor não morre... Só se transforma em saudade.

Olhei para ela e, com um sorriso sincero, respondi:
— Talvez ele ainda segure sua mão... de algum jeito, através de quem traz um pouco dele no olhar.

Ela desviou o olhar por um momento, tentando conter as lágrimas. Mas quando voltou a me encarar, havia uma serenidade nova ali, como se minhas palavras tivessem encontrado um canto acolhedor dentro dela.

Fiquei observando-a partir, pequena e delicada, desaparecendo na multidão. O ônibus seguiu viagem, mas aquela sensação permaneceu em mim — uma mistura de melancolia e gratidão por ter sido, ainda que por poucos minutos, um porto seguro para alguém que precisava ancorar suas lembranças.

No caminho até a casa de minha avó, pensei sobre a força que existe em simplesmente estar ali para alguém. Às vezes, somos chamados a ser companhia em meio ao tumulto da cidade, como se a vida nos empurrasse para encontros que não esperávamos, mas que, de alguma forma, precisávamos viver.

E ali, entre a dor e o alívio, aprendi que às vezes somos porto, outras vezes somos naufrágio — e, no intervalo entre os dois, a vida nos permite tocar o coração de um desconhecido, deixando nele um pouco de calma, e levando conosco a certeza de que a humanidade sobrevive nos detalhes.

Inserida por DanielAvancini

⁠Capítulo 3 - Entre a Dor e o Amor

1. Entrelaços do Sentir

A vida é feita de camadas. Cada emoção que sentimos, cada relacionamento que vivemos, acrescenta uma nova dimensão ao que somos. Às vezes, essas camadas brilham como um amanhecer tranquilo, mas, em outras, pesam como o céu antes de uma tempestade. O que permanece constante é o aprendizado que cada experiência nos oferece — mesmo que, no momento, isso pareça apenas dor.

Houve um tempo em que o silêncio dentro de um relacionamento se tornou ensurdecedor. Era como se estivéssemos em lados opostos de um abismo, gritando palavras que o outro não conseguia ouvir. O início havia sido diferente. Havia risos, toques leves e promessas ditas com o tipo de convicção que só a paixão oferece. Mas, com o tempo, o que parecia fácil tornou-se difícil. Pequenas mágoas se acumularam como grãos de areia em uma ampulheta, até que, um dia, percebemos que não havia mais tempo.

Eu me lembro de uma noite em particular. Estávamos sentados à mesa, cada um em sua própria bolha de pensamentos. A luz branda do abajur criava sombras suaves no ambiente, mas não conseguia iluminar o espaço vazio entre nós. Era como se algo tivesse morrido ali, algo que nenhum de nós conseguia nomear. Foi naquela noite que decidi escrever uma carta. Eu sabia que não era uma solução, mas precisava tirar de dentro de mim as palavras que haviam ficado presas por tanto tempo.

Na carta, falei das minhas inseguranças, dos meus medos e, sobretudo, da minha esperança de que ainda fosse possível encontrar um caminho de volta. Não foi uma tentativa de resgatar o que havíamos perdido, mas um gesto de honestidade, uma maneira de me reconectar comigo mesma. Quando terminei de escrever, senti um alívio que há tempos não sentia. Percebi, então, que às vezes o ato de se expressar é mais importante do que a resposta que esperamos do outro.

Essa experiência me ensinou que o amor não é apenas um sentimento; ele é uma prática. É sobre estar disposto a ser vulnerável, a enfrentar os próprios medos e a abrir espaço para que o outro também o faça. É, sobretudo, sobre aceitar que o amor verdadeiro não é perfeito — ele é feito de rachaduras, de escolhas difíceis e de coragem.

2. Histórias que Moldam

Mas nem toda dor pode ser resolvida. Algumas vêm para nos transformar de maneiras que só compreendemos muito tempo depois. A perda de um irmão e amigo querido foi uma dessas experiências. Lembro-me do dia em que recebi a notícia. O mundo parecia ter parado, como se cada som ao meu redor tivesse sido abafado por uma cortina de silêncio. A ausência dele era palpável, e o vazio que deixou parecia impossível de preencher.

Por muito tempo, tentei fugir dessa dor. Preenchi meus dias com tarefas, cercando-me de pessoas e buscando distrações que, no fundo, eram inúteis. Mas, eventualmente, percebi que não era possível escapar. Foi ao revisitar as memórias que compartilhamos que compreendi algo profundo: ele não havia partido por completo. Cada momento que vivemos juntos, cada conversa e cada gesto, permanecia vivo em mim. A dor da perda, percebi, era o preço que pagamos pelo privilégio de amar.

E então há as conexões que nos moldam de maneiras mais sutis. Uma amizade de infância, por exemplo, me ensinou sobre o poder da empatia. Passamos por fases de pura alegria e por momentos de desafio, mas foi em uma dessas crises que nosso laço se fortaleceu. Quando minha amiga enfrentava uma dor profunda, descobri que apoiar alguém não é apenas oferecer palavras de conforto — é estar presente, mesmo quando não há nada a dizer. Foi nesse espaço de silêncio compartilhado que nosso vínculo se tornou inquebrável.

3. Camadas do Sentir

O amor, em suas diferentes formas, é tão multifacetado quanto a vida. Ele nos desafia intelectualmente, conecta-nos emocionalmente e desperta nossos sentidos. Em cada experiência, há uma lição escondida, esperando para ser descoberta. Às vezes, essa lição vem na forma de uma alegria avassaladora; em outras, ela surge das cinzas de algo que acreditávamos ser permanente. O que permanece constante é a capacidade do amor de nos transformar.

Ao refletir sobre essas experiências, percebo que cada conexão que cultivamos nos aproxima de nossa própria essência. Seja no calor de um abraço, no peso de uma despedida ou na troca silenciosa de olhares, somos moldados pelos laços que criamos e pelas histórias que compartilhamos.

4. Reflexões Silenciosas

E assim, deixo este convite a você: pense nas pessoas que passaram por sua vida. Quais marcaram você de forma indelével? Quais momentos de alegria ou dor o transformaram? Às vezes, a resposta para nossas perguntas mais profundas está nas histórias que carregamos, nos ecos das vozes que ainda ressoam dentro de nós.

A vida é um ciclo constante de encontros e despedidas, luzes e sombras. Mas, se há algo que aprendi, é que a luz sempre encontra um jeito de atravessar até os espaços mais escuros. Cada conexão que fazemos, cada laço que criamos, é uma centelha dessa luz, nos guiando de volta para casa.

Inserida por dianeleite

"⁠O Chamado do Eu Interior

Há momentos na vida em que algo dentro de nós se agita de forma inexplicável. Não é apenas um pensamento insistente, nem um desejo passageiro. É um chamado. Uma força silenciosa, mas poderosa, que nos impulsiona para além do que conhecemos, desafiando certezas, ruindo alicerces e nos fazendo encarar o que antes parecia intocável."

Inserida por dianeleite

⁠Vivemos tempos acelerados, onde as distrações nos afastam de nós mesmos. Perdemos-nos em ruídos externos, em rotinas exaustivas, e nos esquecemos de ouvir a voz que ecoa dentro de nós. Este livro é um convite para uma pausa, um respiro profundo. É um chamado para que você retorne a si mesmo e perceba que as respostas que busca já estão dentro de você.
"Trecho Crônicas de Diane Leite"

Inserida por dianeleite

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp