Contos ou Cronicas de Mario Quintana

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Clichê

Há tempos longe da escrita, da produção de textos ou qualquer coisa do gênero – crônicas, contos, receita de bolo, poesia de uma linha só -, hoje resolvi sair da toca, resolvi dar fim ao longo jejum que também me incomodava. Por mais clichê que pareça ser (e quem disse haver mal em ser clichê?), hoje acordei com saudade da minha vida; acordei com saudade de um tempo em que a dinâmica dos fatos era menos feroz e parar para tomar um café com um amigo era algo deliciosamente bom. Em pequenos flashbacks da minha própria caminhada, consegui, no fundo da mente (o que abrandou minha alma), recordar de bons momentos vividos, de boas sensações experimentadas, de sentimentos belos e bacanas que norteiam e permeiam a nossa jornada e de quanto nesta jornada sorri. Tenho aprendido (às vezes à duras penas, confesso), que a magia dos pequenos gestos, do continuar a ser criança e o lado lúdico do viver são de extrema importância para nós, bálsamos renovadores de nós mesmos, que nos impulsionam, nos revigoram, nos elevam, nos fazem crescer. Acordei com uma vontade do novo, do mais, do melhor. Acordei repensando e reavaliando (adoramos fazer isso no fim do ano...) para então galgar, almejar, desejar. Penso que desejamos pouco, que sonhamos pouco, que nos preocupamos demais em empreender em detrimento do sonhar, do doce e irresponsavelmente sonhar. Caímos e recaímos na perigosa armadilha da metodologia, do pragmatismo, das fórmulas feitas, dos prazos, do tempo (que nós mesmos tornamos cada vez mais curto) e na busca incessante – e insana – por mais espaço e memória no grande HD que é a nossa vida, sem nos dar conta de que na maioria das vezes não precisamos de nada disso, momento em que o menos se faz mais, que o mero se torna grande e que a simplicidade pode, sim, ser uma bela orquestra, regida com prazer, deleite e muita satisfação.



Sim, que, nos rendamos ao gostoso clichê das promessas de final de ano, das dietas que sempre irão começar em uma segunda-feira qualquer, de mais uma vez jurar que vamos arrumar o guarda-roupa e suas gavetas e que vamos ver mais nossos amigos, fazer mais exercícios e parar de fumar.



Hoje acordei com uma velha – e saborosa – lembrança de uma música que não toca mais; acordei com a fina dor daquele beijo que deixei de dar e das tantas vezes que deixei de simplesmente dizer para alguém “eu te amo”... acordei sentindo falta dos braços que não mais irão abraçar e do sorriso, simples sorriso que muitas vezes – por orgulho, vaidade e até egoísmo – deixei de dar.

Hoje acordei com vontade de recomeçar, reconstruir e com a certeza, cristalina certeza, de que todos precisamos, de quando em quando, limpar o nosso HD. Ainda que isso pareça clichê.

Inserida por MarcoSantiago

SÍNDROME DA SIMILARIDADE.

Sintomas de decepções progressivas e cronicas, surge em nossas vidas pela aproximação, um contato que passa a ser habitual da pessoa que julgamos ideal, muito além do imaginado, quase idolatricamente tratada. Um pre-relacionamento empático surpreendentemente além do perfeito,copiados em conteúdos, com cronologia, identidades convergentes, dores, sabores e cenas gêmeas, arrepios que superam as fadices e magias da alma, um doce retrocesso a divina adolescência quando a paixão passa ser nosso universo.

Mas, quando por motivos diversos acontece os dissabores dos destinos, somos prejudicados pela elevação do senso de seletividade, passamos a refinar nossas buscas futuras, procurando em cada rosto, cada esquina, nas palavras e fotos, em sorrisos alguma coisa não menos similar daquela perdida, que nos traga de volta borboletas no estomago e vaga-lumes no olhar. Nossa escolha passa a ser mais exigente, não aceitando um relacionamento de menor equivalência. E vamos levando dentro do coração, essa pesada cruz, num tortuoso calvário de lamento e procura, doentes com a síndrome da similaridade.

