Coleção pessoal de tamebertolla

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Atitudes, porque palavras o vento leva.

Tive vontade de sentar na calçada da rua augusta e chorar, mas preferi entrar numa livraria, comprar um caderno lindo e anotar sonhos.

Eu conheço homens aqui e ali, mas nenhum me emociona, os que me emocionam se mostram loosers semanas depois.

No fundo, mesmo lendo tanto, pensando tanto e filosofando tanto, a gente gosta mesmo é de quem é simples e feliz. A gente não se apaixona por quem vive reclamando e amassando jornais contra a parede. A gente se apaixona por esses tipinhos banais que vivem rindo. E a gente se pergunta: que é que ele tem que brilha tanto? Que é que ele tem que quando chega ofusca todo o resto?

Eu não tenho um portão para te esperar, como minha avó um dia esperou pelo meu avô e eles ficaram juntos por 70 anos. Talvez eu também seja engolida por esse mundo que cria tantas facilidades para a gente não sofrer. Tenho medo de que tudo seja uma mentira e de verdade sinto que é, mas ainda acordo feliz todos os dias esperando que ao menos você seja verdade.

Eu só quero ser feliz e viver tranquila. Eu só quero fazer minhas coisas da melhor maneira possível e ter um moço bonzinho que me leve ver o pôr-do-sol no fim de tarde.

Chega de ser metade aquecida, metade apreciada, metade conhecida, meio amada em histórias pela metade.
Chega de sorrir para o que não me contenta e me cobrar paciência com um profundo respiro de indignação. Paciência é dom de amor aquietado, pobre, pela metade. Calma, raciocínio e estratégia são dons de amor que pára para racionalizar. Amor que é amor não pára, não tem intervalo, atropela.
Não caio na mesma vala de quem empurra a vida porque ela me empurra. Ela faz com que eu me jogue em cima de você, nem que seja para te espantar.
Melhor te ver correndo pra longe do que empacado em minha vida.

Eu só queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nó.
O homem que vai ser o pai dos meus filhos e não dos meus medos.

Talvez ele me ame, sim, talvez ele me ame aquele pouquinho que eu estava buscando. De todos, talvez ele seja o único que pode me dar, se não um pacote inteiro de rosquinhas, ao menos uma semicircunferência. Já é alguma coisa.

Gente que não se incomoda com nada é o atraso da humanidade.

Sou um pacote. Uma mala. Sou difícil de carregar.

Nas primeiras vistas tudo é encantador. Os motivos para valorizá-lo são esbanjados em uma freqüência de hora suficientemente capaz de burlar qualquer sistema de autodefesa que dolorosamente se formaram em quase vinte anos. E eu nem percebo. Eu abandono a certeza de que perfeição inexiste. Uma sutil ameaça de esperança surge no íntimo e eu sinto uma absurda vontade de apostar o que sobrou das fichas. Mas eu fico quieta. A gente sempre levanta com certo receio de desabar de novo. Mas nós, as pessoas, somos renitentes. E eu não uso esse argumento como desculpa de ter como fulcro a leve em exagero dinâmica estrutural do psíquico humano. Ao contrário, tudo o que falo é tentando não coibir minhas emoções. Inapelavelmente a realidade é essa. Eu sei que esta cautela não dura mais que algumas horas se o beijo for bom. Se o cheiro for bom. E, se ele me fizer gargalhar até a barriga doer então... Vai toda a casca de proteção por roupa abaixo. Esse pensamento me apavora. Porque eu já sou uma mulher cansada, o que eu faço? Acabei de tirar as fraldas e já estou cansada. Arquitetar planos e depois me ver obrigada a anulá-los rouba, covardemente, energia. Imaginem fazer isso em ritmo frenético, sem intervalos. Sim, estou ficando sem forças.
Eu já me sinto lúgubre antes mesmo da próxima queda. Eu havia combinado comigo que dessa vez seria diferente, dessa vez eu não permitiria nascer encantamento por ninguém. Mas o novato começa bem – e eu não acho que isso seja bom – que fique claro - me busca em casa oito da noite. Senta no sofá da minha casa, faz um elogio à minha mãe e, em instantes está intimo da família inteira. Consegue até virar ídolo do meu irmão caçula. Ele prepara o jantar, escolhe o filme e sabe me deixar à vontade em seu apartamento de solteiro. O perfume dele está em mim desde a noite de ontem e eu fico feliz por ter conhecido uma pessoa que se banca sozinha. A lugubridade se deve à continuação do primeiro raciocínio do texto, o pensamento que me fez sentar aqui mais uma vez. Este moço começou bem como tantos outros. E não aconteceu nada que me fizesse acreditar que com ele seria diferente. Daqui a uma semana os defeitos já são tantos que é mais lucrativo tentar a sorte com um homem novo. Para os que estão me achando pessimista quero contar que essa história de viver atropelando tudo, sem medo e sem cuidado para mim já basta. O mosaico da minha alma que o diga.
Eu analiso friamente o perfil do novo alistado. Na casa dos 20 anos, recém formado, sorriso colgate, cabelos louros, lisos e, facilmente encontrado qualquer dia da semana em uma boate da cidade. Não, não é para o meu bico. Pela conversa fui capaz de perceber a alma do garotão que acha que curtir a vida é testar semanalmente o poder de conquista. Cair repetidas vezes no mesmo buraco não combina com a pessoa inteligente que tento ser.
Eu sinto sede. Não tenho água. E essa sede não se restringe somente a saliva. É sede de carne, espírito, coração. Eu tenho sede até dos problemas dele, tamanha é a vontade de ter alguém que valha a pena. Aproveitando o espaço para dizer que troco cinco moleques por um homem, quem se interessar entre em contato.

"Mas eu não quero me encontrar com gente louca", observou Alice.
" Você não pode evitar isso", replicou o gato.
"Todos nós aqui somos loucos.Eu sou louco,você é louca".
"Como você sabe que eu sou louca?" indagou Alice.
"Deve ser", disse o gato, "Ou não estaria aqui".

 Que eu pare com essa minha mania humana e besta de precisar de alguém, de querer preencher espaços vazios simplesmente por eles estarem ali, vazios.
Que eu pare com essa pressa sem graça que me mata, me motiva e desgasta ao mesmo tempo, e que eu comece a ter ouvidos e olhos para o que realmente importa.
Que minhas lembranças de neve voltem, que minha vontade de erguer paredes de gelo ao redor do que sinto se torne real, e que aos poucos eu não precise mais preencher nada, pois não terá mais nada o que preencher.

• Guarda tua tristeza, que já tenho a minha. Não vamos dividir o dissabor das reticências. O tempo, se não cura, torna opaco. Os resíduos da noite sucumbem ao novo dia. Os fragmentos de minhas loucuras estilhaçaram sob teus pés. Calamo-nos. Porque o silêncio desfaz amargos dizeres. Na solidão, que destrói limites e dispersa a razão, tomo minha mudez como amante. É com ela que passo as horas a não pensar em você.

PROCURA-SE ESPERANÇA DESESPERADAMENTE
Entre idas e vindas me resumo feliz. Entre altos e baixos me resumo equilibrada. Sendo assim, tá na cara e não tem pane: ando meio mal mas vou sair dessa.

Desenhos que a vida vai fazendo, desbotam alguns. Uns ficam iguais.

São tristes as manhãs que prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa.

É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz.
Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. É triste lembrar como eu ria com ele.

A certeza que amar enlouquecia, corroía, dava medo, dava um ciúme filho da mãe, dava uma saudade idiota de mulherzinha romântica, uma vontade besta de estar junto o tempo todo como uma mulherzinha sem vida própria.