Contos ou Cronicas de Mario Quintana
Raio de Sol
Impossível não notar sua beleza, são muitos os que te desejam, não sou tão ingênuo de pensar que um dia será só minha, seria egoísmo demais pedir isso. Mulheres como você foram feitas para serem admiradas pelos homens e invejada pelas mulheres, você finge não saber que causa tudo isso, com certeza sabe, deve até gostar, mas isso não é pecado de sua parte, coisas bonitas foram feitas para se admirar. Você é como um raio de sol, ilumina todos, mas ninguém te possui, queima os olhos de quem olhar muito tempo para você, sigo admirando de longe, talvez se um dia almejar vôos mais longes, acabe com minhas asas de cera queimadas pelos seus lindos e quentes raios de beleza...
Posso escrever as emoções mais tristes está noite...não caberiam.
Posso, o tanto que baste em ti meu contentamento.
Ouso, dizer o que de mim já fui um dia:
Não cabe. Não suporta. Não basta.
Me transborda Maria!
Queira em ti meu encanto
Pouse leve e só, como a ave triste na fazenda,
Preso em contentamento do agora.
Pois de mim memórias tive,
Como que nunca fui um dia
Então, para sempre em ti e em mim seja eterno
O amor de nossos dias
Te amo Maria Eduarda
Pai dos pais
Durante grande parte de nossas vidas, são nossos pais que tomam as decisões mais importantes de nossa existência. Decidem onde iremos estudar, que médico iremos nos consultar, pra onde será o passei de domingo, dentre outras atividades menos importantes, as quais nem precisam ser citadas aqui. Mas, em determinado momento da vida, os papéis se invertem, será depois que todos os filhos tiverem sido criados, quem sabe até os netos já terão dado suas caras por esse plano de existência. Acabamos virando pais dos nossos pais, e sim, eles são levados, teimosos, e as vezes comportam-se como criança, levamos desvantagem nessa inversão, pois quando era nosso tempo de obedecer, nossa fragilidade, imaturidade e desconhecimento de mundo nos deixava totalmente a mercê deles. Não coma isso, não coma àquilo, já tomou o seu remédio? A vida nos prega peças, fica a nosso critério contemplar cada momento que a nós nos é apresentado.
Numa floresta, a lebre avista um leão machucado, andando lentamente entre os arbustos, deixando um rastro de sangue por onde passava. Espantado e sem entender, a lebre perguntou: - Por que ainda andas, se estás tão machucado? Parando com calma, virando um pouco a cabeça e olhando com o canto dos olhos para a lebre, o leão suspirou e respondeu: - Porque eu estou ferido. Caído não.
Moral da história: Qualquer um pode te ferir. Mas não é qualquer que pode te derrubar.
Ela Veio da Paraíba com Duas Libras
Eu espero pacientemente que ela apareça
com suas tatuagens, seus selos canadenses,
o último cd do Jeff Buckley
sua aliança de noivado
sua sede inextinguível
sua amnésia oportuna
seus pecados mais que mortais
Eu espero que ela permaneça por aqui
com seu silêncio devastador
com frieza lendária
sua dança da chuva
sua fome de groupie
eu espero que ela se movimente pra mim
com seus anéis
seu pescoço animal
seus lábios de gasolina
seus dreadlocks
eu espero que ela gaste todo o seu dinheiro comigo
que me apresente a suas amigas
que me leve pra vê-la dançar
que me transmita suas doenças
Eu espero que ela venha cantando um balada
do Lenny Kravitz
que venha confundindo o tráfego
com seus truques de malabarismo
com seu cinismo incompreendido
ela vai pisar com suas sandálias de névoa
em meu coração
ela não vai aparecer
eu a amo
então chamo um táxi e volto pra casa
Enquanto Ela Range os Dentes
Eu Espero os Fantasmas
Os fantasmas bebem comigo quando a lua vem
Eu abro a minha porta todas as noites
Eles aparecem e se apropriam das poltronas
coçam meus pés e bebem meu vinho
Não falam da vida os fantasmas
nem comentam as fotos que guardei
Eu me sinto bem com os fantasmas
Eles apenas gostam de ficar por ali
assoprando nas orelhas do cachorro
o cachorro se acostumou com os fantasmas
já não tira os chinelos das poltronas
percebeu o quanto os fantasmas são
importantes pra mim e o cachorro também
não quer me ver triste e eu sei que de
uns tempos pra cá o cachorro também ficou
dependente deles pois uiva de dia enquanto
eu leio Frost no telhado
o dia passou a ter 72 horas
o dia passou a ter grossos livros de poesia
o dia passou a ter Whitman, Thoreau e Bashô
o dia agora é um osso esquecido no assoalho
o dia agora é uma longa espera da noite
que é quando os fantasmas aparecem
Eu espero já sem muita paciência
não há nenhuma suavidade ou delicadeza em meus gestos
os fantasmas são a melhor companhia pra
quem descobriu que está realmente sozinho.