Inserida por marcosmarques

No confessionário, chega um sujeito cabisbaixo e diz:
— Padre, o senhor soube que o Mário morreu?
— Que tristeza, filho... Mas o que aconteceu com ele?
— Ele estava dirigindo o seu carro esportivo em direção à minha casa a toda velocidade e, quando ia chegando e tentou parar, os freios falharam e o carro se chocou no poste.
— Mário foi lançado pelo teto solar, voou uns 10 metros e acabou se arrebentando contra a janela do meu quarto, no segundo andar!
— Ave Santíssima, que modo horrível de morrer!
Não padre, ele sobreviveu. E então, no chão do meu quarto, todo arrebentado, sangrando e coberto de vidro, ele tentou se levantar segurando na maçaneta do meu guarda-roupa, que é muito pesado e acabou desabando em cima dele, quebrando vários ossos do seu corpo.
— Pobre Mário! Que morte terrível!
Não padre, isso machucou muito, mas não o matou! Com muito esforço, ele conseguiu sair debaixo do guarda-roupa, engatinhou até a escada, tentou se levantar apoiando-se no corrimão, mas o peso dele quebrou o corrimão e ele desabou por toda a escada, ficando estatelado no chão com um ferro do corrimão fincado em sua barriga...
— Meu Deus... Mas que horror morrer assim!
Não, padre! Ele não morreu! Ele conseguiu arrancar o pedaço de ferro de sua barriga, engatinhou até a cozinha e tentou se levantar apoiado no fogão, que também não agüentou o seu peso e caiu sobre o pobre coitado... E o pior de tudo é que eu tinha deixado um bolo assando no forno! Ele não agüentou o calor, juntou todas as forças e jogou o forno contra os armários.
— Depois disso ele abriu a geladeira para aliviar as queimaduras com gelo, mas tropeçou e acabou caindo dentro dela, em cima dos comes e bebes, se machucando ainda mais com as prateleiras, e lá ficou, todo ensangüentado...
— Que morte sofrida! Nossa Senhora!
— Não, não! Ele conseguiu sobreviver a isso, padre! Alguns minutos depois ele acordou com muito frio, queimado e com inúmeros ferimentos, viu o telefone na parede e reuniu suas últimas forças para tentar pedir ajuda.
— Apoiou-se na parede tentou alcançá-lo, mas, ao invés do telefone ele pôs a mão na caixa de fusíveis e zap! Dez mil volts passaram por ele, fazendo-o cair duro...
— Ave Maria! Que fim terrível!
Não, padre! Isso não o matou. Ele se levantou e...
— Espere aí, meu filho! Afinal, como foi que ele morreu?
— Padre... Eu dei um tiro nele... Por isso estou aqui...
— Mas meu filho, você ficou maluco? Por que você atirou no pobre coitado do Mário?
— Ah padre, o cara estava destruindo a minha casa

Inserida por LanaKarine

Já entendi o teu olhar...
tuas desculpas,
tuas queixas, tuas enxaquecas crônicas...
já entendi o teu ar distante,
este sonhar de olhos abertos,
já vi tua mala pronta,
já decidiste só não sabes como falar;
não fala nada não, vai ser feliz...
mas saia sem que eu perceba,
detesto despedidas,
perco a voz, lacrimejo, faço cobrança,
alimento esperança...
mas não me ouça,
o tempo cura, o tempo é remédio,
O tempo curará meu tédio...

Inserida por tadeumemoria

CORAGEM... AVANCE
Pr. Abilio Carlos dos Santos

“Não temas, não te desalentes” – I Crônicas 22.13.

