Conforto da Morte da Avo da Namorada
O neto perguntou para o avô:
-Que horas são agora?
O avô respondeu:
- Se está me perguntando é porque chegou a hora.
Avó...
Avó, não vira criança outra vez porque ela nunca deixou de ser aquela criança cheia de vida que alimentou durante o passar dos anos imaginando e listando em segredo, o que deixaria seus netos felizes, assim como ela foi, com sua avó.
Avó, não estraga os netos, ela deixa mais livre, mas ensina a arrumar a bagunça deixada ali.
Avó, ama sem impor limites, mas condiciona quando é necessário e resolve de um modo diferente as situações que se apresentam e que muitas vezes, parecem incontroláveis para pais impacientes.
Avó, enxerga lá no final o resultado desse amor doado com generosidade e por isso, consegue amenizar e fazer a criança compreender de forma tranquila o que está em desacordo.
Avó, conta histórias, não lê o que está no livro, mas interpreta e vivencia com a criança, cada palavra e cada frase, ali contidas.
Avó, abraça sem pressa, sem cobrar retorno, vai buscar na alma da criança o que ela sente e fala com segurança sobre seus medos, suas fantasias.
Avó, guarda segredo, mas sem medo, chega até os pais e diz o que pensa, o que acontece naquela cabecinha recheada de idéias incríveis.
Avó, é tudo de bom, ela ensina mais lentamente porque sabe que cada palavra, gesto, atitude, ficarão gravados naquela criança que começa a registrar momentos importantes em sua vida.
Avó, eu te amei tanto, você foi muito importante e me deu tantas oportunidades e lições de vida que foram assimiladas e nunca esquecidas.
by/erotildes vittoria
Ser avó e avô
Ser avó e avô é ser um segundo pai e uma segunda mãe. É reviver experiências do passado é ver-se entre fazes que se sucedem.
Há um dos dez mandamentos, o quarto, que diz: Honrar pai e mãe! vou além, valoriza teus avós mesmo na velhice, para então, eternizar momentos.
Talvez não haja martírio maior que o desencontro entre pensamentos, o exílio, se asilar internamente nessa casa de repouso chamada corpo.
Eles são igualmente hoje o que você será amanhã, dependente do amor e do carinho dos filhos. É ai que nos tornamos pais de nossos avôs.
Perdoe-os pelas suas escorregadas, pelos seus lapsos, pelos seus desencontros e gafes em hora imprópria.
É nessa hora que voltamos a ser criança. É nessa hora que vivemos uma vez mais a inocência perdida há muito tempo.
Avós são celeiros de sabedoria. São uma enciclopédia a céu aberto, longe da virtualidade, longe da realidade atual. São nosso museu de raridades particular.
Avós são nosso único elo com o passado distante, décadas que não voltam. São exímios contadores de causos e histórias.
São o abraço terno, colo quente, o riso mais doce, palavra e conforto insubstituíveis. Se os pais são nossos professores, eles são nossos conselheiros.
Substitutos de nossos pais, diante de sua ausência. Nosso segundo porto, nossa segunda casa. Nossa garantia estendida.
São aqueles que nos aconselham sem nada cobrar, sem nada exigir, senão, a reciprocidade entre amores de sangue.
São nosso confessionário e confidentes. Não nos julgam, nem castigam, mas sim, nos mostram o caminho da verdade.
São nossos eternos cúmplices, parceiros, amigos e companheiros a qualquer hora e tempo sem medir esforços.
Pois, aos seus olhos seremos sempre crianças, a sua infância viva, o seu atestado de lucidez, a prova da sua jovialidade.
Orgulhe-se desse título: Neto! Pois, ser neto é ser duas vezes filho. E ser avô e avó é ser abençoado em dobro.
É ser duas vezes pai e mãe!
" Bem que minha avó sempre dizia, comigo sempre foi oito ou oitenta, e hoje reconheço, sou realmente assim. Para mim não tem essa coisa de ser meio amigo, meio termo, meio coisa nenhuma. Para mim, ou é ou não, ou fica ou não fica, ou gosta ou não gosta, ou vale a pena ou não vale. Alguns acham que sou muito radical, outros acham que sou muito autêntico e sincero. Estou aprendendo a não levar tudo a ferro é fogo, confesso, está sendo difícil, ser populista nunca foi meu forte, deva ser por isso que a minha vida política naufragou antes mesmo de começar; Alguns acham um absurdo eu não ter tido sucesso, inclusive eu mesmo, outros acham mais que merecido o fracasso. Vida que segue, com muito sol, muito estudo, muito trabalho e conquistas pessoais. Cuidar de mim e dos que são importantes para mim tem sido o meu projeto mais bonito."
já dizia meu avô:
Olho para o céu e não vejo fronteiras.