Teu sorriso
Teu sorriso é a chave mágica
que te conquista o mundo:
_ abre portas, segredos e vidas,
traça roteiros de luz e de cor,
reabre caminhos de esperança perdida,
cria espaços de encanto e amor...
Teu sorriso, radioso e doce,
ilumina o firmamento da tristeza:
apaga o fogo indômito da ira,
é conforto e lenitivo na doença,
gera a bem-aventurança do perdão
e derrete o gelo da indiferença...
Teu sorriso é a voz desse coração
que acolhe, abraça e beija ternamente,
que se alegra ou chora...
É pérola que ofereces a quem chega,
e perfume de saudade
_ esse sorriso de violeta triste,
a despedir-se de quem vai embora...
Não é importante a quantidade amigos que você tenha. O importante é quantos deles se importam com você.
Mesmo as ações banais como um "Bom dia Fulano" ou um sorriso sincero que lhe é ofertado pode conter mais afeto do que uma diálogo efusivo e animado, oriundos de uma amizade situacional, motivada por interesses.
Crie seus laços não pelos rostos, mas sim pelo coração.
A Pedra
Ofereço esta pedra a todas as pessoas que escrevem suas histórias n'areia, para que escrevendo nela, nem o vento, nem a chuva, nem a mais turbulenta onda do mar possam apagá-las. Ofereço também aos que têm sede de julgamento para que atirem-na contra a própria testa tendo consciência que nem mesmo o mais sensato juiz é isento de erros. Ofereço-a ao fraco, para que a exemplo dela, tenha força, firmeza e solidificação. Ofereço-a também ao forte, para que lembre que fora com esta, quem um dia, Davi matara Golias. Ofereço-a, ao caminho, para que não haja a facilidade de se chegar sem antes vencerem os obstáculos. Ofereço esta pedra ao pobre, para que veja que tem a primeira peça para construiu um castelo. Ofereço-a ao apressado, para que nela tropece e saiba entender que devagar se vai mais longe. Ofereço-a aos que têm coração rochoso, para que veja que dali não sai, não entra, não cresce, não muda e não floresce nada, nem ninguém. Por fim, ofereço esta pedra a todos os homens e mulheres, para que entendam que somos tal qual, podendo edificar um castelo ou desmoronar um homem. Ofereço-a, assim, pra que compreendam que como ela, viemos do pó, e ainda como ela, a ele retornaremos.
"Eu me chamo Antônio."
Eu me chamo Antônio e vivo pelas beiras das calçadas. Tenho olhares tristes de alguém que perdeu um futuro e mal sabe se acorda amanhã. Eu me chamo Antônio e mendigo centavos quaisquer, roubo restos de comida que distraiam minha fome e à tardinha procuro um papelão que me cubra ao frio nesta cidade escura e silenciada pelas noites longas. Me chamo Antônio e maquio minhas dores, maquinando roubar sorrisos de pessoas que são felizes e não sabem disso. Me chamo Antônio e sou um velho palhaço triste em busca do sonho bobo de viver, porque até hoje apenas existi. Me chamo Antônio e sou apenas mais um neste mundo de hipócritas, sou só mais uma realidade desprezada pela sociedade e contada nos índices tristes das enquetes dos jornais deste país de Antônios. De antônimos. Me chamo Antônio e sou fome, pobreza e solidão... sou só mais um pidão de esquina. Peço moedas, peço sorrisos ou alguém que me estenda as mãos. Peço abraços, olhares ou atenção. Moço, eu me chamo Antônio e já levei muitos nãos! Já supliquei subempregos e já pulei os muros da escola só pra saber como era estar lá dentro e o que era “ter educação”. Eu já chorei por dentro rindo pra fora e já me dei conta do que viver é. Me chamo Antônio e vivo assim, vestido em trapos e maquiado de palhaço, causando risadas largas nem que pra isso tenha de rir da minha própria desgraça. Pois é, pois bem... Muito prazer, eu me chamo Antônio e sou mais um avesso que a vida fez. Eu me chamo Antônio e sou o antônimo dos sonhos que o mundo tem.
