Coleção pessoal de ShandyCrispim

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⁠Eu chegava,
transito intenso,
carros e pessoas cruzavam,
olhei para o relógio,
era quase quatro horas da tarde,
meu coração assaltava algumas batidas.

Eu a vi pela janela,
e foi como uma fotografia,
nunca mais esqueci
dos detalhes do dia
em que eu a conheci.

⁠É irônico pensar,
que ganhamos a vida, mas,
tememos as experiências
que nos faz viver.

⁠Quando eu deixar
de existir,
minhas poesias
sobre você
ainda serão suas.

⁠No final,
eu entendi que,
todos os desencontros,
provocaram os encontros
do que eu tenho hoje.

⁠O quarto era pouco revelado
pela penumbra,
minha mão que escrevia
poesias em sua cintura,
nem se importava
pela roupa jogada nessa altura.

Ela que estava de olhos serrados,
prestes a entrar no teu sétimo sono.

Ainda falava comigo,
de voz abafada pelo peso do sono,
mas carregada de carinho.

Me pedia cafuné,
no meio de todo
aquele cabelo de pé.

⁠Nem as notícias ruins
que mostram nos jornais,
me tira a vibe
que você me traz.

⁠Saudade, de ter saudade

Esqueci como é
ter aquela ansia
em ver outro alguém,
da empolgação,
da preocupação,
sentir a pulsação
do coração.

De lembrar de detalhes
que serão só meus,
de querer que o resto
dos meus dias,
também façam parte
dos planos teus.

Saudade,
de poder sentir saudade.

⁠Quando foi?

Quando foi que você olhou para seus pés
enquanto caminhava,
e viu exatamente por onde pisava?

Que enxergou uma planta
que sempre esteve na porta da sua casa
mas nunca teve sua atenção?

Quando foi a última vez que
tocou por algumas coisas
enquanto caminhava,
assim como fazia quando era criança?

Que olhou para o céu,
não para saber se estava nublado,
mas, só quis ver o que se passa acima de você?

Que puxou ar prolongado,
não porque estava ofegante,
não porque queria ter mais paciência,
não porque precisava controlar
o que diria em seguida,
mas porque queria sentir a sensação da vida
preencher seus pulmões?

Quando foi que parou
de ensaiar pensamentos no banho,
e apenas deixou a água banhar
suas dores e levar embora suas preocupações?

⁠Quando foi que
parou de ensaiar pensamentos no banho,
e apenas deixou a água banhar
suas dores e levar embora
suas preocupações?

⁠— palhaço —
e foi assim, entre seus risos,
que eu traduzi a maneira
dela dizer que me amava,
sem dizer que me amava.

⁠Ela é um espetáculo
que não precisa de palco,
apenas do teu espelho
e do teu quarto.

⁠Enquanto a Vida Passava

imagina,
a vida passando na tv da sala.
sem pausa,
sem voltar.

um ao vivo sutil —
onde você pode sentir,
dizer,
ou apenas estar.

mas se olhar pro celular,
perde.

perde um olhar,
um gesto,
um silêncio.

perde o agora.
o celular aqui é só um nome
pra tudo o que te afasta de ti,
uma metafora.

as comparações,
as vozes que não são suas,
as urgências inventadas.

basta um segundo,
e você já não está mais ali.

está em outra vida,
ou desejando estar.

e sua história,
que é só sua,
segue passando...
sem reprise.

sem legenda.
sem aplausos.

por quanto tempo mais
você vai deixar
que a distração
se sente no seu lugar?

⁠Até na próxima vida.
eu vi o tempo passar,
sobrevivi á perto de você
eu não ficar.

eu namorei suas fotos
pensando o que eu diria
nos meus votos.

e nossa despedida
poderia ter sido
mais dolorida.

mas você me disse:
— até a próxima vida —

⁠sera que sabemos
a forma única
que existimos
no mundo?

⁠você amou,
o outro te quebrou,
você
chorou
transbordou.
o tempo passou
a ferida fechou
você se cuidou,
mas não se culpe,
pelo amor que
ainda não chegou.

⁠você não precisa,
que alguém escorra
pelas rachaduras
da sua autoestima,
para que você finalmente,
descubra o seu real valor.

⁠Tempo

Nós temos tempo para várias coisas: para o celular, para o trabalho, para os prazeres rápidos, prazeres longos. Até mesmo quando o dia está corrido, encontramos tempo para aquele dia que foi exaustivo.

— Dia produtivo! —

Mas o que foi realmente produzido, além de todas as tarefas que um ser humano funcional precisa cumprir, e de todas as obrigações necessárias para manter um serviço — seja ele autônomo ou não?

Somos constantemente (e cada vez mais) treinados para nos acostumar com a correria, com a ocupação. Deixamos de romantizar o romance para romantizar o trabalho, o desinteresse, a pressa, a falta de tempo e de atenção.

Damos tempo para várias coisas, até mesmo ao próprio tempo, mas... e o nosso tempo? Quantas vezes no dia temos um tempo para ouvir a nossa parte mais frágil ou aquela que mais nos causa orgulho? Quantas vezes paramos para ouvir o que o nosso silêncio tem a dizer — insegurança — medo — solidão — solitude?

É tão comum buscar alguma distração e ocupar a psique, tentando enganar as memórias, as saudades, as frustrações espalhadas por todos as partes.

E, nessa correria... quanto tempo tem o nosso tempo?

⁠Deixamos de romantizar o romance
para romantizar o trabalho,
o desinteresse,
a pressa,
a falta de tempo e de atenção.

⁠e enquanto
eu era errante
pelas incertezas da vida,
lá eu te encontrei.

de ternura demasiada,
e de uma presença
que trazia paz.

ela não tinha pressa,
preferia beijos lentos
olhares estacionados.

com ela, aprendi
a namorar o silêncio.

⁠O mundo seria uma solidão
se tivessemos medo
de conhecer a confusão
que existe dentro das pessoas.