O que é desalento? É falta de coragem para seguir em frente. A pessoa fica desanimada... Tudo que começa, não termina... Isso é desalento.
Você começou algo e não terminou? Meu amigo (a), Deus é fiel... Ele te capacitou para começar e te capacita para terminar o que começou... Você crê?
Vá em frente... Quantas pessoas desistem quando estão quase chegando... Falta coragem para continuar por causa das dificuldades e por causa do medo do desconhecido.
O Senhor diz para você agora: “Coragem... Avance!”.
Sucesso e uma semana de portas abertas para você.

Inserida por abiliopastor

A vida é um jogo de videogame, estilo mario world.
Tem várias fases, com dificuldades, busca pelos dinheiro, busca pelo crescimento, por poder. Algumas vezes temos uns amigos que nos ajuda, outras fases tem CHEFÕES que nos atrapalham e se passarmos por eles, vamos ganhando mais pontos, mais poder, mais força. E é assim, vivemos um video-game criado por Deus.

Inserida por BiancaScremin

Sinto falta daquele tempo em que domingo era o dia perfeito para se fazer crônicas, aquele mesmo tempo onde tudo rimava com maior requinte.

Para quem um dia se titulou como "O poeta dos sonhos", hoje desempregado dos versos por realidade, essa situação um tanto quanto ultrajante me deixar mais que inquieto, deixa-me pávido com esse real mundo capaz de destruir o mais imutável dos sonhos.

Poeticamente falando, seria quase impossível voltar aos úberes tempos de sonhador convicto, até porque já estou naquela fase onde começa a cair a ficha literalmente.

Sonhar é tão bom, mais ter ao achar que poderá se tornar realidade é melhor ainda e se pudesse eu ter o dom de volta ao tempo, aproveitaria mais, festejaria de menos e gozaria mais as oportunidades que me foram concedidas com tanto amor e ardor na peleja.


Não que me falte gratidão à cara, pelo contrário sempre fui grato a tudo e todos, por menor que tenha sido o ato. O fato é que faltou penhor e os excessos foram tantos, no final desdenhei o pouco que me restou.

Vontade de sonhar ainda me restou, porque nunca é tarde para tentar nem cedo demais para ser feito, duvide sempre do destino, poise só assim serás capaz de viver sem essa hesitação em tomar a decisão da sua vida.

Inserida por netofreitas

"nossos pais"
Seus nomes nao figuram nas crônicas antigas
- eles viveram na humildade e em paz -
no entanto, posso acompanhar a sua história
desde os tempos mais distanciados.
Sim, foi aqui, neste velho país de ferro
que arrotearam o campo junto à riba do rio
e foram arrancar os minerais à mina.
Ignoravam a servidão e as boas maneiras,
viviam omo reis em suas próprias casas,
e se embebedavam por ocasião das festas.
Na primavera da vida, abraçavam donzelas,
e tomavam de uma para esposa fiel.
Temiam a Deus, honravam o soberano,
e morriam em silêncio, saciados de vida.

Nos moments de dor, de tentação,
eu penso em vós, meus pais, pedindo forças.
Bem soubestes guardar a vossa pobre herança,
por isso é que sorria às dádivas do destino;
e quando a ronda dos prazeres me convoca
meu pensamento se volta para o vosso pão frugal:
terei direito de reclamar algo melhor?
Como por um manancial me sinto refrescado
quando venço o desejo e me encontro aturdido,
com isso aprendo a recear mais os anseios da carne
que os encantos do mundo e mesmo que [os de] Satã.