Fronteira são cicatrizes na pele do mundo...
A filha sorriu para o Pai,a neta sorriu para o Avô,a felicidade sorriu para o amor.
A ordem sorriu para o progresso,a motivação sorriu para o sucesso.
A superação sorriu para a fé ,e a bola sorriu para o pé do Pelé.
Um poema para meu querido avô.
Uma musica toca na minha mente,
Os pássaros cantam,
O vento desvenda os sonhos,
Como a dança toca o profundo da alma,
E assim as lagrimas do tempo te levaram,
Nos dias que se passaram imaginei
Aquelas tardes que musica ultrapassava
Os limites da magia da eternidade,
Por mais e mais respiro a solidão
Que sempre me acompanhou...
Não compreendia o deplorável,
Paradigma dos meses e anos passados
Os lances pesos na minha memoria
Pairam com as palavras que deslumbro
Tudo passou tão rápido igual a um diluvio.
Remexendo o baú de lembranças, me lembrei de mais uma estada na casa da minha tia avó, Joaninha...Certo dia, enquanto eu estava hospedada na casa da minha tia, ela foi me mostrar o jardim dela, com todo os tipos de roseiras, e plantas..., Sabe aqueles jardins que tem desde a hortelã até a margarida...Nesse dia, minha tia me disse, olha Lú, sei que ama plantas, e da próxima vez que voltar, vou te dar um presente!!! E assim, na próxima visita, minha tia me chamou e me disse, veja o que preparei para você! Lá estava um litro ( vasilhame de óleo de soja) com terra. Eu disse, o que é isso tia? Ela me disse, leva e enterra! Quando eu estiver enterrada minha filha, você se lembrará de mim, pois eu estarei viva na sua lembrança, a cada fruto que essa semente irá lhe dar!
Bem, minha tia avó morreu aos 103 anos de idade há alguns anos, mas até hoje, a mangueira que nasceu daquela lata furtada de óleo, cai em meu quintal, me fazendo lembrar desse dia, dessa doce lembrança que tenho da minha adolescência na casa de tia Joaninha e tio Pretin!
Hoje não só eu, mas meus filhos, comem do fruto e tomam do suco, fruto do amor de alguém que aqui já não está, mas semeou um tesouro que ninguém pode roubar, o amor!
“- Vocês tem sido boas meninas?”
Perguntava-nos minha avó, sistematicamente, todo mes de dezembro enquanto eramos meninas, a mim e as minhas primas. A pergunta era sempre individual, o que dava um certo charme, fazendo com que nos sentissemos especiais.
Para ela, ser uma boa menina era ter sido correta com minha mãe, meus tios que ajudaram a me criar, respeitando nossos vizinhos nordestinos e sabendo dividir minhas coisas com as primas. Fui de infancia muito simples, dai o valor das coisas pra mim ontem e hoje, ser tão diferente.
Para ser boa menina, precisava comandar uma agulha como poucas, arrumar a cama sem efeito de propaganda (aquela em que a mocinha levanta o lençol láaaaa em cima pra deita-lo suavemente sobre a cama) e lavar as panelas, deixando-as com cara de novas.
Boas meninas também faziam massa de macarrão em casa (com a maciez de uma petala rosa, dizia minha avó), lavavam o carro da tia solteira, recolhiam cocozinhos do cachorro e olhavam com carinho para o avô que produzia tarrafas em casa (grande pescador meu avô!). Eu era portanto uma boa menina!
O que eu responderia hoje à minha avó se ela me perguntasse de novo, olhos nos olhos, eu e ela?
Acho que ainda sou a boa menina, porque mantenho muitas coisas daquele tempo tão bom, terno e confortável…ainda amando as pessoas e suas crises, me contorcendo para que me enxerguem (como era antes, ainda eh agora!).
Mas também sou má, porque tenho o egoismo de me preocupar mais comigo hoje em dia, deixando um pouco o sorriso fácil pra lá, cosendo muito muito menos, cozinhando cada vez melhor, mas de vez em quando. Apelo entao para as facilidades da vida moderna, a fim de justificar para Dona Helena, que brilha no céu, que não sou preguiçosa e tenho certeza absoluta de que ela também gostaria dessa vida que levamos hoje (sushisashimis, restaurantes em casa esquina, comidinhas prontas, lavadoras,secadoras, skype, msn…! U la laaa).
Explicando: a pergunta formulada pra mim e para minhas primas tinha um objetivo: fazer-nos pensar se éramos dignas de um presente de Natal e se poderiamos iniciar o novo ano com as bençaos que as boas meninas ganham (por termos sido internas em colegio de freiras, isso contava MUITO!!! Presentes e bencaos, eram um evento e tanto).
