Coleção pessoal de zadebretas

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Poeta duas faces


Vou seguindo
Sem ter pra onde fugir
Tendo muito o que sentir
E por sentir
Sigo chorando

Já estou indo
Sem ter como fingir
Tendo muito o que ouvir
E por ouvir
Sigo falando

Vou seguindo
Sem ter como agir
Tendo muito o que intervir
E por intervir
Sigo mudando

Já estou indo
Sem ter o que aplaudir
Tendo muito o que assistir
E por assistir
Sigo frustrando

Vou seguindo
Sem ter como assumir
Tendo muito o que cobrir
E por cobrir
Sigo apanhando

Já estou indo
Sem ter como despedir
Tendo muito pra redigir
E por redigir
Sigo inventando...

E por ser
Vou sonhando.

Vontade de um neto.


E o medo de te perder me persegue novamente.
Me alcança e me devora.
Assim como uma criança devora um doce.
Assim como em muitos dias em minha infância, eu devorei todas as guloseimas que você, minha "vó" fazia.
E essa saudade vai me comendo, corroendo, corrompendo.

Como faço agora?
Se já não pode fazer minha vontade.
Agora a situação se inverte, pois é a vontade de te ter aqui, que me mastiga e me engoli.

E minhas lágrimas covardes já não se arriscam a escorrer por um rosto cansado,
minhas lágrimas percorrem meu interior,
caminham por entre tristezas pessoais.
Minhas lágrimas me perfuram e me curam também

Pesadelo



Eu acordei muito assustado
Procurando entender
Um sonho movimentado
Trágico demais pra se viver

Amigos a trair
Uma pai ausente a sofrer
Ninguém pra me seguir
Meu próprio mundo eu não quis ver

Eu sempre calado
Ouvindo aquela voz
Um desespero atordoado
Sem poder desatar nós

Enxerguei os meus defeitos
Em uma cena de cinema
Seres tão imperfeitos
Cada um com seu problema

Fugindo como um louco
De um momento angustiante
Insanidade era pouco
Naquele grande instante

Deixei minhas tristezas
Encarei outra no caminho
Mais intensas com certeza
Pois eu estava sozinho

Observei pessoas e sonhos
Bem distantes de mim
Início de rascunhos
Sem saber chegar ao fim

Crianças perdidas
Meu passado queria ter
Eu tinha duas vidas
Sem saber qual escolher

Por sorte estou acordado
Rindo do que aconteceu
Pode ser que eu esteja cansado
Acho que o sonho nem era meu

Questionamentos de Lorena



Quem é você, Lorena?

E o que fomos?

Passado esquecido

Já nem sei o que propomos



Quem é você, Lorena?

Quem fomos nós?

Perdidos no caminho

Sem esperança e a sós



Quem é você, Lorena?

E o que somos?

Vivendo utopias

Procurando sonhos e gnomos



Quem é você, Lorena?

Quem somos nós?

Precisamos gritar

E nem sabemos com que voz



Quem é você, Lorena?

E o que seremos?

O “mundinho” fechado

Fumaça louca respiremos



Quem é você, Lorena?

Quem seremos nós?

Enxergando o mal do mundo

Desfazendo nós



Passado presente futuro

Tantas vidas pra escolher

Nada aqui eu censuro

Já não dá pra esquecer



Passado presente futuro

Te espero em lugar seguro...

Rastros de uma presente lembrança vaga


7 dias depois
Nada mais pra fazer
O mesmo lugar
Com a esperança de nada acontecer

Tudo continua igual
Poemas cruéis, fotografias
Meu mundo não é o mesmo
Com essa carta de Alforria

Sirenes continuam a solta
Talvez isso me amedronte
Já vivi coisa demais
Nessa tal Belo Horizonte

O mesmo Parque
As mesmas dores
O relógio se repete
Na minha volta sem rigores

Soneto de lembranças sonolentas


Momentos lembrados
Ou mesmo esquecidos
Lembranças do acaso
Sonhos merecidos

Momentos únicos
Que ficarão no futuro
Lembranças simples
Um sonho seguro

Cada lugar e suas cores
Cada vento e seu cheiro
Beijos e sabores

Nostalgia presente
Por um certo você
Cada vez mais ausente

Delírios de pesadelo

Calor e flor de madeira
Pedra, sonho e poeira
A sete palmos do chão
Sem pedras na mão
Em paz, sem canseira

Sua ausência é cada vez mais presente... te perco e te encontro enquanto respiro.