Meus pais, eu vos revejo nos meus sonhos
e tenho o coração e alma entristecidos.
Como uma planta, sinto-me arrancado
da terra que me viu germinar e crescer:
seja como for eu vos abandonei.
Recolho os sons do outono e do verão
e lhes dou uma voz suave de canção.
Mas se em meu poema ressoa por acaso
um som de tempestade, a voz de uma cascata,
um pensamento viril e destemido,
se nele ouvimos cantar a cotovia
e vemos o luar sobre a landa deserta
ou se a floresta imensa em meu canto suspira,
é que, a gerações e gerações, em silêncio,
vós já o cantaste ao som das vossas achas,
junto à vossa carreta ou ao pé de uma charrua.
in: Canções de Amor e Canções dos Bosques. Trad. Ivo Barroso

Inserida por henriquenasci

Um recado para minha Diarista
(Por Mário Pires)

Querida Diarista, sei que és uma excelente profissional e que fazes todas as coisas com carinho e afinco. Afinal, já faz um bom tempo que estamos nessa parceria. Mas hoje eu não vou precisar de ti.

Hoje resolvi fazer minha própria faxina. Limpar os cantos empoeirados, guardar as roupas sujas, dobrar as limpas e arrumar o guarda roupa. Limpar o banheiro, deixar a pia livre de copos e pratos, lavar o quintal e molhar as plantas. Pois hoje, preciso desse dia.

Preciso desse dia exclusivamente para mim. Porque, além de fazer as atividades do lar, que ajudarão a repensar minha vida, vou também ocupar meus pensamentos e contribuir para que eu trabalhe melhor minhas emoções. E, quando estiver passando o pano no chão da casa, retirando toda sujeira que por lá estiver, quero também estar limpando minh’alma das coisas ruins que vivi. Das dores que senti, das decepções que me machucaram, e, principalmente, das lágrimas que derramei pelo caminho, enquanto voltava para casa.

Quero poder sentir o vento mais leve tocando o meu rosto quando encostar na janela, quero me sentir mais leve por estar deixando algumas lembranças do passado, literalmente no passado. Quero me sujar com as minhas fantasias pela última vez, antes de colocá-las na máquina de lavar e, então, pôr um fim nas marcas e no perfume contido nelas. Porque eu preciso usar roupas novas. Porque eu preciso viver.

Enfim, eu te peço, não fiques triste comigo, querida diarista. Mas hoje, eu quero esse dia só para mim.

Até outro dia.

Inserida por mariopires

"As Crônicas de Um Amor Desajustado - RBA"

Nossa. Eu estava muito nervosa para te ver. Não entendi o porque já que eu te via todos os dias, acho que esse nervosismo era o fato daquele dia ser especial. Era final de semana, mais precisamente um sábado. O dia já estáva no meio e fazia muito calor. Eu havia marcado de sair com ele na semana e estava achando muito estranho o fato de ter dado certo, já que toda vez que eu convidava sempre aparecia algum impecilho do destino. Pronto. Estava na hora de ir. Nós íamos assistir um filme, então não podia atrasar.

Eu cheguei cedo, como sempre. Ele havia atrasado, como sempre. Mas o seu rosto, sua roupa, tinha me feito perdoar isso. O mais engraçado é que durante o passei nós conversamos muito, não como antes, agora eu sentia que podia contar qualquer coisa que quisesse. No meio de tanta conversa ele me disse que havia trocado de roupa várias vezes até achar uma legal o suficiente pra me impressionar. Disse até que passou horas se arrumando.
Eu ri.
Por dentro é claro.
Ah, eu derreti também...
Depois de tanta conversa fomos assistir o filme. Eu odiei. Mas o fato de estar sozinha com ele foi recompensador. Teve uma hora durante o filme que ele me olhou e não tirou os olhos de mim, eu senti que ele queria me beijar, mas eu não consegui dar intimidade o suficiente por estar com muita vergonha.
Até hoje me arrependo disso.
Depois do filme nós não lanchamos, na verdade nós discutimos. Não sei porque mas nunca conseguíamos ter um momento de paz que durasse. Nós nos amávamos tanto e talvez nos esforçassemos tanto pra sermos bons que sempre falhavamos. Mas apesar dessa discussão eu gostei desse dia. Muito mesmo. Foi um dos poucos momentos que eu passei com você.
Um dos poucos momentos que podíamos finalmente sermos só nós.
Nós...

