Coleção pessoal de ShandyCrispim

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⁠Quando somos crianças
nosso psicológico
nos protege do mundo.

Quando crescemos,
protegemos nosso psicológico
do mundo.

⁠Ame,
ame com o que tem,
ame com o que puder,
se não foi suficiente,
talvez,
só você
amou.

⁠Já nascemos livres,
mas com o passar dos anos,
o capricho,
a vaidade,
nos aprisiona.

⁠No seu universo,
eu fui um astronauta,
com uma missão
só de ida.

⁠Pois nessa vida,
tudo é sutilmente afetado,
até que,
não exista mais sutileza.

⁠Não pertencemos
nem mesmo a nós,
quem dirá
ao tempo,
que só se faz presente,
quando estamos
com pressa.

⁠Nosso amor
foi gentil,
por deixar
sorrisos em mim
quando suas memórias
passam por mim.

⁠Se eu soubesse
marcaria no calendário
o dia em que deixei
de sentir
saudade sua.

⁠Devemos apreciar essa vida,
esse corpo, a voz que temos,
as coisas que já vimos,
e as que vemos todos os dias.

Devemos apreciar a comida
a bebida aos lazeres.
Admirar as pessoas
e todo potencial que
elas conseguem ser.

Devemos existir na vida
e esquecer do tempo,
porque os momentos
eles nunca voltam,
mas eles sempre
acontecem.

⁠Aprendi a não ter
a necessidade constante
de preencher o silêncio
emocional.

⁠E que, nesse monólogo,
possamos ter ainda,
no final do dia,
o interesse de
flertar com a vida,
mesmo nos dias
mais difíceis.

⁠Talvez,
a melhor parte
que existe em nós,
as pessoas
não vão conhecer.

⁠Alias,
me deixa conhecer
a poesia em você,
que nem mesmo você,
fala dela.

⁠Eu te lia
com as mãos,
e te devorava
com os olhos.

⁠Sente-se aqui.
Quero saber:
se tem coragem
de falar, sem temores,
de seus amores.

⁠Somos um fenômeno

Pode parecer clichê, mas, quando se fala de amor, pensamos na "outra metade" — mas já somos completos. Não existe outra metade, existe o nós: a versão que está presente em nós mesmos e a versão que está distante do nosso íntimo. Talvez esse seja o desafio e o que buscamos como "amor". Porque amar o próximo é fácil; não conhecemos seus medos, suas vulnerabilidades, suas guerras. E, por mais que tenhamos esse conhecimento, não saberíamos, de fato, o impacto que isso tem naquela pessoa.

Mas, quando se trata de amar a nós mesmos, é necessário que seja um amor genuíno, leve e respeitoso. É impressionante tudo o que a vida e as pessoas fizeram durante todos os anos de nossa existência, permitindo que possamos refletir sobre quem fomos no passado e quem somos agora.

Porém, mesmo assim, isso não define quem somos. Então, o que eu quero dizer sobre o amor é: o ideal é que tenhamos o desejo real de amar a nós mesmos, do jeito que somos. Algo que eu sempre digo é que o ser humano é um fenômeno, e você (eu) não é diferente disso. Somos todos um fenômeno único, aprendendo todos os dias como é se amar, até finalmente partilhar desse amor com o resto do mundo.

⁠A sorte de um amor tranquilo

Escrevo aqui os meus votos, votos que, no momento, são apenas meus, mas os desejos são — de que, apesar de ter total consciência de que os amores não são como nos livros ou nos filmes, ainda assim hei de entregar o melhor de mim. Não farei dos sentimentos algo subjetivo, como algumas poesias; eles serão claros, diretos, como uma poesia tão bem escrita que não abre oportunidade para outra interpretação. Serão intensos, tanto nas facilidades quanto nas dificuldades.

Amarei as diferenças, entendendo que foram justamente as singularidades dela que me fizeram me perder. E, falando em me perder, hei de valorizar, mais uma vez, a sensação da paixão: o frio na barriga, o sorriso antecipado, a ansiedade ao vê-la e senti-la. Hei de valorizar os detalhes que nos fazem sentir vivos outra vez — do silêncio do beijo ao silêncio nos olhares.

Não esperarei pela perfeição, nem minha, nem dela. Mas vou ansiar por dias fora do automático, aqueles em que se vive todos os 86.400 segundos de um dia. A vida é volátil, e eu só espero que, no meio de todo o caos, eu possa ter outra vez a sorte de viver um amor tranquilo.

⁠Tinido dos talheres nos pratos

É o som do trânsito na avenida de baixo, com o som de algum carro bipando após ter suas portas travadas no condomínio ao lado, um murmúrio distante que sai das janelas dos vizinhos do andar de cima, misturado com alguns picos de gargalhadas e o tinido dos talheres nos pratos. É o som exasperante de alguma makita ao fundo neste mundo.

É o som da vida acontecendo de todos os seus cantos, eventualmente tornando abafado, quase que inaudível, pela memória do som da sua tão afável voz no último áudio que escutei.

⁠Há saudades que nos cicatrizam

Existem dois tipos de saudade: aquela que cresce em tamanho, mas que a vida nos permite enfrentar, trilhando o caminho e superando todos os esforços. Fazemos isso com todo o fervor, sabendo que, ao final, saciaremos aquela saudade.

Entretanto, há também a saudade que não cresce; ela se aprofunda, abrindo uma cratera entre os amores e as memórias. É aquela saudade cuja profundidade já não conseguimos enxergar, mas que ainda permanece, garantindo apenas a impossibilidade de qualquer encontro iminente.

Há saudades que nos cicatrizam; há outras que são cicatrizes. Você se tornou as duas em mim.

⁠Foi quando
o domingo acordou,
que a gente notou,
que o sol nos beijou,
e tudo entre nós rimou.