Crônica de Despedida de Morte
NÃO ME DEIXE MORRER
O segredo de escrever bem é escrever com o coração, meus poemas são reais, nada disto é uma história de ficção.
Por favor, Deus não me deixe morrer, meu coração se enfraquece todas as vezes que decido viver. A dor me pega de surpresa, o choro vem em meio a avareza.
Meu travesseiro conhece meus pensamentos, minha família é cheia de sentimentos, mas nada tenho a oferecer se não for pra tentar vencer.
Um dia o meu coração sentiu, um dia os meus olhos foram luz, um dia minha alma sorriu, um dia, um certo dia, eu me encantei pela cruz.
Jesus, você era a minha esperança, o motivo do meu viver, diante de tanta tristeza e avarença, mas eu decidi começar a temer.
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Minha alma chega a ponto de falecer, meus olhos estão perdendo o brilho da inocencia, tanta maldade chego a tentar esquecer, meu corpo não tem mais essencia.
Não é um poema... deito a cabeça no travesseiro e não consigo parar de pensar. Cada dia que passa o sentido da vida vai sumindo... Não quero me matar, apenas quero fazer a dor parar... os ataques de ansiedase estão aumentando, a vontade de continuar esta começando a desaparecer de uma forma que estranho..
Porque não posso deixar esse mundo silenciosamente? São estes os pedidos em minhas orações. É dormir e não acordar.
O Gato Preto
Ando há milênios por esta terra. Vigio aqueles que não querem ser vigiados, espalho o temor por onde passo e retiro tudo o que um dia tiveram. Minha passagem é rápida, mas o acompanhamento, não. O que parecem ser apenas dez minutos para a hora H, para mim, são décadas. Porém, em certos casos, meu trabalho precisa ser mais rápido.
No meio da madrugada, enquanto caminho pelas ruas silenciosas, observo o pequeno felino preto. Ele caminha com a tranquilidade de quem já conhece cada buraco da calçada. Acompanhar animais é sempre mais fácil que acompanhar humanos. Eles são simples, puros, não lutam contra o destino. E eu, ainda que feita para ser imparcial, confesso: prefiro os animais.
O felino se aproxima de uma lata de lixo. Ao lado dela, um pratinho com restos de comida. Suas patas, enfaixadas com uma gaze velha e suja, repousam sobre o chão como se cada passo pesasse uma vida inteira. Já é a terceira vez na semana que o vejo assim. Desleixado? Talvez.
E isso explicaria por que estou aqui.
Por um instante, o perco de vista, mas logo o reencontro. Lá está ele, brincando com a menininha do vestido vermelho. Ela usa um coque bagunçado que tenta domar os cachos loiros, uma pulseirinha rosa e o sorriso de quem ainda não sabe que o mundo pode ser cruel. Ela o agarra com o carinho de quem enxerga valor onde outros veem apenas sujeira. Talvez nem tudo esteja perdido.
Não posso impedir o que está por vir, mas me pergunto: e se fosse um pouco mais justo?
Gatos pretos sempre foram ligados à má sorte, à morte. Superstições humanas. Ridículas, mas persistentes. Em um mundo cheio de guerra, fome e abandono, culpam um animal por tragédias que eles mesmos causam. Posso parecer ingênua questionando isso, mas toda lenda carrega uma centelha de verdade. Se não carregasse, eu sequer existiria.
Olho o meu velho relógio de bolso. Está quase na hora. Há nove anos acompanho esse gato. Longos e silenciosos nove anos…
A menina está mais alegre hoje. Ela tira algo do bolso e, com cuidado, coloca uma coleira rosa com uma jóia azul no pescoço do felino. Mesmo sem palavras, vejo sua alma brilhar com gratidão. Os humanos nem sempre percebem, mas os animais também sabem agradecer. E ela, talvez sem saber, recebeu aquele gesto como um presente.
De todos os dias que os acompanhei, este é o mais difícil. Não achei que ele sobreviveria tanto tempo. Sua vida não tem sido justa. Muitas vezes vi humanos roubarem meu papel. E pela primeira vez, sinto nojo do meu trabalho.
Ela se senta no chão com o gato no colo. Eles se apegaram demais. Em quatro meses, ela deu ao felino todo o amor que ele nunca teve em nove anos. Aproximo-me devagar e me sento ao lado dela. Ela não me vê. Não pode. Mas me sinto estranhamente presente ali. Observar os dois virou meu pequeno refúgio em meio ao caos. Deus tinha razão ao dizer que crianças e animais têm as almas mais puras.