Inserida por RBA

"As Crônicas de Um Amor Desajustado - RBA"



Estes são tempos difíceis
Não há como não negar
Estes são tempos sem amor
Eu posso sentir isto tão perto

Estes são tempos que tento esquecer
Estes são tempos que eu estou tentando me arrepender
Mas é difícil, mas é difícil

Quando eu estou aqui sem você
Quando eu estou aqui sem você
Não consigo pensar,
Não posso falar eu não posso andar
Não posso ir em frente.

Estes são tempos que tento esquecer
Estes são tempos que eu estou tentando me arrepender
Por todos os erros que eu faço
Mas é difícil fazer isso quando estou com você você
Vou ficar aqui sem você

Quando eu estou aqui sem você
Quando eu estou aqui sem você
Não consigo pensar,
Não posso falar, não posso andar
Não posso ir em frente.

Quando eu estou aqui sem você
Quando eu estou aqui sem você
Não posso viver, toda a minha vida
Desta forma
Como desta vez
Como antes
Como você

Inserida por RBA

Os Galhos Da estrada(crônicas)

Os cabelinhos caidos sobre os ombros,olhinhos tão brilhantes,olhava a estrada,que tão triste e deserta se perdia na distância .
Lentamente se levantou e em passinhos miúdos começou a andar nas mãos trazia ,uma boneca que se arrastava ao chão,a sandalhinha ao meio do pé,o sol faiscava calor pelo ar.
As pedras de tão quentes pareciam se mover, os ramos queimados pela poeira, que vento trazia .Quase no escurecer percebeu que aquela estrada não tinha fim,pois se destinava em váris direções,e se perdeu.
Pensou em voltar.Porém que estrada daria a sua casa? A noite estava caindo, a fome já arrancava-lhe o estomago ,nimguem haveria se preocupar com sua ausencia;há muito tua mãe partira,deixando apenas teus avós,que de velhinhos nada quase se lembravam,teu pai nunca conhecera.
O tempo trazia os dias;os meses,e assim completava-se anos,crescia pelos matos.Consegui sobreviver,alimentando-se de qualquer coisa que lhe tampasse a fome.
Agora os cabelos já cobriam-lhes os quadris,trapos envelhecidos cobriam suas partes mais intimas,mais parecia: filha da selva,Uma princesa perdida de inocência,e do mundo lá fora.

Inserida por tudoazul

Crônicas de um Espelho Meu

Besteiras fantásticas,
Asneiras primorosas,
Acidentalmente enfeitadas,
Enfeitiçadas, frondosas.

Nas Crônicas de um Espelho Meu,
Bobeiras de uma comédia trágica.
Nas Crônicas de um Espelho Meu,
Bobagens de uma tragédia mágica.

Com a delicadeza de princesas frágeis,
O atributo mor foi o olhar carente,
Mas pro viés dos bárbaros e obscenos,
A feiticeira má, sempre será, mais atraente.

Nas Crônicas de um Espelho Meu,
Bobeiras de uma piada trágica.
Nas Crônicas de um Espelho Meu,
Bobagens de uma anedota mágica.

Adorada Bruxa que nunca será minha,
Deixe-me ser seu servo,
Deixe-me amar em vão.

Deixe-me amar o engano,
Aceitemos a peso profano
De nossa esdrúxula relação.

Nas Crônicas de um Espelho Meu,
Bobeiras de uma comédia trágica.
Nas Crônicas de um Espelho Meu,
Bobagens de uma tragédia mágica.

Nas Crônicas de um Espelho Meu,
Deixe-me amar o engano,
Deixe-me amá-la em vão.

