Coleção pessoal de ShandyCrispim

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⁠Alias,
me deixa conhecer
a poesia em você,
que nem mesmo você,
fala dela.

⁠Eu te lia
com as mãos,
e te devorava
com os olhos.

⁠Sente-se aqui.
Quero saber:
se tem coragem
de falar, sem temores,
de seus amores.

⁠Somos um fenômeno

Pode parecer clichê, mas, quando se fala de amor, pensamos na "outra metade" — mas já somos completos. Não existe outra metade, existe o nós: a versão que está presente em nós mesmos e a versão que está distante do nosso íntimo. Talvez esse seja o desafio e o que buscamos como "amor". Porque amar o próximo é fácil; não conhecemos seus medos, suas vulnerabilidades, suas guerras. E, por mais que tenhamos esse conhecimento, não saberíamos, de fato, o impacto que isso tem naquela pessoa.

Mas, quando se trata de amar a nós mesmos, é necessário que seja um amor genuíno, leve e respeitoso. É impressionante tudo o que a vida e as pessoas fizeram durante todos os anos de nossa existência, permitindo que possamos refletir sobre quem fomos no passado e quem somos agora.

Porém, mesmo assim, isso não define quem somos. Então, o que eu quero dizer sobre o amor é: o ideal é que tenhamos o desejo real de amar a nós mesmos, do jeito que somos. Algo que eu sempre digo é que o ser humano é um fenômeno, e você (eu) não é diferente disso. Somos todos um fenômeno único, aprendendo todos os dias como é se amar, até finalmente partilhar desse amor com o resto do mundo.

⁠A sorte de um amor tranquilo

Escrevo aqui os meus votos, votos que, no momento, são apenas meus, mas os desejos são — de que, apesar de ter total consciência de que os amores não são como nos livros ou nos filmes, ainda assim hei de entregar o melhor de mim. Não farei dos sentimentos algo subjetivo, como algumas poesias; eles serão claros, diretos, como uma poesia tão bem escrita que não abre oportunidade para outra interpretação. Serão intensos, tanto nas facilidades quanto nas dificuldades.

Amarei as diferenças, entendendo que foram justamente as singularidades dela que me fizeram me perder. E, falando em me perder, hei de valorizar, mais uma vez, a sensação da paixão: o frio na barriga, o sorriso antecipado, a ansiedade ao vê-la e senti-la. Hei de valorizar os detalhes que nos fazem sentir vivos outra vez — do silêncio do beijo ao silêncio nos olhares.

Não esperarei pela perfeição, nem minha, nem dela. Mas vou ansiar por dias fora do automático, aqueles em que se vive todos os 86.400 segundos de um dia. A vida é volátil, e eu só espero que, no meio de todo o caos, eu possa ter outra vez a sorte de viver um amor tranquilo.

⁠Tinido dos talheres nos pratos

É o som do trânsito na avenida de baixo, com o som de algum carro bipando após ter suas portas travadas no condomínio ao lado, um murmúrio distante que sai das janelas dos vizinhos do andar de cima, misturado com alguns picos de gargalhadas e o tinido dos talheres nos pratos. É o som exasperante de alguma makita ao fundo neste mundo.

É o som da vida acontecendo de todos os seus cantos, eventualmente tornando abafado, quase que inaudível, pela memória do som da sua tão afável voz no último áudio que escutei.

⁠Há saudades que nos cicatrizam

Existem dois tipos de saudade: aquela que cresce em tamanho, mas que a vida nos permite enfrentar, trilhando o caminho e superando todos os esforços. Fazemos isso com todo o fervor, sabendo que, ao final, saciaremos aquela saudade.

Entretanto, há também a saudade que não cresce; ela se aprofunda, abrindo uma cratera entre os amores e as memórias. É aquela saudade cuja profundidade já não conseguimos enxergar, mas que ainda permanece, garantindo apenas a impossibilidade de qualquer encontro iminente.

Há saudades que nos cicatrizam; há outras que são cicatrizes. Você se tornou as duas em mim.

⁠Foi quando
o domingo acordou,
que a gente notou,
que o sol nos beijou,
e tudo entre nós rimou.

⁠Foi só quando
eu me olhei,
que eu vi
o quanto
me despedacei.

⁠Te desejo,
não só a vontade
de querer ser você mesmo
mas também,
a coragem.

⁠Parecia que
a vida sorria,
quando eu me via,
quando eu me descobria,
quando eu me permitia.

A vida sorria,
quando nela
eu existia.

⁠A pessoa que procura
pela outra metade,
não sabe ainda
o que lhe falta.

⁠Não deixe
as borboletas
em seu estômago
morrerem.

Se quiser matar algo,
que seja a vontade
de pousar
seus beijos
nos meus.

⁠Beije,
sem pressa,
sem dúvida,
mas beije.

⁠Além de todos aqueles pontos
brilhantes e ardentes no céu,
existe o formidável vazio,
que é sempre reciproco
na troca de olhares.

Formidável vazio,
que é cheio de tudo,
que é cheio de nada.

E assim,
como a personificação
do universo,
vivemos,
descobrindo o infinito,
neste finito tempo.

⁠Fomos como
Erupção Vulcânica:
catastróficos,
necessários,
porém belos.

⁠Ternura

Ainda me lembro, de teu rosto colado ao meu, não sei bem se poderíamos chamar aquilo de uma dança. Mas nossos corpos se beijavam, na sintonia da música. Eu sentia sua respiração quente, porém calma.
Por alguns minutos eu me esqueci onde é que eu estava — Em meio seu rosto colado ao meu, aquele perfume leve — se ternura tivesse cheiro, seria o teu.

Era só um quarto iluminado pela luz do corredor, mas desde que te surpreendi na porta e te puxei para perto, nada mais existiu além de nós dois e aquela música.

e agora em minha memória.

⁠Fases da cura

Na cura a gente erra,
acha que supera
e aprende com a espera.

Na cura a gente se rende,
no processo se desentende
e depois, se surpreende.

Na cura a gente se descobre
percebe que na ansiedade,
a gente só sofre.

Na cura a gente sorri,
e relembra o quanto
é necessário sorrir.

Na cura a gente se ajuda,
percebe o quanto
a gente muda,
até que finalmente
a gente se cura?

⁠Chegamos até eles

Estamos sempre à espera: do ônibus passar, da nossa vez de falar, do tempo melhorar, da notificação chegar, da vontade vir e da vontade ir. Ficamos na expectativa até mesmo do momento em que a nossa vida, enfim, aconteça.

Só que na verdade, não seja a vida nem os momentos que chegam até nós, acredito que em algum momento, nesse lapso de tempo em que nos perdemos esperando, somos nós que pouco a pouco, chegamos até eles.

⁠Espero que você,
perdoe as dores
e que a paz,
adentre por todos
os seus lares.

Anseio que perceba,
a luz sobre você,
que sempre iluminou
sua existência mais pura.

A vida deixou
de ser fugaz,
para que você
pudesse eternizar.