Coleção pessoal de Zeta

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⁠Título: Perfume.

Recentemente senti um perfume que me lembrou o seu,
aquele doce que impregnava até no breu,
mas acalmava minha alma, pois lembrava que eu era teu,
e você não tem ideia do quanto isso me entristeceu.

Achava que a teria até os dias e noites de morfeu,
e a abraçaria igual às âncoras da prisão de Perseu,
talvez até escreveria um conto dedicado, só teu,
para que no futuro o filho meu a desejasse como eu!

⁠Título: Intacto.

Nada de beijos,
Nada de abraços,
Os amores mais puros
permanecem intactos.

Não são vividos,
nem são contados,
jamais se tocam,
jamais se acabam.

Sem pele, sem lábios,
sem corpo, sem voz,
só a lembrança,
só o adeus,
apenas nós.

São esses amores,
os verdadeiros,
inalteráveis,
eternos, sinceros,
inacabáveis.

⁠Título: Poeta e o Mundo.

Papel, tinta, verdades e mentiras,
Sentimentos, ilusões, criações sem intenções.
Doces palavras, amarguras divididas,
Poeta do mundo, mundo do poeta.

Verdades e falácias,
Amores que vivem pra quem?
De palavras e rimas, dedico a mim,
Não há você, essa é minha forma de viver.

⁠Título: Centelha.

Quando te beijo,
me sinto inteiro.
Quando te desejo,
o calor sobe ao peito.

Das juras, a comunhão.
Da promessa, a perdição.
Quero-te junto, comigo,
comovidos, vividos, crescidos.

Do fruto, a beleza,
vinda de nós —
corpos que geram
uma nova princesa.

O resultado do calor,
do amor,
do esplendor,
do sonho,
onde tudo tem valor.

Quem sabe
a ideia de criador
não me assuste mais...

Uma versão pequena
que, por enquanto, é nossa —
Em breve, centelha.

⁠Título: Meus Charmes.

Meus olhos cerrados,
sorrisos meia-lua,
as encaradas perfeitas,
os gestos elegantes.

Todo o charme,
as palavras bem escolhidas,
as tentativas sutis
de chamá-la,
abraçá-la,
cantá-la,
amá-la.

Mas…

Sem sinais,
sem brechas,
sem intenções,
sem amor.

Apenas…

ilusões.

⁠Título: Meus Braços.

Em meus braços
Eu te sentia,
Em minha retina
Eu te via.

Com meus lábios
Espremia
O sabor, a alegria.

Com meu coração
Eu te acudia,
Incendiava, falava, vivia.

Enfim, eu te desejava,
Como o vento deseja a brisa,
Como o fogo abraça a brasa,
Como a noite espera o dia.

E assim, nos meus braços,
Tu eras só minha.

⁠Título: Eu Deixaria.

Se o tempo me desse,
se o vento soprasse,
se a vida trouxesse...
eu deixaria.

Menos peso,
menos pressa,
menos pedaços de nós.

Para acalmar o âmago,
para secar o pântano,
para ter sem engano,
para amar sem plano.


Dedico a você: minha perda de tempo preferida.

⁠Título: Dias de prosa.

Há dias que são de lua,
silenciosos, cheios de brilho e mistério,
onde a noite se desenha em prata
e o tempo se espalha em versos.

E há dias que são de prosa,
de passos firmes e riso solto,
onde as palavras correm soltas
como vento na esquina do morto.

Na lua, o silêncio canta.
Na prosa, a vida dança.
Entre um e outro, sigo fundo…
no poço!

escrevendo como estou
dos ciclos do céu e do tempo…
novo.

⁠Título: Escrevi à mão.

A jovem mais bela, o sorriso mais sincero,
um coração que ainda desconhecia a paixão.
Até que, um dia, minha boca, sem consideração,
disse a um amigo: "A olho faz um tempão..."

Não entendo o que está acontecendo.
Ele riu: "É paixão, vai acabar perdido, Lucão!"
"Que paixão? Sou louco, maluco não!"

Mas, para mentiras, eu sou bom,
até que ele me convenceu a falar.
Não tinha coragem, nem noção,
então, uma carta escrevi à mão:
"Serás minha? Sim ou não?"

Tremendo, no papel deixei minha indagação,
entreguei com medo, quase sem olhar,
mas o "sim" que veio fez meu peito parar,
a cabeça girar, os pulmões gritar.
E num segundo, sem hesitar,
quis ao mundo inteiro cantar
o quanto feliz me fez ficar.