Poesia de Brisa

Palavras de outros ventos
Um sonho a se perder
Livres pensamentos
Lembrar e esquecer

Luar de Aline


Lua que te guia

Que me vigia

Que se esconde

No som de nossa melodia




Sai no sol da fronteira

Se desfarça na tonteira

Persegue fotos e tons

De uma vida inteira




Ouve choros e lágrimas

Histórias em rimas

Somos fumaças melancólicas

Somos distância e imãs




Madrugada adentro

Vai embora no vento

Me despesso de ti

Sob riso e lamento

Carta de descobertas precipitadas


Um dia descobrirei que viver é ruim
Mas é a melhor coisa que se tem pra fazer

Que estar só é solitário e triste
Mas faz bem pra alma

Que paixões são fantasias
Mas se deixar ser guiado por uma é mais que dever

Que revoluções são trágicas
Mas nos mostram a realidade

Descobrirei que nada é igual para todos
Nem o tempo, nem as horas e nem a fome

Que borboletas com asas de águia existem
Mas é algo além da imaginação

Um dia vou descobrir que amigos, bem lá no fundo, valem à pena
Mas se deve crescer com eles

Que ouvir é um sentido a ser usado
Mas não é o único

Descobrirei que me chamaram de louco
Mas com toda certeza do mundo, fui mais feliz que todos

Que tudo cansa
Mas também alivia

Que família é algo que nunca vou entender
Mas é um mal necessário

Que algumas coisas deixam marcas
Mas se pode escrever por cima

Que ser criança foi a melhor coisa que já me aconteceu
Mas fazer o que? Se vivemos apenas o presente

Vou descobrir que somos o imperfeito do mundo perfeito
Sem problemas... eu disse “nós”, e não “eu”

E bem lá no fim
Descobrirei que sou assim...
Mas isso é o melhor, porque num belo dia, nem serei mais.

Despedida Inusitada




Eu ando pelo mundo procurando ver

Coisas que me façam crer...




Que exista algo bem melhor

Num plano quase infinito

Algo cada vez maior

Longe de qualquer grito




Procurando cores e sabores

De uma vida viciante

Espinhos e flores

Imaginação constante




O sonho na janela

Já não quer mais voar

As dores de um mundo à espera

Já não querem mais cessar




O final de um fim aflito

Vai ficando por aqui

Um mero adeus bonito

Um pouco longe de ti

Passado do meu Presente


Eu já fui onde poucos chegaram
Já comi o que a fome mandava
Já quis o que eles tentaram
Eu escutava quem me enganava

Eu gostava de seus segredos incertos
E odiava amizades de segundos
Eu botava fé no meu jeito quieto
Eu tinha uma vida e dois mundos

Eu deixei me perder
Eu indeciso
Optei por não escolher
Desci sem nenhum riso
Eu subi procurando um fim
Errei os erros que não se pode errar
E os ecertei em mim.

Presente do precisar


Eu sozinho
No quarto escuro
Procurado algo que seja seguro
Ver como não precisar sofrer...

Saciado pela mesma fome
Desejando tudo
Aquilo que se come
Ver como não precisar sofrer...

Observe-me de olhos vermelhos
Faça mil reflexos
Compre mil espelhos
Ver como não precisar sofrer...

Compre todos os meus defeitos
Seja como for
Aceite o meu jeito
Ver como não precisar sofrer...

Sinta toda a minha brisa
Dê lições de moral
E palestras concisas
Ver como não precisar sofrer...

Tô precisando de você
Você precisa entender
Tô precisando não saber
Como é precisar você

De onde sou feliz, minha cidade é um buraco, as pessoas se tornam cada vez menores, e eu cresço, cresço de todas as formas que se pode crescer, eu que já ia me sentindo cada vez melhor, me transformo em mim... em Mickey Mouse, em Hitler, Estátua da Liberdade, morador de Amsterdam, viajo pra lugares que existem apenas em mim. Na pedra onde sou feliz, ninguém me alcança.


O tempo vai passando e a consciência pesando... é hora de voltar...e isso tem um gosto mais ou menos, a intensa alegria me da vontade de viver por lá, mas o mundo pede realidade, e isso me mata por dentro.

Aqui, nessa janela, ouço tudo o que acontece lá fora, e mesmo assim me sinto mais alheio, minha janela não me mostra o que acontece do lado externo, a janela me mostra o que acontece aqui dentro. Ela serve apenas pra levar minhas magoas que se tornam leves, e saem voando por ai. Escuto conversas bobas e me sinto melhor, percebo cada vez mais que não pertenço a esse grupo de pessoas hipócritas, preconceituosas e ignorantes, que possuem uma liberdade acorrentada, presos a um tradicionalismo imbecil.



Assim vou me permitindo, vou vivendo uma vida realmente minha, uma vida que acabei de conhecer e que me acompanhará enquanto eu durar. Quanto tempo vou durar? Não sei, talvez até amanhã, talvez eternamente.

A perfeição que me acompanhava estava cansada e resolveu parar pra descansar, mas acho que ela não me alcança mais.


Estou correndo muito, estou me libertando

Mais importante quer estar de bem com as regras dessa " sociedade", é estar de bem com nossas próprias regras, com o que nós julgamos certo ou errado.

Sou uma árvore no outono, me sinto cada vez mais despido de uma imagem que com certeza não era minha, agora me sinto mais limpo e real... na próxima estação continuarei assim...