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Sentimentos

Uso sentimentos falsos para substituir a felicidade, sendo que esta está ausente.
Os sentimentos verdadeiros acabam por serem reprimidos.
Os sentimentos comunicam connosco a todo o instante, quando algo de triste acontece, a tristeza fala mais alto, quando algo de feliz acontece, a felicidade fala mais alto, e assim em diante.
Cada vez a voz da intuição e do meu ser, parecem estar mais longe e mais fracas, deixando o sentimento de não deixar sentir-me vivo, consumir-me.
A origem deste problema deve-se ao expressar um sentimento obtenho uma resposta negativa, e assim a minha consciência pressupõe que o certo é reprimi-lo.
Deixar os sentimentos falarem dentro de ti, ao invés de serem expostos livremente, é um erro! Os sentimentos são algo natural e tudo o que é natural, não pode ser reprimido. Como por exemplo, numa situação física, se reprimirmos um espirro, acabaremos por acumular uma pressão nos órgãos internos, que poderá vir a originar uma doença grave. É idêntico em situações psicológicas, a única diferença é que a doença grave é cognitiva.
Na verdade não existem sentimentos negativos e sentimentos positivos, nós é que lhes atribuímos o significado que as tais vozes nos transmitem.
Tanto posso sentir que chorar de tristeza pode fazer-me bem, em questões de construção emocional, como posso sentir que rir de felicidade pode fazer-me mal, ou por a situação não ter assim tanta piada, como por exemplo pessoas que fazem bullying a outros, e acham “piada, ou simplesmente por achar que o que expresso na minha expressão facial, não corresponde ao que sinto no meu coração. Mas nem tudo é preto ou branco, há muito cinzento no meio, ou seja, existem muitos sentimentos envolvidos para além da tristeza e da felicidade.
Ao falar em “rir”, uma curiosidade. O sorriso que conhecemos, é algo muito recente. Nos nossos antepassados, a vida era tão difícil, que nem era vida, era sobrevivência, não havia motivo para sorrir. O sorriso existe desde sempre, mesmo dos primeiros primatas, mas o sorriso era usado de forma agressiva, sendo possível produzir sons com maior volume, mostrávamos os dentes e isso era uma forma de dizer “eu tenho dentes e posso morder-te”, o que afugentaria outros animais.
Hoje em dia sorrir é um uma das expressões faciais, até mesmo principal, mais fácil de comunicar. Isso justifica o facto de quando alguém ri sozinho, nós associamos logo a que ele está a rir-se de nós, ou porque tem algum problema na cabeça, e perguntamos logo “estás-te a rir do quê?”, ou “qual é a piada?”.
Querendo com isto dizer que devemos dar graças por o sorriso ter recebido este significado, e usá-lo da melhor maneira, da forma mais pura e sincera.
Todos os sentimentos são parte do propósito da vida, e a vida é composta por fases, umas mais tristes outras mias alegres, mas se assim não fosse, o que seria viver?
Se vivêssemos sem desgostos e sem preocupações, qual seria a piada?
Este é um dos motivos para eu não ser muito virado para a religião. Na maioria das religiões, falam-nos de um paraíso, em que “a vida seria perfeita”. Uma vida perfeita, não teria desafios, e os desafios dão o carisma à vida. Os desafios tornam-te protagonista da tua história.
Hoje em dia existe muito a necessidade de mostrar aos outros tudo! O que fazemos, que temos uma roupa nova, telemóvel novo. Vivemos numa sociedade que é feita de “novidades”, não no sentido de notícia, mas sim no sentido de novo.
Já não há a preocupação das pessoas interessarem-se em construírem a sua história de vida, e um dia morrer consciente do que fez e viveu. Mais parece que preferem um dia morrer e serem reconhecidas, que cada pessoa saiba parte da sua história, ao invés de juntar todas essas peças, e ficar com o puzzle para si. Considero muito mais gratificante morrer a ter consciência dos tais desafios que ultrapassei, sozinho ou acompanhado, não interessa! Ultrapassei! Alguns até fizeram-me uma pessoa melhor!
Faço parte da vida daqueles que acreditam que o ontem é passado, o amanhã é futuro e hoje é uma dádiva. Vivam a vida, deixando as fases acontecerem, mas nunca desistindo de as ultrapassar.
Deixem a fase triste passar, sintam-na como entenderem, e assim que sentirem-se prontos para a próxima, então que assim seja.
Eu farei o mesmo, obrigado texto, obrigado tempo, por terem-me aberto os olhos.
Próxima fase, vemos-nos em breve...

“Escrever é uma maneira de pensar que não se consegue pelo pensamento apenas. Todos os constrangimentos sintáticos e gramaticais da escrita, em vez de nos reprimirem, levam-nos a encontrar frases que não existiam antes de serem escritas, que não podiam existir de outra forma”.