Coleção pessoal de SivaldoPR

Encontrados 20 pensamentos na coleção de SivaldoPR

Confesso não ser um sapiente nem tampouco um pax-vóbis, destinado ao gracejo dos que se dizem eruditos!...

A derrota é uma das melhores universidades do mundo, uma vez que ela ensina o homem a ser vitorioso.

Entre o famoso e o sábio há uma longa distância, mas a sabedoria pode conduzi-lo à fama, com certeza.

Se hoje o sol não brilhou para ti, não pensas que as trevas vão ofuscar-te para sempre, pois é justamente na escuridão que as estrelas gostam de emitir o brilho que elas têm.

Às vezes, é preciso perder pra ser sempre vencedor.

O hoje pode ter sido péssimo para você, porém amanhã poderá estar sorrindo do dia que passou.

Ignorante para mim é aquele que sabe tantas coisas, mas não reconhece a dignidade de quem lhas ensinou.

A felicidade é dádiva de Deus; logo, quem não o conhece não pode recebê-la.

SEM ELA...
Sem ela, o homem não seria,
Os pássaros não seriam,
E todos os seres viventes sequer seriam...
Seríamos, certamente, um tudo, que não veio a existir,
Um nada, que existe desde o dia em que ela teria desaparecido.
Sem ela, tudo acabaria, ou melhor, se não fosse ela,
Nem sei como tudo seria!... Seríamos, na verdade,
[Seres inexistentes] eternamente, se não fosse ela,
A ÁGUA!...

AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro

REMINISCÊNCIAS

Muitas coisas, meu Deus
Pretendo guardar no coração,
Salvar na minha memória e arquivá-las
No pensamento, para que um dia minha história
Não seja, meticulosamente, arremessada
Ao vento.

Não permita, meu Deus
Que eu perca meu tino, com o tempo
E apague os dados relevantes da minha memória!...
Não deixe que eu mesmo, um dia, venha riscar
[As palavras] que formam, fidedignamente,
A narrativa brilhante da minha história!...

Não permita, meu Deus, que um dia
Eu seja um [ser inexistente], eternamente!...


AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro

MEUS PASSOS

Por onde, neste mundo, ando
Os meus rastros deixo exarados lá no chão...
E os meus passos são contados, incessantemente
E os meus atos calculados, cuidadosamente
E minha vida se desdobra em dizer sim ou dizer não,
Emudecer ou querer falar, sair ou então ficar...
E o meu grito faz silêncio nesse instante,
E o meu silêncio grita alto incessante,
Perturbando, gradativamente, o sono
Dos que contam os meus passos
E calculam os meus atos, mas...
Me admiram mesmo sem querer!...


AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro

ADOLESCÊNCIA

Eu corria e não parava,
Eu falava e não ouvia,
Pois queria apenas falar, falar, falar...

Na verdade, eu gritava
Para alguém me escutar,
Mas ninguém me dava ouvido,
E eu voltava a falar:

Falava disso, daquele, daquela,
Do nada, de tudo e da guerra...
Para alguém me encontrar.

Foi assim durante dias, e meses, e anos...
E eu não sabia onde eu estava;
Ora aqui, ora ali ou acolá,
Sinceramente eu não parava.

O mundo era pequeno pra mim,
E eu, pra ele, grande demais;
E não houve harmonia entre mim e o universo;
Corri, gritei, lutei, mas não obtive sucesso.

Realmente, não achei o que eu queria,
Pois, na verdade,
Nem eu mesmo sabia.

Só mais tarde,
Encontrei a minha identidade!...

AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro

O TREM QUE PASSOU POR AQUI

Passou, primeiramente, o trem...
Logo depois, uma embarcação também
Ousou passar; e passou repleta de fardos banais
De minha vida, levando tudo pro fundo do mar.

Difundindo seu triste ruído insano,
Desponta-se no horizonte
Um impertinente aeroplano...
[todo dissimulado],
Trazendo, outra vez, terríveis fardos
Presenteando minha pobre vida;
E passou depressa,
Mais rápido que um foguete, cortando o céu
Fazendo minh’alma desencontrar guarida.

Passou mais rápido
Que o velho trem, que o pobre barco,
Que famintas águias destras a caçar;
Passou mais rápido que a própria aeronave
Executando voos rasantes pelo ar!...
[Na verdade, um míssil devastador e mui temível]
Ainda, assim, bem menos nefasto
Que as ondas bravias do meu triste mar.

E lançou um fardo pesado em minha vida,
E deixou um rastro marcante, causando ferida...
Um verdadeiro vai-e-vem de homem vencido, alucinado
Embevecido, [e desvairado].

Um pouco de tempo mais tarde,
Um som de interrogação preliminar soou aos meus ouvidos:
“Cadê o trem, o qual por aqui também passou”?
Respondi, escrupulosamente, que o trem só veio aqui
Presentear-me com a paz, a liberdade...
E sanar a minha dor.


AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro
OBS. Poema classificado em concurso literário nacional
(SARAU BRASIL 2017)

NÃO SEI SE AINDA SEI...

