Coleção pessoal de SoniaRipoll

1 - 20 do total de 34 pensamentos na coleção de SoniaRipoll

Versos Para Rosinha

Um presente de Natal
Do meu pai recebi
Nesta noite sem igual,
Não consegui dormir.
No meu mundo de criança
Uma rosa a se abrir...

Olhos azuis, linda!
Encantei-me quando a vi
Mil abraços, bem vinda!
Não parava de sorrir...
Alisando seus cabelos,
Seu nome eu escolhi.

Rosinha!
Cheirosa e delicada...
Agora minha amiguinha
Juntas num conto de fadas
Entre os muros do quintal,
A alegria fez morada.

Menina loirinha!
Cheia de elegância
Então minha filhinha,
Companheira de infância!
Beijos a toda a hora
Em minha boneca-criança.

Sabia também chorar
Dengosa e tão amada!
Ternura ao abraçar
Meiguice e cor rosada!
Difícil é descrever
Apegos que a alma guarda.

Cresci ao seu lado...
Agora, minha confidente
Sonhos, primeiro namorado,
Conflitos de adolescente
Mesmo sem dizer nada,
Queria me ver contente.

Guardo ainda comigo
Minha boneca, rosinha
Da meninice o abrigo
Hoje, versos em rimas
Foi bom dividir com ela
Fantasias tão lindas!

Príncipe Encantado

Carinhoso
Educado
Muito sincero...
Bem charmoso
Por demais apaixonado!
Te espero...

Romântico
Bastante compreensivo,
Sempre alinhado
Na voz um cântico
Bom amigo,
Meu príncipe encantado.

Dos antigos romances
Para a minha vida
Sorriso franco,
Das cores nuances...
Montando cavalo branco
Saudade na despedida.

Flores na mão
De fidalgo a postura
Paixão no olhar...
Pureza de coração
A mais linda criatura
Do reno da ilusão.

Em seu castelo morar
Num verde bosque situado
Aves canoras no ar...
Nós dois dançando abraçados
Ah! Como é bom sonhar!
Com o príncipe encantado...

È Natal!

É Natal! Cantam os sinos!
Festejando Deus-menino
Brilham o céu e o mar...
Versos de amor pelo ar
Cenário ímpar, divino,
Corações a palpitar.

Saudade do Ser ausente!
Recordações tão presentes
De afetos perpetuados
Dentro da alma guardados,
Na magia desse instante
Unem presente e passado...

Um convite à oração!
Entrelaçar d emoção
Com fervor agradecer
Pela graça de viver
Com a coragem dos fortes,
Que tudo sabem vencer.

Que as bênçãos de Jesus
Feito raios de luz
Invadam nossa vidas...
Cicatrizando as feridas
Num renascer de esperança,
Tragam alegrias infindas...

Carnaval do Amor

Cuíca, tamborim,
Cabrochas, pandeiro
Brilhante mestre-sala...
Sorriso de marfim
É mês de fevereiro,
Você na minha ala.

Batucando, o coração,
Entra no seu compasso
Está decretada a folia!
Meus sonhos pelo salão
Se unem com seu abraço,
Libertando a fantasia...

Meu amor como adereço
Ostentado em suas mãos...
Descrevi no samba-enredo
Seu beijo que eu não esqueço
Passista na multidão,
Revelam doces segredos.

Minha escola colorida
Ao toque da bateria,
Do samba mostra o valor...
É apoteose na avenida!
Esplendor de alegorias,
No carnaval do amor...

Amor Traiçoeiro

Amores que vêm e que vão
Às vezes deixam saudade,
Às vezes são duras farsas.
No altar do coração
Somente cabe a verdade,
Dispensa carícias esparsas.

Levantes do sentimento
Que o lábio canta airoso,
Nem sempre são verdadeiros.
Traem a todo o momento,
Lacrimante e pedregoso
É o caminho traiçoeiro...

Meu coração transpassado
Pelo punhal da traição,
O troco soube lhe dar...
Também encontrou outro agrado
Deixou-o na solidão,
Final de quem não sabe amar...

Idolatria

Deus do amor!
Suplicante idolatria,
Paz do juízo final.
Qual nuance de uma flor
A porejar poesia,
Insídia que não faz mal...

Na brevidade do sonho
Vens despertando sentidos,
Qual coquetel licoroso.
Em rimas que eu componho
No lábio, tato e ouvidos,
Sinto-o singelo e amoroso.

A teus pés a compostura
Confiante em chamas arde,
Revelando contidas juras.
No fulgor sesta aventura,
Nem sei se é manhã ou tarde,
Sou bocejo de branduras...

Encontro

Sob o prisma do desejo
Minha emoção mais pura
Levou-me ao teu acalanto.
Guardei meu primeiro beijo
Entre as asas da ventura,
Nascente de tal encanto.

