Coleção pessoal de Wagras

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Numa noite atormentada, entrei correndo em um beco sem saída. Eu estava sendo perseguido por um camburão de polícia, apavorado com semblante de nervosismo bati na porta em casa em casa, porém os moradores amedrontados de jeito nenhum abria-lhe para que pudesse entrar.
Não poderia implorar por socorro, caso gritasse eles me ouviriam, então tive que engoli todo o meu choro, todo o meu medo e toda a minha agonia ou ficava calado ou simplesmente naquele beco escuro morreria.
Lembro-me perfeitamente das palavras da qual minha mãe sempre nos dizia: Quem nasce preto já nasce suspeito e quem nasce pobre já nasce preso.
Esta frase cresceu como um fermento no bolo da minha mente que ainda estava vazia. Não me lembro do que fiz, não sei porque estou correndo desesperadamente atrás de uma brecha de saída.
Não sei, se eles me viram entrar nesse beco, mas se eles me viram serei o próximo morto que era provavelmente o suspeito...
Tenho eu o direito de ir e vim, tenho eu também o direito de pensar e refletir na qual circunstância se encontra o meu direito de vida.
Tenho eu uma linda esposa que está grávida de maria. A minha única filha querida. Quero como pai poder ter o direito de conhece-la e criar a minha menina que ainda está tão pequenininha.
De longe um policial ao me vê-lo dar-me um tiro no peito com o corpo fraquíssimo começo a cair de joelho encostado na parede.
Um policial mulato perto de mim se aproxima e pergunta o meu nome, mesmo ferido digo-lhe que meu nome é Wellintom Almeida então aquele policial fecha os meus olhos e aperta o gartilho do fuzil dando um tiro a queima roupa bem na minha cabeça. Aquele policial não teve nem coragem de averiguar a minha ficha criminal, mas mesmo assim esse maldito satanás matou-me por ser negro.
Entre mulatos ou negros a quem satanás deu mais o direito?