Coleção pessoal de wanderley_donaire_maganha

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Me entenda. Eu não sou como um mundo comum. Eu tenho a minha loucura, eu vivo em outra dimensão e eu não tenho tempo para coisas que não têm alma.

Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura.

É preciso ter tristeza. Tristeza não é ruim. Quase todo mundo só quer escutar musiquinhas alegres, ir dançar em lugares barulhentos, ficar falando o tempo inteiro. Porque eles tem medo da tristeza. Mas não é a tristeza que mata.

Não mais delirar,
nem sentir no corpo
esse seguir sem descanso,
atrás de sutilezas que não
podem ser descritas.

O problema é que quero muitas coisas simples, então pareço exigente.

É melhor mesmo continuar escrevendo
essas frases curtas, que assim amontoadas,
dão um ar de coisa, coisa pensada,
e nem é, sabe? nem é importante...

As vezes me sinto como uma pena sem vento...
A pena tem como função primordial proteger o corpo ao qual ela cobre...
Depois que ela se liberta do corpo que a gerou, ela pode ser adubo em um solo fértil, adorno em um enfeite temporário ou diversão para uma criança que a apanhou ao vento.....
Mas sem vento que a leve onde seja necessária ela é apenas uma pena......

A vida não é sobre o valor das coisas ou pessoas, é sobre as coisas e pessoas sem valor.
Não porque as pessoas ou coisas não tem valor, mas justamente porque tem valor imensurável!
É sobre coisas ou pessoas que você não trocaria por nada.
É sobre amizade...
É sobre amor...

E se quiser fazer algo por mim, faça o inesperado, pois o esperado ninguém faz.
Seja minha necessidade, mesmo que momentânea.
Seja minha escora...
Seja meu amparo...
Seja o ombro amigo...
Mas se não puder ser nada disso, seja apenas o nada que você sempre foi!

Eu sou a soma de tudo o que vejo, penso, leio, faço, ouço, aprendo, amo, odeio...
Sou a soma das pessoas que me rodeiam, das pessoas que passaram na minha vida, das que ainda vão passar....
Sou uma parcela de tudo e de todos, e se eu possuo um pouco de você em mim, também há um pouco de mim em você.

Durante os momentos inevitáveis de solidão forçada minha mente viaja a velocidade da luz por tempos passados e futuros, pelo que foi e pelo que poderia ter sido.
O ontem e o amanhã se fundem numa amálgama de tristezas e alegrias tão intrinsecamente ligadas que nem em mil vidas alguém seria capaz de desembaraçar.

Perdido em Pensamentos

Preso em algum lugar entre o passado e o futuro, as tristezas e alegrias corroem minha alma a todo momento.
Palavras e sentimentos presos, misturados num cárcere escuro e frio.
A solidão e as sombras me abraçam mais uma vez e eu não sei se adentro mais em direção ao escuro acolhedor ou se fujo em direção a luz.
O tempo é um inimigo cruel pois nas penas ele se arrasta e nas alegrias ele segue veloz.
Não sou uma pessoa triste, mas sim, muitas vezes a tristeza também me alcança e fico perdido em pensamentos....
Afinal, o que sou eu senão mais um na multidão.

Não sei se padeço de tanto pensar ou se padeço quando já não mais pensar...
Sempre foi esse meu pesar e até o fim será esse meu penar.

O acaso é apenas o necessário que se faz presente no momento certo.

Recentemente me apanhei divagando sobre o porquê e o para quem eu escrevo. Qual o motivo para que eu exponha minhas idéias e pensamentos?
Bem eu escrevo para mim mesmo, para me lembrar de como eu penso e sobre o que eu penso. Escrevo para perpetuar minhas idéias, meus pensamentos, meus devaneios...
Escrevo na vã esperança de que alguém em algum momento vai ler e compactuar com minhas loucuras, em algum momento da vida desse suposto leitor minhas palavras farão sentido, serão alento ou algo que o valha.
Escrevo sobre a solidão para os solitários, sobre a embriaguez para os ébrios e sobre a loucura para aqueles que como eu, tem mil coisas na cabeça e não sabe como explicar.
Escrevo porque penso, escrevo porque posso.
Mesmo porque se eu fosse escrever para alguém específico eu talvez não conseguisse me expressar. Mesmo porque são poucos os que lêem algo com mais de cinco ou seis linhas.
Escrevo porque se não o fizesse, ficaria talvez preso em meus pensamentos.

Me chamam de "rockeiro"; Prefiro dizer que sou apreciador da boa musica.
Me chamam de cachaceiro; Prefiro dizer que sou degustador etílico.
Me chamam de "macumbeiro"; Prefiro dizer que sou espiritualizado.
Me chamam de alienado.....
Pode ser. Quem sabe?

Sobre o Tempo

O tempo sempre foi motivo de fascínio entre a humanidade. Uns julgam possuir o tempo futuro, dizem que têm todo o tempo do mundo pela frente...
Outros dizem possuir o tempo passado, dizem que o tempo vivido até então, lhes pertence pois já o utilizaram até o presente.
Mas como podemos possuir algo imaterial e em perpétuo movimento?
Ah, mas o presente sim nos pertence não é?
Não, o presente também não nos pertence. É como o próprio nome diz, um presente, uma oferta para que façamos o que acharmos melhor.
E quanto ao tão famoso tempo perdido?
Como podemos perder algo que não possuímos?
Hipoteticamente ao "perdermos tempo" estamos adquirindo sempre algo em troca, experiência ou conhecimento por exemplo.
O que temos realmente como nosso é o conhecimento adquirido através do tempo. Temos nossas lembranças, nossa vivência.
Temos o que nos foi dado, a vida em toda a sua plenitude. O tempo é apenas um amigo que nos acompanha pelo caminho.

“As marionetes controladas por fios invisiveis são incapazes de olhar para cima e ver o brilho malicioso no olhar do mestre.”

Entre palavras, melodias, malte, lúpulo e álcool minha mente se esvai lenta e prazerozamente. As pequenezas do dia a dia são incapazes de coexistir junto aos prazeres e tentações liberadas nesses breves momentos de insensatez.

Premonição

Num momento como outro qualquer entre amigos, tomando minha habitual cerveja, o copo foi escorregando entre meus dedos em câmera lenta. Foram segundos intermináveis onde tempo e lógica não existiam. Os olhares fixos na imagem do copo caindo lentamente até atingir o chão, fazendo aquele som estridente do vidro quebrando ao encontrar seu destino final, as atenções voltadas para o objeto e não para o suposto causador. E em segundo plano um baque seco e quase surdo do meu corpo caindo ao chão momentos após o copo. Praticamente despercebido, a não ser pela culpabilidade, pelo ônus de ter quebrado um copo, ter quebrado um protocolo. Pelo julgamento precipitado das pessoas a minha volta, que deram mais importância ao incidente e não ao fato causador......
E sem mistério algum, sem culpado, sem aviso...
Foi assim que eu morri!