Penso que aquele tempo foi impressionantemente repressor, mas minha linda avo, fazia da repressao social que sofriamos nos, as meninas, uma oportunidade de ensinar coisas. Ela era uma contadora de historias e nem sabia.
Para nos todas, que queremos ser boas meninas, com certeza minha avo diria “Nao passem pelas pessoas sem olha-las. Nao fiquem paradas como poste esperando dadivas gratuitas, porque nem Deus, nem nosso umbigo, nem nosso proximo gostam disso”. Mais facil? Nao sei nao…
Dona Helena sabia das coisas!
todas as vassouras da minha avó tinham protetor no cabo, de crochê, com frutinhas e outras coloriduras.
tinha um pé de quebra queixo.
era esse o nome que meu avô, dava a fruta.
que até hoje ainda nao emcontrei de novo.
depois de grande, voltei no lugar.
lá pelo meio da chácara da infância. e procurei a árvore.
o que antes, era verde e vivo. como minhas corridas de um canto a outro na infância.
estava seco e diferente. morrendo.
e a árvore ja não florescia mais.
eu não sei bem, se por que naquele dia.
ali pelos meus 6 anos de idade.
meu primo tinha feito uma casa de árvore la em cima.
dessa bendita árvore que tinha uma casa de joão de barro e essa fruta.
e eu me lembro bem daquela tarde cheia de sol em que a gente brincava la.
e minha avó, berrava meu nome pra descer. lá da outra casa.
um eco longe e repreendedor.
eu só sei. que quando alguem me pergunta:
fruta preferida.
eu minto.
digo: morango, kiwi, maça, siriguela.
qualquer coisa que venha na hora.
afinal, quem aqui já viu um pé de quebra-queixo?
(Crys de Almeida)
Sou o que seria não fosse o que sou
De mim sou filho, pai, neto e avô
Mudo, fico: às vezes “e” às vezes “ou”.
A chácara e a avó
Ontem, 09-08, dia dos pais, fui à chacará em Pirituba. Nem de longe se parece com aquela chácara daqueles bons tempos de infância. Tá certo, as coisas mudam, mudam muito mais do que poderia imaginar ou desejar. Tem os seus pontos positivos e negativos. Olho ao redor, não vejo mais o verde que alegrava meus finais de semanas, não vejo aqueles babuzais dos tempos de pipas, não vejo nas a jaboticabeira com sua generosidade trasmudada em frutos. Ah, sim, aquela jaboticabeira...que às vezes debaixo dela eu ficava para descansar, ou que por vezes subia para olhar de um lance só toda a chacara. Já não existe mais. Somente na alma, em um tempo onde a traça não pode corroer. Quando cheguei, me deparei com aquela portinha de madeira, que antes era azul e que hoje está pintada de bege. Lembro-me das vezes que chegava, que a minha avó Haydée me esperava, debruçada gritando de lá de cima da casa: "Cado, que saudade de você!" Mas vi que ela não estava lá. Por um momento, parei para esperar que viesse e me recordei que me esperavas na portinha de madeira, por aquele farto café da manhã, com sabor de família, simplicidade, como se estivesse no interior. E realmente estava. O almoço, a tarde conversando, passando a limpo a intimidade em família. Me lembrei que me esperavas no hospital, na UTI para que rezassemos o pai-nosso, a ave-maria, para que horas depois, se despedisse do tempo. E por isso que penso que não basta ser parente, é preciso ser amigo, intimidade que não me mede com palavras, mas com olhares que sabem fazer a leitura de uma alma. Invoco Mario Quintana: "De que me adianta os livros, se ainda não aprendi a ler as pessoas que estão ao meu lado?" A saudade é grande, mas a gratidão também é. A segurança de ter passado na vida das pessoas e ter vivido com intensidade cada momento com elas, é o segredo que preciso aprender cada vez mais. As pessoas também. Não adianta violentar o ser depois que a morte nos ceifa alguém especial e amado. É sintoma de que não houve um aproveitamento qualitativo. O amor no qual amamos as pessoas não nos autoriza transformá-las em propriedade particular. Pelo contrário, ensina-nos que o amor passa pelo crivo da liberdade, mas que deve ser vivo nos detalhes, intensamente, entretanto, as pessoas que amamos não nos pertencem. Indo mais longe, nem a nós mesmos nos pertencemos! Tive a experiência de amar minha avó que não mais encontra-se no tempo. Mas está no meu coração e nas recordações mais lindas que me fizeram ser homem e ser pessoa. O verde pode ser plantado novamente na chácara, mas a ausência dela povoa meu coração, mas não é mais forte do que a certeza de que ela vive no pensamento de Deus!
a menina nasceu
aos olhos do avô ausente
uma mãe, duas meninas
(para Marcela Viana Franzol, minha primeira neta, nascida em 15 de abril de 2005)
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