Coleção pessoal de TulioIsaac
A morte deixa uma pergunta sem resposta. Uma explicação para algo que nem sabemos descrever. O sentimento de vazio mistura-se com o medo da incerteza, na necessidade de aceitar aquilo que não é possível compreender.
O calendário torna-se nosso aliado, e nos agarramos ao nada, vivendo uma espera que não parece chegar, que no fundo sabemos que não irá acontecer, de algo que não compreendemos.
Os dias passam lentamente ou na velocidade da luz, acompanhados por uma dor que desidrata a alma. A música se torna nossa companheira da rotina e pior inimiga da lembrança. Cada som nos remete a algo bom ou a algum sofrimento. Se o sofrimento tivesse um nome, teria vários nomes.
Cada lugar deixa uma marca de saudade que não pede permissão para entrar em nossas vidas, entra sem pedir licença.
O desejo de gritar por socorro é interrompido pela doce tristeza do silêncio e pensamentos exaustivos. Dormimos rapidamente para tentar esquecer, na esperança de acordar de um pesadelo.
Não existe opção. A única é seguir, adequando nossos passos conforme o chão cheio de desníveis, com um sapato rasgando os dedos. Tudo que buscamos nesse momento é um pouco de paz, mas o ponteiro da vida não espera o coração acalmar. Todo o barulho do mundo continua, como se nada tivesse acontecido. O tempo é soberano, ele não espera, não perdoa.
Alguns afirmam com a certeza de dilacerar a alma que a vida continua, outros que o tempo cura.
Só não contam que nunca mais será da mesma forma.