Envolta em sorriso franco
Exortei o fel amargo,
Migalhas da negra dor...
Escolhi até o banco
Do jardim enfrente ao lago,
Para te falar de amor.

Enfim, ouvi à distância,
Teus passos pisando a grama
Nas mãos uma linda flor.
Venci a timidez e a ânsia
Te envolvi no ardor que emana
Do meu corpo abrasador.

Não Foi Amor

Não foi amor, eu bem sei,
Foi enganosa desdita
Andor de astuto cinismo.
Sé Deus sabe o que passei
Nesta amargura maldita,
Escrava do teu egoísmo.

Não foi justo o clima funesto
Em que minh'ama quedou,
Esquecida na saudade...
Sentimento tão honesto
Você feriu, desprezou,
No apogeu da maldade.

Não há perdão compassivo
Nem brados de alegria,
Despertai de vis tormentos...
De torpes carinhos não vivo!
És contraluz dos meus dias,
És fagulha contra o vento.

Lembranças de Alegrete (À minha terra natal)

Minh'alma a trotezito
Percorre tuas campinas,
Nas asas do pensamento...
Olhos fixos no infinito
Posso ver tuas colinas,
Verdes paisagens ao vento.

Coração bate apressado!
Sente ânsia de chegar
Galopando nas coxilhas...
Num pulsar apaixonado,
Busca o aconchego do lar
na Capital Farroupilha.

Alegrete, meu jardim,
Onde roseirais plantei...
Torrão que me viu nascer!
Saudades nasceram em mim
Nas plagas por onde andei,
Num eterno florescer.

Ibirapuitã brejeiro
Fonte de águas correntes,
Vai regando nossa lendas...
A cantar nos pessegueiros
Cigarras com vestes de prenda,
Inebriam índios valentes.

A reviver nossas glórias,
Em cada Vinte de Setembro
Meu povo desfila animado.
Num tilintar de esporas,
Com muito orgulho relembra
Feitos heroicos passados.

Não conheci outra escola
Mais sapiente que a tua...
Minuano cortando os ares
São João, fogueira na rua,
Passarada nos pomares.

Geada encobrindo os campo...
Envolta em meu cachecol,
brincava descalça na chuva...
Terra de mil encantos!
Caindo chuvisco com sol
É casamento de viúva.

Tropeiro vencendo quebradas
Cumprindo assim sua sina,
Ao sabor do chimarrão...
Nas ruas,juntas de gado
Nos meus temos de menina
Braseiro ou fogo de chão.

Emmeio à fronteira oeste
Do Rio Grande do Sul
Está minha querência amada.
Com sua beleza agreste,
Debaixo de um céu azul,
O meu rumo é a tua estrada...

Milagres da Vida

Vieste ancorar nos meus sonhos
Sou a tua salvação!
No meu cais foste bem vindo...
Adeus dias enfadonhos!
Em teu mar de solidão,
Horizonte está se abrindo.

Siou a nereida encantada
Que ta nau impulsiona,
Nas águas tranquilas do amor...
A cada praia avistada
Meu beijo te aprisiona,
No véu da bruma em flor.

Ante tanto sentimento
Lua cheia vem banhar
Nossos corpos de magia...
É festa no firmamento!
Leves qual folhas no ar,
Esculpindo a fantasia.

Assim, mundo a fora,
Teu destino é o meu abraço
Nossas bocas sempre unidas
Em todo o nascer de aurora...
Te vejo em tudo que faço,
Somos milagres da vida.

Tua Poesia

Espelho da alma,
Vida que escorre entre as mãos
Assim é a poesia...
Todo o poeta acalma
As dores do coração,
Em versos que pronuncia.

A pena alegre ou triste
Detalhes vai contornando,
Em singular aventura.
Desde o dia em que partiste
Vivo teu nome rimando,
Com a palavra amargura.

Meu coração agora
Já tem a forma de flor
E o perfume do jasmim...
Que esta rima sem demora
Chegue a ti, meu amor,
Num abraço sem fim...

Teu Olhar

Teu olhar!
Cintilar de estrelas
Que os meus procuram
Sem cessar...

Como é doce perceber
Teus olhos vagando em mim,
De maneira tão intensa
Sentir todo o teu querer...

Ah! Como eu queria!
Permanecer nesse encanto,
Embargada de emoção...
Por todos os meus dias.

Nossos corações ao léu,
Sorvendo tal encantamento,
Nas asas da poesia...
Adoro fitar teu céu!

Paz Na Minha Aldeia

Verdes campinas e prados
Entre concretos gigantes...
Agitam o clarear d aurora.
Trépidos rumores adiante...
Num andar descompassado,
Choram a fauna e a flora!

