Coleção pessoal de SoraiaOliveira

Encontrados 5 pensamentos na coleção de SoraiaOliveira

Como o mundo é frio
como as pessoas fingem
ouço o barulho do rio
ouço sentimentos que me afligem

Pessoas te abandonam com facilidade
como se você não significasse nada
olham pra ti, povoam a cidade
fingem não te ver na sacada

Mesmo em uma multidão
você se sente sozinho
parece uma imensidão
mesmo você tendo vizinho

As pessoas fingem amar
Dizem coisas que não existem
E todos que não querem se machucar
Se corrompem e se restringem

Talvez um coração de pedra
Seja forte pra suportar
Tanto desamor não o quebra
E nem vai se machucar

O vento do mundo é frio é contínuo
Não existe saída.
Afinal de contas
Por que tudo isso existe
e qual é o sentido da vida?

O silêncio não é mudo.
O silêncio só é mudo
quando não estamos à procura
das palavras certas

E o meu problema
não é tanto com as palavras
é com os teus ouvidos surdos
que não entendem as pausas
cada vez mais tristes e longas
enquanto ainda respiro
o mesmo ar que tu.

Devias saber que estou presa
e não é às coisas que não tenho
é exatamente às coisas todas
que eu preciso de te dizer

E no entanto nada do que dissesse
faria alguma diferença.
Se tu quisesses ouvir
eu não precisava falar.

Muitos dias de silêncio são necessários para recuperar da futilidade das palavras.

Com efeito, para que sejam favorecidos os mais favorecidos e desfavorecidos os mais desfavorecidos, é necessário e suficiente que a escola ignore, no âmbito dos conteúdos do ensino que transmite, dos métodos e técnicas de transmissão e dos critérios de avaliação, as desigualdades culturais entre as crianças das diferentes classes sociais. Em outras palavras, tratando todos os educandos, por mais desiguais que sejam eles de fato, como iguais em direitos e deveres, o sistema escolar é levado a dar a sua sanção às desigualdades iniciais diante da cultura.

Além de permitir à elite se justificar de ser o que é, a ideologia do dom, chave do sistema escolar e do sistema social, contribui para encerrar os membros das classes desfavorecidas no destino que a sociedade lhes assinala, levando-os a perceberem como inaptidões naturais o que não é senão efeito de uma condição inferior, e persuadindo-os de que eles devem o seu destino social (cada vez mais ligado ao seu destino escolar) à sua natureza individual e à sua falta de dom.