Coleção pessoal de StellaGiorgianna

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Chuva. Chuva. Chuva.
Aquele dia em que você pensa em coisas que jamais irá dizer.
Chuva. Chuva. Chuva.
Mais um dia em que você pensa em coisas que jamais irá fazer.
Chuva. Chuva. Chuva.
Mais um dia em que você imagina coisas que jamais irão acontecer.
Chuva. Chuva. Chuva.
Mais um dia em que você se pega criando expectativas que jamais serão atendidas
Chuva. Olá, chuva.
Tenho tanta coisa pra dizer. Tenho tanta coisa pra escrever.
Vou começar falando que vou falar na primeira pessoa. Porque cansei de me esconder na terceira.
Cansei de usar "você" quando quero falar "eu, eu, eu."
Mas tenho um medo danado.
Um medo danado de não sei o quê.
É só um medo meu. Um medo eu.
E a chuva aumenta meu medo.
Isso também não sei porquê.
Estive aqui e ali procurando uma série de coisas para procurar.
Estive aqui e ali falando uma série de coisas para enganar e não precisar falar de verdade.
Estive aqui e ali só aqui. E também só ali.
Não sei nem por onde estive.
Desculpe a confusão.
Mas é a chuva. A culpada é chuva.
Chuva me cheira a despedida. E não gosto de despedidas.
No dia que você me virou as costas estava chovendo, lembra?
Mas não quero me focar no dia em que você se foi.
Quero focar na chuva, e apenas nela.
Não, quero focar em mim, preciso ser mais egoísta.
Preciso ser ao menos um pouco egoísta.
Mas é chuva.
Que fica batendo na porta de casa, me pedindo café.
Mas não quero. Não quero fazer café pra ninguém, nem pra mim.
A chuva continua. Alguém pelos trinta infernos pode manda-la parar?
A chuva me dá arrepios. Medo.
Já que falei de medo, vou confessar que tenho um medo danado da vida também.
Um medo estranho de viver.
Um medo de dar mais um ou dois passos, e me deparar com mais algum buraco.
É que o ultimo que caí, era fundo.
Céus, como era fundo.
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Orgulhosa, não pedi ajuda para sair, aguentei ali, quietinha, na minha, calada. E depois de um tempo, saí, autista, no entanto, com trauma até da própria sombra.
Uma desconfiança de outro mundo.
E assim que CRESCEU esse medo. Tenho um medo gigante de tudo.
Tenho medo até de ter medo.
Não querendo te culpar, mas já culpando.
Tenho medo por sua culpa.
Por culpa sua e da Chuva, Chuva, Chuva.
Sabe, acho que vou aproveitar essa chuva para pensar, sonhar.
Acho que vou fazer a droga do café, e abrir a porta pra ela.
Acho que vou escrever sobre ela. Algo mais concreto.
Acho que vou pro quarto procurar um livro bom.
Acho que vou procurar por mim por dentro dessa velharia que sou.
Acho que vou me achar.
Acho que vou me char com a Chuva, Chuva, Chuva

E será que essa história de destino é realmente verdade?
Cartomante, horóscopo, conselhos, Deus, destino, bússolas.
E se eu estivesse levantado com o pé direito ao invés do esquerdo?
E se eu tivesse pego o caminho de terra ao invés do asfaltado?
E se eu tivesse ajoelhado e pedido por mais sorte?
Será que sorte se vende?
Mas com que dinheiro se compra sorte? Qual o valor da sorte?
Dólar, Real, Euro, Amor, Azar? Qual é o valor da sua sorte?
A sorte existe?
E com que posso compra-la? Ando tão sem sorte.
E tão sem dólar. E tão sem Real. E tão sem Euro. E tão sem Amor.
Mas por incrível também ando sem azar.
Mas não pense que porque não tenho azar, tenho sorte.
Porque não ter algo não significa necessariamente que se tem o contrario.
Ando sem sorte, e sem azar.
Ando sem nada. Ando uma nada.
Quer que eu fale? Que eu realmente fale o que penso?
Pois bem, descobri recentemente que nessa vida minha sou menos que um nada.
Não deixei minha marca no mundo.
Sou uma final de campeonato empatada, sem direito a pênaltis ou prorrogação.
Quero um pouco de sorte. Um beijo do destino, com um sorriso amável de despedida. E quem sabe um leve sussurro de "Vai dar tudo certo, guria".
Sou um oito deitado de tanto cansaço que se tornou um vazio infinito.
Sou aquela piada que ninguém entendeu, e que ficou no ar para todo o sempre.
Sou a moeda de duzentos anos que nada mais vale.
Sou o passo sem chão.
Sou uma bússola quebrada.
Um relógio parado.
Sou um nada. Uma nada.
E pare de dizer o contrário, não suporto as mentiras ditas por consolo.
Não suporto você, com sua sorte, vindo me falar que sou mal agradecida e dramática.
Sou mal agradecida? Não sei, talvez.
Dramática? Óbvio. Claro. Com toda certeza.
E sim, está tudo bem. Ou não. Aliás, agora tanto faz.
Quero um pouco de sorte.
Mas sou um nada. Me coloquei na lista de nadas. Me auto classifiquei como um nada.
E um nada, nada sente.
Um nada não tem sorte. Um nada não tem nada, nem o azar.
Adeus.

Viver é coisa tão efêmera, que não se compensa tentar morrer

Me assombro com a possibilidade de morrer sem ter vivido