O relógio apita. Meu rosto continua neutro, mas por dentro... tudo em mim queima. Fui feita para não sentir. Para ser imparcial. Mas se pudesse, congelaria esse momento para sempre.
Um homem se aproxima. Alto, barba grisalha, roupas rasgadas. Fede a álcool e tem o olhar de quem esqueceu o que é compaixão. Fala algo para a menina e vai embora como chegou: em silêncio. Sem deixar rastro, sem deixar paz. Não consigo deixar de pensar no dia em que terei de acompanhá-lo.
O gato me encara. Para a menina, ele parece tranquilo. Para mim, sua expressão é de compreensão. Ele sabe.
A garota, assustada, beija o felino e o coloca numa caminha improvisada. Antes de entrar em casa, sorri. O maior sorriso que já lhe deu. Mesmo forçado, tem algo de esperança. E então, ela desaparece porta adentro.
Meu relógio apita novamente. O suspiro do gato é fraco. O último.
Tiro do bolso uma pequena esfera e toco o corpo do animal. Ela brilha quando coleta sua alma. Sinto o peso de novo.
— Chegou minha hora? — sua voz ecoa leve. — Mas... e ela? Como vai ficar? Por quê agora?
Uma das grandes maldições dadas aos seres vivos é a da morte inesperada.
— Vocês irão se ver novamente — respondo com a garganta apertada.
— Eu vou reencarnar? Posso ser uma menininha? Ela disse que não tem muitos amigos…
— Não é assim que funciona — digo, caminhando pela escuridão. — Mas aquele que te envenenou vai pagar, mas eu não posso controlar o que está por vir. Eu... sinto muito.
Não o vejo, mas sei que ele está confuso. Guardo a esfera no bolso e paro na esquina. Pela primeira vez, cerrei os punhos.
— Vocês ficarão juntos, longe dessa baboseira toda…
Suspiro. Continuo andando pelas ruas, mãos nos bolsos.
— Volto para buscar ela daqui a algumas horas.
Vou embora, desejando ser alvo do papel que um dia me deram e que roubaram de mim. Desejei, pela primeira vez, não ser a ceifadora, mas sim, a colhida.
SAUDADES DOS QUE SE FORAM.
Saudades dos que se foram.
Saudades dos que nos marcaram.
Saudades da minha infância.
Saudades de um tempo que nunca mais vai voltar.
Saudades de tudo que não pude fazer.
Saudades de um sorriso de criança.
Saudades de amores.
Saudades do gosto do algodão doce.
Saudades de tomar banho de chuva.
Saudades te não ter responsabilidade.
Saudades de não ter chefe.
Saudades do tempo de escola.
Saudades dos domingos em família.
Saudades da turma de amigos do bairro.
Saudades de beber vinho e bate papo a noite toda com os amigos.
Saudades de ver o mundo nos olhos de uma criança.
Saudade de você meu velho pai.
Saudades das pessoas que me deixaram sozinho nesse mundo.
Saudades da felicidade nem que seja em apenas alguns segundos.
Saudades de todos que fizeram parte da minha história de vida.
Poesia de "Sabino Tavares".
Escritor, Roteirista, Cineasta, Poeta, Diretor de cinema e ativista.
www.sabinartproductions.com.br
Daqui à 100 anos, todos estaremos enterrados, com nossos parentes e amigos. Estranhos viverão nas nossas casas e terão tudo que hoje é nosso...todas nossas propriedades serão de desconhecidos que sequer nasceram ainda!
Nossos descendentes nem se lembrarão de nós depois da nossa morte. Alguns poucos se lembrarão, por pouco tempo, depois só um retrato na estante de alguém, que também não será duradouro. Se pudéssemos, nesse momento póstumo, pensaríamos o quão tolo é querer ter tudo...trocaríamos esse tudo por viver mais, desfrutar de passeios que nunca tivemos, dos abraços que não demos, do amor que não compartilhamos, esses momentos que encheriam nossas vidas de alegria, e desperdiçamos.. dia após dia. Mas ainda há tempo de mudar, se não o desfecho, pelo menos o trajeto!
Todos vamos morrer
Todos vamos desaparecer
E este é o único e justo motivo
para sermos tão incrivelmente vaidosos
A vaidade e o ego
são âncoras que nos atam a vida
Danados que somos
sem nunca ter visto Deus ou o Diabo
Encerrados neste corpo
que nem é o que queremos ser
e onde queremos estar...
Só temos a vaidade
para nos explicar
E soterrar
o medo da morte,
a raiva da vida
e a danação de ser gente
e não poder voar!
Não teve flores
Não teve velas
Não teve missa
Caixão também...
