Coleção pessoal de wegleycalixto

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A arte de dizer “não”.
Não, palavra negativa por natureza, tem sido um termo que por motivos diversos, tem-se evitado usar. Talvez porque ao ajustar-se à tendência do politicamente correto, acredita-se que ao se dizer sim age-se “corretamente”. É como se o simples fato de dar um sim, significasse o primeiro passo para a prestação de alguma assistência, de se contribuir para algo (ou alguém). É aí que está o engano. O sim é uma palavra valiosa, não há dúvida. Marca o início de um contrato, um acordo, um compromisso. Mas e o não, seria ele o contrário, uma falta de compromisso? Não é bem assim. Na verdade, a palavra sim, carrega consigo além de uma carga semântica de afirmação, confirmação, compromisso entre outras, um fardo pesado (sim, bem pesado) que é a convivência com responsabilidade de se ter feito um acordo. Sabe-se que muitíssimos dos “sins” são meramente protocolares. Uma forma de atender ou adequar-se a uma cultura onde o não está praticamente proibido. Vai-se à festas das quais não se gosta, escutam-se longos causos pelos quais não se interessa, dá-se atenção a quem não a merece, diz-se acreditar ou crer quando na verdade a dúvida corrói, e, em casos mais dramáticos, contraem-se “amizades” que não são amizades. Enfim, o sim, apesar de ser culturalmente mais exigível do que o não, nem sempre é o mais adequado, podendo certas vezes, ser até perigoso às nossas escolhas e aos nossos atos. Escolher entre afirmar e negar algo requer de nós leitura, às vezes profunda, do que é que está em questão ali. E isso implica em tomar ciência das consequências de nossos “sins” diários, saber que eles nos acompanham quer seja por dias, meses, quer seja por todo o sempre. Quantas vezes priva-se de alguma coisa porque isso conflita-se com algum sim que foi dado sem a devida atenção. Percebe-se nessa hora que a palavra aprisiona e pode limitar nossas ações, cercear nossa liberdade. Aos poucos percebemos os benefícios decorrentes do ato de dizer não. Logo descobre-se que, a cada não proferido, dá-se um passo para a liberdade, para a autonomia de pensamento e de ação. Dizer não é uma arte na qual não se permite prender-se a situações, coisas e pessoas que não nos interessam. O NÃO é uma das mais poderosas ferramentas para se administrar a vida. Há quem discorde em parte ou até totalmente com esse texto, é claro. Mas difícil seria não admitir que ele é um instrumento de conscientização quanto à beleza de se negar algo pelo simples e puro fato de assim querermos. Questão de franqueza, sinceridade.

A satisfação não reside somente na realização de nossos desejos, mas também na beleza em admiti-los. Isso nos torna mais dignos. Isso nos faz humanos.

A vida só vale a pena de ser vivida sob duas condições: A de ser feliz por ter alguém a quem amamos, ou pela a dor de não tê-lo. Ambas tornam o ato de viver extremamente intenso.

A linguagem é a criadora de todas as coisas. De um simples e morto grão de areia, ao mais vívido e complexo ser, nada existe sem a linguagem. Ela permite-nos a ciência de nós mesmos e de tudo mais.

Mesmo a eternidade configura-se em am algo finito: O conceito do sempre.

A única forma de sermos perfeitos enquanto humanos, é sendo imperfeitos. É na imperfeição que o homem atinge a plenitude de sua existência. A perfeição? É um estado de conformismo reservado aos deuses. Pobres e limitados deuses.