Coleção pessoal de thaaysmaaria

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Eu ando tão cansada de seguir as regras. Ando tentando mudar as regras. Eu sei que o que acomoda não é fácil de mudar, mas alguém um dia tem que dizer chega, né? Pras coisas mudarem, o mundo girar. Tanta engrenagem e tão pouco suor.

Desisti de sustentar uma imagem e procurar o amor da minha vida no caminho. Quem quiser olhar pra mim vai ter que se conformar com minhas Havaianas roxas e meu cabelo despenteado, minha desatenção e minha falta de correspondência. Ando abatida e pensando demais.

eu nunca vi, eu nunca escolhi, eu nunca amei, nunca bebi, eu nunca viajei, nunca me envolvi,
eu nunca persisti, eu nunca vacilei, nunca cai, nem me levantei. eu não reclamo, eu não peço,
não choro, não discuto, não impeço, não vivo. eu nunca me perdi. e assim me encontro: Vazia de Mim.

Eu queria mudar meu país. Queria que o vestibular fosse justo, que o imposto fosse bem utilizado, que os políticos parassem de fingir que não roubam e que a população parasse de fingir que não sabe. Na verdade eu queria mesmo tudo aquilo que eu vejo nos livros de história, daquela época em que existiam pessoas corajosas. Queria sair nas ruas com centenas de estudantes e exigir tudo isso de quem foi eleito com esperanças de uma vida melhor. Queria que a saúde e a educação estivessem ao alcance de todos, que pessoas parassem de se espremer em favelas porcas e tivessem casas de alvenaria, que ninguém precisasse ter uma fome maior do que aquela básica entre o almoço e o jantar.

Todos os dias eu acordo pronta pra dormir. Não me surpreenderia que meu lençóis me prensedessem numa tentativa de me fazer viver. Levanto e lavo o rosto de todos os sonhos bons da noite que terminou, tentando imaginar que o dia vai ter fim, mesmo
que tenha apenas começado.

Antes eu achava que minha timidez era o problema, agora eu vejo que o
problema é usar minha timidez como desculpa para não viver.

Não há escape que para sempre salve, nem covardia que para sempre proteja.
Não há como fugir para sempre. Ainda que eu deixe meus problemas de lado hoje, amanhã a cobrança será maior.

Eu queria arrancar o romantismo de dentro de mim. Queria que meus anticorpos se tocassem e partissem para o combate contra todo esse blá blá blá de amor. Cansei de esperar a declaração de alguém como nos filmes e livros,
ninguém está esperando pra me dizer que me amou a vida toda. Cansei de me apaixonar por olhos piedosos, de viver a espera de alguém que talvez nem exista, cansei!

-Eu tenho. Tenho um milhão de medos presos aqui nessa linha. Se você desligar, sua vida vai seguir. A minha vai ficar contida nesse aparelho eletrônico. Eu já sou contida de tantas maneiras... Na verdade eu só queria te dizer que por mais que o tempo passe, não consigo preencher meus buracos. Eu olho em volta e não procuro nada. Só porque eu sei que não há nada. Só porque eu sei que o nada que eu quero tá longe de mim. É tudo um enorme, frio e presente nada. Um vazio do tamanho da minha quase existência. Eu quase existo, sabia? Afinal, quem existe por inteiro? Eu não. Eu sou metade amada (porque ninguém me assume por inteiro); metade interessante (porque assusto quem eu quero aproximar e frustro os que ignoram minha muralha); metade culpada (porque ninguém tem obrigação de me amar de verdade quando eu crio bloqueios tristes e vazios). Se você quiser desligar, tudo bem. Eu só tava fazendo drama. Claro que eu vou sobreviver, né? Nunca precisei de uma ligação pra me manter inteira. Mas me diz, e você, tá bem?

Você ri do medo que eu tenho de você me pedir em namoro, sofre em silêncio quando eu falo que tenho medo de enjoar de você e tenta entender o motivo de eu ter tantos medos escondidos por trás da minha mania de demonstrar segurança.

Ei, não tenta entender as voltas que eu dou sozinha. Deixa só um mistério estranho de filme trash. Ninguém quer descobrir o que há por trás da mulher diferente, mas ela ainda é a mulher diferente que deve ser descoberta.
Passo horas falando pra ficar muda de repente, passo toda a segurança do mundo pra me derrubar em medos bobos. É que tudo fica mais legal em constante mudança. E eu nem sei mais ser a mesma sempre.