Viver a viva sem ilusão é ser iludido pela realidade, numa vida pena, sempre há vaidade.
Não fujas do real, pois o irreal é a mais pura verdade, transparece na sua face sua falsa identidade fingindo-se real sem ter medo da verdade. Acredita na moral, quando vive a imoralidade nesta sociedade. Isto é uma realidade?
MORADA DA DOR
A DOR RESIDE NO CORAÇÃO DE QUEM ABRE A PORTA PARA ELA ENTRAR , A DOR ELA MORA NA VIDA DE NÃO SABE AMAR , A DOR HABITA NA MENTE DE QUEM NÃO SABE PENSAR ,MAIS NOS APREDEMOS A AMAR A PENSAR A DOR TEM QUE SE RETIRAR DONA FELICIDADE COMEÇA A SE MUDAR PARA O SEU DEVIDO LUGAR QUE É O NOSSO CORAÇÃO E A NOSSA MENTE DE ONDE ELA NUNCA DEVERIA TER SAIDO , MAIS NÃO VOU MAIS CHORA DE TRISTEZA PORQUE VOLTEM AMAR.
queria voar
mas mal consigo caminhar
queria fazer sorrir
mas só consigo fazer chorar
queria só fazer o bem
mas nem sempre o faço
queria ser alguém
mas me julgam um fracasso
queria ser compreendido
mas não sei compreender
queria ser querido
mas não aprendi querer
queria não ser enganado
mas infelizmente engano!...
Com isto cheguei a conclusão:
meu poder é uma gota de água
enquanto meu querer é um oceano!...
NOSSO RÉVEILLON
Permita-me lhe escrever, antes que se finde o velho,
uns versos meio tortos para um
novo ano.
O que terei eu a dizer
senão que é tudo tão novo,
e que eu te ano e te ano?!
Não esqueça, por favor,
e não exclua, meu amor,
este velho - que tão logo morrerá em champanhes -
para dar vida a um novo. (Em branco!)
Vamos dar pausa no hoje,
e brindar juntos o novo
que somos nós.
Por que esperar um futuro se ele ainda é nada?
O nosso novo tá aqui,
na Lua,
na calçada.
Nosso Réveillon é todo dia,
e o branco que a gente veste
é por dentro, é nossa festa,
nosso circo,
nossa alegria.
V e m a m o r, n ã o f i q u e n u n c a a s s i m l o n g e . . .
colaemmim!
Fica comigo e faz tardar para sempre este 'amo'
Por que, não minto, é muito.
Este amo, amor, é até o todo,
Por que te ano para sempre
e o nosso sempre é sempre novo!
SORRIA PALHAÇO, SÓ RIA!
Viche Palhaço,
a maquiagem borrou num respingo de lágrima.
Hoje a dor transcendeu o banco do camarim,
O que houve, Palhaço?
Viche Palhaço,
As cores vivas que lhe vestem hoje
desaparecem perante a alma mendiga.
Hoje suas tintas dão-lhe outra cor
Que cor é essa, Palhaço, que dor?
Viche Palhaço,
Você, tão feito de sonhos
Parece imerso no avesso do riso.
Que rio é esse, Palhaço, que não lhe riu?
Viche Palhaço,
Seu nariz vermelho tá torto,
sua tinta desbotada quão folha a secar.