Eu sei que a guerra é maléfica
E que ela aterroriza
A vida, a terra e o mar.

Também sei que dois mais dois são quatro
Como Sol e Lua são vastos,
E a poeira vem do chão.

Mas já não sei se dois mais um são três,
Uma vez que o mundo ficou pequeno
E cabe na palma da mão.

Portanto, não sei se ainda sei
O que ainda ontem eu sabia,
Pois, se desejo misturar café e leite,
Sou obrigado a dar um beijo
Na senhora [tecnologia].


AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro

DEMOCRATIZAÇÃO

A chuva que por aqui passou
Levou, repentinamente, a tísica
Que me causava dor...
Vi águas torrenciais empurrando-a
Para o fundo do mar,
Para nunca mais voltar
E suprimir o meu viver...
Agora, não mais sinto a tísica transtornar
O meu humor, reduzir o meu querer
E devorar a minha paz.
Já não me sinto ofegante ao falar
E já posso até cantar
Um belo cântico de veracidade
Democrática!...

AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro

INQUIETAÇÃO

Oxalá vivesse o homem,
Tranquilamente,
Como se vivia antigamente
Aqui por essas terras!

Oxalá a vida fosse mais tranquila,
E o mundo aceitasse
Que o homem, por fim, parasse
Com essa efervescência irracional!

Não sei por que o ser humano
Com nada deste mundo
Se contenta e, a cada dia, inventa
Um novo método de se viver!

É nesse triste vai-e-vem,
Que, todos os dias, eu sou refém
Dos novos métodos que ele criou!

Oxalá não mais houvesse
Esse desenvolvimento desenfreado,
Movido a máquinas sem freio
De mão!

Oxalá fosse mais inteligente
[O HOMEM]
E só fizesse máquina
Que não minasse
A sua própria felicidade!...
Oxalá!...


AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro

LÁGRIMAS OCULTAS

É o dia que se foi...
E agora a noite é que veio,
Sorrateiramente,
Empalidecer um olhar,
Que já não existe!...

Um olhar tristonho,
Recalcado com gemidos inexprimíveis
E dilacerado pela dor... A dor existente no peito,
Que já não tem mais forças para pedir socorro!...
E as lágrimas descem, ligeiramente, pelo rosto
Como legítimas testemunhas daqueles
Que têm apenas a noite para fazer-lhes
Companhia!

É o dia que já não existe na vida
Daqueles que agora têm apenas a noite!...
É o dia que se foi, e que não deveria ter ido!...
E as lágrimas deles molham, também, todo o meu ser,
Mas não conseguem sequer umedecer
O coração daqueles que deveriam cuidar
Dessa gente!

São lágrimas ocultas,
Que vêm e que vão,
Deixando marcas profundas no meu interior!...
Mas um dia elas irão testemunhar contra aqueles
Que detêm o poder em suas mãos,
Mas preferem usá-lo como arma destruidora,
Que, dia após dia, acerta o peito dos menos favorecidos
De nossa sociedade!

É o dia que se foi, e que não deveria ter ido!...


AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro

OBS. Poema classificado em concurso literário nacional
(POESIA LIVRE, 2017)

NOSTALGIA

Passa o vento,
Passa a chuva
E passa o tempo...
O tempo inteiro acaba
E ela não passa para me fazer feliz!...
É bem verdade que essa lembrança exacerbada,
Que ora me aflige a alma,
Passará...
E apenas a lembrança do vento,
Da chuva e do tempo
Será, suficientemente, capaz
De apagar a dor que a distância promoveu!...


AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro

AMOR DE BEIJA-FLOR

Lá fora, um beija-flor...
Um beija-flor esbanjando charme no ar;
De repente, ele encontra uma linda flor
E pergunta a ela se ele a pode beijar.

A flor não profere palavras,
Mas abana a cabeça dizendo que sim;
Suavemente, o beija-flor a beija,
Iniciando um namoro,
Que jamais terá fim.

A flor se sente rainha
Ao lado do belo beija-flor;
O beija-flor se sente soberano,
Beijando novamente
O seu lindo AMOR!

AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro

A FLOR E SUAS PÉTALAS

Não seria eu a flor que sou,
Não fosse parte de mim que o vento levou!...
E levou para nunca mais voltar e outra vez formar
A beleza que existiu em mim. [A beleza natural de uma flor]!...
Mas as pétalas que o vento levou adornaram o coração de alguém
Que, na verdade, precisava da formosura de uma flor!...
Não mais tenho as pétalas que me faziam tão bela!...
Não mais tenho a beleza natural de uma flor!...
Sou um ser que o vento despedaçou, para que alguém
Encontrasse parte de mim e pudesse ser feliz!...
Sou uma flor que o vento reduziu, mas não subtraiu
A verdadeira essência do seu amor!...
Tenho vontade de ser, outra vez, “uma flor tão bela”,
Todavia... Não seria eu a flor que sou,
Não fosse parte de mim que o vento levou!...


AUTOR: Sivaldo Prates Ribeiro