Foi enterrado
Junto à maré
Por operários
Mesmos do trem...
A flor de orvalho
Pendeu da nuvem
E pelo chão
Despetalou...
O céu ergueu
A hóstia do sol
E o mar em ondas
Se ajoelhou...
Cortejo lindo
Maior não houve
Do que o da morte
Desse amiguinho:
Iam vestidas
Com a lã das nuvens
Todas as almas
Dos carneirinhos!
Os gaturamos
Trinaram hinos
No altar esplêndido
Da madrugada;
E o vento brando
Desfeito em rimas
Foi badalando
Pelas estradas!
Acenderei mil velas e farei penitências
Queimarei meus lábios com vinagre e abrirei meu peito
com mil navalhas.
Meus olhos arrancarei e atirarei aos corvos.
Eloi! Eloi! Derramei uma lágrima de meu sangue impuro sobre o pó da estrada.
Eloi! Não vejo tua face.
Cuspirei no chão, farei lodo e cobrirei minhas chagas.
Eloi! Meu peito inflama e minha alma abrasa.
Eloí, Eloí, lemá sabaktani?
O tempo foi pouco,
Me encontrar nunca foi problema,
Eu quem vendava os olhos.
Sobre o agora? Tanto faz.
Tento ficar acordado.
Este é o último dos muitos pensamentos,
Mantive-os comigo e não me arrependo.
Deixo migalhas do meu eu.
Vou, porém volto!
Sou mais um brinquedo do destino,
Manual não há, nem nada.
A vida passa sem demora,
O vento leva sem dó a esperança,
De um futuro já esquecido.
Oh doce adeus,
Abrace aqueles que não pude.
Dê forças aos que a perderam.
Oh tempo frio, venha e faça morada.
O sol já não brilha e os brinquedos quebraram-se.
Plantei uma flor que não pode florescer
Construí na minha mente
Terra fértil pra plantio
Impossível suportar a tempestade dentro do meu peito
A água e os ventos
Tudo destroem
Já está difícil segurar as raízes
Absorver o que é bom
Eu estou com medo
No jardim já tudo se desfez
O dia escurece a cada segundo
E com mais força
Tudo se repete
Vamos conseguir superar?
Essa catástrofe é natural
O sol tímido logo vai aparecer
Queimando as memórias remanescentes
E tudo
Danço em suas curvas
Devaneio em seu sorriso
Doce são teus lábios
Divirto-me em teus braços
Durmo em teu colo
Dou-me por completo
Duma vez, me afasto
De você, nada quero
Dose amarga de fel
Deu-me para beber
Dope-me mais uma vez
Dissipe minha alma
Desejo insaciável
Deslumbrante
Dói e nada sinto
Divergente
Dignidade já não há
De novo e de novo
Despido
50 passos até a água
O horizonte cinza
A areia quente, não afeta
O vento forte, desequilibra
As ondas lambem os pés
Os joelhos, coxas e abdômen
Cada passo, uma viagem, vertigem
A profundidade me deseja
E a venero
Sob a superfície, caminho
Bolhas saem da boca
O pulmão se enche d'água
Os olhos, lacrimejam
E nada se vê
Nada se sente
E a profundidade me deseja
O breu, se torna luz
O abissal cria seu próprio sol
E nele, acredita
Apenas é
Ser superior é ser ético
É saber seus limites
É amar e respeitar
É cumprir regras
É garantir o bem do outro
E o próprio
Até que...
Jovem é agredido por PM por ser minoria
Mulher é agredida por PM por ser mulher
E diversas atrocidades que acontecem
Por serem "superiores"
Quanto maior a altura
Maior a queda, Senhor!
As vezes, assim penso, vivo
Um monólogo diário
Atravessando as vielas
Sem atalhos
Em frente ao mar
Dedico-lhes meus devaneios
Discorro sobre tudo
Sem, ao menos, um pingo de receio
O mar atento
Se comunica através de suas ondas
Mergulhante, deslizante e ascendente
Cabe a interpretação daqueles que mantém os olhos bem abertos
DESEJO EXPRESSO
Não costumo nem gosto de falar
de minha inevitável viagem
para outro plano de vida
e sempre espero
que ela seja tardia e adiável
o quanto possível.
Mas isso não impede
que eu expresse o desejo
de que meus restos
não sejam cremados:
quero meu corpo sepultado,
dar minhas carnes mortas
à terra de minha terra,
e que isso aconteça
num clima de festa,
em que os cantos de alegria
não cedam lugar
a lágrimas e soluços
de tristeza.