Tristes veredas sombrias,
Visão da calma despojada
Desencantar da vida!
Funesto prenúncio do nada
Mãos calejadas e frias,
Tranquilidade perdida.

Quero a paz na minha aldeia!
Voar livre qual o vento,
Semeando mil afetos...
Nas asas do pensamento
Toda a brandura em cadeia,
Olhos de brilho repletos.

No aconchego dese lar
Fraternidade e amor,
A brindar com minha gente...
Do alto, Nosso Senhor,
Sorrindo vem abençoar
Minha ladeia, então contente.

Nós Dois

A ti,
Que chegas de mansinho
Entre cada amanhecer...
A mim,
Que te abraço com carinho
E deixo o sonho florescer...

À madrugada,
Que sutil e companheira
Enche nosso quarto de magia...
À brida que,
Destila amor a noite inteira,
Num revoar de fantasia...

A nós!
Palpitar em sintonia,
Uníssono lírico e risonho.
Nós dois,
Entre ondas de alegria,
Amando de sonho em sonho...

Meu Sonho

De onde vens tão belo,
Com olhos de doçura
E semblante risonho?
Espalhando ternura,
Tão carinhoso e singelo,
Colorindo meu sono.

De quem será essa imagem
Que me encanta e fascina,
Deixando em mim a saudade?
Chama viva que ilumina
Róseas flores da cidade,
Misto de paz e verdade.

Por que te vais com o sonho
Na direção do infinito,
Sobrevoando o universo?
Cheia de amor eu te fito...
Relembro teu rosto e componho
Mil beijos em cada verso.

Jasmim

Meu jasmim em botão!
Desabrochar de sonho
Pelo orvalho regado.
Não há maior emoção,
Ou instante mais risonho
Do que estar ao teu lado.

Em cada romper de aurora,
Quando a beleza se espalma
Com seus raios envaidecidos...
As avezinhas canoras
Buliçosas, entre as palmas,
Exaltam teu colorido.

Quem dera no meu jardim
Pudesse eu cultivar
Esse botão em flor...
Guardaria só para mim
O brilho do teu olhar,
No jasminzal do amor.

Estrela

Retira teu véu,
Minha bela!
Que eu quero vê-la
Adornando meu céu...

Inebria-me, com teu brilho!
E faz sonhar
Num simples toque de olhar,
Meu coração andarilho.

Envolta em mil fantasias
Ah! Como é bom vê-la,
Minha estrela!
A cintilar poesia...

Da minha janela contemplo
Tua beleza radiante
De mim assim tão distante,
No esplendor do firmamento.

Antes da noite partir,
Ponho-me enfim extasiada...
Por teu luzir enfeitiçada,
Minh'alma adormece a sorrir!

Anjo Meu ( A meu filho Cristiano - in memoriam)

Foste meu filho querido...
No céu és anjo meu!
Embora sinta saudade
Nesta separação doída,
Com tanta sinceridade
Sei que não foi um adeus.

Apenas mudaste de plano,
É o caminho da vida
Ninguém consegue mudar...
Cada vez que eu te chamo,
Com a alma comovida
Um anjo vem me abraçar...

Duas asas sobre a lua
Refletem à luz das estrelas,
Num aceno verdadeiro.
Minhas rimas, que são tuas,
Se fazem então mais belas,
Invadindo o mundo inteiro.

Anjo meu essa distância
Um dia terá seu fim,
Sei que também me esperas...
Em meio a essa constância
Enquanto viveste em mim,
Fui teu anjo aqui na terra.

Solidão a Dois

Pensamentos frustrados
Na penúmbra do quarto...
Do silêncio o clamor.
Sonhos despedaçados
O ressentimento é farto,
Já não existe amor.

Nas amarras do cinismo
Fenecem os sentimentos,
Cada vez mais escassos.
Aprisionados no abismo,
Entre dolosos lamentos
Resumem tal fracasso.

Esta solidão a dois
Disfarçada alegria,
Já não satisfaz a alma.
Fica tudo pra depois...
Foi embora a fantasia,
É sofrer que não acalma.

Sublime Emoção

Por entre as curvas da estrada
Vislumbro em céu de carícias,
Teus braços, algemas macias.
Ao longe e tão esperada
Num mar de afáveis delícias,
Tua presença em meus dias.

Te busco em sonhos audazes,
Doces beijos de um passado
Oscilante e tão presente.
Abraço em instantes fugazes,
Teu corpo febril, tão amado,
Doce luz do sol poente.

Por que a distância ferina,
Enchendo de dor a poesia
Se o coração não te esquece?
Esse amor que me fascina,
Sublime emoção, fantasia,
É chama que jamais fenece...