Inserida por michelfm

Aos Profissionais da Emei Mario Osorio Magalhães em tempos de Pandemia:
O coração está apertadinho de saudade.
O tempo não passa né? Os dias parecerem iguais. Mas um dia desses a gente volta, com muita saudade na mala, todas cheias de gás.
Que falta a gente faz, pelo bem que a gente espalha, pelo bem que a gente traz, pra tanta gente nesse mundo. É gente que não acaba mais. Gente pequena, gente grande... É. Somos todas especiais.
Sempre soubemos dessa importância, do nosso valor. Hoje o mundo inteiro sabe. Entenderam no amor e também, infelizmente na dor.
Ah! Não tem vídeo, tampouco uma faixa amarela bordada com seus nomes. É apenas uma homenagem singela pra abraçá-las e expressar o quanto são importantes, mesmo que por enquanto distantes, fisicamente por agora, mas presentes enquanto colegas, enquanto escola, dentro de nossas memórias.
Jamais serão profissionais nas entrelinhas. São personagens centrais de toda essa história.

Inserida por LuciaOFe

⁠Consultando a consciência
Porque?
Eu escrevo poesias, frases e crônicas.
Coloco gente, Sentimentos e diretrizes.
Não sou eu a espada da justiça.
Mas estou a ferir alguns narizes.
E eu?
Bem.
Demorei tanto tempo para perceber.
Que falho diariamente com meu próximo.
Não reconheço meu pecado.
Até que confesso.
A Deus eu peço.
Mas a morte da paz é viva.
Sacode minha mente.
Mostra me toda minha covardia.
Deveras um medo anormal.
Aceitar que tire meu sono.
Eu bebi uma temperada.
Da inconsciência.
Da vaidade.
Da intransigência.
Se faço cobrança de mim.
Porque a esperança grita.
Do conserto.
Do resgate.
Do que posso contribuir.
Meus filhos e meus irmãos que sejam.
Mão de obra barata.
Mas no peito e no jeito ninguém mata.
O orgulho sagaz da integridade.
Uma riqueza de caráter.
Onde a voz terá liberdade.
De não se por escravo.
Vejo esse retrato.
Pois onde se caminhou e não viu.
Escasso está a consciência do Brasil.
Giovane Silva Santos

Inserida por giovanesilvasantos1

⁠O casamento da noite com o dia.( Crônicas)

Por Veloso

Toca, lá da capela
o suave tinido de um sino
do flanco de certa colina,
Anunciando o encontro ocaso
Do apaixonado "Dia"menino
E da Noite, também menina
Os convidados vão se chegando
Pássaros da revoada
Vão se acentuando em galhos
Pequenos sobreviventes
Vindo de todos os lados
Fauna e Flora em sintonia
Para verem o espetáculo
O casamento do ano
Que acontece todos os dias
Eis que chega a noiva
Nm belo vestido de estrelas
e usando uma jóia "lua"
E num mixto de alegria e tristeza
Pois há de ser um minuto
O encontro tão esperado
O Dia lhe abraça então
Com toda delicadeza
A Noite diz: eu sou tua
Ali o amor acontece
E antes que todos percebam,
Vai se o Dia com destreza
Deixando sua amada
na companhia da lua.
Chora baixinho agora
a Noite na madrugada
pela saudade deixada
Do seu amado esposo.
Lágrimas de sereno
vão se formando enfim
Pequenas gotas de orvalho
Se desprendendo assim
Irrigando o assoalho
Que fértil vai brotando
No ciclo do cio da terra
E quando a noite se encerra
Como já era esperado
Com o chegar do alvorecer
Vai se despindo a Noite
do seu vestido estrelado
Pra de novo se encontrar com o dia
Deixando na "Aurora"
o perfume , a magia
E num gesto sagrado
Num beijo demorado
ela vai se despedindo
de seu Dia amado.