E a felicidade, fugaz como o vapor do café, se dissipou com a mesma rapidez... Mas, nesse breve instante, a vida me ensinou que até o mais efêmero pode ser eterno dentro da memória ao qual guarda o peito.

⁠Título: Bilhete.

A jovem mais bela, o sorriso mais sincero,
um coração que ainda não conhecia a paixão.
Até que, um dia, minha boca, sem consideração,
falou com um amigo: "A olho faz um tempão."

Não entendo o que está acontecendo,
ele falou: "É paixão, vai acabar perdido, Lucão."
"Que paixão? Sou louco, maluco, não!"

Mas, para mentiras, eu sou bom,
até que ele me convenceu a falar.
Não tinha coragem, nem noção,
então, uma carta escrevi à mão.
"Serás minha? Sim ou não?"

No papel, meu medo, minha indecisão.
Entreguei tremendo, quase sem olhar,
mas o "sim" que veio fez meu peito parar.

E ele ficou, ficou e ficou...
Parou, parou… e nunca mais voltou.

Só que a felicidade durou o tempo de um café.

⁠Título: Lembranças.

Fotos manchadas me trazem lembranças,
de tempos que foram, de falsas esperanças.
Rostos perdidos, amores desfeitos,
sombras de risos há muito esquecidos.

Fotos são mais, mas menos que tudo,
revelam o ontem num traço mudo.
Tocam feridas que já se fecharam,
e fazem brotar o que sepultaram.

Álbum infeliz, relíquia vazia,
faísca no vento, cinza e poesia.
Queimando as memórias, me ponho a sorrir,
pois só o que arde se pode aplaudir.

⁠Título: Um carro na minha lua.

Ouvi o som das rodas a cantar,
Olhei a rua… nada por lá.
Um novo barulho no céu a soar,
E me pergunto: como pode falar?

Observo de novo, um riso a pairar,
Percebo que estou louco… e nada há
Por cá…

⁠Título: Única Rede.

Quero me conectar com almas.
Não celulares com internet,
Quero beijos, boca a boca,
O velho toque, tête-à-tête.

Aqueles amores de época,
Onde não havia telefone,
Onde não havia rede,
Pois a única era da varanda.

Quero amores de verdade,
Onde não havia grande vaidade,
Onde não precisava fotografar,
Para enfim na alma guardar.

Hoje tudo é tão ligeiro,
um amor que nasce e some,
sentimentos descartáveis,
feito stories, sem importância,
sem lembrança, sem nome.
Desliza a tela... some.

⁠Título: Quebre o Bule

Chá e café, no amargo e no mel,
um gole na xícara, um passo pro céu.
Surto que vem, devaneio que vai,
ciclo que gira, mas nunca se esvai.

Quem lê, sente.
Quem vê, entende.
Quem não entende… que siga em frente.

Cuspo loucura, engulo fissura,
bebo a incerteza, mastigo a secura.
O chá se derrama, se espalha, persiste,
o bule trincado resiste, resiste…

Quebre o bule, deixe cair,
deixe o destino ferver e sumir.
Loucura servida, sem cor, sem medida,
fundo da xícara, fim da partida.

⁠Prazer!

Olá, muito prazer,
Sou o'que seus olhos…
não podem ver

mas pode sentir
sem me ter
e pode me ouvir
sem me querer

mal interpretar
pode até ser
mas difícil…
me esquecer!

⁠Título: Solidão.

A solidão é o tempo do agora,
o momento sem plateia,
o abraço do poeta,
onde ninguém se interessa.

O mão a mão sem gente extra,
apenas você e sua alma na peça,
um instante sem tensão,
vivendo sem explicação.

A solidão é o eco
dos que não ouviram,
a fala dos que não falaram,
a decepção dos que não tentaram,
a família que abandonaram,
os amigos decepcionados,
ou amores terminados.

A solidão é tudo,
quando não sobra nada,
mas deixa tudo,
quando falta nada.

⁠XXII - O Sussurro e o Estrondo

Se atenção estiver prestando,
o sussurrar das mais silenciosas almas ouvirá;
mas, se não atenção prestar,
nem o estrondar dos demônios será capaz de captar.

Então, no silêncio busque ficar,
para que, assim, possa enfim compreender
o que parece vazio tem a oferecer.