Coleção pessoal de Taila-Ueoka

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"Tenho tentado fugir da dor me apegando ainda mais àquilo que eu trago de ruim. Trago o último cigarro com tanta vontade, que meu desejo de você quase se esvai e dá lugar ao meu vício. Quase. Eu não aprovo minhas atitudes. Não aprovo meu jeito de continuar. De fugir do mundo pra fugir da dor e me manter anestesiada. Te troquei por outros vícios."

"Estou aqui pra dizer sem piedade tudo o que eu penso, quero cantar as músicas que eu ouvia enquanto seu abraço ainda estava ao meu alcance, quero confessar meus pecados, quero uma lista dos crimes que me acusam de ter cometido – mas, meu bem, já dizia a canção: ‘crimes perfeitos não deixam suspeitos’, quero que suspeitem da minha sanidade, quero que atestem minha falta de lucidez. E quero que fique bem claro: eu penso muito em você."

"O frio começa a passar e ainda insisto em te querer e me assumo inteira sua.
Procuro meu celular... sabendo que não é nada inteligente de minha parte. Não consigo pensar muito a ponto de parecer inteligente – a tequila começa a fazer efeito.
Quero te ligar, mas não vou me render a um desejo que passa amanhã, porque sempre passa, eu sei. E sei mais, enquanto eu te imploro pra voltar – não só pra minha vida, mas pra minha cama – você me implora pra te deixar em paz!"

"Tem gente que endurece com o tempo, que deixa de ver beleza nas coisas simples, que deixa de acreditar. Eu não sou tão inteligente assim. Certas coisas em mim são imutáveis. Minha essência sempre fica. Promete não ser tão inteligente?"

"Quer um conselho de quem já quebrou a cara inúmeras vezes nessa vida, e ainda tem a certeza de que amar é a melhor saída? SE APAIXONE! E quebre a cara, e sofra. Porque isso é viver. Voce precisa reagir, ninguém vai viver sua vida por você. Você se esconde tanto atrás dos seus traumas que não se permite viver. Voce não machuca os outros, você so se machuca. Me diz se assim você vive em paz? "

"Nada melhor que esperar o dia inteiro pra ouvir tua voz do outro lado da linha me perguntando como foi o dia. E quando nos encontrávamos, ver o seu sorriso lindo. E rir até das piadas mais sem graça. E sentir aquela saudade que chega a machucar, mas que vale a pena porque depois tem o reencontro. Essas pequenas coisas que nos fazem ter certeza de que viver é realmente INCRÍVEL. Ainda que a mesma boca que tantas vezes me tirou o fôlego, profira palavras que me façam chorar por dias. Ainda que esse mesmo sorriso que tantas vezes trouxe o meu sorriso à tona seja contraído longe de mim e perto de outras... Ainda que essa saudade doa e eu não saiba sequer se haverá um reencontro."

"Dentro do último castelo que desmoronou, vou lhes contar um segredo, ninguém suspeita, mas dentro daquele castelo tinha gente. É, eu estava lá, porque - iludida que sou - achei que aquele castelo havia sido construído sobre o melhor alicerce e que por isso eu não deveria ter medo e poderia morar dentro dele como princesa em conto de fadas. Mas, diferente dos contos, o príncipe fugiu e eu não sei ainda se ele fugiu por medo de não saber o que fazer comigo ou por não saber o que fazer com ele. E ele não quis me salvar, acho que ele não sabia que lá havia espaço pra ele, que o castelo era enorme o suficiente pra abrigar, não só ele, mas os dragões que ele havia matado pelo caminho, seu cavalo branco, suas histórias, seus amores passados, suas feridas antigas. Ele não sabia que ali havia espaço pra tanto e que eu poderia ensiná-lo a recomeçar, porque eu havia construído aquele castelo com tanto zelo especialmente pra ele. E eu achando que aquele príncipe me merecia e que eu o merecia também e que era muito justo a gente junto. Mas ele não poderia me salvar, sem antes salvar o seu próprio castelo, porque afinal de contas – sim, ele também tinha um castelo. E meu egoísmo não me deixou ver que quem precisava ser salvo era ele. E eu não tive tempo pra dizer que, por eu gostar tanto assim dele, eu saltaria da torre do meu castelo e o ajudaria a reconstruir o seu...
Ele foi embora e eu fiquei com as ruínas de mais um castelo,achei que tinha perdido tudo, e pensei que meu mundo tinha desmoronado e perdi o chão e achei a vida injusta e cá estou eu, incrivelmente renovada.
Ele – o príncipe não sabe, mas eu guardei todas as pedras daquele castelo e posso construir outro inteirinho só pra ele, se um dia ele voltar...
Enquanto isso, eu reconstruo o meu!"