Inserida por veloso_art

O desejo

Nos últimos dias me bateu um desejo de voltar a escrever as minhas crônicas. Transformar alguns “rabiscos digitados” no computador em escritos que abordam um pouco sobre o meu pensar e agir diante do que capto da realidade.
Com o passar do tempo me veio uma série de temas, como por exemplo: amor, perdão, paciência, angústia, liberdade, solidariedade, fé, sabedoria, filosofia. Porém, decidi simplesmente escrever, não com o sangue como direcionaria o filósofo alemão Nietzsche, mas com sensibilidade.
Então, como começar se não tenho um assunto específico?
Vamos lá! (...)
Pensando! Pensando!
No instante que penso, veio em minha mente o Rubem Alves, que tentava descobrir em uma de suas obras o pensamento que ele pensava quando se estava pensando. Parece loucura, não é?
Mas o que virá ser a loucura? Se não essa vontade infinita de ser o que a nossa mente nos possibilita sermos com os nossos sonhos, fantasias, desejos...
O que virá ser o pensamento? Se não vontade infinita de voar sem sair do lugar como cantarolava a banda Cidade Negra!?
Aí estou eu! Escrevendo sobre o pensamento, a vontade, a loucura e o desejo.
Mas... Voltando a Nietzsche, o que significa escrever com o seu próprio sangue? Talvez, pensar com a sua própria alma? Expor com sensibilidade, o seu amor por algo ou alguém?
Deixo algumas perguntas para servir de alicerce para novas possibilidades ou novas viagens... Encare essas indagações como uma espécie de caminhada infinita que só termina quando quiseres parar de fluir as suas próprias potencialidades.
Logo, o infinito aqui, quem vai determinar o que é, e será, é você, leitor.

Inserida por AVANDELSON

RECITADOR Em Crônicas

— Tudo bem eu tô aqui, eu vou te ouvir. foi isso que eu disse a ela, por causa do sem noção que ela amava tanto. Vai entender o porquê dele fazê-la sofrer, era tão Linda, transbordava doçura e sentimentos raros. Eu não teria a audácia, quase que um pecado tirá-la uma lágrima. Ela veio até a mim pedir Abrigo, e eu claro à dei. A final era o papel que eu prestava, mas te confesso que com ela era diferente, ao contrário de outros casos eu queria ela para mim, queria desfazer todo seu sofrimento, fui paciente todas a vezes que ela ia sorrindo pra ele e voltava cabisbaixa até a mim... e lá estava eu outra vez...
— Tudo bem eu tô aqui, eu vou te ouvir. Eu me esforçava todas as vezes pra não dizer o clichê de conversas passadas no ituito de fazer essa moça cair na real, e esquecê-lo. Dizia algo como :
— Você tinha uma vida antes dele, não tinha? Então, volte a tê-la, tua felicidade não está sobre dependência de ninguém. Não adiantaria eu lhe dar milhares de conselhos aqui, só depende de você, se permite respirar novos ares. Mas com a vontade de dizer, 'Se permite me respirar'.
Por fim ela sempre agradecia o ombro amigo, por eu sempre está aqui, quando precisava, era assim que ela sempre me denominava, Amigo. E quando uma mulher coloca a palavra 'Amigo' no final de cada frase, isso meio que faz a gente se sentir privado a isso, a não ter liberdade de conquistar algo além. Então me calei sobre mim todas as vezes, manti o personagem e não me expus sentimentalmente e ficaram no ar milhares de palavras não ditas. Porque o cara legal fica na Friend Zone (Zona de Amigo).

Inserida por Recitador

DIZENDO A VERDADE

Porém o Senhor lhes enviou profetas […] mas eles não deram ouvidos. —2 Crônicas 24:19

