Conforto da Morte de um Filho

A vida de uma nação, como a de um indivíduo, é uma ruína perpétua, uma sequência de desabamentos, uma interminável expansão de misérias e crimes.

O estudo é um trabalho em que somos obrigados a pôr toda a nossa vontade para realizá-lo com o maior rendimento possível.

Escrever é uma percepção do espírito. É um trabalho ingrato que leva à solidão.

O néscio pode associar-se a um sábio toda a sua vida, mas percebe tão pouco da verdade como a colher do gosto da sopa. O homem inteligente pode associar-se a um sábio por um minuto, e perceber tanto da verdade quanto o paladar do sabor da sopa.

A ditadura e um estado em que todos temem alguém.

Não se renuncia a um homem por causa de um defeito.

Quando um personagem nasce, adquire imediatamente tal independência inclusive do seu próprio autor, que pode ser imaginado por todos em tantas outras situações em que o autor não pensou inseri-lo, e às vezes pode adquirir também um significado que o autor jamais sonhou em dar-lhe!

Consideremos a mulher um belo animal sem pelo e cuja pele é muito procurada.

O poema deve ser como a estrela que é um mundo e parece um diamante.

Há dois graus no orgulho: um, em que nos aprovamos a nós próprios, o outro, em que não podemos aceitar-nos. Este provavelmente o mais requintado.

Para se ser completamente Homem, indispensável se torna ser um pouco mais e um pouco menos do que homem.

O homem pode adquirir conhecimento ou se tornar um animal, como ele quiser. Deus faz os animais, o homem faz a si próprio.

Um homem que se dobrou a si próprio nunca poderá endireitar os outros.

Um tolo aos quarenta anos é realmente um tolo.

Quem decide praticar o mal, encontra sempre um pretexto.

Há um ponto elevado em que a arte, a natureza e a moral se confundem e são simplesmente uma só coisa.

A sorte é um acaso, a felicidade uma vocação.

Deus disse: Eu era um tesouro que ninguém conhecia, e quis tornar-me conhecido. Então criei o homem.

O estilo não é a roupa, mas a pele de um romance. Faz parte da sua anatomia como as entranhas.

A vida, por fim, não passa de um hábito que se tem de perder, depois de todos os outros.