Os momentos do adeus serão apenas
os do começo da travessia
da essência de mim para o desconhecido,
enquanto aqui começará a colheita
do que plantei e não colhi,
mas que não se esgotará
para as gerações futuras,
em cuja memória eu não pretendo
ser, do que fui e fiz neste plano,
simplesmente cinzas,
embora guardadas no mais rico
e belo dos cinzários...
MELHOR SE EU CHORASSE
Acompanhei-lhe todo o sofrimento.
Vi-a morrer tranqüila, como santa
Que entrega a Deus a alma, no momento
Em que a força da vida se quebranta.
Tentei chorar. Foi vão o meu intento...
Muito embora a vontade fosse tanta,
O choro não me veio, e um nó cruento
De dor ficou-me preso na garganta.
E se manteve assim por várias horas,
Até que, bem baixinho, ao meu ouvido,
Alguém me perguntou: - Por que não choras?
- Ah! Bem melhor seria se eu chorasse,
Pois dói bem mais o pranto reprimido
Do que o que jorra, em lágrimas, na face.
Saudade: a medida secreta do amor
Teus olhos, agora estrelas,
não brilham menos por estarem distantes.
São vigias do meu sono,
um farol que ilumina a noite longa.
Tua voz é sussurro no vento,
um segredo guardado nas folhas secas,
canta memórias nos cantos esquecidos do dia,
um eco que não se apaga,
uma melodia que insiste em ficar.
A saudade não pede licença,
entra sem bater na porta.
Sons, cheiros, risos:
tudo rompe o silêncio da sala.
É o amor que ficou,
pedaços teus que não souberam partir,
estilhaços da tua presença,
que agora moram na ausência.
Sentir saudade é um pacto,
uma entrega,
o ensaio da presença que já não volta.
Dizer "sinto saudades de você"
é confessar: "eu te amo ainda".
A ausência é cheia demais,
carrega teu cheiro, tua risada,
o peso do que não foi embora.
Saudade é régua,
a medida secreta do amor,
o peso e a prova de tudo o que fomos.
Tesouro que o tempo não apaga,
que a ausência não rouba.
Saudade é o amor que persiste,
um grito surdo que ecoa,
buscando-te em cada esquina do tempo.
Se o amor é âncora,
a saudade é barco à deriva.
Navega sempre em busca do que perdeu.
Nem tanto ao mar,
nem tanto à rocha:
foi no equilíbrio das ondas
que minha saudade ancorou
no porto invisível do meu coração.
Eu poderia escrever grandes textos para invadir o pensamento daqueles que muitas vezes leem aos meus legados.
Mas estou certo que não há palavras que cubram as pessoas de solidariedade quando alguém clama por socorro. Elas apenas se sensibilizam com sentimentos de pesares quando tudo se acaba aqui.
Sim! É da morte que estou falando.
Por vezes vemos pessoas ao nosso lado pedindo socorro ou demonstrando sinais de que precisam de ajuda, mas, não nos importamos de fato.
Como Cristãos que replicamos tanto amor e dizermos ser sinceros, devemos deixar a farda da falsidade. Amar vai muito além de palavras, elas se aplicam à gestos.
Hoje podemos apenas falar de ações que não praticaremos de fato, querendo mostrar as pessoas sensibilidade e generosidade, mas apenas, com as palavras.
Hoje você tem oportunidade de fato de poder olhar para aquele que está ao seu lado e ajudá-lo de verdade com gestos de amor.
Olhe para o seu próximo com ternura e compaixão ao invés de amanhã, se lamentar pela perda dele.
A missão de algumas pessoas é despertar a luz e nosso coração, depois só temos que cultivar está chama interior por toda nossa vida...
Vai chegar um momento em que teremos a responsabilidade de passar a tocha para frente e ilumina a vida de outros, acredito que as pessoas que amamos continuam em contato conosco através das orações diárias.
O Trono
Então vi um trono branco e o que estava assentado nele,
de quem diante do qual, fugiram a terra e todo o céu,
e não se achou lugar, para os que fugiram dele.
Forte é a sua gloriosa presença, e o seu majestoso eu!
E vieram os mortos à sua presença tanto grandes,
como pequenos, e abriram-se os livros registantes,
e todos foram jugados pelas, coisas, neles escritas.
O mar entregou o que as águas tinham em si escondidas.
E todos os seres foram julgados pelas suas obras,
e também a morte e o inferno por Deus foram julgados.
E no lago de fogo foram eles, por ele lançados.
E assim a morte foi para todo o sempre vencida,
O diabo também, não teve nenhuma mais investida,
nem do mal, não houve mais nenhumas sobras!
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