O livro O Sol é Para Todos, foi escrito por Atticus Finch, um advogado respeitado de uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos, nos anos 30, durante o período de segregação racial. Quando ele decide defender o caso de um negro inocente contra dois brancos desonestos, ele sabe que enfrentará o terrível preconceito do grupo de jurados. No entanto, sua consciência o impele a dizer a verdade com ousadia, mesmo diante de oposição.
Os profetas do Antigo Testamento muitas vezes eram enviados para pregar a verdade a pessoas inflexíveis. “Porém o Senhor lhes enviou profetas para os reconduzir a si; estes profetas testemunharam contra eles, mas eles não deram ouvidos” (2 Crônicas 24:19). A sua mensagem geralmente resultava em perseguição e algumas vezes até mesmo em morte (Hebreus 11:32-38).
Durante o ministério de Cristo na terra, a Sua mensagem também causou forte oposição. (Lucas 4:21-30). Ainda assim, na soberania de Deus, o terrível erro judicial que sentenciou Jesus a morrer na cruz comprou a nossa redenção.
Agora como representantes do Cristo ressurreto neste mundo, devemos promover a reconciliação, a justiça e a integridade (Miquéias 6:8; 2 Coríntios 5:18-21). E para promovê-lo é necessário dizer a verdade mesmo diante de oposição. Esta é a tarefa de todo cristão até aquele dia, quando Cristo fizer justiça (Apocalipse 20:11-15). —HDF

É melhor dizer a verdade e enfrentar rejeição, do que escondê-la só para ser aceito. Dennis Fisher

Inserida por pao_diario

Mário Loff começou a delinear, na cidade da Praia, o seu percurso académico através da História e do Património. Naturalmente, estes componentes encontram-se unidos e formam um todo praticamente indissociável quando se associam à Cultura. Este poeta Tarrafalense de raiz, alma e coração, é um verdadeiro crente na criação artística enquanto motor do desenvolvimento do património cultural.

Ativo na cena cultural do seu Concelho, sempre procurou contribuir para um ambiente dinâmico, criativo e inovador em todos os domínios das artes. Escreveu dezenas de peças de teatro, dos quais cinco foram encenadas no grupo teatral Komikus de Tarrafal no qual Mário Loff é o seu diretor. Certamente, a prática artística ao mais alto nível passa pelo interesse precoce pelo universo das artes do espetáculo e pela integração em organismos culturais. Por isso, concebeu o projeto “Despertar”, com o intuito de envolver os jovens Tarrafalenses e sensibilizá-los para a cultura. Esta iniciativa também tem o condão de se aproximar de públicos socialmente desfavorecidos, procurando a sua integração, também na componente artística da sociedade.

Professor e formador, de 2004 a 2006 e entre 2014 e 2015, Mário Loff assume como um ato de responsabilidade a divulgação da cultura. Assim, tem levado a cabo a produção da “Rádio Praça” na cidade de Tarrafal de Santiago que, para além do puro entretenimento, procura reforçar a cidadania enquanto promove livros e autores. É notório o incentivo à leitura, numa meritória campanha de informação e sensibilização, que ao promover o acesso às obras do património cultural, Loff procura incutir a qualidade na educação artística.

Entre o pensamento e a expressão, mostra a sua força criativa e perseverança na escrita. Contribuiu, em 2018, no livro de contos infantil “A viagem mais fantástica do mundo” da escritora Natacha Magalhães e para a comemoração do Centenário da sua cidade natal escreveu e ofereceu à sua cidade sete poemas. Participou em várias antologias como, por exemplo, a antologia dos poetas de Tarrafal de Santiago (que em parceria com jovens poetas foi o precursor), a antologia de poesia da língua portuguesa ”Mil Poetas”, a antologia “Palavras da Alma”, foi colaborador do boletim da Altas, onde é membro-fundador da Associação Literária de Tarrafal de Santiago e da qual é o atual presidente.

Em 2017 foi convidado pelo CITCEM e pelo DCTP da Universidade do Porto, no âmbito do Colóquio Internacional “A Glimmer of Freedom. Tarrafal - Silêncios, Resistências e Existências”, para contextualizar o Antigo Campo de Trabalho de Chão Bom e os seus presos políticos através de um poema da sua autoria.

Inquestionavelmente, Mário Loff é um poeta prismático e um ativista cultural que com o seu olhar crítico, centrado na comunidade, envolve e contextualiza os diversificados aspectos da sociedade e da cultura Cabo-verdiana.

Inserida por M2810

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