"Eu construo castelos mesmo sabendo que eles, cedo ou tarde, irão desmoronar. E eu reconstruo um por um, incansavelmente, porque eu sei que um dia a vida vai se cansar de brincar de esconde-esconde comigo e vai entender meus milhões de sorrisos e me sorrir de volta."

"Comigo, todo sentimento vira poesia ou prosa. Se me seguro pra não chorar, minhas lágrimas viram palavras no papel em branco, se me seguro pra não explodir em raiva, meu sangue que ferve vira palavra que mancha o papel, se me seguro pra não gritar de tanta alegria, meu grito ensurdece e vira tinta que colore o mundo."

Ei, não tenta entender as voltas que eu dou sozinha. Deixa só um mistério estranho de filme trash. Ninguém quer descobrir o que há por trás da mulher diferente, mas ela ainda é a mulher diferente que deve ser descoberta.
Passo horas falando pra ficar muda de repente, passo toda a segurança do mundo pra me derrubar em medos bobos. É que tudo fica mais legal em constante mudança. E eu nem sei mais ser a mesma sempre.

Eu travei uma luta diária, onde eu era a vilã, quis me reafirmar o tempo todo, tinha nojo do meu lado homem e no entanto não conseguia me livrar dele. Eu precisava de um homem de verdade pra despertar em mim a vontade de querer ser mulher de verdade. Mulher com frescuras, mulher frágil, mulher carente. Mulher. E mais, eu precisava ser mulher pra mim e achar isso bonito, como eu tenho achado. Desde o perfume que eu me esquecia de passar até as gírias idiotas que eu tenho me controlado pra não falar. Tem sido mais fácil agora, bem mais fácil. Eu não quero mais ser o que eu não posso ser. Porque, finalmente eu aceitei que “justo a mim me coube ser eu!”
(trecho entre aspas são das tirinhas da Mafalda)

"Eu fui uma criança birrenta, eu cresci fazendo birra pra vida e pra todo mundo, porque por mais que eu lutasse por espaço, a minha glória era a luta. Era a luta que me movia, independente do prêmio. E o prêmio era o meu lugar. E eu nunca soube, de fato, qual era/é o meu lugar."

Fotografei seu sorriso naquele dia em que te seqüestrei. Fotografei suas mãos passeando pelo meu corpo. Fotografei suas costas largas enquanto dormia. Fotografei seu choro na despedida. Fotografei sua embriaguez no dia em que cortou o dedo. Fotografei sua cara de prazer numa daquelas noites. Sem câmera. Guardei tudo no lugar mais seguro, onde ninguém poderá tirar de mim. Nem eu conseguiria, mesmo que quisesse. Impossível rasgar memórias, impossível queimar lembranças, impossível jogar fora o que minha mente registrou.

Quando eu escrevo, eu consigo ordenar tudo aquilo que eu penso. Agora, quando eu falo ou quando eu sou, simplesmente, não consigo ordenar nada. Eu sou da maneira mais caótica possível.

Uma pessoa, quando está longe, vive coisas que não te comunica, e tu, aqui, vive coisas que não a comunica. Então, vocês vão se distanciando e, quando vocês se encontrarem, vocês vão se falar assim: oi, tudo bom e tal, como é que vão as coisas? E aí ele vai te falar, por cima, de tudo que ele viveu, e, não sei, vai ser uma proximidade distante. Não adianta, no momento que as pessoas se afastam, elas estão irremediavelmente perdidas uma da outra.

Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio...

Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perda de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, na cabeça e no coração.