Que cara é essa Palhaço, de noite escura?
Que você tem, Palhaço?
E o que não tem?
Suas lágrimas sangram hoje não só por dentro.
Ê, meu Palhaço, o circo lotado não lhe preenche os vazios.
Ô, meu Palhaço, o riso desgastado lhe parece cansar os músculos da face...
Ah, meu querido Palhaço, quem, por trás da cortina entre palco e real roubou se astral?
Foi o dia? Foi a lua?
Ele hoje é seu. Ela hoje é sua.
Se ajeite Palhaço.
Sorria. Só ria!
Daqui a pouco as cortinas se abre e o show recomeça.
Daqui a pouco a pipoca pulada, as tantas risadas, os pais, os filhos, a rua, chegam todos pra lhe ver.
Pra rir de você,
pra rir com você.
Levanta Palhaço, ainda que a dor lhe aborreça,
a esperança adoeça e angústia lhe pare, não esqueça;
a vida ainda continua.
O POVO
O Povo
O Povo,
cego, surdo, mudo,
nada.
Nada aos lás e cás,
aos gozos e ais,
aos fundos e rasos,
aos menos ou mais.
O Povo,
ópio de si,
glória de outrem,
mora imerso no Mar.
Alheio à praia lotada,
perde a festa, o pulo, a luarada.
- O resto dança.
O Povo nada.
Partiram, os Tiranos,
o Povo.
Deram-lhe anéis quantos fossem os seus braços,
e tiraram-lhe a força, (o abraço)
Tiraram-lhe à força pro “regaço”.
Pobre Povo,
dos Pescadores Tiranos da Praia
Partido no Talher da jogada:
eles tirando muito
e o Povo, Tadinho, virando nada.
...
Lá, mundo de muitos mudos,
Mundo de muitos tudo,
mundo de tantos nada.
Cá, pobres obras paradas,
cofres empobrecidos
e uma hierarquia encravada:
Eles com todo o tudo,
E o povo, contudo, nada.
Se a lua nossa desce o canto no alpendre
eu sobre o som daquela noite triste
escorro em prantos - uma dor que existe -
a melodia que me sai do ventre.
Canto a certeza de só ter em mente
O que nos braços o desejo clama.
Há dor maior que essa, de quem ama,
que emudece o ato que se sente?
DOR DE POETA, DOR DE PALHAÇO
Eu amo ao ponto de me dar ao sim,
de me vestir de ais, de ser o nunca,
o todo, o meio, começo... enfim.
Eu amo ao tanto que não cabe em mim,
Sonho o instante que não chega; junca.
Meço o começo, mas o que tenho é fim.
In Feliz Cidade...
Se ela existe eu mal sei,
certo é que não a vi.
Se for sabor não provei,
se cheiro não cheirei,
se ela existir, não senti.
Onde está a Felicidade?
Mas, quem é essa afinal?
Procurei na cidade,
na prisão, liberdade...
ninguém sabe da tal.
Achei que a visse no mar...
só vi brisa e beleza.
Não sei onde ela está.
Se num circo ou num bar,
n'alegria ou tristeza.
De verdade, me cansei
e desfiz sonhos de outrora.
Se até então não achei,
ou se achá-la eu irei,
o certo é que vou embora.
Vou buscar ao menos o eu
que mal sabe onde está,
quero ao menos o que é meu
estou indo pro breu
quiçá eu me ache por lá.
AOS AMIGOS
A Amizade, como ela é
Se revela e se perpetua como o melhor dos amores
Diligente e Industrioza
Compõe a regência e a estrutura de sublimes relações
E como prova de sua autêntica exelência e magnetude
Promove a contínua evolução da humanidade
Assim como a inquestionável imortalidade da alma"
Aos amados amigos, desejo amor incondicional.
Daqueles que nenhuma distância interrompe,
nenhuma palavra ríspida, nem sequer de longe,
fere qualquer relacionamento.
Desejo a todo momento que ele seja feliz.
E no estado de felicidade, no brilho do olhar,
ele nunca esqueça, que onde quer que eu esteja
apesar da peleja, sua amizade nunca deixei de amar.
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